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Mensagem
por Koslova » Sáb Jul 29, 2006 5:53 pm
Esta atualização do Sea Skua é quase um reflexo direto do cancelamento do programa Polyphem a 3 anos atrás.
No final dos anos 90, um dos meus ultimos trabalhos em Israel, foi um pequeno programa de referencia para a conceptação de um míssil pequeno (<180Kg) que pude-se empregar uma gama de tecnologias presentes no programa Derby, como sistemas ativos de radar e sistemas inerciais.
A idéia era um míssil barato de se desenvolver e operar para armar helicopteros, pequenos aviões de patrulha e barços lança misseis em classes como os P-37BRL do Kuwait, que utilizam o Sea Skua.
Israel sempre posicionou seus mísseis anti navios (Gabriel) como opções de menor custo para barcos ligeiros lança mísseis, no Equador por exemplo, temos a classe Manta, com menos de 150ton de deslocamento e armados com o Gabriel MK-2. Na Africa do Sul, Taiwan, as verssões Scorpion e Hsiung Feng I, que consistiam basicamente em licenciamentos do Gabriel foram os maiores contratos para esta classe de mísseis.
O que fez com que os planos de Israel para este tipo de arma não fosse adiante?
Dois motivos.
O primeiro é que esta classe de barcos onde este míssil se posiciona é um conceito ultrapassado para a maioria das marinhas de guerra atualmente.
Segundo que foi julgado na época, que sistemas de fibras opticas podem fornecer um desempenho e verssatilidade muito superiores a a um míssil dedicado como o Sea Skua, então os planos mudaram para um possivel programa utilizando a base tecnologia da familia Spike e não da familia Derby. Sobre este novo programa não posso comentar.
Voltando a descisão da MBDA
O foco principal em dotar o Sea Skua de um sistema de radar ativo é otimisar o seu desempenho.
No atual sistema, com radar semi-ativo, o uso por aeronaves de asa fixa é inviavel, apesar de já se ter realizado desenhos de mísseis Sea Skua nas asas de aviões de patrulha maritima, o lançamento de uma aeronave de asa fixa não funciona, porque ambos (míssil e aeronave) tem que voar em direção ao alvo durante o engajamento. Um helicoptero pode ficar estacionado, ou se tiver um radar com 360 graus de cobertura, dar meia volta e se evadir.
Se ele puder ser lançado por uma aeronave em grande velocidade, seja ela de asa rotativa ou fixa, seu alcance aumenta razoavelmente e a sua gama de utilização também.
Em um lançamento a 15Km por um helicoptero, seu horizonte de radar é de 17 metros, dificilmente o radar de busca do navio não forneça um horizonte destes.
A 15Km é praticamente inviavel não ficar no horizonte de radar, mas a digamos 25Km, lançado na velocidade maxima da plataforma e descrevendo uma trajetória balistica e não Sea Skimmer para a otimisação da energia e da velocidade na fase terminal ai as coisas ficam mais faceis para o atacante se o navio alvo não tiver capacidade de defesa de area.
Um ultimo comentário.
Quando alguem lê sobre um míssil anti navio descrevendo uma trajetória baslistica e não uma trajetória Sea Skimmer pode questionar o motivo, já que afinal o perfil de vôo Sea Skimmer é quase que universalmente descrito como sendo o ideal para este tipo de míssil.
Existe algumas analises que podem ser realizadas.
Em um ataque com ASM, quando este liga seu radar de busca sua presença é automaticamente denunciada ao alvo. Mas neste caso o míssil esta a 8 milhas normalmente do alvo, e longe da zona de hard kill da defesa, que é tipicamente nas ultimas 3 milhas.
O míssil (já identificado) pelo alvo pode se elevar a digamos 200 pés de altura e entrar na zona de kard kill da defesa em trajetória balistica, existem dois ganhos taticos.
1- A penetração é de cima para baixo, pela superestrutura que é normalmente "mais mole" que o casco, depositando a ogiva na parte mais "mole" do navio.
2- Se o míssil estiver com um angulo de ataque de 45 graus, 70% da sua massa vai estar somada ao seu empuxo, aumetando a sua velocidade em até 40% o que permite ao míssil diminuir o tempo que a defesa tem para elimina-lo nas ultimas 3 milhas.
Este tipo de ataque baslistico é uma opção tatica que normalmente é descrita como possivel no Harpoon, americano. Ela é uma contraposição exatamente a algumas caracteristicas descritas acima, como a presença de blindagem em alguns navios russos e a menor velocidade do Harpoon mesmo se comparado ao Exocet por exemplo que não tem esta capacidade descrita.
Normalmente um ataque "classico" seria realizado com 2 misseis, um em perfil Sea Skimmer que vai na frente, seria o míssil de surpresa tatica e um míssil com trajetória final baslistica que dificultaria a defesa terminal do alvo em um momento onde não existe mais surpresa tatica.