SEQUESTRO NO ABC
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Re: SEQUESTRO NO ABC
Na minha umilde opiniao, o GATE jogou para agradar a imprensa, e para se auto-preservar por responder pela eliminacao desse miseravel.
Agora tem que se apurar onde a policia errou, e melhorar para a proxima situacao, que sedo ou tarde vai ocorrer. Desconfio que o proximo a tomar refens de maneira similar, sera morto na primeira oportunidade.
O que fica agora eh a tristeza pela familia da moca, e pelo menos a certeza que o maldito Lindemberg jamais tornara a ter sossego... na cadeia uma pessoa como ele sofre muito!
Agora tem que se apurar onde a policia errou, e melhorar para a proxima situacao, que sedo ou tarde vai ocorrer. Desconfio que o proximo a tomar refens de maneira similar, sera morto na primeira oportunidade.
O que fica agora eh a tristeza pela familia da moca, e pelo menos a certeza que o maldito Lindemberg jamais tornara a ter sossego... na cadeia uma pessoa como ele sofre muito!
Abraços
Re: SEQUESTRO NO ABC
A parede é grossa demais pra permitir o uso eficiente desse tipo de equipamento.DRUSUS escreveu: 2- a falta de um equipamento (termógrafo) que consegue enxergar a localização do suspeito;
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
Re: SEQUESTRO NO ABC
Só que nós estamos no Brasil Clermont, e se trouxermos a SWAT prá e colocarmos no lugar do GATE, muito, mas muito provavelmente a cagada será semelhante. A ordem de não matar aquele merda veio de cima, bem de cima.Acabei de assistir as opiniões de um brasileiros que é instrutor de polícia nos Estados Unidos, analisando a ação da PM paulista, para o Fantástico.
Realmente, as opiniões dele foram devastadoras. Em certo instante, comentando sobre a volta da refém para as mãos do bandido, o especialista disse, com todas as letras:
- Aquilo me deu vergonha de ser brasileiro. Fiquei com vergonha da polícia brasileira.
Em especial, sobre a questão do "tiro de comprometimento" ele foi claro em afirmar que, o bandido devia ser exterminado, sem piedade. E que existiu, sim, chances claras para isso ser realizado.
- rodrigo
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Re: SEQUESTRO NO ABC
A negociação envolve a análise da personalidade da pessoa, e a previsão de desfecho para os acontecimentos. Durante a negociação, duas certezas preocuparam o comando da operação: as escutas e filmagens demonstravam que se tratavam de crianças irresponsáveis, namorando e discutindo o tempo todo; e a certeza de uma síndrome de Estocolmo, que causaria uma tragédia em caso invasão tática. O GATE possui um histórico trágico no uso de sniper, quando ocorreu a morte de uma jovem, Adriana Caringe, morta por um projétil secundário de um disparo de um sniper do GATE; talvez as limitações de emprego do sniper, trazidas pela tragédia anterior, sejam revistas pela presente tragédia. A menor que voltou ao cativeiro não foi entregue de bandeja, ela fugiu no meio de uma negociação e voltou para dentro do apartamento. Pode ter havido ingenuidade por parte da equipe de negociação, mas o bandido e as reféns eram pobres moradores de periferia, altamente enfeitiçados pela exposição na mídia. A massiva presença da imprensa atrapalhou todos os tomadores de opinião, do governador ao capitão que negociava. Se fosse uma operação sem a presença da imprensa, como ocorre dezenas de vezes diariamente pelo Brasil, provavelmente teria sido resolvido em poucas horas, sem mortos ou feridos. Um fenômeno interessante, que daria um bom estudo de sociologia, é a projeção que muitas pessoas, principalmente de classe média, fazem com esse tipo de evento, muito forte. Todos ficam se imaginando como reféns, ou parentes ou amigos naquela situação. Ninguém procura saber como anda o treinamento, equipamento, remuneração das polícias, mas quando o bicho pega, todo mundo lembra e cobra deles. Eu os admiro muito. O resultado ficou longe do esperado, e tenho certeza que eles são uns dos mais frustrados com isso. Tem gente que não consegue decidir rápido, se toma suco de laranja com ou sem gelo, mas tem solução simples para um caso como esse. É impressionante!
