Redução de verbas atingiu as três Forças Armadas

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Fox
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Redução de verbas atingiu as três Forças Armadas

#1 Mensagem por Fox » Seg Mai 17, 2004 4:57 pm

Redução de verbas atingiu as três Forças Armadas

De Brasília

Os seguidos cortes orçamentários dos últimos quatro anos atingiram duramente não apenas os investimentos em infra-estrutura, mas também alguns programas estratégicos das Forças Armadas. O projeto de modernização e desenvolvimento do AM-X - o caça-bombardeio desenvolvido por um consórcio formado entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) , Alenia Aerospazio e Aermacchi S.P.A - sofrerá um atraso de três a quatro anos, segundo informações do Ministério da Defesa. Da mesma forma, a falta de dinheiro causou um atraso de 75% no cumprimento das metas do projeto de desenvolvimento do míssil MAA-1, o primeiro brasileiro, mais conhecido como Piranha.

O projeto de construção da corveta Barroso, que teve início em 1994 e término previsto para dezembro de 1998, sofreu um atraso de 90 meses, informa o Ministério da Defesa. O novo prazo de conclusão é junho de 2007. Também por falta de verba orçamentária, a construção do submarino Tikuna sofreu um atraso de 60 meses em relação à previsão inicial. A construção do submarino teve início em outubro de 1991 e deveria acabar em outubro de 2001. Agora, o Ministério da Defesa acha que terminará em outubro de 2006.

O projeto de modernização da força terrestre do Exército brasileiro, cuja fonte principal de recursos é uma operação de crédito de 1997, atingiu apenas 17% da execução física prevista no Plano Plurianual 2000-2003. De início, esse projeto tinha conclusão prevista para dois anos. As prorrogações foram se sucedendo, dada a falta de créditos. Os orçamentos da União em 2002 e 2003, por exemplo, não tiveram verbas para o projeto.

A situação não mudou com o PPA 2004-2007 elaborado pelo governo Lula. Com os recursos que estão previsto neste PPA, o Ministério da Defesa acha que será possível executar apenas 8% do planejamento inicial do projeto de modernização da força terrestre do Exército. Isto porque o saldo de US$ 277 milhões ainda existente do crédito externo foi reduzido pelo governo para US$ 42 milhões, na época de sua renovação.

A execução do projeto de obtenção de armamentos do Exército atingiu apenas 31% da meta planejada pelo PPA para o período 2000-2003, segundo o Ministério da Defesa. Por causa da prioridade atribuída ao custeio em relação aos investimentos, a execução deste projeto será afetada mais ainda daqui para a frente. O Ministério da Defesa prevê que apenas 8% da meta física planejada para a obtenção de armamentos será cumprida no período de 2004-2007. Não há recursos no Orçamento da União deste ano para esta ação.

No caso do AM-X, a falta de recursos obrigou a Força Aérea Brasileira (FAB) a fazer um replanejamento do projeto e uma revisão do cronograma físico-financeiro dos contratos vigentes com as empresas, o que resultou numa execução abaixo dos 60% do previsto. A continuidade deste projeto consta do PPA 2004-2007, que prevê a produção e integração do radar à aeronave; a aquisição dos sistemas para reconhecimento aéreo; a qualificação de novos armamentos e sensores na aeronave e início de padronização da frota de AM-X, incluindo a modernização de quase todos sistemas e equipamentos.

O Piranha é um míssil ar-ar de curto alcance, de fabricação nacional, concebido e projetado pelo Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e desenvolvido e produzido pela empresa Mectron Engenharia Indústria e Comércio Ltda, que pode ser utilizado pelo AM-X. Os dois projetos são importantes para que o Brasil desenvolva a tecnologia de uso aeroespacial. O Ministério da Defesa informa que não se pode creditar o atraso no desenvolvimento do Piranha apenas à falta de recursos. Algumas dificuldades de ordem técnica também contribuíram para o não-cumprimento do prazo inicial deste projeto. A maior meta, que era a homologação do míssil, foi cumprida.

A Força Aérea Brasileira desenvolve também outros mísseis, como o de médio alcance. No orçamento de 2004 estão previstos apenas R$ 8 milhões para o desenvolvimento de mísseis, que deverão ser absorvidos pelo Piranha.

O PPA 2000-2003 previa a modernização e revitalização de 431 aeronaves da FAB no período. Foram modernizadas apenas 93 aeronaves e somente 18 adquiridas de 2000 a 2003. O Ministério da Defesa observa que "muitos projetos, tais como o AL-X (uma aeronave leve de ataque desenvolvida pela Embraer) que já estão contratados e com a previsão de entrega no primeiro trimestre de 2004, sofrem uma majoração, em virtude dos contingenciamentos e na demora da liberação de recursos, decorrentes de taxas de compromisso, previstas em contrato, e a necessidade de repactuação dos contratos em função da alteração dos cronogramas de produção".

Os seguidos cortes das verbas impediram a Marinha brasileira de cumprir as metas de modernização, revitalização e aquisição de navios, embarcações e aeronaves previstas no PPA 2000-2003. No caso da modernização dos meios navais, a execução ficou em apenas 11% da meta. A obtenção de meios navais teve execução de 29% da meta e os projetos de construção naval de 31%.

http://www.defesanet.com.br




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Guilherme de Almeida
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#2 Mensagem por Guilherme » Seg Mai 17, 2004 6:14 pm

I'm back.

