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Enviado: Sex Dez 14, 2007 5:17 pm
por Carlos Mathias
Huuuuum, tá bom então.

Enviado: Sex Dez 14, 2007 9:27 pm
por rcolistete
Carlos Mathias escreveu:"Se for milhonário vai perceber uma diferença nitida o fim da CPMF, principalmente, vai se tornar mais fácil sonegar sem o maldito governo saber "

Pois é cara, porque não usaram aquela enrgia toda, aquele esforço hercúleo, tudo para diminuir o IR, por exemplo? Será porque esse todo mundo (de lá) já sonega?

...


"Born", conta para o Carlos Mathias quanto é o IR nos países europeus, EUA, etc.

Eu já paguei por US$100 ganhos nos EUA mais do que qualquer alíquota de IR aqui no Brasil. Tem país com alíquota de 35%, 40%, 45% de IR.

Tem países em que se paga uma anuidade para usar TV, que é preço de uma TV nova simples.

O Brasil é um país de contrastes e a gente se isola aqui, não sabe como é em vários outros lugares. Há impostos aqui baixíssimos (ou inexistentes, como sobre herança, grandes forturnas, etc. E impostos altíssimos.

[]s, Roberto

Enviado: Sex Dez 14, 2007 9:42 pm
por Carlos Mathias
Mas e o retorno meu caro amigo?

E fala sério, A CPMF não é o imposto mais pesado não. NINGUÉM me convence que a derrota da CPMF não foi pura e simplesmente política e interesseira.

Enviado: Sex Dez 14, 2007 9:55 pm
por Edu Lopes
Carlos Mathias escreveu:Mas e o retorno meu caro amigo?

E fala sério, A CPMF não é o imposto mais pesado não. NINGUÉM me convence que a derrota da CPMF não foi pura e simplesmente política e interesseira.

Isso ai. PSDB criou, o PSDB (com o DEM) terminou. Pura picuinha. Pura politicagem. Ninguém falou que o país pode, sim, viver sem a CPMF. E o governo, por sua vez, fez questão de fazer terrorismo dizendo que não haveria dinheiro para a Saúde. Ambos errados.

O problema é que a atual oposição resolveu dar uma de “PT Oposição”, ou seja, ser contra tudo que vem da situação, a tal política do “Quanto pior, melhor”. Dane-se o país. Isso é só um detalhe. Esse era o lema dos petistas e esse é o lema daqueles que antes o condenavam.

Perdemos todos. Nunca parei pra pensar nisso, confesso.

Enviado: Sáb Dez 15, 2007 6:42 pm
por Bourne
rcolistete escreveu:
Carlos Mathias escreveu:"Se for milhonário vai perceber uma diferença nitida o fim da CPMF, principalmente, vai se tornar mais fácil sonegar sem o maldito governo saber "

Pois é cara, porque não usaram aquela enrgia toda, aquele esforço hercúleo, tudo para diminuir o IR, por exemplo? Será porque esse todo mundo (de lá) já sonega?

...


"Born", conta para o Carlos Mathias quanto é o IR nos países europeus, EUA, etc.

Eu já paguei por US$100 ganhos nos EUA mais do que qualquer alíquota de IR aqui no Brasil. Tem país com alíquota de 35%, 40%, 45% de IR.

Tem países em que se paga uma anuidade para usar TV, que é preço de uma TV nova simples.

O Brasil é um país de contrastes e a gente se isola aqui, não sabe como é em vários outros lugares. Há impostos aqui baixíssimos (ou inexistentes, como sobre herança, grandes forturnas, etc. E impostos altíssimos.

[]s, Roberto


A estrutura tributária brasileria é mais regressiva do progressiva (quem ganha mais, paga mais impostos), ou seja, na pratica quem ganha menos compromete um percentual maior da renda com impostos do que os mais ricos. Nos países desenvolvidos é o contrário, principalmente, nos europeus.

Por exemplo, o imposto de renda no Brasil é distorcido e baixo. Por que quem ganha seus 1800 reais/mês já paga imposto de renda e uma alicota alta, já uma pessoa que ganha 5000 reais/mês paga o mesmo que uma que ganha 50 mil por mês. E, ainda, no Brasil como disse o "Roberto" não tem ou são muito baixos os impostos mais justos como, por exemplo, sobre heranças, fortunas, etc...