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: SEQUESTRO NO ABC
Simplesmente perfeito, Rodrigo!rodrigo escreveu:A negociação envolve a análise da personalidade da pessoa, e a previsão de desfecho para os acontecimentos. Durante a negociação, duas certezas preocuparam o comando da operação: as escutas e filmagens demonstravam que se tratavam de crianças irresponsáveis, namorando e discutindo o tempo todo; e a certeza de uma síndrome de Estocolmo, que causaria uma tragédia em caso invasão tática. O GATE possui um histórico trágico no uso de sniper, quando ocorreu a morte de uma jovem, Adriana Caringe, morta por um projétil secundário de um disparo de um sniper do GATE; talvez as limitações de emprego do sniper, trazidas pela tragédia anterior, sejam revistas pela presente tragédia. A menor que voltou ao cativeiro não foi entregue de bandeja, ela fugiu no meio de uma negociação e voltou para dentro do apartamento. Pode ter havido ingenuidade por parte da equipe de negociação, mas o bandido e as reféns eram pobres moradores de periferia, altamente enfeitiçados pela exposição na mídia. A massiva presença da imprensa atrapalhou todos os tomadores de opinião, do governador ao capitão que negociava. Se fosse uma operação sem a presença da imprensa, como ocorre dezenas de vezes diariamente pelo Brasil, provavelmente teria sido resolvido em poucas horas, sem mortos ou feridos. Um fenômeno interessante, que daria um bom estudo de sociologia, é a projeção que muitas pessoas, principalmente de classe média, fazem com esse tipo de evento, muito forte. Todos ficam se imaginando como reféns, ou parentes ou amigos naquela situação. Ninguém procura saber como anda o treinamento, equipamento, remuneração das polícias, mas quando o bicho pega, todo mundo lembra e cobra deles. Eu os admiro muito. O resultado ficou longe do esperado, e tenho certeza que eles são uns dos mais frustrados com isso. Tem gente que não consegue decidir rápido, se toma suco de laranja com ou sem gelo, mas tem solução simples para um caso como esse. É impressionante!
É muito fácil colocar toda a culpa em cima do GATE.
Resta aprender com os erros. Rever procedimentos.
Talvez a partir de agora seja mais fácil optar pelo tiro de um sniper.
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Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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Re: SEQUESTRO NO ABC
Alguns (jornalistas, cientistas políticos e sociais etc e tal) já descobriram o culpado por tudo.
O culpado não foi o "Lindenbleargh."
Não foram erros da polícia ou do governo.
Não foi o comportamento irresponsável de parte da mídia. Como essa Sonia Abrão da Rede TV.
Não.
A culpa foi toda da "existência das armas de fogo e o livre acesso a elas no Brasil".
Simples, assim...
O culpado não foi o "Lindenbleargh."
Não foram erros da polícia ou do governo.
Não foi o comportamento irresponsável de parte da mídia. Como essa Sonia Abrão da Rede TV.
Não.
A culpa foi toda da "existência das armas de fogo e o livre acesso a elas no Brasil".
Simples, assim...
- Guerra
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Re: SEQUESTRO NO ABC
Duka escreveu:Na minha umilde opiniao, o GATE jogou para agradar a imprensa, e para se auto-preservar por responder pela eliminacao desse miseravel.
Agora tem que se apurar onde a policia errou, e melhorar para a proxima situacao, que sedo ou tarde vai ocorrer. Desconfio que o proximo a tomar refens de maneira similar, sera morto na primeira oportunidade.
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"jogou", vc usou o termo correto. O problema esta em quem dita as regras desse jogo.
