Relato de um Sniper

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Mateus Dias
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Relato de um Sniper

#1 Mensagem por Mateus Dias » Qui Mar 03, 2005 9:29 pm

Sniper Marine em ação no Iraque

( atinge alvo a 1.614m )



Sgt. Stephen D´Alessio / 2 Div. Marine
Tradução Fernando Diniz



O Sarg. Steve Reichert, um sniper de 25 anos do QG do 2º Batalhão , 2º Regimento de Marines, recentemente recebeu uma das mais altas condecorações do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (US Marine Corps), a Estrela de Bronze, com "V" por Valor em combate, por sua atuação, no dia 9 de Abril de 2004.

Naquela data, ele e seu observador subiram em um enorme e abandonado tanque de óleo na cidade de Lutafiyah, Iraque. Sua tarefa era considerada "rotina", pois era a de prover cobertura a distancia para seu pelotão, que se movimentava na pequena cidade, durante um evento local, a Peregrinação de Arbacen, o que gerava muita movimentação de civis, e poderia ocasionar algum enfrentamento com guerrilheiros. Mas a missão de rotina iria tornar-se um épico nos anais dos Marines.

O topo do tanque de óleo era uma posição bastante exposta, embora ele e seu colega tivessem posto algumas chapas de aço e sacos de areia em volta, para pelo menos diminuir o risco.

-Eu realmente não tinha pensado nisto até aquele momento, disse Reichert, mas quando ouvimos o som de projéteis calibre.50, atingindo o tanque de óleo, descobrimos que pobre proteção tínhamos.

Enquanto a patrulha movia-se pela cidade, Reichert observou um cão morto no caminho por onde ela deveria passar. Lembrou-se então de seu treinamento em táticas inimigas de emprego de explosivos em objetos aparentemente inocentes, (boobytraps), e chamou pelo radio o chefe do pelotão para avisá-lo. Recebeu a resposta de que o animal morto já havia sido notado e eles tinham a mesma suspeita, pois haviam detectado a presença de dois arames que saiam da carcaça.

- Encontrávamos armadilhas o tempo todo, diz Reichert, e aquela estava ligada ao animal morto. Com minha mira telescópica eu podia ver claramente o tênue reflexo emitido pelos fios saindo da carcaça.

Mas, apesar dos cuidados tomados, a missão de rotina tornou-se uma situação extremamente perigosa. Um foguete RPG foi disparado contra o pelotão, ao mesmo tempo em que fogo de metralhadora e armas leves os imobilizavam. Os Marines não conseguiam responder ao fogo pois não localizavam o metralhador, que estava escondido no topo de um prédio próximo, então pediram ajuda a Reichert, no alto do tanque de óleo. Ele disparou seu fuzil Barnett .50, mas errou. Ajustou a pontaria, compensando o vento cruzado, e um puxão de gatilho depois, a metralhadora calava.

Depois da ação, o líder de pelotão fez uma declaração espantosa : afirmou que Reichert atingiu seu alvo, a uma distancia de 1.614 metros. Sua precisão de tiro foi o fator determinante no resultado do combate.

Momentos depois, um grupo de insurgentes começou a subir uma escada atrás do prédio onde estava o metralhador abatido. Reichert apontou para o muro de tijolos atrás do qual eles se protegiam e disparou. Todos os três homens caíram. O pesado projétil calibre .50 AP ( antiblindagem ) atravessou os tijolos, e matou um dos homens, ferindo os outros dois com estilhaços de tijolos e chumbo.

- Eu podia ver que dois Marines haviam se separado do grupo principal, e caminhavam para uma emboscada, preparada por três insurgentes. Quando eles pararam de se mover, eu derrubei um, e os outros dois fugiram.

Reichert relembra sua missão como um aprendizado - não apenas para ele, mas para outros que seguirem seus passos.

- Aprendi algumas lições para a vida inteira naquele dia - Nunca desista, não importa o duro que a vida pareça ser. Seus amigos confiavam nele e precisavam de suas aptidões...não podia decepcioná-los.