No Brasil se prefere taxar o consumo e produção por que é mais fácil cobrar, principalmente, em tempos de hiperinflação que o Brasil passou por muitas décadas. E, também, em parte explica o caos e a injustiça do sistema tributário brasileiro e coisas muito estranhas como, por exemplo, o por que a EMBRAER vende aviões para o mundo inteiro, mesnos para companias aéreas brasileiras.

Pensando bem, se tivesse prosseguido com meu projeto de monografia sobre a ajuste fiscal no primeiro governo FHC. Hoje, teria sido aprovado com uma ótima nota, estaria formado e pronto para o mestrado. Mas como ousei demais na monografia, reprovei, perdi a vaga de mestrado, a bolsa e minha futura carreira academica em economia foi para o espaço. Bem feio o mundo perdeu um academico e ganhou um futuro advogado societário :twisted:

Enviado: Seg Dez 17, 2007 7:50 pm
por rcolistete
born escreveu:A estrutura tributária brasileria é mais regressiva do progressiva (quem ganha mais, paga mais impostos), ou seja, na pratica quem ganha menos compromete um percentual maior da renda com impostos do que os mais ricos. Nos países desenvolvidos é o contrário, principalmente, nos europeus.

Por exemplo, o imposto de renda no Brasil é distorcido e baixo. Por que quem ganha seus 1800 reais/mês já paga imposto de renda e uma alicota alta, já uma pessoa que ganha 5000 reais/mês paga o mesmo que uma que ganha 50 mil por mês. E, ainda, no Brasil como disse o "Roberto" não tem ou são muito baixos os impostos mais justos como, por exemplo, sobre heranças, fortunas, etc...

No Brasil se prefere taxar o consumo e produção por que é mais fácil cobrar, principalmente, em tempos de hiperinflação que o Brasil passou por muitas décadas. E, também, em parte explica o caos e a injustiça do sistema tributário brasileiro e coisas muito estranhas como, por exemplo, o por que a EMBRAER vende aviões para o mundo inteiro, mesnos para companias aéreas brasileiras.

Pensando bem, se tivesse prosseguido com meu projeto de monografia sobre a ajuste fiscal no primeiro governo FHC. Hoje, teria sido aprovado com uma ótima nota, estaria formado e pronto para o mestrado. Mas como ousei demais na monografia, reprovei, perdi a vaga de mestrado, a bolsa e minha futura carreira academica em economia foi para o espaço. Bem feio o mundo perdeu um academico e ganhou um futuro advogado societário :twisted:


Caro Born,

Sinto pela sua estória, há muitos orientadores sacanas. Já vi caso de 2 colegas que eram dos melhores em termos de notas de todo o curso (Engenharia X), foram fazer mestrado no lugar Y e um FDP de orientador fez assédio moral (humilhar, desmotivas, sabotar, etc) pesado contra os caras. Resultado, abandonaram o mestrado, um deles ficou mais de ano fazendo tratamento psiquiátrico, anos sem conseguir trabalhar, etc.

Voltando ao assunto, sobre impostos : lembrem-se que estamos no Brasil, onde ricaço tem ilha e não paga imposto nenhum (ou mixaria), enquanto pobrezão tem 20 m2 para um barraco e é invasão.

[]s, Roberto

Enviado: Qua Dez 19, 2007 10:20 am
por Marino
Do ESP:

Defesa nacional e desenvolvimento

Josef Barat*



A formulação dos objetivos de defesa nacional se dá em razão de parâmetros da realidade política, social e econômica de um país. Pressupõe uma perspectiva de longo prazo e estratégias de aquisição de equipamentos para as Forças Armadas adequadas às condições socioeconômicas. Quanto maior o grau de industrialização, mais os objetivos de defesa nacional são associados àqueles de diversificação industrial e desenvolvimento tecnológico endógeno. Quando a indústria não está apta a responder por certos tipos de equipamentos, concebem-se formas de transferência de tecnologia. Neste caso, não se trata de mera aquisição, mas, sim, de induzir a indústria nacional a tornar-se parceira ativa na produção de equipamentos concebidos no exterior.