Pode fazer curso a vontade, comprar equipamento e mais equipamento, se as regras forem as mesmas, o resultado vai ser o mesmo.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Guerra
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Re: SEQUESTRO NO ABC
Perfeito! Pode imprimir e colocar na moldura, Rodrigo.rodrigo escreveu:A negociação envolve a análise da personalidade da pessoa, e a previsão de desfecho para os acontecimentos. Durante a negociação, duas certezas preocuparam o comando da operação: as escutas e filmagens demonstravam que se tratavam de crianças irresponsáveis, namorando e discutindo o tempo todo; e a certeza de uma síndrome de Estocolmo, que causaria uma tragédia em caso invasão tática. O GATE possui um histórico trágico no uso de sniper, quando ocorreu a morte de uma jovem, Adriana Caringe, morta por um projétil secundário de um disparo de um sniper do GATE; talvez as limitações de emprego do sniper, trazidas pela tragédia anterior, sejam revistas pela presente tragédia. A menor que voltou ao cativeiro não foi entregue de bandeja, ela fugiu no meio de uma negociação e voltou para dentro do apartamento. Pode ter havido ingenuidade por parte da equipe de negociação, mas o bandido e as reféns eram pobres moradores de periferia, altamente enfeitiçados pela exposição na mídia. A massiva presença da imprensa atrapalhou todos os tomadores de opinião, do governador ao capitão que negociava. Se fosse uma operação sem a presença da imprensa, como ocorre dezenas de vezes diariamente pelo Brasil, provavelmente teria sido resolvido em poucas horas, sem mortos ou feridos. Um fenômeno interessante, que daria um bom estudo de sociologia, é a projeção que muitas pessoas, principalmente de classe média, fazem com esse tipo de evento, muito forte. Todos ficam se imaginando como reféns, ou parentes ou amigos naquela situação. Ninguém procura saber como anda o treinamento, equipamento, remuneração das polícias, mas quando o bicho pega, todo mundo lembra e cobra deles. Eu os admiro muito. O resultado ficou longe do esperado, e tenho certeza que eles são uns dos mais frustrados com isso. Tem gente que não consegue decidir rápido, se toma suco de laranja com ou sem gelo, mas tem solução simples para um caso como esse. É impressionante!
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Re: SEQUESTRO NO ABC
Adolescente baleada no Brasil teve morte cerebral
Ontem / http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior
Uma adolescente de 15 anos, baleada na cabeça pelo ex-namorado, depois de ser mantida refém por mais de cem horas, teve morte cerebral e a família autorizou a doação de seus órgãos, informaram este domingo fontes hospitalares.
Lindemberg Alves, 22 anos, disparou na sexta-feira dois tiros sobre Eolá Cristina Pimentel, atingindo-a na cabeça e na virilha, num dos mais longos casos de cárcere privado do Brasil.
O jovem, inconformado com a separação com Eolá Cristina Pimentel, manteve a adolescente e a sua amiga Naiara Rodrigues sob a mira de dois revólveres, num apartamento na região metropolitana de São Paulo.
A polícia invadiu o local, depois de vários dias de negociação, mas não conseguiu evitar que Lindemberg atirasse as duas adolescentes, numa tragédia passional que chocou o Brasil.
Naiara Rodrigues, ferida por um tiro na boca, permanece hospitalizada, mas não corre risco de vida e deverá prestar esclarecimentos para uma investigação policial sobre o sequestro.
Uma das balas de calibre 32, disparada por Lindemberg, atravessou todo o cérebro de Eloá Pimentel e alojou-se no cerebelo, causando a morte cerebral da jovem, segundo fontes hospitalares.
Lindemberg Alves foi detido e responderá num processo judicial por diversos crimes e arrisca-se a uma pena de prisão de até 30 anos, segundo especialistas criminais.
O autor dos disparos foi descrito por polícias que acompanharam as negociações como um jovem "perturbado" por "problemas amorosos", num drama transmitido em directo pelas emissoras de rádio e de televisão.
Re: SEQUESTRO NO ABC
A luz chegou a ser cortada, mas fizeram um acordo. Religavam a luz em troca da libertação da refém, me parece que a Nayara...Skyway escreveu:Vamos brincar então...
Eu teria cortado a energia logo no início. Disseram que não cortaram por que o telefone lá era sem fio e tinha que carregar, mas ora bolas, o GATE depende do telefone residêncial do cativeiro pra falar com o sequestrador?!!! Onde estavam os rádios de negocioação?
