Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
A Koslova já dizia a muito tempo que o problema do programa espacial Brasileiro é a falta de FOCO...
Lembro que uma vez mandei uma mensagem pra ela, com dúvidas sobre o programa Israelense. Inicialmente o programa Israelnse previa um tipo de satélite de reconhecimento e um lançador para lançá-lo e só...
Aqui nós temos 300 programas de satélite, ISS, VLS, Cyclone e mais um monte de outras bobagens. Com o dinheiro disponível... na verdade não tem como fazer Nada!
O exemplo mais brilhante que ela deu, foi de um cidadão que ganha R$ 2,000. Quer morar na zona sul, andar com carros acima R$ 50.000, ter telefone celular de conta... enfim, pode até ter, mas uma ou outra coisa sempre estarão sendo pagas com a atraso.
Na minha opinião o programa espacial Brasileiro deveria abolir a idéia de ter um lançador próprio assim com os Israelenses fizeram.
Lembro que uma vez mandei uma mensagem pra ela, com dúvidas sobre o programa Israelense. Inicialmente o programa Israelnse previa um tipo de satélite de reconhecimento e um lançador para lançá-lo e só...
Aqui nós temos 300 programas de satélite, ISS, VLS, Cyclone e mais um monte de outras bobagens. Com o dinheiro disponível... na verdade não tem como fazer Nada!
O exemplo mais brilhante que ela deu, foi de um cidadão que ganha R$ 2,000. Quer morar na zona sul, andar com carros acima R$ 50.000, ter telefone celular de conta... enfim, pode até ter, mas uma ou outra coisa sempre estarão sendo pagas com a atraso.
Na minha opinião o programa espacial Brasileiro deveria abolir a idéia de ter um lançador próprio assim com os Israelenses fizeram.
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Os israelenses têm um lançador próprio, Zero.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Bolovo, eles até tem um lançador próprio mas devido as peculiaridades geográficas não o utilizam e nem optaram por desenvolver outro. Os Satelites Israelenses normalmente sobrem nos veículos Indianos.
[]s
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Uma das PRINCIPAIS funções de um programa espacial é "mostrar a bandeira" ou seja, mostrar para as demais nações que o país atingiu um determinado nível de desenvolvimento que lhe permite alcançar realizações técnicas que nações menos avançadas não podem. Isto é uma parte importantíssima da formação da imagem de uma nação perante os povos das demais nações e de seu próprio povo, e tem reflexos depois nas relações internacionais, no comérco, e até mesmo na educação local (maior interesse dos jovens sobre assuntos técnicos e etc...).
E para que este objetivo seja atingido é praticamente imprescindível que o país possua lançadores próprios, ou ficará sempre a impressão de que o país é "desenvolvido pela metade". Neste aspecto específico a construção de satélites para lançamento por foguetes de outras nações é uma opção apenas para aqueles que já lançam seus próprios satélites, caso contrário o país se mantém dependente de outros para a consecução de seu programa espacial e não pode contar com o prestígio que adquire de uma verdadeira "nação espacial".
Se os resultados práticos de um programa espacial bem sucedido (e aí estou falando de aplicações reais, não apenas de uma questão de prestígio nacional) fossem mínimos ou inúteis, se o Brasil jamais tivesse começado o seu programa, ou se fosse uma coisa realmente absurda em termos de custos, eu até poderia concordar que talvez devêssemos partir para uma outra alternativa.
Como nenhuma das hipóteses acima é verdadeira, minha opinião pessoal é temos sim que manter o programa de foguetes nacionais. Mas não do jeito que está, largado ao deus-dará e sem que ninguém saiba realmente aonde se quer chegar!
Leandro G. Card
E para que este objetivo seja atingido é praticamente imprescindível que o país possua lançadores próprios, ou ficará sempre a impressão de que o país é "desenvolvido pela metade". Neste aspecto específico a construção de satélites para lançamento por foguetes de outras nações é uma opção apenas para aqueles que já lançam seus próprios satélites, caso contrário o país se mantém dependente de outros para a consecução de seu programa espacial e não pode contar com o prestígio que adquire de uma verdadeira "nação espacial".