No Brasil, a defesa nacional envolve algumas referências importantes: 1) a dimensão e forma de ocupação do território; 2) a presença geopolítica no Atlântico Sul; e 3) a liderança econômica e industrial na América do Sul. No entanto, após 25 anos de baixo crescimento do PIB, declínio dos investimentos públicos e falta de políticas visando a compatibilizar os interesses militares com os do desenvolvimento industrial e tecnológico, o reequipamento das Forças Armadas esbarra, de modo geral, na falta de um sólido apoio industrial. Perdeu-se a imbricação da indústria e tecnologia para fins militares com o desenvolvimento econômico e a disseminação de bens de consumo inovadores para uso civil.

Os países desenvolvidos, isoladamente ou em consórcios, oferecem ao mundo uma ampla gama de opções de equipamentos militares. Para o reequipamento das nossas Forças Armadas, a maioria é compatível, em princípio, com as especificações técnicas relativas aos objetivos maiores da defesa nacional. As de última geração atendem às necessidades do País em termos de cobertura, alcance e autonomia. No entanto, prevalecendo na aquisição o critério exclusivamente técnico-militar, sem a visão de política industrial, o País importa o equipamento e fica dependente de tecnologia externa ao longo da sua vida útil.

Faz sentido, assim, associar as aquisições, sempre que possível à transferência de tecnologia e ao desenvolvimento tecnológico endógeno. Mas a questão que emerge desta opção é sempre a da disposição do fornecedor em abrir o seu conhecimento e a tecnologia nos seus códigos fonte, ou seja, no seu núcleo. Se o país fornecedor abrir a sua tecnologia, os contratos de aquisição passam a oferecer maiores vantagens para o comprador, pois permitem absorver conhecimento, agregar valor internamente e formar parcerias profícuas e duradouras, fortalecendo sua indústria e serviços.

Os países desenvolvidos investem na indústria militar como forma de induzir a disseminação de inovações tecnológicas de aplicação militar. Como qualquer atividade industrial, a de fins militares gera também efeitos para trás (cadeias de fornecimento de insumos) e para a frente (geração de inovações e aplicações a novos produtos). Ela se insere, portanto, na grande corrente da moderna industrialização globalizada, gerando uma gama altamente diversificada de equipamentos e bens de consumo para a população em geral. Não é por acaso, portanto, que nos países desenvolvidos a indústria militar e a pesquisa e desenvolvimento tecnológico a ela associados têm forte apoio governamental.

Um bom exemplo de como a interface da indústria militar com o desenvolvimento industrial não funcionou é o da antiga União Soviética. Comparativamente aos Estados Unidos, ela era detentora de excepcionais avanços na ciência e tecnologia, especialmente no setor aeroespacial. No entanto, tais avanços não foram capazes de propiciar a disseminação das inovações tecnológicas para aplicação na indústria, que se manteve arcaica e com baixos níveis de produtividade. Apesar dos avanços militares, a indústria soviética tornou-se pouco competitiva e à margem das correntes principais da globalização. A derrocada soviética deveu-se, em grande parte, ao reconhecimento da impossibilidade de se defrontar com a dinâmica da indústria e dos serviços de alta tecnologia norte-americanos.

Quando se pensa em estratégias de longo prazo para reequipar as nossas Forças Armadas, devemos ter presente que não se pode restringir o reequipamento a meras aquisições. A ausência da contrapartida de parcerias efetivas na indústria e no desenvolvimento tecnológico pode nos conduzir a uma situação de indesejável dependência externa.

*Josef Barat, consultor, é membro do Conselho de Economia e Política da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e autor do livro Logística, transporte e desenvolvimento econômico (CLA Editora)

Enviado: Qua Dez 19, 2007 10:49 am
por PRick
Edu Lopes escreveu:
Carlos Mathias escreveu:Mas e o retorno meu caro amigo?

E fala sério, A CPMF não é o imposto mais pesado não. NINGUÉM me convence que a derrota da CPMF não foi pura e simplesmente política e interesseira.

Isso ai. PSDB criou, o PSDB (com o DEM) terminou. Pura picuinha. Pura politicagem. Ninguém falou que o país pode, sim, viver sem a CPMF. E o governo, por sua vez, fez questão de fazer terrorismo dizendo que não haveria dinheiro para a Saúde. Ambos errados.