Pessoal, alguém ainda tem dúvidas de que a ordem suprema era NÃO executá-lo?Edu Lopes escreveu:Sei não, mas achei essa declaração muito infeliz. Deixa entender que o caso poderia ter sido encerrado com um "tiro de comprometimento" mas por medo do que a imprensa ia dizer a ordem não foi dada. O comandante não tem nada que ficar preocupado com imprensa, ele tem que fazer o seu trabalho da melhor forma possível e isso, nesse caso do seqüestro, poderia ser dar a ordem para que um atirador de elite finalizasse o filho da puta. Quem tem que se preocupar com a imprensa é o governador não o policial.
Não duvido que a vontade do Comandante era estar chingando a interferência política em uma situação delicada dessas, mas isso seria quebra de hierarquia.
X2!Carlos Mathias escreveu:Pronto, acabou a discussão. A polícia tinha milhares de maneiras de matar o cara, era muito mai fácil e econômico, mais rápido e menos traumático.Pois é, mas quem vc acha que dá a ordem pra fazer de tudo menos eliminar com um tiro na testa? O próprio Governador.
Mas vocês viram a entrevista dos médicos 17:00 sobre o estado das meninas? Faopi uam chuva de perguntas idiotas e explicações repetidas à exaustão pelos médicos. Um repórter chegou a perguntar pelo Linderg, se ele tinha falado com elas e tal.
Esse pessoal, mais as ONGs, Conselho tutelar, partidos políticos, sorveteiros, encanadores e foristas da internet, todo esse povo junto estaria agora cobrando a morte violenta de um jovem apaixonado que apenas estava descontrolado por amor blá, blá, blá.
Até eu acertaria ele com um fuzil, é fácil. Mas alguém tem que dar a ordem e assinar. Quem não quis dar a tal ordem??????
[<o>]
Re: SEQUESTRO NO ABC
Concordo se a opinião do governador fosse a de que prevaleceria a opinião técnica do Comandante da operação independentemente dos resultados...rodrigo escreveu:A negociação envolve a análise da personalidade da pessoa, e a previsão de desfecho para os acontecimentos. Durante a negociação, duas certezas preocuparam o comando da operação: as escutas e filmagens demonstravam que se tratavam de crianças irresponsáveis, namorando e discutindo o tempo todo; e a certeza de uma síndrome de Estocolmo, que causaria uma tragédia em caso invasão tática. O GATE possui um histórico trágico no uso de sniper, quando ocorreu a morte de uma jovem, Adriana Caringe, morta por um projétil secundário de um disparo de um sniper do GATE; talvez as limitações de emprego do sniper, trazidas pela tragédia anterior, sejam revistas pela presente tragédia. A menor que voltou ao cativeiro não foi entregue de bandeja, ela fugiu no meio de uma negociação e voltou para dentro do apartamento. Pode ter havido ingenuidade por parte da equipe de negociação, mas o bandido e as reféns eram pobres moradores de periferia, altamente enfeitiçados pela exposição na mídia. A massiva presença da imprensa atrapalhou todos os tomadores de opinião, do governador ao capitão que negociava. Se fosse uma operação sem a presença da imprensa, como ocorre dezenas de vezes diariamente pelo Brasil, provavelmente teria sido resolvido em poucas horas, sem mortos ou feridos. Um fenômeno interessante, que daria um bom estudo de sociologia, é a projeção que muitas pessoas, principalmente de classe média, fazem com esse tipo de evento, muito forte. Todos ficam se imaginando como reféns, ou parentes ou amigos naquela situação. Ninguém procura saber como anda o treinamento, equipamento, remuneração das polícias, mas quando o bicho pega, todo mundo lembra e cobra deles. Eu os admiro muito. O resultado ficou longe do esperado, e tenho certeza que eles são uns dos mais frustrados com isso. Tem gente que não consegue decidir rápido, se toma suco de laranja com ou sem gelo, mas tem solução simples para um caso como esse. É impressionante!
Resta saber se ele pensou mais no dia 26 ou no sucesso da operação.
