Slip Junior,
Slip Junior escreveu:Gostaria de lhe pedir para que seja mais direto nos seus questionamentos pois dessa maneira evitamos que fatos já abordados tenham que ser repetidos, ok?
Sinceramente, não entendi o que você quis dizer com isso, por favor explique-se melhor.
Não estou a menosprezando. Como já afirmei em 2 outras mensagens, não acredito que exista uma resistência tão feroz quanto a presenciada no Iraque onde como podemos ver o grosso da milícia é formada por radicais religiosos e não por infantes do antigo exército do regime iraquiano. E veja bem, não é o Exército Iraquiano que está confrontando os EUA e, sim, milícias de cunho religioso.
Atualmente existem diversos grupos se opondo à ocupação militar da Coalizão liderada pelos EUA no Iraque. Vou listar alguns dos grupos que atuam nessa tenaz resistência à ocupação norte americana, caso alguém saiba mais um, favor citar:
- Há dez meses nasceu o Conselho Nacional Unificado da Resistência Iraquiana (CNUR), que incluía batalhões de Fedayns (guerrilheiros militantes baathistas), membros das forças armadas, da guarda republicana e heróis dos corpos de segurança.
- Paralelamente ao CNUR existe uma resistência organizada que nos últimos meses veio a somar esforços, tal resistência é composta por nobres sheiks das tribos e seus guerrilheiros religiosos xiitas que se uniram a esta valente resistência.
- Existe também a possibilidade da presença de membros de grupos terroristas estrangeiros como a Al Qaeda, além de mulçumanos de outros países da região movidos por forte identificação com a causa islâmica.
- Soma-se ao esforço do CNUR a atuação de centenas de milhares de patriotas iraquianos que recusam a ocupação e a humilhação, ou seja, qualquer cidadão iraquiano, insatisfeito com a ocupação de sua pátria é um potencial insurgente.
Você deve ter percebido que existe uma motivação religiosa presente no movimento de resistência iraquiano, mas que a esta se somam elementos qualificados das antigas FFAA iraquianas e órgãos de segurança. Você acha que ataques tão profissionais como os que estão vitimando as tropas da coalizão atualmente são organizados por quem??? Algum clérigo teria formação e conhecimento de tática militar suficiente para organizar tais ataques??? Quem estaria organizando a parte militar da resistência??? De onde viria o grosso dos armamentos??? Eu digo: “Ainda existe uma rede de insurgentes compostas por ex-membros das FFAA Iraquianas que estariam arquitetando as operações apoiadas, é claro, pelo respaldo religioso e moral dos clérigos radicais”. Mas também não podemos nos esquecer os Fedayns e sua poderosa rede baathista que também organiza uma resistência tenaz sem tanta ênfase no aspecto religioso exclusivamente.
Na minha óptica, o PCC com seus CDRs amplamente espalhados pelo território cubano, organizariam a defesa territorial no estilo dos Fedayns Iraquianos, mas com um agravante: em Cuba a estrutura do PCC e dos CDR é mais arraigada na população, principalmente nas populações rurais onde o apoio a Fidel é ainda maior. Realmente uma possível resistência cubana careceria de respaldo religioso... Qual foi a motivação religiosa dos Vietcongs e do Exército Norte Vietnamita na Guerra do Vietnam??? Que eu saiba a motivação era mais política. Será que é necessário ter um exército de fanáticos ou coisa parecida para derrotar um invasor do porte dos EUA??? Acredito que ajude, mas que não seja tudo. Um outro aspecto interessante da sociedade cubana é a forma como ela é toda organizada para a guerra através de ações de Defesa Civil, guerra de guerrilha e envolvimento comunitário no esforço de guerra.
