CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Rui Elias Maltez
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CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#1 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Nov 17, 2006 8:50 am

Como forma de abrir um espaço de debate para os assuntos mais específicos no conflito que opõe Israel à Palestina, resolvi abrir este tópico.

Abre com uma notícia sobre o novo empenhamento europeu para tentar travar uma espiral de violêmncia de parte a parte, e como forma de se tentar analisar se a Europa se poderá substituir aos EUA como actor principal, e mais aceite por uma das partes em conflito, após o envolvimento europeu na questão libanesa.

__________________________

Europa reforça empenhamento na Palestina
PATRICK KOVARIK / afp / http://jn.sapo.pt/2006/11/17/mundo/

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Chirac e Zapatero gizaram iniciativa de paz para o Médio Oriente


A Europa está a tentar marcar a agenda na questão israelo-palestiniana. Em Gérone, França, onde decorre a cimeira franco-espanhola, Espanha e França, com o apoio de Itália, disseram estar a burilar "uma iniciativa comum" em favor do Médio Oriente.

Em Estrasburgo, o Parlamento Europeu apelou "ao fim imediato das hostilidades" e convidou os 25 a "a lançar, em breve, uma iniciativa que permita o envio de observadores militares internacionais" para a Faixa de Gaza.

"A situação detiorou-se de tal forma, que se exige uma reacção urgente da comunidade internacional. Não podemos continuar impávidos face aos horrores que continuam a desenrolar-se à nossa frente", disse o primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Zapatero.

A resolução, a germinar entre França e Espanha, tem o apoio de Itália e vai ser posta à consideração de Reino Unido e Alemanha, antes de ser apresentada ao Conselho da Europa, no próximo mês.

A iniciativa preconiza "o fim imediato da violência" entre israelitas e palestinianos, a troca de prisioneiros e a formação de um governo de unidade nacional na Palestina. Não precisa se o Hamas tem de reconhecer o Estado hebraico e prevê o envio de uma missão de investigação e, "a prazo", uma nova conferência de paz.

"Saudamos a ideia de organizar uma conferência de paz internacional sobre o Médio Oriente, que até já está prevista nos acordos do Roteiro de Paz", disse Abou Roudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas. Israel rejeita a proposta europeia. "É conversa de café", disse um dirigente israelita à AFP.

AC




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#2 Mensagem por 3rdMillhouse » Sex Nov 17, 2006 10:42 am

Dois obstáculos, judeus ultrancionalistas e grupos terroristas palestinos (que alguns românticos gostam de chamar de militantes), remova-os e a paz entre palestinos e Israel poderá se tornar um futuro concreto.




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#3 Mensagem por P44 » Sex Nov 17, 2006 12:08 pm

concordo com o 3rd, o maior problema são os fanáticos de ambos os lados, no outro dia deu no Discovery (salvo erro) uma reportagem de um grupo ultra-nacionalista Israelita , o discurso deles é copy/paste do discurso dos radicais Islâmicos, só troca as nacionalidades....




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#4 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Nov 17, 2006 12:28 pm

Completamente de acordo.

Os extremistas dos dois lados são os maiores inimigos da paz




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rodrigo
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#5 Mensagem por rodrigo » Seg Dez 25, 2006 6:56 pm

25 de dezembro de 2006 - 13:14
Israel prepara medidas para facilitar vida de palestinos


Governo israselense se diz favorável a facilitar viagens na Cisjordânia e a realizar uma libertação de prisioneiros, para melhorar o prestígio de Mahmoud Abbas
AP

JERUSALÉM - O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, informa ter requisitado ao Exército que desmantele alguns postos de checagem militares que vêm impondo graves dificuldades ao deslocamento de palestinos na Cisjordânia. A medida será parte de um "pacote de boa vontade" que, o governo israelense espera, aumentará o prestígio do presidente palestino, Mahmoud Abbas, em meio a seu próprio povo.

Peretz também informou aos comitês de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento que apóia a libertação de alguns dos milhares de prisioneiros palestinos mantidos em Israel, mesmo sem a contrapartida de um acordo para a libertação de um soldado israelense capturado por extremistas palestinos.