O problema é que a atual oposição resolveu dar uma de “PT Oposição”, ou seja, ser contra tudo que vem da situação, a tal política do “Quanto pior, melhor”. Dane-se o país. Isso é só um detalhe. Esse era o lema dos petistas e esse é o lema daqueles que antes o condenavam.

Perdemos todos. Nunca parei pra pensar nisso, confesso.


Engraçado como cada um conta a história como quer. O PT foi contra a CPMF quando foi criada, estamos falando em criação de um novo imposto, mas depois percebeu a necessidade real do Imposto, em face ao endividamento brutal do Estado brasileiro. E votou a sua prorrogação em 2001.

A carga tributária não pode e nem vai diminuir, porque estamos pagando uma fortuna em juros, este é o grande gasto que existe. O resto é discurso ideológico de segunda.

Engraçado é nossa mídia conservadora e golpista, querem que o Estado gaste mais com armamento, enquanto de outro, são contra os impostos.

O que de fato querem, como o PSDB e o DEM, é inviabilizar as conquistas do atual governo, querem que tudo piore, mesmo quando a realidade acaba com seu discursos demagógicos e mentirosos.

Me lembro do papo, só estamos exportando e crescendo porque o mundo também está, o que ocorre agora, é que estamos crescendo mais que a média mundial, e acelerando enquanto boa parte do mundo desacelera, aí a coisa complica, porque se perderem as próximas eleições vão ficar maluquinhos. Vamos ver os dados econômicos no fianl desse ano.

O fato é que a grande obra de FHC foi deixar o País como a 15ª ecnomia do mundo, e vamos chegar no final do ano, entre 07 maiores economias do planeta, ou melhor ainda. E pela primeira vez desde 1964, estamos diminuindo as diferenças sociais, é isto que pertuba tanto FHC e seu bando.

E ao contrário do seu mandado de 08 anos, o segundo mandado do atual Governo está sendo melhor que o primeiro. Por decorrência do saneamento macroeconômico.

[ ]´s

Enviado: Qua Dez 19, 2007 10:51 am
por Tigershark
Uma análise bem clara do que deve ser buscado neste nosso PEND.Resta saber se a referencia à industria russa pode ser considerada com um indicador de decisão ou não.

Enviado: Qua Dez 19, 2007 10:59 am
por PRick
Tigershark escreveu:Uma análise bem clara do que deve ser buscado neste nosso PEND.Resta saber se a referencia à industria russa pode ser considerada com um indicador de decisão ou não.


O problema aí é a tecnologia ou a transferência de tecnologia, sem natureza sistêmica, como mola propulsora de produção, mercado e lucro. Daí o motivo porque defendo tanto a Embraer, como empresa, é um dos poucos sucessos em grande escala, usando tecnologias absorvidas para o desenvolvimento de novos produtos, e viabilizando novos desenvolvimentos. Caso contrário, vamos sempre ficar precisando de novas transferências de tecnologias.

O PEND também não pode ser encarado como a panacéia da solução de todos os problemas nessa área. Precisamos de recursos e continuidade nas ações.

[ ]´s

Enviado: Qua Dez 19, 2007 11:02 am
por Paisano
Prezados,

Quero lembrar a todos que já existe um tópico, na Seção "Assuntos Gerais", sobre a finada CPMF:

http://defesabrasil.com/forum/viewtopic.php?t=12340

Um abraço a todos.

Enviado: Dom Dez 30, 2007 9:54 am
por Marino
Do JB:

Cinto apertado deixa Forças desarmadas

Fernando Exman Brasília



As recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os investimentos em infra-estrutura e os programas sociais serão poupados do corte de despesas a ser anunciado para compensar a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) fez soar o sinal de alerta na caserna. Há anos os militares reivindicam mais verbas para adquirir e atualizar os armamentos, muitos dos quais já se encontram em estado de penúria. Agora, enquanto os países vizinhos se armam, as Forças Armadas correm o risco de terem novamente seus orçamentos reduzidos.