Se os resultados práticos de um programa espacial bem sucedido (e aí estou falando de aplicações reais, não apenas de uma questão de prestígio nacional) fossem mínimos ou inúteis, se o Brasil jamais tivesse começado o seu programa, ou se fosse uma coisa realmente absurda em termos de custos, eu até poderia concordar que talvez devêssemos partir para uma outra alternativa.
Como nenhuma das hipóteses acima é verdadeira, minha opinião pessoal é temos sim que manter o programa de foguetes nacionais. Mas não do jeito que está, largado ao deus-dará e sem que ninguém saiba realmente aonde se quer chegar!
Leandro G. Card
Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Isso mostra mais uma vez que o pensamento da Koslova (o qual descrevi acima...) está correto. O problema é justamente esse "viver de aparência".LeandroGCard escreveu:Uma das PRINCIPAIS funções de um programa espacial é "mostrar a bandeira" ou seja, mostrar para as demais nações que o país atingiu um determinado nível de desenvolvimento que lhe permite alcançar realizações técnicas que nações menos avançadas não podem. Isto é uma parte importantíssima da formação da imagem de uma nação perante os povos das demais nações e de seu próprio povo, e tem reflexos depois nas relações internacionais, no comérco, e até mesmo na educação local (maior interesse dos jovens sobre assuntos técnicos e etc...).
Até concordo em partes, mas e depois que virarmos uma "nação espacial"? faremos o quê? sentaremos aqui e vamos dizer uns para os outros: "nossa, somos uma nação espacial..." ?LeandroGCard escreveu:E para que este objetivo seja atingido é praticamente imprescindível que o país possua lançadores próprios, ou ficará sempre a impressão de que o país é "desenvolvido pela metade". Neste aspecto específico a construção de satélites para lançamento por foguetes de outras nações é uma opção apenas para aqueles que já lançam seus próprios satélites, caso contrário o país se mantém dependente de outros para a consecução de seu programa espacial e não pode contar com o prestígio que adquire de uma verdadeira "nação espacial".
Eu acho que o reflexo das coisas são a aplicabilidade dos sistemas desenvolvidos.
Existem muitos países que não tem nem projeto de lançadores espaciais, mas que são muito mais desenvolvidos do que o Brasil em termos de exploração espacial.
Se os resultados práticos de um programa espacial bem sucedido (e aí estou falando de aplicações reais, não apenas de uma questão de prestígio nacional) fossem mínimos ou inúteis, se o Brasil jamais tivesse começado o seu programa, ou se fosse uma coisa realmente absurda em termos de custos, eu até poderia concordar que talvez devêssemos partir para uma outra alternativa.
Esse é o problema Leandro. Eu não sou contra um programa de foguetes nacional, mas contra a bagunça que acontece atualmente e todos nós sabemos que isso não vai mudar nem daqui a 100 anos e no final das contas teremos torrado muito dinheiro, apenas para lançar um artefado no espaço.LeandroGCard escreveu:Como nenhuma das hipóteses acima é verdadeira, minha opinião pessoal é temos sim que manter o programa de foguetes nacionais. Mas não do jeito que está, largado ao deus-dará e sem que ninguém saiba realmente aonde se quer chegar!
Vamos falar sério gente, hoje o mercado de lançadores já se encontra estrangulado, reinventar a roda só seria correto em duas opções: a) um projeto de icbm por trás de tudo isso, ou a b) escalada e exploração mais profunda do espaço (levando cargas muito mais pesadas...) pelo Brasil sozinho!
Estamos na contra-mão do mundo...
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Caro amigo Zero4, vamos por partes.
Viver de imagem é o que temos tentado fazer até agora (e sem sucesso, o que é pior) possuindo um programa de foguetes há trinta anos sem lançar nenhum satélite, entrando no programa da ISS e não entregando as peças que estavam sob nossa responsabilidade, lançando um astronauta ao espaço como passageiro pagante, cedendo uma base de lançamento para a Ucrânia e considerando o foguete como se fosse realização nossa, etc... (nada contra lançar foguetes estrangeiros do Brasil, mas este não é o nosso programa espacial, no momento em que alguém oferecer vantagens maiores ou fizer alguma pressão diplomática os ucranianos vão embora e não poderemos fazer nada, pois certos estarão eles).