Quanto à notícia: que vergonha! Será que precisamos sacrificar tudo em nome do "superávit primário"? :oops:




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FCarvalho
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SANDICE

#3 Mensagem por FCarvalho » Ter Mai 18, 2004 5:47 pm

Será que alguém neste país, que vista uma farda ou não, ainda acredita, em sã consciência, na palavra de algum político deste nosso país tupiniquim :?: :!:
Vergonha, vergonha, vergonha ... :oops: :oops: :oops:

Abraços.




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Re: SANDICE

#4 Mensagem por César » Ter Mai 18, 2004 7:05 pm

FCarvalho escreveu:Será que alguém neste país, que vista uma farda ou não, ainda acredita, em sã consciência, na palavra de algum político deste nosso país tupiniquim :?: :!:
Vergonha, vergonha, vergonha ... :oops: :oops: :oops:

Abraços.

De acordo FCarvalho.... :cry:

Ahh, e eu deixei de acreditar em palavra de político há muito tempo atrás. Agora eu vou ser obrigado a votar, mas já fiz a minha decisão: Pelo resto da minha vida eu só voto nulo!

Nulo na cabeça. :roll:




"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."

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#5 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Mai 18, 2004 7:40 pm

César, quando nenhum candido lhe agradar vote em branco, caso mais da metade dos votos sejam brancos é feita uma nova eleição e os partidos são obrigados a trocar os candidatos, sem conta que fica registrada a sua crítica a falta de opção.




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#6 Mensagem por César » Ter Mai 18, 2004 7:48 pm

Ah é?

Pelo que me disseram era que se eu votasse em branco o meu voto iria para o primeiro colocado nas pesquisas. Sei lá, algo assim. E que se eu votasse nulo eu anularia o meu voto(não votaria em ninguém).

Valeu pela sugestão.

PS: Mas não é meio difícil existirem mais de 50% de votos brancos? Essa taxa geralmente gira em torno de 3%...

Abraço a todos

César




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#7 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Mai 18, 2004 8:35 pm

César, isso acontece mais em cidades do interior, quando os partidos tem dificuldade para achar candito até o periodo das eleições ao inves de fazerem a campanha tradicional fazem a campanha do voto branco, para o voto branco ganhar e eles terem mais tempo de escolher candidato.




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#8 Mensagem por Clermont » Qua Mai 19, 2004 12:06 am

Outro dia, li um artigo de um oficial da Marinha. Ele mencionava sua frustração com o fato de tão poucas verbas estarem sendo liberadas pelo novo governo Lula. E lembrava como o então candidato do PT, havia prometido prioridade às forças armadas, em discursos no Clube Militar.

Fiquei impressionado. Não com a quebra das promessas do Lula. Mas com a ingenuidade do oficial. E de todos que, realmente, acreditaram que um governo do PT poderia conceder tal prioridade aos gastos bélicos.

Ora, é claro que isso não iria ser feito. Bastaria um pouco de bom-senso e atenção ao quadro maior da situação brasileira, tanto imediata como em futuro previsível para se ver que isso não poderia ser feito.

E mais! Nem mesmo que fosse Serra o ganhador, uma coisa dessas iria ocorrer. E, se um outro candidato tivesse sido eleito e dado a parte-do-leão para a Defesa, seria soterrado por críticas, e seria forçado a rever suas intenções. Basta ver o caso da compra do "Airbus" do Lula. Que eu mesmo critiquei em outro tópico. Imaginem só, o Lula anunciando alguma fantástica compra de material bélico!

Embora muita gente tenha apontado o caráter demagógico do adiamento da licitação dos novos caças, a verdade é que a maioria da opinião pública apoiou, fervorosamente, a medida. E os que foram contra, só o assumiram tal posição, em público, sob o argumento de que, no fim das contas, nenhum dinheiro teria sido desviado do orçamento da União, de acordo com as regras de financiamento do processo de aquisição. Caso, a compra dos novos caças envolvesse, no duro, um dispêndio direto de recursos, até esses poucos opositores do mundo civil, teriam apoiado Lula.

Não adianta. É preciso ter a noção clara de que as forças armadas não são e nem serão prioridades, nem desse e nem de outro governo qualquer. E quem proclamar o contrário, estará, tão somente, agindo como o candidato Lula, querendo ganhar votos. Ou então, será algum aventureiro irresponsável. E eu, particularmente, jamais vou dar meu voto a um aventureiro, só para permitir a compra de destróieres, fragatas ou modernos tanques.

Está fora da minha capacidade opinar qual deva ser o nível de gastos com a Defesa. Deixarei isso para pessoas com maiores conhecimentos. Só gostaria de voltar a frisar bem: se as pessoas não querem ter problemas com o fígado, não se permitam sonhar com o que não pode acontecer, o padrão de investimentos nas forças armadas, sempre será baixo, e só poderá subir, junto com a retomada do crescimento da economia brasileira, na mais desejável das hipóteses. Ou então, com uma grave crise de segurança externa, na mais odiosa das hipóteses. Só nesses casos, a tradicionalmente pacifista sociedade brasileira irá apoiar a compra de quantidades razoáveis de material bélico novo (porque não me agrada a compra de sucata, como sempre foi a prática brasileira).

Nesse meio tempo, só me atreveria a sugerir que os recursos fossem alocados para os setores, realmente, vitais: um exemplo, o programa do submarino nuclear com todos seus desdobramentos tecnológicos que ele implica.




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