A proposta original do governo era reservar cerca de R$ 6 bilhões do Orçamento do ano que vem para o custeio e investimentos no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. Tal volume foi aumentado para aproximadamente R$ 9 bilhões. As Forças receberiam R$ 384,6 milhões, R$ 468,5 milhões e R$ 964,8 milhões para se atualizarem, respectivamente. A derrota do governo no Senado na votação da prorrogação do tributo, no entanto, colocou em xeque o parte do programa de reaparelhamento. A CPMF renderia R$ 40 bilhões por ano aos cofres públicos, até 2011.

Além da inquietação entre os militares, a situação já começa a gerar reações no Congresso. Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) ressalta que países vizinhos como a Venezuela estão conquistando um poderio militar superior ao do Brasil. O país do presidente Hugo Chávez, por exemplo, tem adquirido fuzis, aviões de transporte, caças e embarcações. O Chile também atualizou sua Força Aérea. Já a Colômbia conta com auxílio dos Estados Unidos para manter-se equipada.



Saia muito justa

Para David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), "o governo está em uma saia muito justa". O cientista político ressalta que os militares "esperaram pacientemente" nos últimos anos por mais verbas porque compreenderam que o presidente Lula precisava manter a austeridade fiscal no início do governo. A compra de caças supersônicos para a Aeronáutica prevista para 2003, por exemplo, foi suspensa.

Fleischer diz que atualmente o Brasil tem como manter minimamente sua soberania, pois mantém atividades de patrulhamento do espaço aéreo e da costa. Pondera, entretanto, que o país não teria como responder de forma rápida e eficaz eventuais ataques a alvos estratégicos, como usinas hidrelétricas ou pontes.

- A atualização dos vizinhos é preocupante. Ainda bem que há uma relação de paz e amor com a Argentina e a redemocratização da região melhorou a situação - comenta.

Apesar das constantes afirmativas dos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Nelson Jobim (Defesa) de que o Brasil não entrará em corridas armamentistas, os comandantes demonstram preocupação. O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, por exemplo, declarou que o Brasil precisa ter força suficiente para desencorajar qualquer agressão militar.

- A simples existência dessa força é suficiente para evitar que qualquer outro Estado pense fazer alguma ação que não deva. A estratégia de dissuasão depende da manutenção de forças suficientemente poderosas e aptas ao emprego imediato. Está intimamente ligada ao reaparelhamento. O que a gente constata? - indagou o oficial, que e em seguida respondeu. - Uma perda da capacidade dissuasória.





Exército: artilharia adequada para museu



O contingenciamento das verbas para o reaparelhamento do Exército deixou a Força em uma delicada situação. Falta artilharia antiaérea. A maior parte das peças de artilharia é da época da Segunda Guerra. Dos 1.437 blindados, 78% têm mais de 30 anos de idade. Os fuzis somam 42 anos de uso, enquanto 58% das 6.676 viaturas têm mais de 20 anos. Segundo o Exército, é preciso renovar 4% do inventário militar por ano. O índice não tem sido atendido.

- O Exército está muito aquém da estatura político-estratégica do Brasil - alerta o comandante da Força, general Enzo Martins Peri.

Segundo o oficial, as prioridades são a aquisição de blindados, o desenvolvimento de projetos de ciência e tecnologia, a compra de viaturas operacionais e a implantação de brigadas e sistemas de defesa antiaéreo. Também está na lista a obtenção de equipamentos para hospitais de campanha, armamento e munições, equipamentos de comunicações, embarcações, pontes flutuantes, mísseis anticarro e materiais para os batalhões de construção e engenharia.

O Exército também mantém projetos em parceria com a indústria nacional. Adquiriu lotes-pilotos para analisar viaturas leves e médias das empresas Agrale, Volkswagen Caminhões e Troller. Há quatro programas para o desenvolvimento de protótipos de radar de vigilância antiaérea, equipamento de visão noturna termal, míssil anticarro e viatura blindada média sobre rodas de transporte de pessoal. Este, em parceria com Fiat/Iveco, deve ser o suplente do Urutu.

O Fuzil Automático Leve (FAL) calibre 7,62mm também será substituído progressivamente pelo Imbel MD97L, fuzil nacional leve de assalto calibre 5,56mm. O Exército já adquiriu e distribuiu à Brigada de Operações Especiais o Fz 5,56mm, que é a versão mais curta do mesmo modelo.