Neste domingo, 25, o premier israelense, Ehud Olmert, disse que ele, também, é a favor da libertação de palestinos antes que o cabo Gilad Shalit seja solto. Olmert havia dito, em outras oportunidades, que não libertaria nenhum palestino até que Shalit estivesse em casa. Mas, numa reunião realizada com Abbas, na noite de sábado, reviu sua posição.

Israel espera que uma libertação de prisioneiros, bem como a suavização das restrições ao deslocamento nos territórios palestinos, convença o público palestino de que Abbas é capaz de gerar benefícios que os extremistas do Hamas, grupo que disputa com Abbas o poder entre os palestinos e que já domina o gabinete e o Parlamento, não têm como produzir.

Na reunião de sábado, a primeira entre líderes palestinos e israelenses em 18 meses, Olmert ofereceu a Abbas a desativação dos postos de checagem e dezenas de milhões de dólares em recursos que se encontram congelados.

Os postos de checagem subdividiram a Cisjordânia em blocos, o que dificulta o deslocamento e estrangula a economia local.

Parlamentares que participaram da reunião dos comitês afiram que Peretz mencionou a desativação de 59 postos, em duas etapas. Peretz não ofereceu um cronograma para a implementação da medida.

Os palestinos saudaram a decisão de Peretz. Embora o plano preveja a manutenção de centenas de bloqueios rodoviários, "ainda consideramos isso um passo para o fim da restrição interna da Cisjordânia", disse um importante assessor de Abbas, Saeb Erekat.

O general Yair Naveh, comandante israelense para a Cisjordânia, vem advertindo que a desativação dos postos tornará mais difícil a tarefa de evitar atentados suicidas, dizem fontes dos serviços de segurança.

http://www11.estadao.com.br/ultimas/mun ... /25/27.htm




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a vida é assim: esquenta e esfria,
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#6 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Dez 27, 2006 10:18 am

São boas notícias, como forma de fortalecer a posição da AP liderada pelo Presidenmte Abbas, e da Fatah, contra os mais radicais do Hamas.




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#7 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Dez 29, 2006 9:56 am

MÉDIO ORIENTE
Israel vai facilitar circulação e movimento de palestinos

O Governo israelita vai aplicar medidas «imediatas» para facilitar a circulação e movimento de pessoas na Cisjordânia e aumentar o número de palestinos autorizados a trabalhar em Israel. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa Israelita.

O ministro da Defesa israelita, Amir Peretz, anunciou hoje medidas «imediatas» para facilitar a circulação e movimento de pessoas na Cisjordânia.

«Temos preparado um plano para aplicar imediatamente, que consiste em facilitar a circulação e movimento de palestinos e aumentar o número de palestinos autorizados a trabalhar em Israel», afirmou Amir Peretz, no final de uma reunião da comissão dos Negócios Estrangeiros de Defesa do parlamento israelita (Knesset).

Peretz precisou também que Israel vai «desmantelar 59 barragens na Cisjordânia».

O ministro da Defesa israelita indicou igualmente que os prisioneiros palestinos vão ser soltos por ocasião da festa muçulmana Aid el-Adha, que decorre entre 31 de Dezembro e 02 de Janeiro.



15:22 / 25 de Dezembro 06 / http://www.tsf.pt/online/internacional/




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#8 Mensagem por rodrigo » Qua Jan 03, 2007 4:02 pm

03 de janeiro de 2007 - 13:14
Mubarak e Olmert buscam revitalizar processo de paz


Encontro entre líderes acontecerá na localidade egípcia de Sharm el-Sheikh
EFE

CAIRO - O presidente egípcio, Hosni Mubarak, se reunirá nesta quinta-feira com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, dentro dos esforços de mediação do Egito para retomar o processo de paz palestino-israelense, segundo a agência oficial de notícias Mena.

A reunião entre Mubarak e Olmert acontecerá na localidade egípcia de Sharm el-Sheikh, nas margens do Mar Vermelho. Em 27 de dezembro, Mubarak teve uma reunião similar com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

As conversas de Abbas com Mubarak se concentraram na situação nos territórios palestinos, nos esforços destinados a conseguir a união nacional palestina e nas tentativas de relançar o processo de paz com Israel, cujo "congelamento causa o sofrimento do povo palestino e a continuação da violência", acrescentou a agência.

