A guerra do futuro
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A guerra do futuro
A guerra do futuro
As forças armadas americanas estão prestes a dar um salto tecnológico que vai alargar ainda mais o abismo que separa os EUA do resto do mundo em termos de sofisticação bélica. Um artigo do "Washington Post" desvenda o maior e mais caro projeto de software militar do Departamento de Defesa, núcleo de uma futura estrutura chamada FCS (Future Combat Systems). O orçamento é de US$200 bilhões, sendo US$6 bi em software.
O projeto irá se basear em sistemas que estão sendo desenvolvidos por um grupo liderado pela Boeing, formado por mais de dois mil desenvolvedores e dezenas de empresas. Pretende tornar realidade os mais ambiciosos sonhos dos comandantes militares americanos: soldados se comunicando através de uma rede segura wireless em tempo quase real; controle remoto de robôs para desativação de bombas; mísseis guiados a laser para atingir inimigos em movimento; e teleconferências em vídeo a bordo de tanques de guerra em plena ação no fragor da batalha. Isso será possível graças à interligação das armas via software e reduzindo o armamento nos veículos de combate, cortando quase pela metade o peso do equipamento, já que os soldados supostamente serão capazes de mais rapidamente detectar e atacar o inimigo.
Todavia, o gigantismo da façanha semeia debates. Investigadores do Congresso questionam se o software funcionará a contento, ao passo que especialistas em assuntos militares questionam a robustez do código final em termos de sua capacidade de resistir aos ataques reais ou virtuais que certamente sobrevirão.
O projeto teve início em 2003. Seriam 33,7 milhões de linhas de código, mas agora são 63,8 milhões. Isso significa que, ou a estimativa inicial foi mal feita, ou então os idealizadores do projeto querem abraçar o mundo com as pernas. Qualquer hipótese é preocupante.
A Boeing mantém a estimativa de entrega final dos programas para 2012, com fechamento do projeto inteiro em 2014. Os desenvolvedores estão escrevendo do zero apenas 20% do software para o programa de armamentos, porcentagem que possivelmente poderá aumentar. Cerca de 50% serão softwares prontos adquiridos no mercado e os 30% restantes serão aproveitados de programas já rodando em outros projetos militares. Ou seja, estão costurando uma colcha de retalhos. E tudo isso para economizar grana. Já se sabe, porém, que a brabeira mesmo vai ser escrever os últimos 10% do código, que é a fase de acabamento e de "lubrificação" dos componentes lógicos. Não se afasta, contudo, a tenebrosa possibilidade de que o software não esteja ainda finalizado e testado quando ficarem prontos os veículos de combate e as armas.
Os fantasmas que rondam o projeto são os de sempre: hackers, vírus e bugs. Outra questão é que algumas das empresas de software terceirizadas não são americanas, deixando em aberto a possibilidade de cavalinhos de tróia hábil e sutilmente inseridos nas milhões de linhas de código entregue.
O sistema operacional em que rodará o FCS será o SOSCOE (System-of-Systems Common Operating Environment) que seria parecido com o Windows, só que melhor (pior, seria difícil). A Boeing e o exército americano não preferiram usar na cara-de-pau o sistema operacional da Microsoft porque não queriam estar atrelados à companhia, dando preferência a desenvolver um sistema baseado em código publicamente disponível. Temos aí, então, mais um ponto estranho: afinal, a parada é secreta ou não é? Ora bolas.
Ficamos à espera dos desdobramentos desta verdadeira maravilha da Humanidade, torcendo para que ela não seja usada contra nós, tupiniquins, em alguma ofensiva internacionalizadora da Amazônia. Apenas lembrando que, quanto mais alto o gigante, maior a queda. Afinal, mostre-me um sistema eletrônico ultra-complexo e, ainda mais, baseado em wireless, e lhe mostrarei um prato cheio para uma bomba que gere um pulso eletromagnético suficientemente forte para fazer os soldadinhos do Tio Sam apelarem para a adaga e o porrete.
As forças armadas americanas estão prestes a dar um salto tecnológico que vai alargar ainda mais o abismo que separa os EUA do resto do mundo em termos de sofisticação bélica. Um artigo do "Washington Post" desvenda o maior e mais caro projeto de software militar do Departamento de Defesa, núcleo de uma futura estrutura chamada FCS (Future Combat Systems). O orçamento é de US$200 bilhões, sendo US$6 bi em software.
O projeto irá se basear em sistemas que estão sendo desenvolvidos por um grupo liderado pela Boeing, formado por mais de dois mil desenvolvedores e dezenas de empresas. Pretende tornar realidade os mais ambiciosos sonhos dos comandantes militares americanos: soldados se comunicando através de uma rede segura wireless em tempo quase real; controle remoto de robôs para desativação de bombas; mísseis guiados a laser para atingir inimigos em movimento; e teleconferências em vídeo a bordo de tanques de guerra em plena ação no fragor da batalha. Isso será possível graças à interligação das armas via software e reduzindo o armamento nos veículos de combate, cortando quase pela metade o peso do equipamento, já que os soldados supostamente serão capazes de mais rapidamente detectar e atacar o inimigo.
Todavia, o gigantismo da façanha semeia debates. Investigadores do Congresso questionam se o software funcionará a contento, ao passo que especialistas em assuntos militares questionam a robustez do código final em termos de sua capacidade de resistir aos ataques reais ou virtuais que certamente sobrevirão.
O projeto teve início em 2003. Seriam 33,7 milhões de linhas de código, mas agora são 63,8 milhões. Isso significa que, ou a estimativa inicial foi mal feita, ou então os idealizadores do projeto querem abraçar o mundo com as pernas. Qualquer hipótese é preocupante.