- Uma indústria de defesa normalmente puxa demais segmentos do parque industrial do país - ressaltou o comandante do Exército naquela ocasião. - Ela desenvolve produtos para inicialmente serem aplicados na área de defesa, mas que são estendidos para todas as utilidades. (F.E.)





Aeronáutica: necessidade de caças atendida pela metade



Apesar da crescente insatisfação em relação à demora para a aquisição e novos caças, oficialmente a Força Aérea Brasileira (FAB) tenta demonstrar contentamento com os recursos recebidos. Segundo a assessoria de comunicação do órgão, "o reaparelhamento em curso atende às necessidades de vigilância e missões de transporte". O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, não se pronuncia publicamente sobre o assunto. Argumenta que é uma questão de segurança nacional.

Até agora, a FAB já recebeu seis dos 12 caça Mirage 2000 usados encomendados da França. Os outros seis serão entregues no ano que vem. Com vida útil até 2025, as aeronaves têm radar de longo alcance e capacidade para reabastecimento em pleno vôo.

A Aeronáutica também já recebeu 50 dos 99 A-29 Super Tucanos adquiridos da Embraer. Considerado versátil porque pode usar vários tipos de munição, o avião é usado para a formação de pilotos e no combate ao narcotráfico.

Dos 12 C-105 Amazonas comprados para a mobilização de tropas e realização de serviços sociais em tempos de paz na Amazônia, três já chegaram. Também foram entregues três dos seis helicópteros H-60 BlackHawk para resgate em combate, transporte aéreo e evacuação médica. A FAB ainda aguarda a chegada de nove P-3, aviões de patrulha da costa que substituirão os P-95 Bandeirulha em atividade.

Além disso, a Aeronáutica espera a modernização de 46 caças F-SM com última geração de radar, equipamento para reabastecimento em vôo, mísseis e bombas guiadas a laser. Aguarda também a atualização de 53 caças A-1, que passarão a ter mísseis anti-navio e equipamentos para operar a baixa altitude. (F.E.)





Defasagem nos soldos, a preocupação maior da tropa

Karla Correia Brasília



A baixa remuneração e falta de perspectiva de aumentos significativos no soldo, sobretudo diante da notícia da necessidade de cortes rigorosos no Orçamento 2008 são hoje as principais reclamações de quem está na caserna. A falta de equipamentos é clara no dia-a-dia dos militares da ativa e prejudica o trabalho dos integrantes das três Forças Armadas, mas só incomoda de fato os de patentes mais altas. Enquanto generais, brigadeiros e almirantes questionam a desigualdade de condições das Forças Armadas brasileiras em relação a países vizinhos, o que pesa sobre a tropa é a insatisfação com o soldo.



Rompendo o silêncio

Exigidos a não expor discordâncias com seus superiores ou reclamar das condições de trabalho, militares têm muito o que se queixar sob anonimato.

- Hoje só é militar quem não tem uma opção, quem não conseguiu ter nenhuma formação que permita fazer um concurso e virar policial - lamenta um suboficial da aeronáutica que, como demais companheiros de farda, prefere não se identificar.

Ele conta que as condições de trabalho têm se deteriorado visivelmente nos últimos anos por conta da escassez de investimentos do governo, mas poucos se incomodam com o fato, quando têm de se preocupar com o vencimento das contas no fim do mês.

- Tenho colegas, vizinhos de prédio que estão com a luz cortada, que não conseguem saldar suas dívidas e vivem pendurados não porque esbanjam, mas porque o soldo é pequeno demais. E não há nem previsão da situação melhorar: a CPMF deu a desculpa necessária para o governo não aumentar os salários.

Acima da patente de major, o pensamento é mais estratégico mas também pessimista. A falta de recursos para a manutenção de equipamentos tem produzido uma geração de soldados com deficiências sérias de formação, observa um brigadeiro.

- O país está deixando de fazer o dever de casa com suas Forças, enquanto seus vizinhos estão se armando. Isso pode ter um preço alto no futuro - aponta o brigadeiro.