Mateus Dias
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#2 Mensagem por Brasileiro » Seg Mar 07, 2005 5:58 pm

SNIPER

Origens - Desenvolvimento - Técnicas - Emprego atual




Fernando Diniz
Especialista em Armamentos e Tropas Especiais



O sniper ( tocaieiro, franco atirador ) sempre ocupou uma posição impar, seja dentro de Forcas Militares, ou na imaginação popular. Com o advento constante de armas de destruição cada vez mais sofisticadas e letais, ele continua a desenvolver seu trabalho armado apenas com um rifle de ferrolho, ou semi-automático, e sua fria coragem.

A mera menção de seu nome, sniper, carrega com ela um ar de ameaça. Seu trabalho tem uma aterrorizante simplicidade , localizar e abater seu alvo a distancia, sem ser percebido. Ele também pode atuar como um excelente observador avançado , colhendo valiosas informações sobre o inimigo, durante longos períodos de inatividade. Mas isto são apenas funções auxiliares. Sua função principal é levar o terror e a desmoralização ao adversário, pela eliminação silenciosa de seus membros.

Pela maneira como trabalha, o sniper não é bem visto por seus companheiros de farda. Sua relação com eles é pouco amistosa, e os snipers geralmente são solitários ou relacionam-se apenas com os da sua própria espécie.

Sua presença numa frente de batalha é sinônimo de problemas. Quando começa a operar, invariavelmente suas ações geram retaliação por parte do inimigo, geralmente na forma de bombardeios de artilharia, o que sempre causa baixas entre seus companheiros.

Alem disso, a presença de um sniper sempre atrai seu equivalente do outro lado,e nos jogos mortais que sniper e contrasniper travam, acaba sempre "sobrando" para mais alguém.

Por todas estas coisas, e pelo fato de ser considerado pouco mais do que um assassino covarde, pois mata a distancia, faz com que não cultive amizades nos lugares onde atua.

A simples presença de um sniper pode imobilizar unidades inteiras, por tempo indeterminado, em frentes importantes de batalha, como foi provado nas batalhas pela posse da capital da Chechenia, Grozny, onde muitas vezes, um simples sniper checheno, e muitos eram mulheres, detinha forcas russas por dias, fazendo com que o avanço geral fosse interrompido.

Podemos começar a traçar a origem dos snipers na Guerra de Independência dos Estados Unidos, onde as forcas americanas criaram, com veteranos caçadores de peles, acostumados a longos períodos de solidão, unidades de sharpshooters ( atiradores de elite ), equipados com rifles Kentucky, os quais, pela qualidade de sua manufatura e longo comprimento de cano, tinham mais alcance e eram mais precisos do que os fuzis dos soldados britânicos. O desempenho destas unidades levava o pânico aos corações dos soldados de Sua Majestade, que não tinham sequer como combate-los, pois nunca os viam, ouvindo apenas o assobio da bala.




I e II Guerra Mundial


Durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães foram os primeiros a se darem conta das vantagens do emprego de miras óticas para equiparem os fuzis Mauser de seus atiradores de elite. Foram também os primeiros a utilizarem pares de snipers, onde enquanto um dispara, o outro serve de observador e guarda-costas.

Ingleses e americanos seguiram os passos dos alemães, embora quando a guerra terminou, tenham abandonado o assunto.

Quando começou a Segunda Guerra Mundial, apenas os alemães e os soviéticos tinham mantido seu treinamento especifico para snipers. Os alemães tinham melhores armas e sistemas óticos, porem os soviéticos os suplantavam em técnicas de camuflagem.

Quem não viu o filme da Paramount "Circulo de Fogo" que mostra, embora de uma forma romanceada, o duelo particular travado, durante a batalha de Stalingrado, entre o sniper soviético Vasili Zaitsev, camponês dos Montes Urais, e o Major Erwin Koenig, mestre sniper alemão e instrutor na escola de snipers do Exercito do Reich.