Este sistema de defesa é tão válido que existe algo semelhante e em menor escala em estudo no âmbito do Estado Maior de nosso exército, trata-se dos GADs (Grupos de Auto Defesa) organizados por militares do EB com cidadãos silvícolas habitantes da Amazônia Brasileira. Os GADs atuariam, da mesma forma que as milícias cubanas, em operações de defesa territorial sob o comando tático e estratégico do EB. A idéia é interessante e pode ser comum a paises com realidades distintas como é o caso do Brasil em relação a Cuba, é claro que não precisamos nem devemos ter um sistema de milícias na mesma escala, mas o que quero aqui ressaltar é a importância do envolvimento da população civil local em ações de defesa territorial.
Como eles iriam parar os navios de tranporte de tropas que desembocam na ilha milhares de fuzileiros?!
Não há como conter a marinha norte-americana, eu reconheço que é a mais poderosa marinha de todos os tempos, no mar não tem pra ninguém e Cuba tem apenas uma Guarda Costeira pra se defender...
Como iriam impedir que as tropas assumam o controle do aeroporto de havana a fim de se criar uma base operacional para toda a operação e onde poderiam desembacar centenas de infantes do US Army e ...
O Aeroporto Internacional de Havana fica numa região fortemente defendida perto de importantes guarnições militares que, certamente, serão atacadas em um primeiro momento. Trata-se de um aeroporto que tem uma pista imensa, ideal para os norte-americanos desembarcarem meios aerotransportados. A conquista deste Aeroporto pode até ocorrer nas fases iniciais de uma guerra, mas o mesmo não significa nada perto da dimensão total TO. Acredito que se os cubanos destruíssem seu aeroporto internacional dinamitando pesadamente a pista principal, conseguiriam causar um grande lapso de tempo para os norte-americanos que viessem conquista-lo. Outro aspecto importante, é que não é fácil combater no Teatro de Operações Urbano de Havana (uma cidade com aprox. 2,2 milhões de habitantes) onde se encontra o Aeroporto Jose Martí (nome dado em homenagem ao herói da independência cubana).
várias toneladas de equipamentos de suporte?!
Os norte-americanos sempre desembarcaram pesadas quantidades de equipamentos em todas as guerras em que estiveram envolvidos, e daí???
Certo, mas como poderia ser organizado um força de infantaria capaz sem uma capacidade C2?!
C2??? Comando e Controle. Isto deve ser bom pra Marinha e na Força Aérea. A doutrina americana considera o sistema C2 inimigo como alvo prioritário e esses serão os primeiros alvos a serem atacados e deve-se considerar desde de o início que não existe praticamente nenhum sistema C2 instalado na região para efeito de planejamento de missão, vigilância, reconhecimento e designação de alvos. Em conflitos de baixa intensidade, como guerrilha, o sistema de C2 é o próprio comandante local. Os sistemas de C2 que tem capacidade de sobrevivência são os sistemas passivos (visual, som, calor, MAGE) e com transmissão de dados por fio. A “infantaria” pode operar de forma irregular em pequenos grupos (GCs, GADs, pelotões, etc.) como células independentes ou coordenadamente com outras células...
Aonde você estava em 1991 quando os EUA expulsaram os iraquianos do Kuwait e, em 1999, quando a Iugoslávia foi vitima de uma quase vergonhosa derrota?!
Eu estava na Escola naquela época...
Não vou nem citar o Iraque (campanha de 2003) e o Afeganistão (1999).
A aventura militar norte-americana é algo muito arriscado e pode não ter fim...
Já no Afeganistão eu não vi nada, nem pegaram o Bin Laden. Hahahaha!!!!! Eu acho que eles controlam as principais cidades e o vale do Panshir. O ópio deve continuar sendo plantado por lá... Os talebans ainda aparecem de vez em quando. Hahahaha!!!! Existem diversos grupos tribais rivais pros GRINGO “administrar”. E de vez em quando ainda morre soldado norte-americano vítima de emboscada. Parece mais um tubo de ensaio cheio de Nitroglicerina...
Não sei de onde vocês tiraram que o regime de Fidel cairá tão facilmente sem apoio popular. Dissidências é claro que existirão e aos montes, mas será que não vai sobrar algumas dezenas de milhares dispostos à resistência contra uma eventual ocupação norte-americana???