- A falta de treinamento é uma doença silenciosa. Ninguém nota que os vôos de reconhecimento estão mais espaçados por conta da falta de combustível para os aviões.





Marinha: frota insuficiente para patrulhar a costa



A falta de verbas fez a Marinha perder capacidade de patrulhar a costa do país realizar inspeções em navios e salvamentos no mar. Segundo o comandante da Força, almirante Júlio Soares de Moura Neto, o contingenciamento causou o aumento da vulnerabilidade dos campos marítimos de exportação e exploração de petróleo e a redução das ações de prevenção da poluição das águas brasileiras e de combate a crimes.

- A Marinha vem enfrentando um quadro de persistente constrição orçamentária que já perdura mais de uma década - disse o almirante em meados do ano aos senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.



Frota

Entre 1999 e 2006, 21 navios e seis aeronaves foram desativados. No período, só 10 navios foram incorporados. Segundo o comandante, de 21 navios, 11 estão imobilizados e 10 operam com restrições. Dos cinco submarinos existentes, dois estão imobilizados e outros dois operam de forma restrita. Entre os 58 helicópteros, 27 estão parados e 30 enfrentam restrições. Se nada for feito, estimam, para 2025 o fim do poder naval brasileiro.

A Marinha dividiu a programação de reaparelhamento em dois períodos. O primeiro, de maior prioridade, vai do ano que vem a 2014. O investimento estimado é de R$ 5,8 bilhões. O montante será usado para construir, modernizar ou adquirir submarinos e torpedos, navios-patrulha, helicópteros, navios-escolta, navios-patrulha fluviais, embarcações para fortalecer o Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário, carros de combate, um navio de desembarque e um navio de transporte de apoio. A Força também usará tais recursos para comprar mísseis, minas e munição para o porta-aviões São Paulo.

A Marinha também pretende desenvolver e colocar em operação uma planta nuclear de geração de energia elétrica. A construção do submarino nuclear só será possível quando concluída essa segunda etapa do projeto. Além disso, antes de construir um submarino com propulsão nuclear, os militares pretendem construir um submarino convencional. A Marinha alega que esse é o caminho natural do projeto, o qual também foi percorrido pelos demais países que já desenvolveram submarinos nucleares.

Para que o reator seja testado, o projeto demanda investimentos anuais de R$ 130 milhões nos próximos oito anos. Atualmente, o programa encontra-se em "estado vegetativo", sem avanço tecnológico. Em julho, o presidente Lula disse que o programa receberia os recursos necessários. (F.E.)

Enviado: Dom Dez 30, 2007 11:44 am
por Poti Camarão
Coisas que nós aqui do DB já sabemos e choramos diariamente...

Enviado: Dom Dez 30, 2007 2:19 pm
por pafuncio
síndrome de uma morte anunciada ...

A questão não é somente a perda de receita tributária, mas também a desculpa decorrente, qual seja, a eleição de outros gastos, tidos como mais prioritários.

Vejamos como ficará o orçamento e a execução orçamentária. Torçamos.

Enviado: Dom Dez 30, 2007 3:18 pm
por Sintra
rcolistete escreveu:
Carlos Mathias escreveu:"Se for milhonário vai perceber uma diferença nitida o fim da CPMF, principalmente, vai se tornar mais fácil sonegar sem o maldito governo saber "

Pois é cara, porque não usaram aquela enrgia toda, aquele esforço hercúleo, tudo para diminuir o IR, por exemplo? Será porque esse todo mundo (de lá) já sonega?

...


"Born", conta para o Carlos Mathias quanto é o IR nos países europeus, EUA, etc.

Eu já paguei por US$100 ganhos nos EUA mais do que qualquer alíquota de IR aqui no Brasil. Tem país com alíquota de 35%, 40%, 45% de IR.

Tem países em que se paga uma anuidade para usar TV, que é preço de uma TV nova simples.

O Brasil é um país de contrastes e a gente se isola aqui, não sabe como é em vários outros lugares. Há impostos aqui baixíssimos (ou inexistentes, como sobre herança, grandes forturnas, etc. E impostos altíssimos.

[]s, Roberto


Espera ai, no Brasil não existe imposto sobre a herança de grandes fortunas?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

:shock: :shock: :shock: :shock: