Fuzil LAPA FA-03 (made in Brazil)
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- Clermont
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Esse "Lapa" nunca passou por testes de campo, e os especialistas, naquela época, tinham dúvidas sobre o mecanismo interno dele, que era muito cheio de "pecinhas", nada bom em termos de manutenção.
Talvez tenha sido o caso de "nem oito, nem oitenta". Nos anos 1980, um fuzil assim, para o Exército brasileiro, deve ter parecido com um gigantesco "oitenta" para um generalato conservador. Talvez, se o criador da arma, tivesse levado tal conservadorismo em conta, tivesse desenvolvido um sistema comum, não-bullpup, e mecanicamente simples.
Hoje em dia, pelo que a gente lê, aqui no DB, o MD-97 parece ser o oposto, um microscópico "oito".
Realmente, esse desenho do "Lapa", com o carregador à frente do gatilho, ficaria muito simpático.
Talvez tenha sido o caso de "nem oito, nem oitenta". Nos anos 1980, um fuzil assim, para o Exército brasileiro, deve ter parecido com um gigantesco "oitenta" para um generalato conservador. Talvez, se o criador da arma, tivesse levado tal conservadorismo em conta, tivesse desenvolvido um sistema comum, não-bullpup, e mecanicamente simples.
Hoje em dia, pelo que a gente lê, aqui no DB, o MD-97 parece ser o oposto, um microscópico "oito".
Realmente, esse desenho do "Lapa", com o carregador à frente do gatilho, ficaria muito simpático.
- Bolovo
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hancelo escreveu:chm0d escreveu:
é esse aqui.
este fuzil não é chines?
Não... esse fuzil que você se refere é o Type 95/QBZ-95

http://world.guns.ru/assault/as39-e.htm
Para mim, o LAPA lembra MUITO a Tavor 21 israelense...


http://world.guns.ru/assault/as30-e.htm
E obviamente, o francês FAMAS...

http://world.guns.ru/assault/as21-e.htm
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Clermont escreveu:Esse "Lapa" nunca passou por testes de campo, e os especialistas, naquela época, tinham dúvidas sobre o mecanismo interno dele, que era muito cheio de "pecinhas", nada bom em termos de manutenção.
Talvez tenha sido o caso de "nem oito, nem oitenta". Nos anos 1980, um fuzil assim, para o Exército brasileiro, deve ter parecido com um gigantesco "oitenta" para um generalato conservador. Talvez, se o criador da arma, tivesse levado tal conservadorismo em conta, tivesse desenvolvido um sistema comum, não-bullpup, e mecanicamente simples.
Hoje em dia, pelo que a gente lê, aqui no DB, o MD-97 parece ser o oposto, um microscópico "oito".
Realmente, esse desenho do "Lapa", com o carregador à frente do gatilho, ficaria muito simpático.
O Sr. Nelmo Suzano, que criou nos anos 80 o LAPA (equivalente ao Steyr Aug, só que com a vantagem de um gatilho de dupla ação para o primeiro disparo, além de decocker, permitindo fazer patrulhas com o fuzil destravado - coisa que até hoje não tem igual), submetralhadoras do nível da UMP (que só a HK fez igual, dez anos depois) e um fuzil metralhador baseado no LAPA, do porte da versão LMG do Steyr Aug (possuindo coisas que o FAP não tem e por isso tornam-no inadequado quando comparado com a criação de Suzano, como cano de troca rápida e disparo com ferrolho aberto para evitar o cook off), sempre foi um dos gênios subaproveitados do Brasil. TODOS estes projetos que mencionei passaram por verdadeiras torturas em Marambaia, pois os engenheiros do IME queriam provar que as armas projetadas por um civil não eram melhores que as por eles projetadas na IMBEL... Resultado: ainda assim, as armas do senhor Suzano foram aprovadas em todos os testes "feitos sob medida" para detoná-las! Mas aí vem a história: você tem dinheiro para finaciar uma pré-série para avaliação operacional? Resposta: não. Mas o EB não pde finaciar? Eu passo o projeto para vocês... Não, não podemos correr este risco... Vai no baco... O quê? Financiar fabriqueta de armas? Tá maluco!... então...
