CPMF
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CPMF
Uma análise interessante sobre a CPMF e o Governo Lula:
Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007
O mau uso das palavras do Raul (07/12)
Coluna (Nas entrelinhas) publicada hoje (07/12) no Correio Braziliense:
Os mesmos partidos que lutam para derrubar a CPMF querem também garantir mais e mais dinheiro para a Saúde. E fazem isso sem nem corar
Por Alon Feuerwerker
maito:alon.feuerwerker@correioweb.com.br
Acreditar piamente no que dizem os políticos é sintoma grave de ingenuidade. Pior ainda é magoar-se quando o político defende hoje com unhas e dentes o que criticava ontem — e que certamente poderá voltar a criticar amanhã, se lhe convier. O cenário intelectual e acadêmico está cheio de gente assim, magoada. Pessoas que vagam desconsoladas a exigir coerência dos políticos. Carregando consigo, como um fardo, a própria desilusão. É uma receita de mágoa e desconsolo sem fim. Porque políticos comuns movem-se atraídos pelo poder. Os que têm poder querem mantê-lo e conquistar mais. Os que não o possuem só pensam naquilo: como enfraquecer os adversários momentaneamente sentados na cadeira ambicionada.
O presidente da República recorreu dois dias atrás a Raul Seixas para definir-se como uma “metamorfose ambulante”. Com isso, tentou justificar por que luta agora pela prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), taxa que combatia ferozmente quando estava na oposição. O recurso retórico-alegórico de um supostamente metamórfico Luiz Inácio Lula da Silva esconde a verdade. Ela é mais simples e crua. Lula guerreava contra a CPMF quando a CPMF ajudava o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que ele, Lula, combatia. Agora que está no comando do barco, Lula é a favor da CPMF.
Se dissesse isso, Lula estaria sendo sincero. Mas políticos não têm o direito de cometer sincericídio. Fraqueza de alma em líderes não costuma ser vista com simpatia. A alternativa é recorrer periodicamente a elementos da literatura, da arte e do esporte para pintar com traços de humanidade a luta pelo poder. Artistas e esportistas são pessoas admiradas exatamente por terem em excesso o que mais costuma faltar nos políticos: a capacidade de explorar no limite os aspectos positivos de sua própria humanidade. Daí que esses seres superiores sejam mobilizados sistematicamente para acrescentar doses de humanidade aos políticos. Nas campanhas eleitorais ou fora delas. Pessoalmente ou por meio de sua obra.
Foi o que fez Lula com Raul Seixas. Mas Lula usou mal a letra do compositor. A idéia de “metamorfose ambulante” em Raul Seixas tem que ver com pensamentos que mudam de acordo com as convicções. E não segundo a flutuação das conveniências. Ou do grau de cinismo. Como, por exemplo, o da oposição, quando coloca em risco, junto com a prorrogação da CPMF, a continuidade da Desvinculação de Receitas da União (DRU).
A DRU é descendente de um dos mais delicados pilares do Plano Real: o Fundo Social de Emergência, depois rebatizado, já no governo FHC, como Fundo de Estabilização Fiscal. Diante de uma Constituição engessadora das depesas federais, a (boa) idéia foi dar ao governo margem de manobra para fazer política fiscal. Os tucanos são os pais, além da CPMF, da DRU. E da Lei de Responsabilidade Fiscal. E onze de cada dez trombeteiros que hoje fazem alarido contra a renovação das duas passaram os últimos anos protestanto contra o grau excessivo de engessamento das contas públicas. Pregando a necessidade de proteger a capacidade de financiamento do estado — mas sempre, é claro, com responsabilidade fiscal.
Vivemos dias bizarros. Os mesmos partidos que lutam até a morte para derrubar a CPMF e, assim, extinguir a principal fonte de recursos para a Saúde, querem também regulamentar a emenda 29 de modo a garantir mais e mais dinheiro para a Saúde. E fazem isso sem nem corar. Vai ver que adotaram todos a alegoria de Lula. Estão prontos a se declarar como “metamorfoses ambulantes” para, assim, tentar explicar o inexplicável.