A verdade sobre este duelo, que durou três dias, num mortal jogo de rato e gato, é que, numa jogada de mestre, Zaitsev forçou o alemão a expor-se por apenas uma fração de segundo...Foi o suficiente...Zaitsev viveu muitos anos após a guerra, condecorado com a Ordem de Lênin e a de Herói da União Soviética. Seu fuzil de tocaia encontra-se ainda hoje exposto no Museu da Grande Guerra Patriótica, em Volgogrado, novo nome de Stalingrado. Terminou a guerra com impressionantes 400 abates, o mesmo numero de abates que tinha Koenig quando morreu.

Os ingleses e americanos precisaram reaprender novamente a lição, porém a partir daí, avançaram rapidamente, especialmente os americanos, que tiveram que enfrentar snipers japoneses nas campanhas do Pacifico.





Pós-Guerra


No período entre a Segunda Guerra e a Guerra da Coréia, viu-se o ponto mais baixo na importância militar dos snipers no Ocidente. Apenas os Royal Marines britânicos e o Corpo de Marines norteamericanos continuaram a treinar e qualificar snipers. Os soviéticos, por outro lado, mantinham seus snipers treinando sem cessar, e cada Companhia do Exercito Vermelho possuía pelo menos três snipers em seu efetivo.

Foi apenas na Guerra do Vietnam que os americanos finalmente entenderam totalmente o potencial do sniper, graças principalmente ao trabalho do Major Jim Land, que criou no Hawai a primeira escola de snipers do Exercito dos EUA, em 1960.

Os ingleses usaram snipers nas campanhas da Malásia, Borneo, Oman, Aden, Dhofar, e na Guerra das Malvinas, sem falar no uso permanente na Irlanda, contra os terroristas do IRA.

Falando em Malvinas, existe uma interessante história de um sniper argentino, que abateu nada menos que treze militares ingleses, antes de ser apanhado. Sua camuflagem era perfeita, e ele atirava apenas em suboficiais e operadores de radio. Foi descoberto por acaso, quando um soldado inglês, olhando exatamente para o ponto onde ele estava, viu a fumaça de um disparo. Rendeu-se, foi capturado vivo e considerado apenas prisioneiro de guerra. Seu nome perdeu-se na historia.

Nos tempos modernos,a função do sniper torna-se cada dia mais importante, como demonstram operações no Líbano em 1982, Granada em 1983, Panamá em 1989, a operação Desert Storm em 1990-91 e as experiências soviéticas no Afeganistao nos anos 80.

O crescimento assustador do terrorismo fez com que fossem criadas forcas especificas anti-terrorismo, sejam militares ou policiais, onde o sniper desempenha uma função essencial.

Unidades como o SAS britânico, a Forca Delta americana, o GIGN francês, e inúmeras outras, cada vez mais dependem da função especifica do sniper para obterem sucesso em suas operações. Ele é quem tem a função básica de neutralizar obstáculos humanos para que unidades de ataque possam invadir locais defendidos, ou eliminar ameaças a reféns ou instalações estratégicas.

Novos equipamentos, como fuzis mais precisos, miras óticas e eletrônicas mais sofisticadas, e o uso de pólvoras sem fumaça e sem chama, permitem hoje ao sniper atingir níveis de eficiência nunca antes imaginados.

Como exemplo, veja-se o caso do seqüestro de um ônibus escolar no Djibouti, por forcas terroristas. O GIGN francês postou seus snipers em volta do veiculo parado numa estrada no deserto, e cada um deles recebeu a missão de neutralizar um dos quatro terroristas que mantinham as crianças imobilizadas dentro do veiculo. Porém só poderiam atirar quando "TODOS" tivessem o campo livre ao mesmo tempo. Depois de quase dez horas de paciência, eles obtiveram luz verde e, com certeiros disparos, abateram todos os terroristas ao mesmo tempo, liberando as crianças do cativeiro.

Outras unidades que dependem muito de seus snipers são os grupos SWAT da policia americana, para neutralização de ameaças a reféns, quando as negociações chegam a um impasse, e a vida do refém está em jogo.

Outra técnica usada pelos snipers é a de não matar, e sim apenas ferir um inimigo, o que leva outros a tentarem resgata-lo, elevando o numero de alvos em potencial.

O cinema nos mostra bem isto, veja-se " Nascido para Matar", um filme sobre o Vietnam, que mostra uma sniper vietcong ferindo um soldado americano, e usando-o como isca para atrair seus companheiros, ou o filme "Resgate do Soldado Ryan", onde ocorre a mesma situação.

Na situação de guerra não-convencional que vivemos hoje, onde o inimigo é indefinido, não usa uniforme e circula livremente entre nós, os limites do campo de batalha não são claramente visualizados, e o uso cada vez mais intenso de unidades ditas "Forcas Especiais " a presença do sniper é essencial para a obtenção da vitória..

E o irônico é que sua função já não é privilégio dos "mocinhos", pois qualquer grupo terrorista atual tem sua equipe de snipers, alguns verdadeiros suicidas, como os russos descobriram as suas próprias custas na Chechênia, ou os americanos no Afeganistãoo e Iraque.




Vietnã -- Uma História de sobrevivência



Outra historia interessante sobre snipers ocorreu durante o cerco de Khe Sanh, na guerra do Vietnam.

A base, mantida por Marines, estava cercada por forças do Vietnam do Norte, e é logico, haviam snipers norte-vietnamitas ao redor.

Após dias de busca usando binóculos, os Marines localizaram um sniper inimigo que já havia abatido vários dos seus. Trouxeram uma peça de 106mm sem-recuo e eliminaram a ameaça.

Dia seguinte, novo sniper no mesmo local. Novas baixas entre os norte-americanos, nova busca minuciosa, localização e eliminação.

Dias depois, um terceiro sniper vietnamita apresentou-se.

Os Marines, que já haviam iniciado a busca deste novo inimigo, notaram que, ao contrário dos outros, este não acertava ninguém.Limitava-se a disparar seguidamente, porém sem causar baixas.

Um sargento Marine, veterano de muitas campanhas, formulou a seguinte hipótese : este novo sniper havia sido mandado por seu comando para continuar o trabalho dos outros...e eventualmente sofrer o mesmo destino dos outros...

Acontece que ele não estava disposto a sofrer o mesmo destino de seus companheiros...e deduziu, acertadamente, que se atirasse para satisfazer sues comandantes, porém não acertasse ninguém, os americanos o deixariam em paz...E foi o que ocorreu...Durante o restante do cerco, ele seguiu atirando, e errando, e os americanos não revidaram com o temido 106 mm sem-recuo...E todos viveram felizes para sempre...




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#3 Mensagem por rodrigo » Seg Mar 07, 2005 6:36 pm

Essa estória em Khe Sanh é meio folclórica:
1º - Só havia um sniper vietcongue nesse que foi um dos combates mais ferozes da guerra do Vietnã?
2º - Quem é que ia manter o sangue-frio diante de um sniper dando tiros em sua base?
3º - E se fosse uma tática de despiste, esperando que todos se acostumassem com essa situação, até que o dia que um Coronel ou General aparecesse para ser a 1ª vítima.
4º - O comando vietcongue aceitaria que nenhum inimigo fosse morto, sendo que os snipers anteriores sempre tiveram uma taxa de inimigos mortos?

Tem um livro de um jornalista brasileiro (acho que é Bao Chi), que mistura depoimento com ficção, e se me lembro bem, ele descreve que a base Marine em Khe Sanh era duramente castigada por morteiros e snipers.




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#4 Mensagem por Guerra » Ter Abr 12, 2005 10:12 am

Brasileiro escreveu:SNIPER



Pela maneira como trabalha, o sniper não é bem visto por seus companheiros de farda. Sua relação com eles é pouco amistosa, e os snipers geralmente são solitários ou relacionam-se apenas com os da sua própria espécie.



Será que isso não é mito criado pelos filmes de ação? Acho que qualquer comandante de pelotão gostaria de ter um caçador em reforço ou em ação de conjunto com o seu pelotão, como foi o caso do sniper americano na guerra do golfo.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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#5 Mensagem por Sniper » Ter Abr 12, 2005 10:31 am

SGT GUERRA escreveu:
Brasileiro escreveu:SNIPER



Pela maneira como trabalha, o sniper não é bem visto por seus companheiros de farda. Sua relação com eles é pouco amistosa, e os snipers geralmente são solitários ou relacionam-se apenas com os da sua própria espécie.



Será que isso não é mito criado pelos filmes de ação? Acho que qualquer comandante de pelotão gostaria de ter um caçador em reforço ou em ação de conjunto com o seu pelotão, como foi o caso do sniper americano na guerra do golfo.


Com certeza, ai tem muito mais mito do que realidade.

Como o amigo disse este pensamento é fruto dos filmes holiwodianos! :D




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#6 Mensagem por rodrigo » Ter Abr 12, 2005 10:59 am

Não vejo dificuldade nenhuma na ação descrita, os snipers antimaterial americanos são treinados para acertar alvos a 2Km.




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#7 Mensagem por Guerra » Ter Abr 12, 2005 12:41 pm

rodrigo escreveu:Não vejo dificuldade nenhuma na ação descrita, os snipers antimaterial americanos são treinados para acertar alvos a 2Km.


Buenas Rodrigo... meu questionamento foi quanto a relação da tropa com o sniper, porque não é primeira vez que li sobre isso, quanto a proeza do sniper, não sei se acredito muito, mas eu não ficaria a essa distancia na frente desse cara nem a pau :lol: :lol: :lol: :lol:




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#8 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Abr 12, 2005 12:49 pm

Rodrigo, eles são treinados para atingir alvos a 2km sim, mas com a Barret M82 em calibre .50 e os alvos são grandes (caminhões e jipes), essa arma não mpossui precisão para atingir alvos humanos a essa distância, a arma mais precisa do mundo, a DSR-1 poderia atingir uma pessoa a 1km mas sua munição (.338 Lapua) não é letal a essa distância, o tiro desse sniper no Iraque foi o que conhecemos no Brasil como: "cagada de mestre".




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#9 Mensagem por rodrigo » Ter Abr 12, 2005 2:07 pm

Rodrigo, eles são treinados para atingir alvos a 2km sim, mas com a Barret M82 em calibre .50


Ele disparou seu fuzil Barnett .50, mas errou. Ajustou a pontaria, compensando o vento cruzado, e um puxão de gatilho depois, a metralhadora calava.


os alvos são grandes (caminhões e jipes)
Em primeiro lugar, um sniper anti-material nunca atira em caminhões e jipes. E a arma .50 é usada como arma anti-sniper nos Exércitos americano e israelense.

a arma mais precisa do mundo, a DSR-1 poderia atingir uma pessoa a 1km mas sua munição (.338 Lapua) não é letal a essa distância
É muita ignorância sobre o tema dizer que o 338 lapua magnum não é letal à essa distância. No Vietnã são famosos os kills americanos a essa distância, com o 7,62, que é inferior.

o tiro desse sniper no Iraque foi o que conhecemos no Brasil como: "cagada de mestre".
Não existe cagada em um tiro à essa distância, leia o texto e veja que o sniper errou o 1º tiro, corrigindo os fatores e acertando o próximo tiro.




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#10 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Abr 12, 2005 3:35 pm

1) A precisão da M82 é 1,5 MOA isso significa que podem acertar uma pessoa com 100% de certeza a no máximo uns 500 metros, sendo assim acertar alguem a 1614 metros é sim cagada.

2) Estorias de snipers no Vietnã incluem muita lenda, a bala 7,62x51mm perde 2/3 de sua energia a 500 metros, a 1km ela é tão letal quanto um .38 SPL, isso não é algo com utilidade militar...

3) A .338 Lapua perde metade de sua energia a 500 metros a 1km ela não consegue mais perfurar nem coletes nivel IIIA, apesar de conseguir (veja bem, eu disse conseguir, o stopping power fica na casa dos 90% a letalidade fica bem abaixo disso) matar a essa distância sua utilidade militar é questionavel.




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#11 Mensagem por rodrigo » Ter Abr 12, 2005 7:14 pm

1) A precisão da M82 é 1,5 MOA isso significa que podem acertar uma pessoa com 100% de certeza a no máximo uns 500 metros, sendo assim acertar alguem a 1614 metros é sim cagada.


The M107 is set up to mount a variety of telescopic sights and with good ammunition this combination usually produces minute of Angle (MOA) accuracy.

According to Operation Iraqi Freedom PEO Soldier Lessons Learned [LTC Jim Smith 15 May 2003] "The Barrett 50 cal Sniper Rifle may have been the most useful piece of equipment for the urban fight – especially for our light fighters. The XM107 was used to engage both vehicular and personnel targets out to 1400 meters. Soldiers not only appreciated the range and accuracy but also the target effect. Leaders and scouts viewed the effect of the 50 cal round as a combat multiplier due to the psychological impact on other combatants that viewed the destruction of the target.

“My spotter positively identified a target at 1400 meters carrying an RPG on a water tower. I engaged the target. The top half of the torso fell forward out of the tower and the lower portion remained in the tower.” 325th PIR Sniper

http://www.globalsecurity.org/military/systems/ground/m107.htm

Estorias de snipers no Vietnã incluem muita lenda, a bala 7,62x51mm perde 2/3 de sua energia a 500 metros, a 1km ela é tão letal quanto um .38 SPL, isso não é algo com utilidade militar...
Se você considera inútil acertar o inimigo a 1km...

A .338 Lapua perde metade de sua energia a 500 metros a 1km ela não consegue mais perfurar nem coletes nivel IIIA, apesar de conseguir (veja bem, eu disse conseguir, o stopping power fica na casa dos 90% a letalidade fica bem abaixo disso) matar a essa distância sua utilidade militar é questionavel.

Qual calibre perfura coletes a 1km? Não busque o impossível. O calibre 338, seja Winchester ou Lapua, é o calibre mundial intermediário entre o 7,62 e o .50.

The .338 Lapua Magnum (also known as the 8.6 x 70 mm) fills the gap between the 7.62 mm and .50 caliber weapon systems. The .338 Lapua Magnum has an effective range up to 1500 meters, but without extensive weight and size of rifle. A rifle chambered for the .338 Lapua Magnum still has size and weight approximately similar to the 7.62 mm NATO caliber counterpart. In addition to that the .338 Lapua Magnum caliber rifle is more pleasant to shoot than the .50 caliber rifles, and has less audible muzzle report.
http://www.nammo.com/smallarms/index.html

This round is considered effective for sniping at 1500 meters!
http://www.chuckhawks.com/super_338_Mags.htm

Por fim, o que é utilidade militar para você?




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#12 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Abr 12, 2005 8:02 pm

Deixe a propaganda de lado e poste algo real (como a energia do projetil a 1400 metros...), um sniper precisa acertar o primeiro tiro (e de preferência matar no primeiro tiro), atirar 4 ou 5 vezes até acertar não tem utilidade militar ja que o inimigo tera sido alertado e ja vai te achado abrigo, algo com o stopping power de um .38 SPL não é util militarmente, ele só tira de combate metade dos atingidos matando muito menos que isso, enfim vai denunciar sua posição sem você ter certeza de que cumpriu a missão, a maioria dos alvos hoje usam colete então é desejavel que uma arma sniper seja capaz de perfura-los, se não for capaz a uma distância x a partir daquela distância a arma não tem muita utilidade sendo necessário chegar mais perto.




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#13 Mensagem por rodrigo » Qua Abr 13, 2005 11:32 am

Deixe a propaganda de lado e poste algo real

Não vi propaganda nenhuma. Aliás, gostaria de saber suas fontes.

um sniper precisa acertar o primeiro tiro
Essa é uma obrigação do sniper policial, o sniper militar tem que disparar quantas vezes forem necessárias para cumprir o seu objetivo, independente da distância e condições meteorológicas e ambientais.

algo com o stopping power de um .38 SPL não é util militarmente
Mais uma vez falo: a capacidade de se atingir um alvo a 1km é tão fantástica que mesmo que fosse com a energia de um 22 LR ainda seria interessante. Não tem nada a ver com Stopping Power.

ele só tira de combate metade dos atingidos matando muito menos que isso, enfim vai denunciar sua posição sem você ter certeza de que cumpriu a missão
Um dos conceitos que se ensinam aos sniper é de que é melhor um tiro mal colocado do que não tentar o disparo, isso é realidade principalmente em counter-sniping, onde um inimigo atingido não está mais hábil a realizar suas funções, e ainda necessitará da mobilização do aparato inimigo para socorrê-lo, criando ainda mais alvos de oportunidade e dispêndio de meios para realizar o socorro.

a maioria dos alvos hoje usam colete
Isso é opinião, não é fato. Ou então prove.

então é desejavel que uma arma sniper seja capaz de perfura-los
Se o 338 é tão fraco, e o .50 é tão impreciso, gostaria de saber qual é a solução, inclusive posso vender a sua solução para exércitos do mundo todo.

se não for capaz a uma distância x a partir daquela distância a arma não tem muita utilidade sendo necessário chegar mais perto
Óbvio.

poste algo real (como a energia do projetil a 1400 metros...),
É claro que o projétil perderá energia com a distância, mas ele é o calibre para isso, goste ou não. Aproveito para pedir que você poste as tabelas que tanto tem falado, e ainda espero ansiosamente que você me traga a solução para o calibre fraco e o impreciso.




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#14 Mensagem por Marechal-do-ar » Qua Abr 13, 2005 1:04 pm

As tabelas estão na parte de balistica do site da remington (http://www.remington.com), tem até um programinha que você pode comprar, nele sim tem a enrgia dos projeteis a distâncias de até um quilometro, acho inutil continuar discutindo porque nossas opiniões se divergem quanto ao emprego de um sniper, quanto aos calibres, não é o .50 que é impreciso, é a arma, a Barret M82 é "recoil operated" (desculpe dar o noime em ingles é que no momento e não lembro o nome em portugues), e da pior forma, o cano se move para tras na hora do disparo o que tira a precisão da arma, a Barret fez uma nova arma de ferrolho essa sim realmente precisa.




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#15 Mensagem por Guerra » Qui Abr 14, 2005 8:47 am

Sem querer duvidar da capacidade do sniper, mas o que esse cara estava fazendo a 1600 m do pelotão? Não esta muito claro, mas tudo leva a crer que ele estava atuando junto com o pelotão. Ele não deveria estar mais perto? Por isso eu acho que devem ter aumentado um pouco essa historia.
Existe uma ideia que o sniper é um cara solitário, que toma suas decisões sozinho, escolhe em quem e quando vai atirar. Tudo bem, que a iniciativa é uma caracteristica do sniper, mas não é bem assim, pelo menos para fins militares não é. A primeira regra para o comandante que esta trabalhando com um sniper, é não perder o controle de suas ações.
Quanto a distancia, um Caçador deve acertar a cabeça do inimigo até 400 m, o peito de 400 a 600 m, e qualquer parte do corpo ate 800 m. Vejam que isso é o minimo.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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