O resultado é que hoje ainda estamos de FAL, porque nos anos 80, General achava que FAL é uma m... e muito caro, bons eram os Mauser, imagina o que achavam do LAPA... enquanto hoje acham que, como já dito, FAL é a melhor arma do mundo, e o resto é tudo m... com calibre raquítico...
Conversando com o Ronaldo Olive, ele me disse que o Sr. Suzano já está meio velhinho e quase cego, mas ainda assim projetou e esta finalizando uma nova família de armas muito modernas, na esperança que um dia a cegueira do EB e do Governo passe, pois a dele, pela idade, só aumenta...
Ele é apenas mais um idealista que queria ver o Brasil com FFAA decentes...
Se chiar resolvesse, Sonrisal não morria afogado.
- Clermont
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Clermont escreveu:Esse "Lapa" nunca passou por testes de campo, e os especialistas, naquela época, tinham dúvidas sobre o mecanismo interno dele, que era muito cheio de "pecinhas", nada bom em termos de manutenção.
A.K. for T-7 escreveu:TODOS estes projetos que mencionei passaram por verdadeiras torturas em Marambaia, pois os engenheiros do IME queriam provar que as armas projetadas por um civil não eram melhores que as por eles projetadas na IMBEL...
Olha, na Edição Especial da Revista MAGNUM "Submetralhadoras e Fuzis de Assalto" de novembro de mil novecentos e noventa e três. totalmente de autoria de Ronaldo Olive, ele escreve, na página 47:
"(...) Pouco mais de 700 mm de comprimento total, peso inferior a 3,5 Kg, excelente precisão de tiro e estabilidade excepcional em rajadas eram alguns dos atributos do LAPA. Durabilidade, resistência e funcionamento sob condições adversas não chegaram a ser efetivamente comprovados, pois os testes na Marambaia acabaram não sendo realizados. Na realidade, existiam dúvidas se o tal mecanismo de disparo, com muitas peças e molas, seria confiável e de fácil manutenção. São indagações cujas respostas terão que ficar na área das puras conjecturas...
Além do mais, com todas as críticas que se possa fazer aos generais do Exército (inclusive, essa obsessão pseudo-nacionalista com a manutenção desse "IMBELSSAURO BRAZILIENSES") o fato é que muitos especialistas na matéria (e eu, com certeza, não sou um deles. Eu sou - ou melhor, eu era -, tão somente, um leitor de revistinhas de armas) sempre afirmaram que fuzis "bullpup" podem ser perigosos para a eficiência tática do soldado que tem de combater em locais fechados, como selvas. Sejam as selvas de pedra (santo Francisco Cuoco!), palco da guerra de rua, ou as selvas de madeira, palco da guerra amazônica. Isso tendo a ver com o fato de que o soldado precisa, constantemente, mudar de mão de tiro, para se proteger à esquerda, ou então à direita. Mas isso é papo para sargentos de infantaria discutir. Eu não sei como os franceses e os austríacos lidam com isso. De qualquer forma, também não sei de muitos combates nas selvas ou em cidades que ambos tenham travado, nas últimas décadas. Agora, com o surgimento desse novo brinquedinho belga, o FN-2000, que ejeta o estojo para a frente, tal problema parece sanado.
De qualquer forma, nesse ponto específico, da adoção ou não do "Lapa", nos anos 1980, a gente devia ser mais compreensivo com a reticência do Exército daqueles dias. Afinal, também tem o fato de que, um exército que se baseia em recrutas obrigados (alguns dizem "escravos militares"), de curto prazo de incorporação e que são oriundos, na sua vasta maioria, dos estratos mais baixos e menos cultos da população, precisa de armas simples, se não quiser ter problemas sérios com manutenção. Bem, pelo menos, essa é a teoria.
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Clermont escreveu:Clermont escreveu:Esse "Lapa" nunca passou por testes de campo, e os especialistas, naquela época, tinham dúvidas sobre o mecanismo interno dele, que era muito cheio de "pecinhas", nada bom em termos de manutenção.A.K. for T-7 escreveu:TODOS estes projetos que mencionei passaram por verdadeiras torturas em Marambaia, pois os engenheiros do IME queriam provar que as armas projetadas por um civil não eram melhores que as por eles projetadas na IMBEL...