Os países que possuem uma capacidade de construir satélites mais avançada que a nossa sem possuir seus próprios lançadores ou possuem parcerias fortes com países que possuem os lançadores (Canadá por exemplo) ou entraram em algum programa multinacional (países Europeus participantes do programa Ariane). Tentamos fazer algo parecido ao entrar no programa da ISS, mas nosso “timing” simplesmente não bate com o das demais nações cujos programas possuem apoio muito maior de seus governos. No acordo com a Ucrânia estamos responsáveis apenas pelas instalações de lançamento, o foguete vem de fora e só será montado aqui. E o acordo com a Rússia praticamente é só acadêmico (por decisão nossa).
Além disso temos nosso próprio programa de satélites com diversos projetos como a PMM e o SARA, o satélite geoestacionário e outros. Mas como desenvolver tecnologia de satélites sem um lançador próprio? Se ficarmos na dependência da disponibilidade de lançadores estrangeiros ou pagamos muito mais caro ou ficamos no fim da fila, com satélites estocados durante anos esperando um lançamento livre.
E não podemos esquecer que nosso país é imenso, com interesses em uma área enorme de oceano e com muito pouca infra-estrutura na maior parte do território. Realmente precisamos de satélites para as mais diversas aplicações, e o que poderíamos estar desenvolvendo nesta área não seria apenas para propaganda!
Mas de qualquer forma isto pouco importa, pois nenhum programa espacial no planeta é mantido apenas com a intenção de obter lucro com lançamentos comerciais. Se pensássemos assim é que estaríamos na contra-mão do mundo. O que interessa é a capacidade (estratégica para os países) de colocar as cargas que desejar no espaço, quando desejar e/ou precisar. Se aparecer algum cliente pagando pelo lançamento ótimo, mas nenhum programa de desenvolvimento de foguetes no mundo é bancado pela expectativa de lucro do agente financiador (quando a tecnologia de foguetes e seus componentes básicos já está disponível tudo bem, é comum que sejam criados aperfeiçoamentos específicos para atender as necessidades de clientes comerciais, mas antes alguma versão de lançador já tem que estar disponível).
Existem muitas outras justificativas para um país como o Brasil possuir um programa sério de foguetes (a palavra chave aqui é sério), se formos resumir tudo a simplesmente tentar ganhar alguns trocados lançando carga paga então é melhor parar por aqui mesmo.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
Não se trata absolutamente de “viver de imagem”. A posição que um país ocupa na sociedade das nações (assim como uma pessoa na sociedade humana) depende do que as demais nações percebem sobre ela. Em um mundo dominado pelas aplicações da ciência e da tecnologia mostrar capacidade técnica é fundamental para que um país seja reconhecido como uma nação de alguma importância, e a capacidade de lançar seus próprios satélites é uma das melhores formas de mostrar esta capacidade (e custa menos que fazer uma copa do mundo!!!).ZeRo4 escreveu:Isso mostra mais uma vez que o pensamento da Koslova (o qual descrevi acima...) está correto. O problema é justamente esse "viver de aparência".LeandroGCard escreveu:Uma das PRINCIPAIS funções de um programa espacial é "mostrar a bandeira" ou seja, mostrar para as demais nações que o país atingiu um determinado nível de desenvolvimento que lhe permite alcançar realizações técnicas que nações menos avançadas não podem. Isto é uma parte importantíssima da formação da imagem de uma nação perante os povos das demais nações e de seu próprio povo, e tem reflexos depois nas relações internacionais, no comérco, e até mesmo na educação local (maior interesse dos jovens sobre assuntos técnicos e etc...).
Viver de imagem é o que temos tentado fazer até agora (e sem sucesso, o que é pior) possuindo um programa de foguetes há trinta anos sem lançar nenhum satélite, entrando no programa da ISS e não entregando as peças que estavam sob nossa responsabilidade, lançando um astronauta ao espaço como passageiro pagante, cedendo uma base de lançamento para a Ucrânia e considerando o foguete como se fosse realização nossa, etc... (nada contra lançar foguetes estrangeiros do Brasil, mas este não é o nosso programa espacial, no momento em que alguém oferecer vantagens maiores ou fizer alguma pressão diplomática os ucranianos vão embora e não poderemos fazer nada, pois certos estarão eles).
Nossos empresários da área industrial terão muito a dizer a pessoas de outros países para os quais pretendem exportar se nos tornarmos uma nação espacial. Nossos diplomatas também poderão utilizar alguns argumentos à partir daí. Os militares idem...Até concordo em partes, mas e depois que virarmos uma "nação espacial"? faremos o quê? sentaremos aqui e vamos dizer uns para os outros: "nossa, somos uma nação espacial..." ?LeandroGCard escreveu:E para que este objetivo seja atingido é praticamente imprescindível que o país possua lançadores próprios, ou ficará sempre a impressão de que o país é "desenvolvido pela metade". Neste aspecto específico a construção de satélites para lançamento por foguetes de outras nações é uma opção apenas para aqueles que já lançam seus próprios satélites, caso contrário o país se mantém dependente de outros para a consecução de seu programa espacial e não pode contar com o prestígio que adquire de uma verdadeira "nação espacial".
Eu acho que o reflexo das coisas são a aplicabilidade dos sistemas desenvolvidos.
Existem muitos países que não tem nem projeto de lançadores espaciais, mas que são muito mais desenvolvidos do que o Brasil em termos de exploração espacial.
Os países que possuem uma capacidade de construir satélites mais avançada que a nossa sem possuir seus próprios lançadores ou possuem parcerias fortes com países que possuem os lançadores (Canadá por exemplo) ou entraram em algum programa multinacional (países Europeus participantes do programa Ariane). Tentamos fazer algo parecido ao entrar no programa da ISS, mas nosso “timing” simplesmente não bate com o das demais nações cujos programas possuem apoio muito maior de seus governos. No acordo com a Ucrânia estamos responsáveis apenas pelas instalações de lançamento, o foguete vem de fora e só será montado aqui. E o acordo com a Rússia praticamente é só acadêmico (por decisão nossa).
Além disso temos nosso próprio programa de satélites com diversos projetos como a PMM e o SARA, o satélite geoestacionário e outros. Mas como desenvolver tecnologia de satélites sem um lançador próprio? Se ficarmos na dependência da disponibilidade de lançadores estrangeiros ou pagamos muito mais caro ou ficamos no fim da fila, com satélites estocados durante anos esperando um lançamento livre.
E não podemos esquecer que nosso país é imenso, com interesses em uma área enorme de oceano e com muito pouca infra-estrutura na maior parte do território. Realmente precisamos de satélites para as mais diversas aplicações, e o que poderíamos estar desenvolvendo nesta área não seria apenas para propaganda!
Não me parece que o mercado esteja estrangulado, uma busca rápida na internet mostrou vários satélites na fila aguardando lançamento. Claro que com a crise mundial não é difícil imaginar uma queda na procura ao longo dos próximos dois ou três anos, mas quando se fala em lançamentos espaciais se pensa em um futuro bem mais longínquo do que isso.Esse é o problema Leandro. Eu não sou contra um programa de foguetes nacional, mas contra a bagunça que acontece atualmente e todos nós sabemos que isso não vai mudar nem daqui a 100 anos e no final das contas teremos torrado muito dinheiro, apenas para lançar um artefado no espaço.LeandroGCard escreveu:Se os resultados práticos de um programa espacial bem sucedido (e aí estou falando de aplicações reais, não apenas de uma questão de prestígio nacional) fossem mínimos ou inúteis, se o Brasil jamais tivesse começado o seu programa, ou se fosse uma coisa realmente absurda em termos de custos, eu até poderia concordar que talvez devêssemos partir para uma outra alternativa.
Como nenhuma das hipóteses acima é verdadeira, minha opinião pessoal é temos sim que manter o programa de foguetes nacionais. Mas não do jeito que está, largado ao deus-dará e sem que ninguém saiba realmente aonde se quer chegar!
Vamos falar sério gente, hoje o mercado de lançadores já se encontra estrangulado, reinventar a roda só seria correto em duas opções: a) um projeto de icbm por trás de tudo isso, ou a b) escalada e exploração mais profunda do espaço (levando cargas muito mais pesadas...) pelo Brasil sozinho!
Estamos na contra-mão do mundo...
Mas de qualquer forma isto pouco importa, pois nenhum programa espacial no planeta é mantido apenas com a intenção de obter lucro com lançamentos comerciais. Se pensássemos assim é que estaríamos na contra-mão do mundo. O que interessa é a capacidade (estratégica para os países) de colocar as cargas que desejar no espaço, quando desejar e/ou precisar. Se aparecer algum cliente pagando pelo lançamento ótimo, mas nenhum programa de desenvolvimento de foguetes no mundo é bancado pela expectativa de lucro do agente financiador (quando a tecnologia de foguetes e seus componentes básicos já está disponível tudo bem, é comum que sejam criados aperfeiçoamentos específicos para atender as necessidades de clientes comerciais, mas antes alguma versão de lançador já tem que estar disponível).
Existem muitas outras justificativas para um país como o Brasil possuir um programa sério de foguetes (a palavra chave aqui é sério), se formos resumir tudo a simplesmente tentar ganhar alguns trocados lançando carga paga então é melhor parar por aqui mesmo.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
Editado pela última vez por LeandroGCard em Sáb Fev 07, 2009 3:15 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Voltando ao tema do thread, que diz: Irã diz ter colocado....
Percebe-se uma certa má vontade com os iranianos. Então vejamos:
1) O Irã tem um sistema educacional bem mais organizado que o brasileiro. Lá todas as criancinhas estudam. E o mais interessante: Quase todo mundo sabe ler e fazer conta.
2) Como alguem disse: É uma questão de FOCO. Eles tem Visão e Missões claras, cristalinas. Aplicam os principios da boa gestão de projetos ao pé da letra. Pelo menos dois casos são emblemáticos: Resolveram desenvolver e operar um torpedo que pudesse ser lançado da costa contra navios navegando em suas aguas. Optaram pela tecnologia de cavitação em alta velocidade. Mandaram pirão. O resultado foi a construção de um torpedo cavitacional de alta velocidade (caracteristica intriseca à cavitação) e longo alcance. Aproveitaram a presença de importante flotilha dos EUA nas proximidades de Ormuz, convidaram midia internacional e disparam unzinho. Quando o pessoal viu aquele torpedaço sair a 100 km/h iniciais mar adentro, a área voltou a uma certa calma, reduziram-se os passeios dos EUA pela costa, e a tal tranquilidade continua até hoje.
3) Em 2005 anunciaram que se dedicariam a construir um lançador espacial e desenvolver satelites especiais para cumprir objetivos muito especificios. Em 2007 começaram a lançar os foguetões com cabeça oca. Foram aperfeiçoando. Enquanto isso projetaram e construiram os primeiros satelites efetivos. Agora, no inicio de 2009 dispararam o conjunto e o satelite já está em posicionamento.
4) Enquanto isso a gente lê criticas aos seus equipamentos. O que já li de gozação e critica sobre a tal copia do F-5 bi-enrabixado... Mas estão indo em frente e gastando bem menos que o Brasil e outros paises como a India.
5) Por curiosidade e por dever de oficio dei uma levantada sobre a produção cientifica iraniana. É impressionante.
Então, a gente podia começar reescrevendo tudo, tipo: Irã colocou...
Percebe-se uma certa má vontade com os iranianos. Então vejamos:
1) O Irã tem um sistema educacional bem mais organizado que o brasileiro. Lá todas as criancinhas estudam. E o mais interessante: Quase todo mundo sabe ler e fazer conta.
2) Como alguem disse: É uma questão de FOCO. Eles tem Visão e Missões claras, cristalinas. Aplicam os principios da boa gestão de projetos ao pé da letra. Pelo menos dois casos são emblemáticos: Resolveram desenvolver e operar um torpedo que pudesse ser lançado da costa contra navios navegando em suas aguas. Optaram pela tecnologia de cavitação em alta velocidade. Mandaram pirão. O resultado foi a construção de um torpedo cavitacional de alta velocidade (caracteristica intriseca à cavitação) e longo alcance. Aproveitaram a presença de importante flotilha dos EUA nas proximidades de Ormuz, convidaram midia internacional e disparam unzinho. Quando o pessoal viu aquele torpedaço sair a 100 km/h iniciais mar adentro, a área voltou a uma certa calma, reduziram-se os passeios dos EUA pela costa, e a tal tranquilidade continua até hoje.
3) Em 2005 anunciaram que se dedicariam a construir um lançador espacial e desenvolver satelites especiais para cumprir objetivos muito especificios. Em 2007 começaram a lançar os foguetões com cabeça oca. Foram aperfeiçoando. Enquanto isso projetaram e construiram os primeiros satelites efetivos. Agora, no inicio de 2009 dispararam o conjunto e o satelite já está em posicionamento.
4) Enquanto isso a gente lê criticas aos seus equipamentos. O que já li de gozação e critica sobre a tal copia do F-5 bi-enrabixado... Mas estão indo em frente e gastando bem menos que o Brasil e outros paises como a India.
5) Por curiosidade e por dever de oficio dei uma levantada sobre a produção cientifica iraniana. É impressionante.
Então, a gente podia começar reescrevendo tudo, tipo: Irã colocou...
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Tenho que concordar contigo, eles podem ter colocado uma "miniatura" de um satélite, mas colocaram e sem ajuda de ninguém. Isso é uma demonstração que o Irão está a avançar.
- LeandroGCard
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
É exatamente por este tipo de coisa que eu sempre digo que o Irã não é o Iraque.
No ocidente nós temos a mania de considerar todos os países árabes como atrasados social, cultural e tecnologicamente, e tendemos a achar que o Irã é apenas mais um Iraque ou Egito, mas a verdade é bem diferente.
Os iranianos nem mesmo se consideram árabes, e desde sempre tiveram um nível de desenvolvimento bem acima da maioria dos demais países da região. Eles tem uma tradição em pesquisa tecnológica que realmente é superior à do Brasil, embora sejam prejudicados pela quantidade menor de recursos e pelos embargos internacionais. Em muitos aspectos nós poderíamos aprender bastante com eles, se pelo menos prestássemos mais atenção.
Leandro G. Card
No ocidente nós temos a mania de considerar todos os países árabes como atrasados social, cultural e tecnologicamente, e tendemos a achar que o Irã é apenas mais um Iraque ou Egito, mas a verdade é bem diferente.
Os iranianos nem mesmo se consideram árabes, e desde sempre tiveram um nível de desenvolvimento bem acima da maioria dos demais países da região. Eles tem uma tradição em pesquisa tecnológica que realmente é superior à do Brasil, embora sejam prejudicados pela quantidade menor de recursos e pelos embargos internacionais. Em muitos aspectos nós poderíamos aprender bastante com eles, se pelo menos prestássemos mais atenção.
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
A maioria dos Iranianos não são árabes, mas sim Persas. Daí haver tantas pessoas com olhos claros, a tonalidade da pele em muitos Iranianos ser mais clara, etc.
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
colegas,
Ta certo que os iranianos foram aplicados, tem suas qualidades, mas não como nós brasileiros, se voce for verificar e parar pra pensar melhor, descobrirá que a tecnologia aplicada, a qual foi comprada a peso de ouro na Russia, não chega nem próxima da nossa, este lançador não passa de um VSB-30 com um girômetro e uma telemetria, o satélite é uma formiga na frente do nosso elefante CBERS.
Mas como dizem, eles fizeram o que planejaram, e nós não, porem nossa ambição é bem maior ne?
Mauri
Ta certo que os iranianos foram aplicados, tem suas qualidades, mas não como nós brasileiros, se voce for verificar e parar pra pensar melhor, descobrirá que a tecnologia aplicada, a qual foi comprada a peso de ouro na Russia, não chega nem próxima da nossa, este lançador não passa de um VSB-30 com um girômetro e uma telemetria, o satélite é uma formiga na frente do nosso elefante CBERS.
Mas como dizem, eles fizeram o que planejaram, e nós não, porem nossa ambição é bem maior ne?
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
? prefiro não comentar muito mais, Irã (...) Ariano (...) Alemanha (...) Israel (...) Judeu = (...)EDSON escreveu:Irã vem da palavra puro ariano.
“melhor seria viver sozinho, mas isso não é possível: precisamos do poder de todos para proteger o de cada um e dos outros” (Francis Wolff)
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Re: Irã diz ter colocado em órbita seu primeiro satélite Omid
Caro Mauri, a coisa não é bem assim.mauri escreveu:colegas,
Ta certo que os iranianos foram aplicados, tem suas qualidades, mas não como nós brasileiros, se voce for verificar e parar pra pensar melhor, descobrirá que a tecnologia aplicada, a qual foi comprada a peso de ouro na Russia, não chega nem próxima da nossa, este lançador não passa de um VSB-30 com um girômetro e uma telemetria, o satélite é uma formiga na frente do nosso elefante CBERS.
Mas como dizem, eles fizeram o que planejaram, e nós não, porem nossa ambição é bem maior ne?
Mauri
O Irã de fato comprou uma tecnologia de foguetes balísticos de combustível líquido de origem russa (mas pelo que se sabe não foi da Rússia e sim da Coréia do Norte e o preço não deve ter sido tão caro assim). Mas o Japão também começou o desenvolvimento de seus foguetes de combustível líquido comprando o tecnologia americana, e os indianos comprando russa e francesa. Os próprios americanos e russos partiram de tecnologia alemã capturada após a 2GM, portanto partir de tecnologia estrangeira não é nenhum demérito.
O programa deles continuou com o desenvolvimento local de foguetes cada vez mais potentes e maiores, e chegou agora ao ponto deste pequeno lançador de satélites, que é bem maior e mais potente que o VS-30 (que tem diâmetro de apenas 0,55m, comprimento de 7,43m e peso de lançamento de 1460.), ou mesmo que o VS-40 (diâmetro de 1m, comprimento de 7,39 m e 6.737 Kg de peso). O lançador iraniano mede 22 metros de comprimento, tem um diâmetro de 1,25 metros na base e pesa 26 toneladas no lançamento. O primeiro estágio sozinho pesa quase 13 toneladas, sendo significativamente maior que o motor S-40 do VLS (pouco mais de 8 ton).
Na verdade, se os iranianos montarem vários destes este motores com a mesma configuração "cluster" usada no VLS o foguete deles poderia ser bem mais "ambicioso" que o brasileiro. Ou poderiam construir um foguete convencional mas utilizando vários destes motores em uma única montagem (algo que não é possível com os motores de combustível sólido do VLS), e fariam algo bem maior que qualquer coisa que tenhamos sequer proposto até agora. Só que eles são pé-no-chão e dão um passo de cada vez, lançando primeiro o foguete mais simples para depois (se acharem necessário) tentar fazer algo maior. Já nós partimos direto para a maior e mais complexa configuração possível, com os resultados conhecidos.
Dê uma olhada no link abaixo para conhecer melhor o Safir, o lançador de satélites iraniano.
http://www.b14643.de/Spacerockets_1/Div ... /Safir.htm
Outro detalhe, até o momento os satélites da série CERBS são 66% chineses, nossa participação é minoritária, e nem em sonho podem ser lançados pelo nosso VLS. Eles vão ao espaço em foguetes chineses Longa-Marcha 4.
Um abraço,
Leandro G. Card