VLS
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Esse papo de descarga elétrica ter acionado os ignitores é besteira, podia ter caido um raio no VLS se não houvesse rachaduras nada iria acontecer (quer dizer quem estivesse ao lado dele seria carbonizado...), mas o VLS continuaria inteiro, isso acontece graças a chamada blindagem eletromagnética que impede que faz objetos metálicos (carros, aviões, foguetes, etc) imunes a descargas elétricas.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Não seria blindagem Eletrostática ao invés de eletromagnética?
De qualquer forma, o Marechal está certo em dizer que o VLS não sofreria nenhum dano físico caso um raio(ou uma relez descarga elétrica) o atingisse, devido à referida blindagem. O que argumentam é que essa descarga poderia ter acionado os propulsores, esses sim, capazes de explodir a plataforma inteira(como de fato, infelizmente, ocorreu
).
Abraços
César
De qualquer forma, o Marechal está certo em dizer que o VLS não sofreria nenhum dano físico caso um raio(ou uma relez descarga elétrica) o atingisse, devido à referida blindagem. O que argumentam é que essa descarga poderia ter acionado os propulsores, esses sim, capazes de explodir a plataforma inteira(como de fato, infelizmente, ocorreu

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César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
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Salve Marechal,
Explicando a sua pergunta, aí vai um trecho do relatório final da FAB sobre o acidente com o VLS. Infelizmente eu não estou conseguindo copiar e colar o trecho, e, portanto, vou ter que escrevê-lo linha por linha. Ou seja, vou transcrever apenas uma miníscula parte do relatório e de como a propulsão poderia ter ocorrido:
"Eletricidade Estática no Propelente
Esta segunda hipótese supõe a acumulação de eletricidade estática na carga do propelente ou na camada protetora adesiva, dando origem ao surgimento de uma descarga elétrica potente, com energia igual ou superior a energia de ativação do Propelente.
Essas descargas seriam desencadeadas em pequenas rachaduras ou bolhas, surgidas quando do processo de produção do propelente ou do carregamento e finalização da produção dos propulsores, ou ainda resultantes do manuseio e transporte até a montagem final do veículo.
Em reforço a essa tese, os especialistas russos citaram a inexistência de ligações elétricas(pontes) entre o propelente e a carcaça dos propulsores brasileiros.
Reconheceram, entretanto, que descargas elétricas dessa ordem são eventos raros.
Em termos efetivos, foi considerado que apenas uma descarga atmosférica(raio) de alta intensidade poderia passar para o interior do propulsor e produzir a combustão. A esse respeito, a investigação conduzida sobre o fator metereológico concluiu pela não ocorrência de decarga atmosférica no dia do acidente.
Como consequência, essa hipótese foi considerada de baixa probabilidade de ocorrência"
Bem, a FAB apontou uma série de outras possibilidades para que uma descarga elétrica atinga o propulsor, mas todas elas ocupam quase metade do trabalho(de 130 páginas) e, portanto, não tenho a mínima condição de copiá-lo para cá. Se você quizer eu te envio o relatório por e-mail.
Eu ainda não o li, pois é muito grande, mas parece bem completo a uma primeira lida.
Abraços
César
Explicando a sua pergunta, aí vai um trecho do relatório final da FAB sobre o acidente com o VLS. Infelizmente eu não estou conseguindo copiar e colar o trecho, e, portanto, vou ter que escrevê-lo linha por linha. Ou seja, vou transcrever apenas uma miníscula parte do relatório e de como a propulsão poderia ter ocorrido:
"Eletricidade Estática no Propelente
Esta segunda hipótese supõe a acumulação de eletricidade estática na carga do propelente ou na camada protetora adesiva, dando origem ao surgimento de uma descarga elétrica potente, com energia igual ou superior a energia de ativação do Propelente.
Essas descargas seriam desencadeadas em pequenas rachaduras ou bolhas, surgidas quando do processo de produção do propelente ou do carregamento e finalização da produção dos propulsores, ou ainda resultantes do manuseio e transporte até a montagem final do veículo.
Em reforço a essa tese, os especialistas russos citaram a inexistência de ligações elétricas(pontes) entre o propelente e a carcaça dos propulsores brasileiros.
Reconheceram, entretanto, que descargas elétricas dessa ordem são eventos raros.
Em termos efetivos, foi considerado que apenas uma descarga atmosférica(raio) de alta intensidade poderia passar para o interior do propulsor e produzir a combustão. A esse respeito, a investigação conduzida sobre o fator metereológico concluiu pela não ocorrência de decarga atmosférica no dia do acidente.
Como consequência, essa hipótese foi considerada de baixa probabilidade de ocorrência"
Bem, a FAB apontou uma série de outras possibilidades para que uma descarga elétrica atinga o propulsor, mas todas elas ocupam quase metade do trabalho(de 130 páginas) e, portanto, não tenho a mínima condição de copiá-lo para cá. Se você quizer eu te envio o relatório por e-mail.