Olha, na Edição Especial da Revista MAGNUM "Submetralhadoras e Fuzis de Assalto" de novembro de mil novecentos e noventa e três. totalmente de autoria de Ronaldo Olive, ele escreve, na página 47:"(...) Pouco mais de 700 mm de comprimento total, peso inferior a 3,5 Kg, excelente precisão de tiro e estabilidade excepcional em rajadas eram alguns dos atributos do LAPA. Durabilidade, resistência e funcionamento sob condições adversas não chegaram a ser efetivamente comprovados, pois os testes na Marambaia acabaram não sendo realizados. Na realidade, existiam dúvidas se o tal mecanismo de disparo, com muitas peças e molas, seria confiável e de fácil manutenção. São indagações cujas respostas terão que ficar na área das puras conjecturas...
Além do mais, com todas as críticas que se possa fazer aos generais do Exército (inclusive, essa obsessão pseudo-nacionalista com a manutenção desse "IMBELSSAURO BRAZILIENSES") o fato é que muitos especialistas na matéria (e eu, com certeza, não sou um deles. Eu sou - ou melhor, eu era -, tão somente, um leitor de revistinhas de armas) sempre afirmaram que fuzis "bullpup" podem ser perigosos para a eficiência tática do soldado que tem de combater em locais fechados, como selvas. Sejam as selvas de pedra (santo Francisco Cuoco!), palco da guerra de rua, ou as selvas de madeira, palco da guerra amazônica. Isso tendo a ver com o fato de que o soldado precisa, constantemente, mudar de mão de tiro, para se proteger à esquerda, ou então à direita. Mas isso é papo para sargentos de infantaria discutir. Eu não sei como os franceses e os austríacos lidam com isso. De qualquer forma, também não sei de muitos combates nas selvas ou em cidades que ambos tenham travado, nas últimas décadas. Agora, com o surgimento desse novo brinquedinho belga, o FN-2000, que ejeta o estojo para a frente, tal problema parece sanado.
De qualquer forma, nesse ponto específico, da adoção ou não do "Lapa", nos anos 1980, a gente devia ser mais compreensivo com a reticência do Exército daqueles dias. Afinal, também tem o fato de que, um exército que se baseia em recrutas obrigados (alguns dizem "escravos militares"), de curto prazo de incorporação e que são oriundos, na sua vasta maioria, dos estratos mais baixos e menos cultos da população, precisa de armas simples, se não quiser ter problemas sérios com manutenção. Bem, pelo menos, essa é a teoria.
Clermont,
Quanto ao que saiu no livro: já que você questionou, te respondo por MP porque saiu assim, e não adianta mais ninguém pedir que não posto em aberto, porque o Olive é meu amigo. Só peço não espalhar: já que você ficou com esta dúvida, pegue a resposta e guarde para você.
Quanto a usar bullpup na selva ou em cidade: Israel quase não combate na cidade e em condições CQB, não é? Pois o Tavor, aprovado por toda a Infantaria em testes de campo, recebeu o OK para ser o substituto do M-4 e dos Galil remanescentes... Se os caras dão o OK, acho que o resto dos exércitos e os "especialistas" têm que procurar aprender com quem sabe. E eu sou um deles, pois sempre achei que seria difícil esta situação de troca de ombros... Mas parando para pensar, e lembrando da shooting house do COT e de curso no TEES, sabe quando eu troquei a sub de ombro por causa de uma quina para a direita? Nenhuma... a gente dá um nó na hora e se vira... Pessoalmente me lembro de ter adotado um hip firing numa destas curvas, o que seria plenamente possível com um bullpup, mas os israelenses devem ter uma idéia melhor. Os franceses no Iraque e os Ingleses na Irlanda e no Iraque parecem não reclamar, e viram muito combate em localidade... Por falar em Irlanda, com infantaria muito especializada em CQB, a arma de suas FFAA é o Steyr Aug, um bullpup...
Quanto a manutenção por recrutas: tenha certeza, manutenir uma arma de polímero é MUITO MAIS FÁCIL que uma de metal, não importa qual seja...
Se chiar resolvesse, Sonrisal não morria afogado.