Mubarak, mediador no conflito palestino, enviou em 27 de dezembro seu ministro de Assuntos Exteriores, Ahmed Aboul Gheit, a Israel para discutir com Olmert os esforços para revitalizar o processo de paz.

Além disso, o presidente egípcio reuniu-se em 16 de dezembro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, que pediu à comunidade internacional que apoiasse Abbas para conseguir um avanço no caminho rumo a uma solução para o conflito palestino-israelense.

http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo ... 03/102.htm




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#9 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Jan 04, 2007 10:15 am

Eu espero que consigam, para o bem de todos na região.

Mas depois de tantas tentativas, sempre sabotadas pelos mais radicais dos 2 lados, estou pessimista.

A menos que ao novo desenho estratégico que se esboça no médio-oriente forçe a uma paz efectiva.

Embora paz efectiva só seja atingida com uma autêntica soberania palestina nos seus territórios, fim de todos os colonatos na Cisjordânia e controlo das fronteiras palestinas pela AP, para além de se ter que resolver o estatuto de Jerusalém.




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#10 Mensagem por rodrigo » Qua Jan 10, 2007 5:41 pm

10/01/2007 - 15h23
Hamas admite que Estado de Israel é "realidade"

da Folha Online

O líder do Hamas [grupo terrorista e partido político] em Damasco (Síria), Khaled Meshal, admitiu nesta quarta-feira a existência do Estado de Israel, dizendo que ele é uma "realidade".

"A questão não é a existência de Israel, mas a falha em estabelecer um Estado para os palestinos", afirmou Meshal, cujo partido lidera o Parlamento palestino. O reconhecimento do Estado de Israel só será aceito pelo Hamas uma vez que um Estado palestino for estabelecido, segundo o líder do grupo em Damasco.

Membros do Hamas já deram declarações similares anteriormente, dizendo que a existência de Israel era uma "realidade inegável", mas é a primeira vez que tais colocações partem de líderes do grupo na Síria. Esta também é a primeira vez que um membro do Hamas levanta a possibilidade do reconhecimento total e oficial de Israel no futuro.

Os governos de Israel e de países ocidentais impuseram sanções econômicas ao governo palestino liderado pelo Hamas pela recusa em reconhecer Israel, renunciar à violência e aceitar os acordos de paz. O Egito também aumentou a pressão para que o Hamas reconheça Israel.

O Hamas quer instituir um Estado palestino que inclua Gaza, a Cisjordânia e o leste de Jerusalém, e quer garantir o direito dos refugiados de retornar às suas casas perdidas em 1967. "Nós, palestinos, exigimos um Estado árabe que respeite as fronteiras de 1967".

O premiê palestino, Ismail Haniyeh, pediu nesta quarta-feira que os palestinos evitem se envolver em confrontos internos que possam resultar em um conflito civil.

"Nós ressaltamos a necessidade de que o povo palestino se afaste de qualquer tipo de confronto, fique longe das armas e se foque no diálogo para resolver as divergências internas", disse Haniyeh após uma reunião. "Elas existem, mas não serão resolvidas pela violência".

Violência

A violência entre os dois grupos políticos se agravou no último mês devido a um anúncio do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, de que convocará eleições antecipadas se o Hamas não aceitar a formação de um governo de união nacional.

Abbas espera, com a formação de um novo governo, superar a crise econômica que atinge a Cisjordânia e Gaza desde março de 2006.

Os confrontos se intensificaram na semana passada, devido à morte de um coronel vinculado às forças do Fatah e à assinatura de um decreto por Abbas no qual desintegra a chamada Força Auxiliar de Segurança, criada pelo governo do Hamas.