Eu ainda não o li, pois é muito grande, mas parece bem completo a uma primeira lida.
Abraços
César
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Como dou tido e havido por maluco,lá vai. Acho que foi sabotagem sim. Não existem desculpas do tipo que se usa contra o Irâ e outras nações do mal para babar um projeto destes aqui no Brasil, então, quando o negócio começou a ficar sério alguém, deu uma bela de uma sacaneada e não deve ter sido nem um pouco difícil. Lembro que logo depois do "acidente" uma equipe da Globo chegou pertinho do local e filmou tudo. Agora, se uma equipe destas faz isso facilmente que dirá um comando tipo SEAL ou GRUMEC. Sabe-se que haviam navios e talvez submarinos observando tudo na região.
A grande verdade é que tudo relativo à segurança(security) foi de um amadorismo enorme e quando se está fazendo mísseis balísticos têm-se que levar a coisa mais a sério um pouco, não dá prá levar na base do oba-oba.
Fico mutíssimo triste pelas famílias dos que morreram na operação, vítimas deste amadorismo e falta de senso.
A grande verdade é que tudo relativo à segurança(security) foi de um amadorismo enorme e quando se está fazendo mísseis balísticos têm-se que levar a coisa mais a sério um pouco, não dá prá levar na base do oba-oba.
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Marechal-do-ar escreveu:É verdade César, é blindagem eletroestática, mas os propulsores ficam na parte interna do foguete como é que eles podem ser acionados por uma descarga se ela só atinge a parte externa?
Marechal, uma vez que os ignitores já estavam instalados uma mera condução de uma descarga elétrica pelo fio poderia iniciar a combustão.
Abraços
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Slip, uma "mera descarga elétrica" precisa de energia para vencer a força dos eletrons e chegar ao interior do VLS, coisa que não é fornecida por celulares, ou qualquer dispositivo existente no local. Acho que teve mais alguma coisa la que eles não querem que a gente saiba...
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Marechal-do-ar escreveu:Slip, uma "mera descarga elétrica" precisa de energia para vencer a força dos eletrons e chegar ao interior do VLS, coisa que não é fornecida por celulares, ou qualquer dispositivo existente no local. Acho que teve mais alguma coisa la que eles não querem que a gente saiba...
Na verdade, quando falei em "descarga elétrica" estava falando em um raio até porque nunca vi um celular produzir uma descarga elétrica afinal, os que eu conheço pelo menos, são feitos de plástico. Em compensação, já li que cargas eletrostáticas (como as que nós mesmos armazenamos) podem produzir descargas de tensões superiores da ordem de kV's!
De qualquer forma, independente do motivo que a originou, o fato de que os ignitores já estavam instalados bem antes do momento do lançamento já é motivo para se constatar que existe algo de errado por lá (seja em segurança, seja em adoção de procedimentos, ou os 2).
Abraços
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Slip, o importante não é tanto a voltagem, e sim a corrente, sabe como é se a resistência for muito alta a corrente é pequena, e se a corrente for muito pequena não existe energia, mesmo que a eletrecidade eletroestática no corpo humano atinja 1 GV a corrente sempre sera pequena pois a resistência do nosso corpo é gigante (da ordem de trilhões de ohms) ai é só faze aquela continha E=UI e ver que não ha energia suficiente para os ignitores (que ja deviam estar instalados ja que o lançamento foi adiado 3 vezes e nunca deram uma explicação plausível para esses adiamentos...).
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Bem, eu havia lido em algum lugar Marechal que a resistência humana era algo em torno de 200 ohms. Acho difícil(pra falar a verdade, praticamente impossível) existir em nós uma resistência de "trilhões de ohms" pois, se assim fosse, nós não sentiríamos praticamente nada ao tocar na tomada de 220V, e uma cerca de 10000V só nos causaria cócegas!
Continuando com a parte posterior àquela que eu havia transcrito(tudo que está em negrito eram originais do texto):
Ignição do Propulsor
Para melhor entendimento desta terceira hipótese, faz-se necessário uma explicação adicional.
A ignição normal dos propulsores do VLS-1 ocorre através do acendimento de um dispositivo de propelente sólido, alojado no orifício central do bloco de propelente principal, na parte superior do próprio propulsor, denominado Conjunto de Ignição. A figura 64 apresenta a vista superior e o corte vertical de um desses dispositivos.
O processo inicia-se com a passagem de uma corrente elétrica da ordem de 5A por um primeiro elemento denominado Detonador, que, em função do aquecimento de um filamento interno, envolto por uma pequena quantidade de material explosivo, provoca uma detonação.
A detonação, por sua vez, faz surgir uma onda de choque que inicia outra composição pirotécnica, dentro de um segundo elemento, o Iniciador, gerando gases a alta temperatura e dando início ao processo de acendimento(combustão) do Ignitor.
A corrente necessária para acender a carga explosiva do detonador surge normalmente por meio de comando programado de uma fonte de tensão elétrica, provocando o acendimento intencional do propulsor. No caso do acidente com o VLS-1 V03 foi analisada a hipótese de acionamento não intencional, ou ainda acionamento intencional por ação de oponente racional. Esta última hipótese é discutida na Seção 3.3 "Fator Operacional".
No total, quatro possíveis causas de ignição do propulsor A do primeiro estágio foram investigadas(Figura 65): ocorrência de uma descarga atmosférica(raio); ocorrência de uma descarga elétrica interna(centelha) no sensor de pressão do ignitor; corrente elétrica ao longo da linha normal de ignição, mesmo com essa linha nas condições de segurança; ou ainda por uma descarga eletrostática(centelha) entre um dos pinos do detonador e a carcaça.
Nisso o trabalho prossegue analisando essas quatro possibilidades, o que consome mais algumas páginas que eu não irei transcrever. Mas o que é possível notar é que, por negligência ou mesmo sabotagem, aparentemente nada impede que uma descarga elétrica, acidental ou não, tenha causado a ativação do propulsor do VLS, que explodiu.
Abraços
César
Continuando com a parte posterior àquela que eu havia transcrito(tudo que está em negrito eram originais do texto):
Ignição do Propulsor
Para melhor entendimento desta terceira hipótese, faz-se necessário uma explicação adicional.
A ignição normal dos propulsores do VLS-1 ocorre através do acendimento de um dispositivo de propelente sólido, alojado no orifício central do bloco de propelente principal, na parte superior do próprio propulsor, denominado Conjunto de Ignição. A figura 64 apresenta a vista superior e o corte vertical de um desses dispositivos.
O processo inicia-se com a passagem de uma corrente elétrica da ordem de 5A por um primeiro elemento denominado Detonador, que, em função do aquecimento de um filamento interno, envolto por uma pequena quantidade de material explosivo, provoca uma detonação.
A detonação, por sua vez, faz surgir uma onda de choque que inicia outra composição pirotécnica, dentro de um segundo elemento, o Iniciador, gerando gases a alta temperatura e dando início ao processo de acendimento(combustão) do Ignitor.
A corrente necessária para acender a carga explosiva do detonador surge normalmente por meio de comando programado de uma fonte de tensão elétrica, provocando o acendimento intencional do propulsor. No caso do acidente com o VLS-1 V03 foi analisada a hipótese de acionamento não intencional, ou ainda acionamento intencional por ação de oponente racional. Esta última hipótese é discutida na Seção 3.3 "Fator Operacional".
No total, quatro possíveis causas de ignição do propulsor A do primeiro estágio foram investigadas(Figura 65): ocorrência de uma descarga atmosférica(raio); ocorrência de uma descarga elétrica interna(centelha) no sensor de pressão do ignitor; corrente elétrica ao longo da linha normal de ignição, mesmo com essa linha nas condições de segurança; ou ainda por uma descarga eletrostática(centelha) entre um dos pinos do detonador e a carcaça.
Nisso o trabalho prossegue analisando essas quatro possibilidades, o que consome mais algumas páginas que eu não irei transcrever. Mas o que é possível notar é que, por negligência ou mesmo sabotagem, aparentemente nada impede que uma descarga elétrica, acidental ou não, tenha causado a ativação do propulsor do VLS, que explodiu.
Abraços

César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
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Cesar, não sentimos o choque devido a simples eletrecidade, e sim devido a corrente alternada da tomada, você deve ter notado que muitas pessoas atingidas por raios de milhares de volts sobrevivem enquanto outras morrem eletrocutadas com meros 220V, como eu disse você só sente o choque se a corrente for alternada e isso não pelo fato da eletrecidade passar pelo seu corpo (na verdade o que passa pelo seu corpo é ridiculo devido a resitência), mas pelo fato dela desidratar os açucares (coloque o cabo de força num pote com açucar é bem interessante o resultado).
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
Bem,
Discussões a parte de como os ignitores dispararam. O fato é que ALGUÉM mandou colocar os ignitores ANTES da hora. É aí que o bicho pega. Somando-se a isso, é importante que analisemos o contexto histórico anterior ao acidente, como o seguido corte de verbas promovido pelos governos Collor e FHC. Junta-se a esse caldo o amadorismo dos serviços de contra-inteligência da ABIN(que acho que inexiste! basta ver toda a folia do relacionamento da CIA com a PF durante 10 anos publicado na revista carta capital) e da FAB. O resultado disso a gente ja sabe, mais prejuizo para o Pais.
Discussões a parte de como os ignitores dispararam. O fato é que ALGUÉM mandou colocar os ignitores ANTES da hora. É aí que o bicho pega. Somando-se a isso, é importante que analisemos o contexto histórico anterior ao acidente, como o seguido corte de verbas promovido pelos governos Collor e FHC. Junta-se a esse caldo o amadorismo dos serviços de contra-inteligência da ABIN(que acho que inexiste! basta ver toda a folia do relacionamento da CIA com a PF durante 10 anos publicado na revista carta capital) e da FAB. O resultado disso a gente ja sabe, mais prejuizo para o Pais.