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Marinha arma operação de guerra encobrir morte

Pára-quedista morre e local é cercado por destacamento armado

Na tarde de ontem um acidente durante um salto de pára-quedas matou um fuzileiro da Marinha do Brasil na Vila Nova Sorocaba e transformou o bairro em um cenário de guerra.

Minutos após o acidente, cerca de 20 fuzileiros armados com fuzis, vindos em caminhões e jipes chegaram ao local, interditaram o tráfego em duas ruas e proibiram a imprensa de fazer imagens da retirada do corpo.

O capitão-tenente Rafael Carvalho foi o único a falar com a imprensa e disse que a identidade da vítima só seria divulgada após a comunicação de seus familiares. Ele se limitou a dizer que a vítima fazia parte do Batalhão de Operações Especiais dos Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro, que fazia exercícios de salto livre no Aeroporto de Sorocaba. Carvalho disse que o pára-quedas seria periciado e não soube informar se a falha foi do equipamento ou humana. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal de Sorocaba e depois seguiria para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira.

Mobilização
A vítima caiu no depósito de uma quitanda. Armados com fuzis, os mesmos militares que participaram do exercício junto com o morto isolaram o local. Nem mesmo os donos da propriedade puderam entrar. Distraído, o pedreiro Carlos Afonso, 49, furou o bloqueio com sua bicicleta e foi cercado. “Na hora tomei um baita susto. Não estava nem sabendo de nada e veio um monte de caras armados até os dentes para cima de mim”.

Mídia sob censura
Todos os repórteres, cinegrafistas, e fotógrafos foram retirados de dentro da área limitada e chegaram a ser ameaçados de terem seus equipamentos confiscados caso imagens fossem feitas.

Segundo os oficiais que ordenaram a medida, a intenção era evitar que a informação da morte chegasse à família de maneira indevida.

Comerciante presencia o acidente
O comerciante Wagner Alberto Titito, 38 anos, presenciou o acidente que causou a morte de um pára-quedista em Sorocaba. “Escutei o barulho de uma explosão”, ele explica.

Wagner estava em sua motocicleta, na rua Guarujá, no momento que ouviu o barulho. O som veio do interior de um terreno localizado atrás de um estabelecimento comercial. “O corpo caiu a uma distância de cinco metros de onde eu estava e quando eu cheguei lá o pára-quedista já estava morto”, diz o comerciante.

Segundo Wagner, a vítima bateu a cabeça em uma caçamba de lixo. O restante do corpo colidiu diretamente com o chão. O comerciante, chocado com a cena, registrou a vítima caída com uma câmera fotográfica de seu telefone celular.

Já a esposa de Wagner, Cláudia Regina Vieira, disse ter visto o pára-quedista ainda no ar e presenciado o desespero do fuzileiro da Marinha. “O pára-quedas não foi acionado e ele se batia muito, de costas para o chão, na tentativa de abrí-lo em queda livre”, comenta a dona de casa. Ela está abalada com o acidente.

Giuliano Bonamin



20/8/2007 Mayco Geretti

Skyway escreveu:Nada mais normal por se tratar de um militar e ainda mais do Batalhão de Operações Especiais.


Uma perda trágica. Mas a reação dos prórprios colegas de salto, isolando logo a área, mostrou bem a diciplina e treinamento que os Fuzileiros recebem.