O corpo de segurança recebe ordens do ministro do Interior, Salam Sayad, ao contrário dos outras forças oficiais da ANP, dependentes do presidente.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 3652.shtml




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#11 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Jan 11, 2007 7:48 am

Líder do Hamas reconhece Israel como facto


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Khaled Meshaal admite Israel


O Hamas encara a existência de Israel como um facto consumado, afirmou ontem à Reuters o líder exilado daquele grupo palestiniano xiita radical Khaled Meshaal, amenizando a posição da organização cuja carta fundadora não reconhece o Estado judaico. Israel é uma "realidade" e "continuará a existir um Estado chamado Israel, isso é um facto", disse Meshaal numa entrevista. "O problema não é que exista uma entidade chamada Israel", afirmou. "O problema é que o Estado palestino não existe", sublinhou.

Israel e governos ocidentais impuseram pesadas sanções financeiras ao Governo palestiniano liderado pelo Hamas pela recusa daquele grupo em reconhecer Israel, em abandonar a luta armada e em aceitar os acordos de paz preexistentes.

Meshaal disse que o Hamas continuará a desafiar as condições impostas pelo Ocidente, recusando-se a reconhecer formalmente o Estado judaico enquanto não for atendida a reivindicação por um Estado palestiniano.

O Hamas quer um Estado palestiniano que inclua a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, além de pretender ver reconhecido o direito dos refugiados palestinianos de regressar às suas casas, de onde foram desalojados na Guerra dos Seis Dias, em 1967. "Como palestiniano, hoje, falo da exigência árabe e palestiniana de um Estado com as fronteiras de 1967.

É verdade que, na realidade, haverá uma entidade ou Estado chamado Israel no restante das terras palestinianas", disse Meshaal. "Isso é uma realidade, mas não tratarei dela em termos de reconhecê-la ou admiti-la", considerou, depois, citado pela Reuters.

http://jn.sapo.pt/2007/01/11/mundo/





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#12 Mensagem por rodrigo » Sex Fev 02, 2007 10:52 am

02 de fevereiro de 2007 - 07:42
Novos confrontos em Gaza acabam com cessar-fogo

Após três dias de trégua, conflitos entre facções rivais deixam pelo menos seis mortos

GAZA - Forças próximas ao Fatah, facção do presidente palestino, Mahmoud Abbas, invadiram na noite de quinta-feira o campus da Universidade Islâmica, em Gaza, que é considerado um reduto do grupo rival, o Hamas, do primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh.

A operação, que aparentemente tinha o objetivo de procurar armas, foi comandada pela guarda presidencial de Abbas. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas no tiroteio e parte do prédio foi incendiado.

Segundo um representante do Fatah, sete iranianos foram presos na universidade. O Hamas nega a presença de estrangeiros no campus.

A invasão da universidade ocorreu depois de um dia de violentos confrontos entre as duas facções rivais que deixou pelo menos seis mortos e acabou com o cessar-fogo decretado apenas três dias antes.

As seis mortes ocorreram no centro da Faixa de Gaza, quando militantes do Hamas atacaram um comboio que levava suprimentos para as forças de segurança aliadas ao Fatah.

Também há relatos de vários conflitos menores na quinta-feira e do retorno de homens armados às ruas da Faixa de Gaza. À noite, uma área próxima ao Ministério do Interior, sitiado por partidários do Fatah, foi atacada por foguetes do Hamas. Também foram ouvidos disparos de metralhadora na cidade.


Guerra civil
Segundo o correspondente da BBC em Gaza Alan Johnston, o temor de uma guerra civil aumenta entre a população. Ele afirma que a invasão da universidade é uma vitória psicológica para o Fatah.

Johnston diz que a Universidade Islâmica foi fundada por Sheikh Yassin, líder espiritual do Hamas, e que os principais líderes do movimento estudaram ou lecionaram no campus.

Será um golpe para o Hamas, diz Johnston, o fato de que o campus agora está nas mãos da facção inimiga. Ele afirma ainda que o simples fato de a universidade ter sido escolhida como alvo de uma operação revela a dimensão sem precedentes alcançada pelos confrontos entre as duas facções.

O Hamas afirma que o comboio atacado nesta quinta-feira levava armas vindas de Israel para a guarda de Abbas, o que é negado pelo Fatah. Segundo Johnston, a questão do armamento das tropas leais a Abbas é polêmica.

O correspondente afirma que tanto Israel quanto os Estados Unidos estão interessados em reforçar as forças pró-Abbas. Recentemente, Washington concordou em fornecer "equipamentos não-letais" à guarda presidencial.

O Hamas diz que o envolvimento americano tem o objetivo de provocar conflitos nos territórios palestinos.

http://www11.estadao.com.br/ultimas/mun ... /02/25.htm




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#13 Mensagem por Rui Elias Maltez » Sex Fev 09, 2007 9:39 am

Fatah e Hamas aceitam governo de unidade

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Kaleed Meschaal, lider do Hamas no exílio deslocou-se a Meca para assinar este acordo

A Fatah, facção do presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento que dirige o governo, terão chegado ontem a um "acordo de princípio" sobre um governo de unidade nacional, para evitar a guerra civil e pôr fim a um boicote internacional.

A revelação de que um compromisso terá sido obtido depois de dois dias de conversações na cidade islâmica sagrada de Meca, na Arábia Saudita, foi feita ao Ha"aretz por um membro da delegação da Fatah, Maher Mekdad, citado na edição electrónica daquele jornal israelita.

Ao início da tarde, ambas as partes já haviam chegado a um entendimento sobre a divisão das pastas no futuro executivo. O cargo mais importante, o do ministro do Interior - que controla a maior parte dos serviços de segurança -, será ocupado por um "candidato independente", proposto pelo Hamas e apovado por Abbas, precisou Mekdad.

À televisão Al-Jazira, um dos membros da delegação do Hamas, identificado como Mohammed Nazal, também confirmou um "compromisso preliminar" sobre a distribuição dos postos ministeriais que estaria ainda a ser finalizado à noite.

O mais difícil na reunião-maratona em Meca, sob mediação do rei saudita Abdulaziz, seria "a segunda parte do acordo", isto é, até que ponto irá a futura coligação reconhecer os acordos já assinados com Israel, salientou o Ha"aretz. Esta questão é vital para o fim do isolamento do Hamas, sujeito a sanções por se recusar a reconhecer o direito de existência do Estado judaico e a renunciar à luta armada. O grupo comprometeu-se até agora apenas com uma "trégua".

Se os EUA, Israel e a Europa considerarem que o Hamas "moderou suficientemente a sua posição", o processo de paz poderá ser relançado e retomada a ajuda financeira directa aos palestinianos, observou o Ha"aretz. A assistência europeia e americana, e também a transferência de impostos cobrados por Israel, estão suspensas desde que o movimento fundado pelo assassinado xeque Yassin tomou posse em Março de 2006 após uma vitória, por maioria absoluta, nas legislativas de Janeiro do mesmo ano.

As conversações em Meca - a delegação da Fatah é liderada pelo presidente Abbas e a do Hamas é chefiada por Khaled Meshaal, responsável político e militar exilado na Síria - são vistas como um esforço da Arábia Saudita, sunita, de impor a sua influência na região e servir de contrapeso ao Irão, xiita.

http://jornal.publico.clix.pt/noticias




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#14 Mensagem por Clermont » Seg Fev 12, 2007 12:25 pm

Sem querer me afastar do tema específico, "Israel-Palestinos", mas já me afastando, eis um texto que engloba, de forma mais ampla, a possível paz entre Israel e todo o mundo árabe-persa, e o papel, infelizmente deletério, desse horrível Governo Bush, em sua frustração..


ISRAEL, IRÃ E A ADMINISTRAÇÃO BUSH.

Por Gabriel Kolko – 12 de fevereiro de 2007.

Tem ocorrido um salto qualitativo na tecnologia militar que torna toda a sabedoria convencional herdada, e a guerra como instrumento político, totalmente irrelevante, não só para os Estados Unidos, mas também para qualquer outro estado que embarque nela 1. As nações deveriam ter compreendido isso, um século atrás, mas não o fizeram. Mas tem ocorrido mudanças decisivas nos equilíbrios de poder, e armas mais precisas e destrutivas – e, logo, bombas nucleares e mísseis para desfechá-las – estarão se tornando, mais e mais, disponíveis para países mais pobres. A tecnologia está se movendo muito mais rapidamente que os recursos diplomáticos e políticos ou a vontade para controlar suas conseqüências inevitáveis.