A Boeing mantém a estimativa de entrega final dos programas para 2012, com fechamento do projeto inteiro em 2014. Os desenvolvedores estão escrevendo do zero apenas 20% do software para o programa de armamentos, porcentagem que possivelmente poderá aumentar. Cerca de 50% serão softwares prontos adquiridos no mercado e os 30% restantes serão aproveitados de programas já rodando em outros projetos militares. Ou seja, estão costurando uma colcha de retalhos. E tudo isso para economizar grana. Já se sabe, porém, que a brabeira mesmo vai ser escrever os últimos 10% do código, que é a fase de acabamento e de "lubrificação" dos componentes lógicos. Não se afasta, contudo, a tenebrosa possibilidade de que o software não esteja ainda finalizado e testado quando ficarem prontos os veículos de combate e as armas.
Os fantasmas que rondam o projeto são os de sempre: hackers, vírus e bugs. Outra questão é que algumas das empresas de software terceirizadas não são americanas, deixando em aberto a possibilidade de cavalinhos de tróia hábil e sutilmente inseridos nas milhões de linhas de código entregue.
O sistema operacional em que rodará o FCS será o SOSCOE (System-of-Systems Common Operating Environment) que seria parecido com o Windows, só que melhor (pior, seria difícil). A Boeing e o exército americano não preferiram usar na cara-de-pau o sistema operacional da Microsoft porque não queriam estar atrelados à companhia, dando preferência a desenvolver um sistema baseado em código publicamente disponível. Temos aí, então, mais um ponto estranho: afinal, a parada é secreta ou não é? Ora bolas.
Ficamos à espera dos desdobramentos desta verdadeira maravilha da Humanidade, torcendo para que ela não seja usada contra nós, tupiniquins, em alguma ofensiva internacionalizadora da Amazônia. Apenas lembrando que, quanto mais alto o gigante, maior a queda. Afinal, mostre-me um sistema eletrônico ultra-complexo e, ainda mais, baseado em wireless, e lhe mostrarei um prato cheio para uma bomba que gere um pulso eletromagnético suficientemente forte para fazer os soldadinhos do Tio Sam apelarem para a adaga e o porrete.
- Vinicius Pimenta
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Vinicius Pimenta escreveu:De onde veio esse texto? O último parágrafo é a conclusão dele?
resenha do EB http://www.exercito.gov.br/resenha/
- rodrigo
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isso já é assim, podem estar melhorando, mas a invasão do Iraque já foi assim. Na Colômbia, a tecnologia usada pela forças patrocinadas pelos EUA, permitem conferências e troca de informação entre os combatentes e o comando da operação, em tempo real, como um jogo.soldados se comunicando através de uma rede segura wireless em tempo quase real; controle remoto de robôs para desativação de bombas; mísseis guiados a laser para atingir inimigos em movimento; e teleconferências em vídeo a bordo de tanques de guerra em plena ação no fragor da batalha.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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- Vinicius Pimenta
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Na Colômbia, a tecnologia usada pela forças patrocinadas pelos EUA, permitem conferências e troca de informação entre os combatentes e o comando da operação, em tempo real, como um jogo.
Nem tanto.
Todos esses sistemas funcionam em VHF ou superior (VHF, UHF, microondas, etc) e precisam de visada direta (nem que seja com o satélite) para funcionar direito. Isso nem os russos conseguem mudar.

Freqüências mais baixas são menos sensíveis ao terreno (usam tropo e ionodifusão), mas tem uma clareza ruim (é ruim para voz e transmite dados numa velocidade muito baixa).
Claro que o conceito é viável, mas a rede é longe de ser perfeita. Também se visualiza, pelo menos aqui, ao sul do Equador, o uso desses sistemas até o Comandante da unidade (ou SU isolada ou outro cidadão diretamente subordinado ao Comandante da brigada).
Num nível inferior a esse, o povo tem mais o que fazer; não dá para ficar o tempo todo com um palm ou notebook com rádio acoplado. Isso em combate regular ou convencional. Combate assimétrico ou doutrina GAMA é outra coisa.
O programa C2 em Combate faz exatamente isso. Temos o software - totalmente nacional e já exportado (downgraded) -, temos a tecnologia. Mas não sei como anda a implantação. Sei que já funciona nos grandes comandos.
http://www.coter.eb.mil.br/2sch/C2/Proj ... %20Cmb.pdf
Abraços,
Editado pela última vez por Piffer em Seg Jan 28, 2008 12:04 pm, em um total de 1 vez.
Carpe noctem!
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- rodrigo
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Existe, em Bogotá, um centro de comando da Operação Colômbia, gerido de forma combinada por colombianos e americanos. De lá, todas as operações são transmitidas ao vivo, por UAVs e por câmeras nos capacetes de oficiais em campo. Tudo é coordenado em telões imensos, e todas as informações obtidas em tempo real. Agora, se é VHF, ou quantos Mhz ou Ghz, não tenho a mínima idéia.Em que escalão? Batalhão, Companhia? Em que tipo de terreno e clima? A que distância?
Como eu falei, é viável. A gente faz isso. Mas todo mundo conectado é uma utopia tanto tecnológica como prática.
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Funciona se for em VHF ou superior e tiver visada direta para o satélite (ou VANT, AWACS, helicóptero C2, etc).
Uma chuva forte, por exemplo, praticamente inviabiliza a operação. Uma mata muito fechada também (ou pelo menos restringe em muito o alcance).
Deve ser bem semelhante ao nosso C2 em combate (que o Boss falou que está em operação no Haiti).
Abraços,
Uma chuva forte, por exemplo, praticamente inviabiliza a operação. Uma mata muito fechada também (ou pelo menos restringe em muito o alcance).
Deve ser bem semelhante ao nosso C2 em combate (que o Boss falou que está em operação no Haiti).
Abraços,
Carpe noctem!