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Eu não sei as pessoas que atiram direto como as tropas especializadas etc, mas um combatente normal dificilmente trocaria a arma de ombro por um simples detalhe, não tem oportunidades para aprender a usar os dois lados para o tiro... Eu, particularmente, apesar de destro atiro com a mão esquerda normalmente, fruto de 'testes' no estande nas instruções de tiro de quando eu ainda era do Corpo de Bombeiros (sim, por incrível que pareça eu atirei mais no CBMMG do que no EB, e com mais variedades de armamentos). Porém eu tenho total controle para atirar com a mão direita, utilizo a esquerda por conta do meu olho diretor ser o esquerdo, porém isso não é o que normalmente acontece, pelo menos na minha experiência como atirador, comentando com meus colegas a maioria tem alguma dificuldade em usar a mão contrária à normal para atirar.
Por esses conhecimentos práticos, mesmo que bem restritos, eu acredito que um fuzil, bulpup que ejete o cartucho para a lateral possa ser usado como arma padrão de uma Força Armada, mas o ideal seria que esse lado pudesse ser 'escolhido', tipo, nas primeiras instruções de tiro o instruendo 'escolhe' o lado que quer atirar e faz alguma alteração na arma, não sei se essa 'opção' existe nos fuzis Bulpups atuais, mas acredito que não deva ser uma coisa impossível de se fazer sem comprometer a simplicidade da arma.
Por esses conhecimentos práticos, mesmo que bem restritos, eu acredito que um fuzil, bulpup que ejete o cartucho para a lateral possa ser usado como arma padrão de uma Força Armada, mas o ideal seria que esse lado pudesse ser 'escolhido', tipo, nas primeiras instruções de tiro o instruendo 'escolhe' o lado que quer atirar e faz alguma alteração na arma, não sei se essa 'opção' existe nos fuzis Bulpups atuais, mas acredito que não deva ser uma coisa impossível de se fazer sem comprometer a simplicidade da arma.
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Vilmar,
TODOS os bullpup tem esta opção. Basta, na desmontagem de primeiro escalão, trocar a posição do extrator em uns; extrator e ejetor em outros, e obviamente fechar uma janela de ejeção e abrir a outra (normalmente uma tampa plástica)...
PS: Agora fiquei em dúvida só quanto ao fato de o L85 ter esta opção... Mas Steyr Aug, FAMAS, Tavor, LAPA, QBZ, etc., têm a opção.
TODOS os bullpup tem esta opção. Basta, na desmontagem de primeiro escalão, trocar a posição do extrator em uns; extrator e ejetor em outros, e obviamente fechar uma janela de ejeção e abrir a outra (normalmente uma tampa plástica)...
PS: Agora fiquei em dúvida só quanto ao fato de o L85 ter esta opção... Mas Steyr Aug, FAMAS, Tavor, LAPA, QBZ, etc., têm a opção.
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A.K. for T-7 escreveu:Vilmar,
TODOS os bullpup tem esta opção. Basta, na desmontagem de primeiro escalão, trocar a posição do extrator em uns; extrator e ejetor em outros, e obviamente fechar uma janela de ejeção e abrir a outra (normalmente uma tampa plástica)...
PS: Agora fiquei em dúvida só quanto ao fato de o L85 ter esta opção... Mas Steyr Aug, FAMAS, Tavor, LAPA, QBZ, etc., têm a opção.
Eu imaginava mas não tinha certezase os projetos existentes possuiam essa capacidade... Tanto que coloquei que não devia ser uma coisa difícil de se fazer.
Eu nunca tive a oportunidade de atirar uma arma bulpup, porém deve ser muito interessante, ter as vantagens de um cano mais longo em uma arma extremamente curta (se comparado a uma arma com o mesmo tamanho de cano com o sistema convencional.
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Carlos Mathias escreveu:Sou destro, mas atiro com arma longa na esquerda e curta na mão direita.![]()
Imagina tomar cartucho pelando na cara!!!!!
Comigo acontece a mesma coisa quanto às mãos...
Nunca um cartucho da minha arma me acertou, mas já tomei um 9mm no rosto e um caindo dentro da gandola em uma instrução com a submetralhadora Beretta MT-12... E um 7,62mm dentro da gandola em uma instrução de FAL... Não é uma sensação muito boa, mas eu sou azarado pra essas coisas... Tenho até medo de quando eu tiver insturções com a Browning .50!




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