Os Estados Unidos deveriam ter aprendido sua lição no Vietnam, e seu público está consciente disso em uma extensão muito maior do que seus políticos. A guerra no Iraque tem reafirmado os limites decisivos da tecnologia quando enfrenta inimigos que são descentralizados e determinados. Ela tem sido extraordinariamente dispendiosa, porém, militarmente inefetiva, e a América está, inelutavelmente, perdendo este vasto empreendimento. Os rivais são muito mais iguais, e as guerras mais arrastadas e dispendiosas para aqueles que persistem em travá-las 2. As ambições da América pela hegemonia através do globo podem agora ser, mais e mais, desafiadas com sucesso. Em lugar algum isso é mais verdadeiro do que no Oriente Médio, onde a longa aliança americana com Israel, que compartilha de sua fascinação com o poder militar, tem produzido fracassos políticos colossais para ambas as nações.

As ultra-modernas Forças de Defesa de Israel, finalmente aprenderam isso no Líbano, julho último, quando mísseis do Hezbollah destruíram, ou danificaram seriamente, pelo menos 20 de seus melhores tanques, e eles foram combatidos até um impasse – abandonando o campo de batalha e perdendo seu precioso mito da invencibilidade. Crescente desmoralização, bem antes da guerra do Líbano tem atormentado Israel, e a percentagem de judeus com elevados graus acadêmicos que migram, cresce, firmemente, desde 2002. Israel exporta cérebros em uma extensão muito alta pelos padrões mundiais. A guerra libanesa e a conversa – de ambas as lideranças israelense e iraniana – de ameaças “existenciais” à própria sobrevivência do estado, apenas agravam fortemente esse derrotismo e o desejo de ir embora. No fim de janeiro, 78 % do público israelense estava “infeliz” com seus líderes por várias razões.

A política israelense sempre tem sido altamente instável, por qualquer padrão, mas a corrupção e outros escândalos que a estão atormentando agora, excedem qualquer coisa na sua história, mantendo-se paralela à perda de confiança em seu poder militar. A alienação da classe política em Israel nunca foi maior e o Primeiro-Ministro Ehud Olmert e seus cupinchas esperam que, espalhar o temor da bomba iraniana irá ajudá-los a se livrar da tempestade política que tem visto o índice deles nas pesquisas, afundando a um nível recorde. Mas o medo funciona em mão dupla, assustando as pessoas que podem migrar mais facilmente e mantendo afastados os turistas e investidores estrangeiros.

E mais ainda, a ansiedade do público israelense não tem diminuído pelos relatos da eficácia dos sistemas anti-míssil que Israel tem instalado com grandes despesas. Os iranianos tem dominado toda a tecnologia básica de mísseis, de acordo com especialistas israelenses, e embora a qualidade e precisão de seus mísseis possa deixar algo a desejar, eles podem infligir imensos danos. Especialistas israelenses também argumentam que o escudo de defesa de mísseis que Israel possuí – em comum com todos esses das outras nações – não é suficiente para protegê-lo. A Síria tem mísseis, também – não tão efetivos quanto os iranianos, porém, muito mais próximos e capazes de infligir muito dano, se utilizados.

Apesar de todas as proclamações apocalípticas sobre o iminente poder nuclear do Irã, por Binyamin Netanyahu, maior adversário de Olmert, ou pelo próprio primeiro-ministro e alguns dos membros de seu gabinete, essa histeria é politicamente motivada e direcionada a ganhar apoio público.