[<o>]
- Skyway
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Re: SEQUESTRO NO ABC
Eu sei, mas isso mostra a passividade do GATE nessa ocorrência. Luz é uma coisa eu não se abre mão, por nada, nem por refém. Ele poderia negociar outra coisa pela Refém, mas luz não. A não ser que o GATE tivesse a doutrina da SWAT, de estabelecer um prazo de 24h de negociação. Aí pode deixar luz acessa e o cacete a quatro, o ocorrência não vai passar de 24h mesmo.RenaN escreveu:A luz chegou a ser cortada, mas fizeram um acordo. Religavam a luz em troca da libertação da refém, me parece que a Nayara...Skyway escreveu:Vamos brincar então...
Eu teria cortado a energia logo no início. Disseram que não cortaram por que o telefone lá era sem fio e tinha que carregar, mas ora bolas, o GATE depende do telefone residêncial do cativeiro pra falar com o sequestrador?!!! Onde estavam os rádios de negocioação?
E adiantou de que, a menina voltou pro cativeiro... E como o especialista da SWAT disse, tenho tambem vergonha de saber que uma polícia brasileira inaugurou na história das operações especiais o retorno de uma vítima liberada ao cativeiro.
AD ASTRA PER ASPERA
Re: SEQUESTRO NO ABC
Instrutor da SWAT critica operação policial
O Fantástico saiu em busca de respostas e ouviu um brasileiro que dá aulas para um grupo de elite da polícia americana: a SWAT.
Há nove anos, Marcos do Val é instrutor da SWAT em Dallas, nos Estados Unidos. Famosa na televisão e no cinema, a SWAT é um grupo de elite da polícia americana, preparado para enfrentar situações de emeO Fantástico saiu em busca de respostas e ouviu um brasileiro que dá aulas para um grupo de elite da polícia americana: a SWAT. Há nove anos, Marcos do Val é instrutor da SWAT em Dallas, nos Estados Unidos. Famosa na televisão e no cinema, a SWAT é um grupo de elite da polícia americana, preparado para enfrentar situações de emergência. O brasileiro corre o mundo ensinando técnicas de invasão e combate. Marcos já treinou seguranças do Papa no Vaticano e militares que lutaram na guerra do Afeganistão.
A convite do Fantástico, ele assistiu aos principais momentos do cerco em Santo André e avaliou a operação.
Primeiro erro: permitir que a negociação se arrastasse por cinco dias.
“Em uma situação passional como essa, quanto mais tempo leva, mais inconstante a pessoa fica”, ensina.
Marcos explica que a SWAT estabelece o prazo máximo de 24 horas para libertar o refém. Mas nunca foi preciso esperar tanto.
“A negociação mais longa que a SWAT de Dallas fez até hoje durou nove horas. A partir daí é invasão”, ressalta.
Terça-feira, 22h50. Nayara é libertada pela primeira vez. Era um acordo de Lindemberg com a polícia: soltar a jovem em troca da volta da energia elétrica.
“Foi bem feito, porque houve essa troca: me dá a refém, que eu acendo a luz novamente", diz Marcos.
Quarta-feira. Para o instrutor da SWAT, a polícia perdeu uma chance de terminar o seqüestro no momento em que Eloá lança uma corda improvisada e recolhe o almoço. O corpo da jovem ficou inclinado para fora da janela. E Lindemberg apareceu atrás da ex-namorada.
“Essa é uma oportunidade que a SWAT usaria como vantagem”, afirma.
Havia duas possibilidades de ação. A primeira: atiradores de elite poderiam atingir Lindemberg, uma estratégia descartada pela polícia.
“Por se tratar de um jovem, com uma decepção amorosa, a nossa opção era esgotar todas os meios de negociação e tentar cansá-lo”, explicou em uma entrevista o comandante do Gate, coronel Eduardo Félix.
Diz o instrutor que a SWAT aproveitaria uma situação assim para matar o seqüestrador.
“Para eles não importa se é um jovem, o que importa é que tem uma vida em risco e que o rapaz está colocando vidas de terceiros em risco também”, ressalta Marcos.