Meir Dagan, o cabeça do Mossad, contou ao Knesset israelense em dezembro último, que os esforços diplomáticos estavam “longe de estarem acabados” – que uma bomba nuclear iraniana estava, pelo menos, há dois anos ou mais de distância. Muitos estrategistas israelenses, incluindo Yuval Diskin, cabeça do Shin Bet, agora consideram a guerra de Bush no Iraque, como um desastre altamente desestabilizador para toda a região e uma grande dádiva para o poder do Irã, e eles se lamentam por tê-la endossado. Uma guerra com o Irã iria ser, de longe, mais perigosa. Pior ainda, os esforços para demonizar o Irã tem falhado. Apenas 36 % da população judaica de Israel, pesquisada no último mês, considerava um ataque nuclear iraniano como a “maior ameaça” para Israel.

Estrategistas israelenses sérios, avassaladoramente acreditam, para citar Reuven Pedatzur no Ha’aretz de novembro último, que “dissuazão mútua assegurada, pode ser forjada, com alto grau de sucesso, entre Israel e Irã.” O pensamento estratégico israelense é altamente realista. No início de fevereiro, um estudo divulgado em uma conferência pelo Instituto para os Estudos de Segurança Nacional, na Universidade de Tel Aviv, prevê que o Irã iria se comportar racionalmente com armas nucleares e “que a eliminação de Israel não é considerada ser um interesse nacional essencial” para ele. O Irã “iria agir logicamente, avaliando o preço e os riscos envolvidos.” Um ataque preemptivo contra os locais de pesquisa nucleares do Irã, “iria ser um erro estratégico,” preveniu Pedatzur na conferência, e o uso de armas nucleares táticas contra eles, pura estupidez. “Nossa melhor opção é a dissuasão nuclear aberta.”

Especialistas israelenses chegaram à conclusão de que a política americana no Oriente Médio não é, simplesmente, um imenso fracasso, mas também um inibidor decisivo para Israel reorientar sua política externa para confrontar as realidades da região na qual os judeus escolheram viver. Ela derrubou o Taliban no Afeganistão e Saddam Hussein no Iraque e criou uma presença iraniana avassaladora. Na Palestina, sua campanha pela democracia trouxe o Hamas ao poder. A escalada de tropas no Iraque é considerada fútil. “É um total erro de leitura da realidade,” um especialista israelense foi citado dizer, quando discutindo o papel da América na região. Os interesses israelenses não estão mais sendo servidos. As políticas americanas fracassaram e Israel tem dado uma carte blanche para uma estratégia que o deixa ainda mais isolado do que nunca.

Paz... ou Guerra.

A única segurança que Israel pode ter será como resultado da assinatura de acordos de paz com os palestinos e os países vizinhos. Ele não tem mais probabilidades do que os Estados Unidos de derrotar seus inimigos no campo de batalha, e suas armas tem sido neutralizadas. A guerra no Líbano foi apenas o augúrio dos limites decisivos de seu poder militar. É nesse contexto que as negociações secretas israelenses com a Síria tem enorme significância. Elas começaram em janeiro de 2004, na Turquia com a aprovação de Sharon, transferindo-se para a Suíça, onde o Ministério do Exterior suíço desempenhou papel de intermediário. Por volta de agosto de 2005, elas alcançaram uma forma muito avançada e cobriram questões políticas, de fronteira, água e território. Detalhes permeceram ainda a ser aplainados mas elas foram um salto quântico para a resolução de um dos problemas cruciais da região. Quando o Grupo de Estudo Baker-Hamilton elencou suas recomendações, dezembro último, as negociações com a Síria foram especialmente salientadas – um ponto que Baker reiterou quando testemunhou para o Comitê do Senado dos Estados Unidos sobre Relações Externas, no último 30 de janeiro. Baker, sem dúvida, sabia das conversas e das declarações explícitas da Síria de que desejava romper com os movimentos radicais islâmicos e de que estava pronta para discutir seus laços com o Irã, Hezbollah e o Hamas.

Essas conversas, nominalmente secretas, foram tornadas públicas em 8 de janeiro de 2007, quando o presidente egípcio Hosni Mubarak acusou os Estados Unidos, em uma entrevista a um jornal israelense, de obstruírem a paz entre Israel e Síria.

Akiva Eldar do Ha’aretz, então publicou uma série de relatos, extremamente detalhados, incluindo o rascunho do acordo, confirmando que a Síria ofereceu um tratado de paz eqüitativo de longo alcance que iria dar segurança e compreensão à Israel – e divorciar a Síria do Irã e mesmo criar uma distância crucial entre ela e o Hezbollah e o Hamas. O papel da Administração Bush em afundar o acordo de paz foi decisivo. O Assistente do Secretário de Estado para Assuntos do Oriente Próximo, C. David Welch, teve assento no encontro final, dois antigos funcionários superiores da CIA estavam presentes em todos esses encontros e enviavam relatórios regulares para o escritório do Vice-Presidente Dick Cheney. A imprensa tem estado cheia de detalhes de como o papel americano foi decisivo, porque tem sido a guerra, não a paz, que tem estado no topo de sua agenda.

A maioria do Establishment israelense a favorece. Em 28 de janeiro, israelenses importantes se encontraram publicamente em Jaffa e chamaram a resposta israelense “um jogo irresponsável com o Estado de Israel”, já que ela tornou Cheney, árbitro dos interesses nacionais israelenses. Eles incluíam o antigo chefe de estado-maior das FDI, Amnon Lipkin Shahak, o antigo chefe do Shin Bet, Ya’akov Perry, os antigos diretores do Ministério do Exterior, David Kimche e Alon Liel (que negociaram o acordo e acreditavam que ele era muito sério), e gente igual. Shlomo Bem-Ami, antigo Ministro do Exterior, tem desde então, apoiado a posição deles e argumentado que ela era “importante demais” para Israel endossar mais “outro fracasso da estratégica dos Estados Unidos.”

Mas Olmert disse, explicitamente, que a Administração Bush se opõe a paz negociada com a Síria. Portanto, ele se opôs também. A contradição de Olmert é que ele quer permanecer aliado próximo dos Estados Unidos, quaisquer que sejam suas políticas, ainda assim ele é, agora, um dos mais impopulares primeiro-ministros na história de Israel e no poder somente devido ao enfarte de Sharon. Israel é um pilar crucial da política americana na região inteira, mas esta política está fracassando. Uma aliança com a América é a receita de Olmert para uma derrota política quando a inevitável eleição for convocada. Esse é o problema dele.

O poder de Israel, depois de 1947, tem se baseado em sua supremacia militar sobre seus vizinhos mais fracos. Ele está no processo de perdê-la – se já não perdeu. Problemas menores, principalmente demográficos, irão, apenas, serem agravados, se as tensões persistirem. Ele, simplesmente, não pode sobreviver aliado com os Estados Unidos, pois os americanos irão, ou abandonar a região, ou embarcar em uma guerra que arriscará a própria existência de Israel. É tempo para ele se tornar “normal” e fazer a paz com seus vizinhos, e isso irá requerer dele que faça maiores concessões. Ele pode fazer isso, se embarcar em uma política externa independente, e ele pode começar a fazer isso, imediatamente, com a Síria.


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Gabriel Kolko é o autor, entre outros trabalhos de Century of War: Politics, Conflicts and Society Since 1914; Another Century of War?, e Anatomy of a War: Vietnam, the United States and the Modern Historical Experience. Seu livro mais recente é The Age of War.

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Notinhas do Clermont:

1 : Confesso que não entendi bem esse trecho. Afinal, se os americanos estão apanhando como boi ladrão se deve, ao menos na minha opinião, a terem desconsiderado toda a experiência anterior em política e guerra. Tanto de outros países, como deles mesmos. Aliás, não lembro bem, mas acho que foi o Doutor Fu-Manchu quem disse:

Não há exemplo de país que se tenha beneficiado de uma guerra prolongada.


E guerras anti-guerrilha tendem a ser muito prolongadas. Aliás, o conflito no Iraque já está durando tanto quando a participação americana na Segunda Guerra Mundial...

2 : Vide a notinha # 1, pequenos gafanhotos...




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#15 Mensagem por P44 » Seg Fev 12, 2007 12:54 pm

Muito Bom texto, Mestre Clermont.

Realmente é vergonhoso como a Admistração Bush simplesmente ignorou as conclusões do Relatório da Comissão Baker, e insiste na demência de uma escalada em toda a Região (o Irão agradece :wink: )




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