Segunda tática que a SWAT usaria: a triangulação. Dois policiais estariam de tocaia em escadas posicionadas ao lado da janela, fora do ângulo de visão de Lindemberg. Um terceiro policial ficaria na janela do andar de cima, pronto para descer de rapel. No momento do ataque, um dos policiais na escada agarraria Eloá e tentaria proteger a cabeça dela. O outro daria cobertura enquanto o terceiro viria de cima e daria um tiro no seqüestrador. Tudo isso ao mesmo tempo.
“É o efeito surpresa”.
Quinta-feira: Nayara volta ao apartamento.
“Isso é o maior absurdo dos absurdos. Em nenhum lugar do mundo já existiu uma situação dessas”, critica Marcos.
Em entrevista, o comandante Félix disse que não acha que a volta de Nayara ao apartamento foi um erro na operação policial. Segundo a polícia, Nayara teria se oferecido para ajudar na negociação, com permissão da mãe. Mas ninguém esperava que a jovem entrasse de novo no apartamento.
“Teria que ter um policial com escudo balístico na frente, a Nayara do lado, o policial segurando ela para se aproximar, para falar. Se for o caso, recuar. Mas não deixar ela sozinha, andando, abrindo a porta. O seqüestrador se sentiu poderoso nessa hora, porque teve a refém de volta. Foi um erro gravíssimo e eu sinto vergonha de ser brasileiro e saber que a polícia brasileira fez isso”, admite Marcos.
Sexta-feira: o dia da invasão. Marcos acha que os policiais usaram uma carga excessiva de explosivo, e que não contaram com a possibilidade de haver obstáculos atrás da porta. Isso atrasou a entrada da equipe.
“Deu tempo para o seqüestrador pegar a arma, fazer o disparo para onde ele quisesse”, afirma
Marcos.
Outro erro: não entrar simultaneamente pela frente, janela e fundos, com uso de bombas de luz e som, que deixariam o seqüestrador desnorteado.
“Esse tipo de bomba é para dar aquela sensação de desespero para o seqüestrador. Ele não sabe de onde está vindo a polícia".
O policial que estava posicionado na escada, além de atrasado - a explosão já havia acontecido -, demora muito para subir.
“O que deveria ter sido feito? Esse policial, por exemplo, poderia ter vindo correndo com a escada, pararia na parede de costas, colocaria a escada praticamente como se fosse uma grade para ele, já posicionada, e outro já viria correndo e subindo ao mesmo tempo”, ensina.
As imagens mostram que a polícia teve dificuldade para conter Lindemberg. A SWAT utiliza uma técnica que leva menos de um segundo para imobilizar o agressor.
“Um piscar de olhos e ele já está imobilizado e algemado no chão”, diz Marcos.
Marcos também viu falhas graves no socorro às vítimas. O médico, sozinho, luta para atravessar o tumulto. Os policiais pisam em Lindemberg. O caminho deveria estar livre para a equipe de socorro médica, com macas.
Eloá foi carregada no colo por um policial, um procedimento que Marcos julgou incorreto. E o pior: a cabeça ferida da jovem esbarra no corpo do médico. O jaleco dele fica manchado de sangue. Depois que o médico percebe, volta, então, para socorrê-la.
O desfecho foi trágico.
“Nós usamos todas as técnicas para evitar o que ocorreu”, garante Flávio de Pierre, comandante do GATE.
“Se nós tivéssemos atingindo com um tiro de comprometimento o Lindemberg, fatalmente o senhores estariam hoje questionando o Gate porque não negociaram mais”, declarou o comandante Félix.
“Você pode ter certeza nós estamos aprendendo muito com esse resultado e vai nos servir como experiência de vida”, admite o negociador do seqüestro Adriano Giovanini.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/ ... ICIAL.html
O Fantástico saiu em busca de respostas e ouviu um brasileiro que dá aulas para um grupo de elite da polícia americana: a SWAT.
Há nove anos, Marcos do Val é instrutor da SWAT em Dallas, nos Estados Unidos. Famosa na televisão e no cinema, a SWAT é um grupo de elite da polícia americana, preparado para enfrentar situações de emeO Fantástico saiu em busca de respostas e ouviu um brasileiro que dá aulas para um grupo de elite da polícia americana: a SWAT. Há nove anos, Marcos do Val é instrutor da SWAT em Dallas, nos Estados Unidos. Famosa na televisão e no cinema, a SWAT é um grupo de elite da polícia americana, preparado para enfrentar situações de emergência. O brasileiro corre o mundo ensinando técnicas de invasão e combate. Marcos já treinou seguranças do Papa no Vaticano e militares que lutaram na guerra do Afeganistão.
A convite do Fantástico, ele assistiu aos principais momentos do cerco em Santo André e avaliou a operação.
Primeiro erro: permitir que a negociação se arrastasse por cinco dias.
“Em uma situação passional como essa, quanto mais tempo leva, mais inconstante a pessoa fica”, ensina.
Marcos explica que a SWAT estabelece o prazo máximo de 24 horas para libertar o refém. Mas nunca foi preciso esperar tanto.
“A negociação mais longa que a SWAT de Dallas fez até hoje durou nove horas. A partir daí é invasão”, ressalta.
Terça-feira, 22h50. Nayara é libertada pela primeira vez. Era um acordo de Lindemberg com a polícia: soltar a jovem em troca da volta da energia elétrica.
“Foi bem feito, porque houve essa troca: me dá a refém, que eu acendo a luz novamente", diz Marcos.
Quarta-feira. Para o instrutor da SWAT, a polícia perdeu uma chance de terminar o seqüestro no momento em que Eloá lança uma corda improvisada e recolhe o almoço. O corpo da jovem ficou inclinado para fora da janela. E Lindemberg apareceu atrás da ex-namorada.
“Essa é uma oportunidade que a SWAT usaria como vantagem”, afirma.
Havia duas possibilidades de ação. A primeira: atiradores de elite poderiam atingir Lindemberg, uma estratégia descartada pela polícia.
“Por se tratar de um jovem, com uma decepção amorosa, a nossa opção era esgotar todas os meios de negociação e tentar cansá-lo”, explicou em uma entrevista o comandante do Gate, coronel Eduardo Félix.
Diz o instrutor que a SWAT aproveitaria uma situação assim para matar o seqüestrador.
“Para eles não importa se é um jovem, o que importa é que tem uma vida em risco e que o rapaz está colocando vidas de terceiros em risco também”, ressalta Marcos.
Segunda tática que a SWAT usaria: a triangulação. Dois policiais estariam de tocaia em escadas posicionadas ao lado da janela, fora do ângulo de visão de Lindemberg. Um terceiro policial ficaria na janela do andar de cima, pronto para descer de rapel. No momento do ataque, um dos policiais na escada agarraria Eloá e tentaria proteger a cabeça dela. O outro daria cobertura enquanto o terceiro viria de cima e daria um tiro no seqüestrador. Tudo isso ao mesmo tempo.
“É o efeito surpresa”.
Quinta-feira: Nayara volta ao apartamento.
“Isso é o maior absurdo dos absurdos. Em nenhum lugar do mundo já existiu uma situação dessas”, critica Marcos.
Em entrevista, o comandante Félix disse que não acha que a volta de Nayara ao apartamento foi um erro na operação policial. Segundo a polícia, Nayara teria se oferecido para ajudar na negociação, com permissão da mãe. Mas ninguém esperava que a jovem entrasse de novo no apartamento.
“Teria que ter um policial com escudo balístico na frente, a Nayara do lado, o policial segurando ela para se aproximar, para falar. Se for o caso, recuar. Mas não deixar ela sozinha, andando, abrindo a porta. O seqüestrador se sentiu poderoso nessa hora, porque teve a refém de volta. Foi um erro gravíssimo e eu sinto vergonha de ser brasileiro e saber que a polícia brasileira fez isso”, admite Marcos.
Sexta-feira: o dia da invasão. Marcos acha que os policiais usaram uma carga excessiva de explosivo, e que não contaram com a possibilidade de haver obstáculos atrás da porta. Isso atrasou a entrada da equipe.
“Deu tempo para o seqüestrador pegar a arma, fazer o disparo para onde ele quisesse”, afirma
Marcos.
Outro erro: não entrar simultaneamente pela frente, janela e fundos, com uso de bombas de luz e som, que deixariam o seqüestrador desnorteado.
“Esse tipo de bomba é para dar aquela sensação de desespero para o seqüestrador. Ele não sabe de onde está vindo a polícia".
O policial que estava posicionado na escada, além de atrasado - a explosão já havia acontecido -, demora muito para subir.
“O que deveria ter sido feito? Esse policial, por exemplo, poderia ter vindo correndo com a escada, pararia na parede de costas, colocaria a escada praticamente como se fosse uma grade para ele, já posicionada, e outro já viria correndo e subindo ao mesmo tempo”, ensina.
As imagens mostram que a polícia teve dificuldade para conter Lindemberg. A SWAT utiliza uma técnica que leva menos de um segundo para imobilizar o agressor.
“Um piscar de olhos e ele já está imobilizado e algemado no chão”, diz Marcos.
Marcos também viu falhas graves no socorro às vítimas. O médico, sozinho, luta para atravessar o tumulto. Os policiais pisam em Lindemberg. O caminho deveria estar livre para a equipe de socorro médica, com macas.
Eloá foi carregada no colo por um policial, um procedimento que Marcos julgou incorreto. E o pior: a cabeça ferida da jovem esbarra no corpo do médico. O jaleco dele fica manchado de sangue. Depois que o médico percebe, volta, então, para socorrê-la.
O desfecho foi trágico.
“Nós usamos todas as técnicas para evitar o que ocorreu”, garante Flávio de Pierre, comandante do GATE.
“Se nós tivéssemos atingindo com um tiro de comprometimento o Lindemberg, fatalmente o senhores estariam hoje questionando o Gate porque não negociaram mais”, declarou o comandante Félix.
“Você pode ter certeza nós estamos aprendendo muito com esse resultado e vai nos servir como experiência de vida”, admite o negociador do seqüestro Adriano Giovanini.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/ ... ICIAL.html
Editado pela última vez por SAS em Seg Out 20, 2008 7:43 pm, em um total de 1 vez.
"Quem ousa Vence"
Re: SEQUESTRO NO ABC
esse marcos doval eh o cara do CATI
alguns videos
http://br.youtube.com/user/marcosdoval
site
http://www.cati.com.br
NOTA DE ESCLARECIMENTO
20/10/2008
Devido a má interpretação de algumas pessoas quanto minha fala ao Fantástico, quando disse “sinto vergonha de ser brasileiro”, venho esclarecer que na continuidade da entrevista, disse que essa vergonha referia-se a um governo conivente com o sistema falho, um governo que não toma atitudes para mudar o atual cenário da segurança pública do País, que não investe em treinamentos, salários e boas condições de trabalho para policiais. Infelizmente, por conta desses cortes feitos na entrevista, fui mal interpretado, mas afirmo que jamais teria vergonha de nossos policiais brasileiros.
alguns videos
http://br.youtube.com/user/marcosdoval
site
http://www.cati.com.br
NOTA DE ESCLARECIMENTO
20/10/2008
Devido a má interpretação de algumas pessoas quanto minha fala ao Fantástico, quando disse “sinto vergonha de ser brasileiro”, venho esclarecer que na continuidade da entrevista, disse que essa vergonha referia-se a um governo conivente com o sistema falho, um governo que não toma atitudes para mudar o atual cenário da segurança pública do País, que não investe em treinamentos, salários e boas condições de trabalho para policiais. Infelizmente, por conta desses cortes feitos na entrevista, fui mal interpretado, mas afirmo que jamais teria vergonha de nossos policiais brasileiros.
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Re: SEQUESTRO NO ABC
A nova advogada do bandido disse que vai pedir que o cliente responda em liberdade.
Mas que gracinha...
Só que ela devia saber que os traficantes da região já teriam sentenciado o "lindenbleargh" à morte. Parece que eles tiveram um baita prejuízo diário devido ao seqüestro.
Mas que gracinha...
Só que ela devia saber que os traficantes da região já teriam sentenciado o "lindenbleargh" à morte. Parece que eles tiveram um baita prejuízo diário devido ao seqüestro.