O Brasil quer, ao mesmo tempo, um estado máximo na proteção social, musculoso na capacidade de investimento e mínimo nos tributos. E os políticos e intelectuais que poderiam explicar gentilmente ao país que tudo isso junto é inviável estão ocupados apenas em produzir o maior malefício possível nos oponentes. Talvez a política, como descrito no início desta coluna, seja só isso mesmo. O que, entretanto, não serve de consolo. Até porque a mistificação sempre encontra o seu limite. Especialmente em sociedades nas quais a informação é um recurso cada vez menos escasso.
Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007
O mau uso das palavras do Raul (07/12)
Coluna (Nas entrelinhas) publicada hoje (07/12) no Correio Braziliense:
Os mesmos partidos que lutam para derrubar a CPMF querem também garantir mais e mais dinheiro para a Saúde. E fazem isso sem nem corar
Por Alon Feuerwerker
maito:alon.feuerwerker@correioweb.com.br
Acreditar piamente no que dizem os políticos é sintoma grave de ingenuidade. Pior ainda é magoar-se quando o político defende hoje com unhas e dentes o que criticava ontem — e que certamente poderá voltar a criticar amanhã, se lhe convier. O cenário intelectual e acadêmico está cheio de gente assim, magoada. Pessoas que vagam desconsoladas a exigir coerência dos políticos. Carregando consigo, como um fardo, a própria desilusão. É uma receita de mágoa e desconsolo sem fim. Porque políticos comuns movem-se atraídos pelo poder. Os que têm poder querem mantê-lo e conquistar mais. Os que não o possuem só pensam naquilo: como enfraquecer os adversários momentaneamente sentados na cadeira ambicionada.
O presidente da República recorreu dois dias atrás a Raul Seixas para definir-se como uma “metamorfose ambulante”. Com isso, tentou justificar por que luta agora pela prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), taxa que combatia ferozmente quando estava na oposição. O recurso retórico-alegórico de um supostamente metamórfico Luiz Inácio Lula da Silva esconde a verdade. Ela é mais simples e crua. Lula guerreava contra a CPMF quando a CPMF ajudava o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que ele, Lula, combatia. Agora que está no comando do barco, Lula é a favor da CPMF.
Se dissesse isso, Lula estaria sendo sincero. Mas políticos não têm o direito de cometer sincericídio. Fraqueza de alma em líderes não costuma ser vista com simpatia. A alternativa é recorrer periodicamente a elementos da literatura, da arte e do esporte para pintar com traços de humanidade a luta pelo poder. Artistas e esportistas são pessoas admiradas exatamente por terem em excesso o que mais costuma faltar nos políticos: a capacidade de explorar no limite os aspectos positivos de sua própria humanidade. Daí que esses seres superiores sejam mobilizados sistematicamente para acrescentar doses de humanidade aos políticos. Nas campanhas eleitorais ou fora delas. Pessoalmente ou por meio de sua obra.
Foi o que fez Lula com Raul Seixas. Mas Lula usou mal a letra do compositor. A idéia de “metamorfose ambulante” em Raul Seixas tem que ver com pensamentos que mudam de acordo com as convicções. E não segundo a flutuação das conveniências. Ou do grau de cinismo. Como, por exemplo, o da oposição, quando coloca em risco, junto com a prorrogação da CPMF, a continuidade da Desvinculação de Receitas da União (DRU).
A DRU é descendente de um dos mais delicados pilares do Plano Real: o Fundo Social de Emergência, depois rebatizado, já no governo FHC, como Fundo de Estabilização Fiscal. Diante de uma Constituição engessadora das depesas federais, a (boa) idéia foi dar ao governo margem de manobra para fazer política fiscal. Os tucanos são os pais, além da CPMF, da DRU. E da Lei de Responsabilidade Fiscal. E onze de cada dez trombeteiros que hoje fazem alarido contra a renovação das duas passaram os últimos anos protestanto contra o grau excessivo de engessamento das contas públicas. Pregando a necessidade de proteger a capacidade de financiamento do estado — mas sempre, é claro, com responsabilidade fiscal.
Vivemos dias bizarros. Os mesmos partidos que lutam até a morte para derrubar a CPMF e, assim, extinguir a principal fonte de recursos para a Saúde, querem também regulamentar a emenda 29 de modo a garantir mais e mais dinheiro para a Saúde. E fazem isso sem nem corar. Vai ver que adotaram todos a alegoria de Lula. Estão prontos a se declarar como “metamorfoses ambulantes” para, assim, tentar explicar o inexplicável.
O Brasil quer, ao mesmo tempo, um estado máximo na proteção social, musculoso na capacidade de investimento e mínimo nos tributos. E os políticos e intelectuais que poderiam explicar gentilmente ao país que tudo isso junto é inviável estão ocupados apenas em produzir o maior malefício possível nos oponentes. Talvez a política, como descrito no início desta coluna, seja só isso mesmo. O que, entretanto, não serve de consolo. Até porque a mistificação sempre encontra o seu limite. Especialmente em sociedades nas quais a informação é um recurso cada vez menos escasso.
Amigos
Hoje eu vou escrever um desabafo que talvez me custe a reprovação de alguns colegas. Paciência. Aliás, foi a minha paciência que acabou.
Há alguns dias venho ouvindo e assistindo o Presidente Lula dizer que quem defende o fim da CPMF, são aqueles que estão acostumados a sonegar impostos e querem continuar a enriquecer às custas do descaminho.
Se esse senhor se acha no direito de me ofender, sim eu sou contra a CPMF também, tenho o direito de responder à altura.
Senhor Presidente, você não me conhece, tampouco conhece minha família e o tipo de educação que recebi. Não me inclua em suas pérfidas acusações, aliás típicas de um homem despreparado para o cargo que ocupa.
Tenho criticado seu governo e seu comportamento como presidente. Entretanto, jamais ataquei seu caráter publicamente, apesar de pessoalmente guardar sobre isso uma opinião não muito favorável.
Por isso, Sr. Presidente, com todo o respeito, vá para a ponte que caiu!
Hoje eu vou escrever um desabafo que talvez me custe a reprovação de alguns colegas. Paciência. Aliás, foi a minha paciência que acabou.
Há alguns dias venho ouvindo e assistindo o Presidente Lula dizer que quem defende o fim da CPMF, são aqueles que estão acostumados a sonegar impostos e querem continuar a enriquecer às custas do descaminho.
Se esse senhor se acha no direito de me ofender, sim eu sou contra a CPMF também, tenho o direito de responder à altura.
Senhor Presidente, você não me conhece, tampouco conhece minha família e o tipo de educação que recebi. Não me inclua em suas pérfidas acusações, aliás típicas de um homem despreparado para o cargo que ocupa.
Tenho criticado seu governo e seu comportamento como presidente. Entretanto, jamais ataquei seu caráter publicamente, apesar de pessoalmente guardar sobre isso uma opinião não muito favorável.
Por isso, Sr. Presidente, com todo o respeito, vá para a ponte que caiu!
- Edu Lopes
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O presidente Lula já cagou na sua biografia faz tempo. Nada do que ele diz hoje poderá ser aproveitado no futuro. Só pra ficar no tema do tópico, o Sr. Presidente foi um dos que mais criticou, com razão, a criação desse imposto imoral (e ilegal, pois bitributação) e agora diz que o país não pode viver sem ele. Das duas uma, ou ele está reconhecendo que ele e seu partido faziam oposição irresponsável (coisa que critica, com toda razão, na atual oposição) ou, bem... está reconhecendo que ele e seu partido faziam oposição irresponsável (coisa que critica, com toda razão, na atual oposição).
É o Rei da Demagogia.
Dá nojo acompanhar pela imprensa a podridão das negociações para que se aprove esse imposto imundo. É por isso que tenho raiva daquele FDP do Jatene. Encheu o saco pra que se criasse essa porcaria de imposto, mesmo sabendo que não seria usado na Saúde, e depois caiu fora.
E o Sr. Presidente continua com a tática de terror tão conhecida de seu partido, a exemplo do que fizeram na campanha presidência quando disseram que o Serra ia privatizar a Petrobrás, o BB e a Caixa (coisa que apoio) ele agora está tentando jogar o povo contra os senadores que votarem contra a manutenção dessa imundice dizendo que o SUS vai parar pela falta desse dinheiro. Porra, e por acaso a Saúde Pública funciona com a CPMF?
É o Rei da Demagogia.
Dá nojo acompanhar pela imprensa a podridão das negociações para que se aprove esse imposto imundo. É por isso que tenho raiva daquele FDP do Jatene. Encheu o saco pra que se criasse essa porcaria de imposto, mesmo sabendo que não seria usado na Saúde, e depois caiu fora.
E o Sr. Presidente continua com a tática de terror tão conhecida de seu partido, a exemplo do que fizeram na campanha presidência quando disseram que o Serra ia privatizar a Petrobrás, o BB e a Caixa (coisa que apoio) ele agora está tentando jogar o povo contra os senadores que votarem contra a manutenção dessa imundice dizendo que o SUS vai parar pela falta desse dinheiro. Porra, e por acaso a Saúde Pública funciona com a CPMF?
Edu Lopes escreveu:O presidente Lula já cagou na sua biografia faz tempo. Nada do que ele diz hoje poderá ser aproveitado no futuro. Só pra ficar no tema do tópico, o Sr. Presidente foi um dos que mais criticou, com razão, a criação desse imposto imoral (e ilegal, pois bitributação) e agora diz que o país não pode viver sem ele. Das duas uma, ou ele está reconhecendo que ele e seu partido faziam oposição irresponsável (coisa que critica, com toda razão, na atual oposição) ou, bem... está reconhecendo que ele e seu partido faziam oposição irresponsável (coisa que critica, com toda razão, na atual oposição).
É o Rei da Demagogia.
Dá nojo acompanhar pela imprensa a podridão das negociações para que se aprove esse imposto imundo. É por isso que tenho raiva daquele FDP do Jatene. Encheu o saco pra que se criasse essa porcaria de imposto, mesmo sabendo que não seria usado na Saúde, e depois caiu fora.
E o Sr. Presidente continua com a tática de terror tão conhecida de seu partido, a exemplo do que fizeram na campanha presidência quando disseram que o Serra ia privatizar a Petrobrás, o BB e a Caixa (coisa que apoio) ele agora está tentando jogar o povo contra os senadores que votarem contra a manutenção dessa imundice dizendo que o SUS vai parar pela falta desse dinheiro. Porra, e por acaso a Saúde Pública funciona com a CPMF?
Por isso tudo que eu defendo impostos progressivos! Só impostos sobre renda e patrimônio. No máximo um imposto sobre valor agregado (tipo ICMS) mas com alícota menor. Mas imposto de renda, a alícota máxima tem que passar 50%. Inclusive para quem é prestador de serviços (profissionais liberais).
Ai podemos cabar com bi-tributação de verdade tipo a Cofins, o Pis/Pasep, o ISS e diminuir o ICMS, etc.
E quem sabe reduzir a CPMF para um valor pro-forma (tipo 0,00001%) só para rastrear as transaçoes financeiras.
Mas na situação atual, prefiro a bi-tributação progressiva e nati-sonegação da CPMF do que a bi-tributação regressiva da maioria dos impostos. Por isso, que o governo ganhe no Senado.
Abs
Arthur
- Tigershark
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12/12/2007 - 10h55 - Atualizado em 12/12/2007 - 11h00
CPMF: promessa de 100% à saúde é 'balela', diz Maia
Da Agência Estado
O presidente do Democratas (DEM), deputado Rodrigo Maia (RJ) disse que a promessa do governo de destinar 100% dos recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) à saúde "é balela". Ele reafirmou estar certo de que seu partido votará unido contra a prorrogação do tributo, se a emenda for votada hoje, no Senado.
O raciocínio de Rodrigo Maia é que o governo já gasta mais de R$ 40 bilhões, valor a ser arrecadado pela CPMF, em 2008, na saúde. "Este ano, o governo gastará R$ 43 bilhões na saúde. Como tem que seguir a lei, ano que vem gastará cerca de R$ 48 bilhões, que é o gasto do ano anterior, mais a variação do PIB. Então, quando promete toda a CPMF na saúde, o que o governo vai fazer é trocar a fonte de recursos", afirmou o deputado ao chegar à convenção do seu partido, que está sendo realizada no Senado.
O deputado disse ainda que seria "a glória", se o partido ficar sozinho fechado contra a prorrogação da CPMF, na votação de hoje, caso sejam confirmadas dissidências no PSDB. "Seria a glória, porque o Democratas, nessa questão, já saiu vitorioso. Vamos votar unidos", afirmou.
CPMF: promessa de 100% à saúde é 'balela', diz Maia
Da Agência Estado
O presidente do Democratas (DEM), deputado Rodrigo Maia (RJ) disse que a promessa do governo de destinar 100% dos recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) à saúde "é balela". Ele reafirmou estar certo de que seu partido votará unido contra a prorrogação do tributo, se a emenda for votada hoje, no Senado.
O raciocínio de Rodrigo Maia é que o governo já gasta mais de R$ 40 bilhões, valor a ser arrecadado pela CPMF, em 2008, na saúde. "Este ano, o governo gastará R$ 43 bilhões na saúde. Como tem que seguir a lei, ano que vem gastará cerca de R$ 48 bilhões, que é o gasto do ano anterior, mais a variação do PIB. Então, quando promete toda a CPMF na saúde, o que o governo vai fazer é trocar a fonte de recursos", afirmou o deputado ao chegar à convenção do seu partido, que está sendo realizada no Senado.
O deputado disse ainda que seria "a glória", se o partido ficar sozinho fechado contra a prorrogação da CPMF, na votação de hoje, caso sejam confirmadas dissidências no PSDB. "Seria a glória, porque o Democratas, nessa questão, já saiu vitorioso. Vamos votar unidos", afirmou.
- rodrigo
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Governo dá ao PSDB o que ele pediu para aprovar a CPMF
O governador José Serra (SP) sugeriu ao governo federal que apresentasse ao PSDB a proposta de destinar 100% da arrecadação da CPMF para a área de Saúde. Em troca, o PSDB ajudaria o governo a aprovar a prorrogação da cobrança da CPMF até 2011.
A sugestão foi aceita com entusiasmo pelo governo, segundo comentou ontem com alguns governadores o ministro José Múcio Monteiro (PTB), das Relações Institucionais. A bola da CPMF, que segundo Serra sempre esteve no pé do governo, agora está no pé do PSDB.
O que Serra sugeriu foi na verdade uma desculpa que serviria ao PSDB para que ele mudasse de posição. Os 13 senadores do PSDB firmaram um pacto para votar contra. Pelo menos quatro ou cinco gostariam de votar a favor. Como dar o dito pelo não dito à falta de um bom pretexto?
O pretexto foi dado - embora não tenha sido formalizado, como reconheceu o senador Sérgio Guerra (PE), presidente do partido. "Não podemos decidir em cima de uma coisa que ainda não existe", esquivou-se ontem à noite depois de se reunir com 11 de 13 dos seus colegas.
Dos R$ 39 bilhões anuais arrecadados pelo governo com a CPMF, cerca de R$ 16 bilhões vão direto para os cofres do ministério da Saúde. O orçamento do ministério para o próximo ano é de R$ 44 bilhões em números redondos.
Tudo que o governo arrecada com impostos cai numa mesma conta. Para ele, não fará diferença se disser que o todo o dinheiro da CPMF será gasto doravante unicamente com a Saúde. Não existe dinheiro carimbado. Para o PSDB, vincular a arrecadação da CPMF à Saúde teria o sabor de uma vitória.
Uma vitória simbólica. Ela só seria de fato uma vitória se o orçamento do ministério crescesse - e muito. A CPMF foi uma invenção do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Serra e os demais governadores temem a perda de recursos para os Estados caso a CPMF seja extinta.
O governo pretende votar a prorrogação da CPMF hoje, para ganhar ou perder. Não dá mais para empurrar a votação com a barriga. Está ficando cada dia mais caro manter o apoio dos senadores que se dizem favoráveis à CPMF. Sem falar do que teria de ser pago pelos votos que ainda faltam.
São necessários 49 votos para que o governo aprove a prorrogação da CPMF. Até ontem ele parecia empacado nos 47. Que poderiam ser 45 ou 46 em um universo de 81. A oposição (DEM+PSDB) imagina que existem 35 senadores dispostos a votar contra. Basta 32 para que a CPMF vá pelo ralo.
O DEM fechou questão contra a CPMF. Se algum dos seus senadores votar a favor ficará sujeito a ser expulso e a perder o mandato. O PSDB é um partido elegante e de nível universitário - por isso não fechou questão. E seu comando anunciou que não punirá os que votarem a favor da CPMF.
No início desta madrugada, o governo registrou o apelo aflito de uma das cabeças coroada do PSDB: para o partido, o melhor seria votar a CPMF em janeiro. Isso ocorreu uma vez no governo de Fernando Henrique. Em 1998. A CPMF só foi aprovada entre janeiro e março de 1999.
O adiamento ajudaria o partido a amadurecer a decisão de apoiar a prorrogação da CPMF. E evitaria o vexame de uma eventual cisão da bancada de senadores do PSDB. O governo endureceu o jogo e se recusou a atender ao apelo.
Pobre PSDB. Se a CPMF for aprovada com a ajuda de alguns dos seus votos, ele ficará mal - e o governo bem. Se a CPMF for derrotada com os votos do PSDB, o governo dirá que deu tudo que ele pediu e que mesmo assim ele votou contra.
O que o governo fizer depois para compensar o fim da CPMF será pendurado na conta do PSDB. Quem pariu a CPMF que a embale.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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- Pedro Gilberto
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Essa reportagem saiu na Istoé Dinheiro semana passada, e mostra que quando se fala em politica, como diria o poeta, há mais coisas entre a verdade e as versões do que sonha nossa vã filosofia...
Só para mostrar que essa dispusta não é de agora, essa reportagem saiu em inicio de outubro passado:
Se metade disso for verdadeiro, o PSDB perdeu uma boa oportunidade de minar o PMDB dentro da casa dele ao negociar xiiticamente com o governo.
Ademais, se realmente Dilma está com essa bola toda e a CPMF conseguir ser aprovada, mostrou que tem cacife suficiente para uma candidatura em 2010, mas que o jogo é sujo, bem sujo, isso é.
[]´s
A história secreta da CPMF
Como uma guerra movida por cargos no setor elétrico pode colocar a perder uma arrecadação bilionária e engessar a administração federal em 2008
OCTÁVIO COSTA E LEONARDO ATTUCH
JOSÉ SARNEY: principal liderança do Senado, ele barganha os votos pró-CPMF em troca da devolução dos cargos que Dilma tomou do PMDB
Na semana passada, o alerta vermelho foi disparado em Brasília, quando o governo se deu conta de que poderá perder R$ 40 bilhões, caso o imposto do cheque, a CPMF, não seja prorrogado pelos senadores. Diante do risco, o presidente Lula assumiu a articulação política do governo, ordenou aos ministros que entrem em campo e abriu os cofres federais. Só em emendas parlamentares, foram liberados R$ 514 milhões nos últimos dias. Essa era a parte visível da batalha da CPMF. A história secreta, no entanto, é mais pesada. Tem como protagonistas a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tida como candidata à Presidência da República em 2010, e o senador José Sarney (PMDB-AP), o discreto ex-presidente que lidera a maior bancada do Senado. Hoje, a relação entre os dois é mais do que belicosa. Beira o ódio. "Vamos enquadrá-la", diziam aliados de Sarney, na semana passada. "Querem derrubar gente nossa, mas não vão conseguir", rebatiam assessores da ministra.
DILMA ROUSSEFF: tida como candidata do PT à Presidência em 2010, ela hoje controla as verbas do setor elétrico e ainda resiste aos pedidos dos aliados
O foco da disputa é o bilionário setor elétrico, que abocanhou a maior fatia do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, com R$ 274,8 bilhões dos R$ 503,9 bilhões de investimentos previstos até 2010 - e é pelas linhas de transmissão que passarão os principais contratos do setor público e também as grandes oportunidades de financiamento de campanha. Na mira direta de Sarney estão dois homens fortes de Dilma: o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hübner, e o também interino presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal. São cargos estratégicos. O ministro lidera o conselho da Eletrobrás, enquanto o presidente da estatal chefia os conselhos de todas as subsidiárias, como Furnas, Chesf e Eletronorte. Ter os dois cargos, na prática, significa comandar mais da metade do PAC. E é esse o preço que o PMDB cobra para dar seu apoio ao governo.
R$ 40 BILHÕES é quanto o governo perderá se ficar sem a CPMF em 2008
R$ 10 BILHÕES seria o prejuízo em caso de extinção do tributo por 90 dias
O PESO DO IMPOSTO
A CPMF é hoje a principal fonte de programas como o Bolsa Família
A MOEDA DE TROCA
O setor elétrico, reivindicado pelos aliados, concentra mais da metade das verbas do PAC
R$ 274,8 BILHÕES são os investimentos previstos em energia até 2010
R$ 55,1 BILHÕES é o volume de gastos em execução apenas em 2007
Na noite da quarta-feira 28, o clã Sarney deu uma demonstração de força. Enquanto o pai estava em Nova York, para o lançamento do seu livro Saraminda, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) organizou um jantar com 15 dos 20 senadores do PMDB. O pretexto era homenagear o novo ministro da Articulação Política, deputado José Múcio (PTB-PE). A conversa, no entanto, se deu em tom de cobrança. "Onde estão os cargos?", indagou a senadora. Cordato, Múcio afirmou que eles serão do PMDB, mas só depois da aprovação da CPMF - e em dois turnos. Dias antes do jantar, num encontro com o presidente Lula, Roseana já havia feito a mesma exigência: "Afinal, o Ministério de Minas e Energia é ou não do PMDB?", disse ela. Colocado contra a parede, Lula aquiesceu. Foi então que se apresentou o nome do senador Edison Lobão (PMDB-MA). Procurado pela DINHEIRO, Lobão desconversou. "Não posso falar sobre um convite que não ocorreu", disse. Além dele, a família Sarney quer emplacar o também maranhense Astrogildo Quental, diretor da Eletronorte, na vaga de Cardeal.
Mantega prepara um Plano B, enquanto Roseana tenta nomear Lobão
Na disputa entre dois aliados, PT e PMDB, o que prevalece é a mais absoluta desconfiança. A família Sarney tem receio de que o governo não cumpra o acordo e exige seus cargos antes das votações. Não custa lembrar que o setor elétrico estava nas mãos do clã até o estouro da Operação Navalha, em maio deste ano, quando Silas Rondeau foi acusado de receber propinas na execução do Programa Luz para Todos, no Piauí. Os peemedebistas, que debitam na conta da ministra Dilma a degola de Silas, alegam que, nesta semana, a Chesf está abrindo envelopes com preços duas vezes maiores do que os executados no Piauí. Apesar disso, desistiram de reconduzir Silas ao Ministério, porque o governo sempre alegava que era necessário aguardar a denúncia da Procuradoria Geral da República. "Se é esse o problema, temos outros nomes", disse Sarney a Lula, no início de novembro.
O governo, por sua vez, também teme ficar refém do PMDB, conhecido por sua voracidade. Nesta semana, por exemplo, o presidente de Furnas, Luiz Paulo Conde, tentava nomear diretores no fundo de pensão da empresa, que administra R$ 4,8 bilhões. Ele, por sinal, é outro que nutre aversão pela ministra Dilma. Ao conquistar o cargo, Conde travou um diálogo ríspido com a ministra. "Estou aqui graças ao PMDB, a senhora me sabotou e eu não lhe devo satisfações", disse ele. Acabou pagando caro. Como é Cardeal quem realmente manda em Furnas, Conde virou uma espécie de rainha da Inglaterra.
De certa forma, a crise atual guarda semelhanças com a confusão política de 2005. Naquele ano, o PT enfrentou um aliado, o PTB de Roberto Jefferson, e o que estava em disputa eram os Correios. Desta vez, porém, o butim é valioso. As "fabriquinhas de dinheiro", que é como Jefferson se referia aos cargos públicos, rendem mais no setor elétrico. "Perto do que está em jogo, o mensalão é café pequeno", diz o senador Sérgio Guerra (PSDBPE). A briga é perigosa. Para garantir a CPMF, o governo precisa de 49 votos - 20 do PMDB. Nesse quadro, o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), cuja cassação será votada na terça-feira 4, passou a valer ouro. Por isso, ele deve ser absolvido. Em meio à confusão, até um desconhecido senador, Geraldo Mesquita (PMDB-AC), mediu forças com a Casa Civil. Na quarta-feira 28, ele botou para correr o subchefe de Assuntos Parlamentares, Marcos Lima, que foi a seu gabinete prometer dinheiro para emendas. "Esse senhor entrou aqui sem ser convidado. Não lhe dei essa liberdade", acusou o senador.
O clima se deteriora e gera preocupações no Ministério da Fazenda. Pelo sim, pelo não, Guido Mantega suspendeu o envio ao Congresso da proposta de desoneração de impostos até R$ 6 bilhões. A Receita Federal, por seu lado, já sabe aonde vai buscar recursos para cobrir o rombo. Para recuperar a arrecadação, poderá elevar a alíquota do Cofins dos atuais 7,6% para 10,29% ou aumentar de 12% para 20,2% a contribuição social sobre o lucro das empresas. Essas simulações foram feitas pelo próprio secretário Jorge Rachid. Sinal de que a Fazenda já tem um Plano B para o caso de ficar sem a CPMF.
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/532/artigo67540-1.htm
Só para mostrar que essa dispusta não é de agora, essa reportagem saiu em inicio de outubro passado:
O fator silas
Reconduzir Silas Rondeau ao Ministério de Minas e Energia, coração do PAC, é o preço que os aliados cobram para aprovar a CPMF, mas Dilma Rousseff ainda resiste. Quem vencerá essa disputa?
Por Octavio Costa e Leonardo Attuch
RONDEAU: ele divergiu da ministra em relação às usinas do rio Madeira
A guerra não foi declarada, mas as batalhas já começaram e têm sido intensas nos bastidores do poder, em Brasília. Em jogo, está a aprovação de várias medidas econômicas, a começar pela renovação da CPMF, que rende R$ 39 bilhões por ano para o governo.
De um lado, estão os líderes do PMDB, partido que tem a maior bancada federal e sustenta a base do governo. Em outra trincheira, está a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Nessa disputa, que gira em torno de cargos e verbas públicas, o território que se pretende conquistar – ou reconquistar, no caso do PMDB – é o Ministério das Minas e Energia, por onde passa mais da metade do Programa de Aceleração do Crescimento.
Só em energia, estão previstos gastos de R$ 274 bilhões no PAC. De olho no butim, o ponto de honra para o exército peemedebista é a recondução de Silas Rondeau, homem de confiança do senador José Sarney, ao cargo. “Ele foi alvo de uma grande injustiça e nós já fechamos questão”, disse à DINHEIRO o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Na terça-feira 2, Raupp recebeu vários senadores para um jantar na sua residência, onde foi sacramentada a decisão. Além disso, as armas do PMDB foram exibidas há poucos dias, quando o partido “aliado” passou a liderar a oposição e rejeitou a medida provisória que instituía a Secretaria de Ações de Longo Prazo, do filósofo Roberto Mangabeira Unger, que agora será criada por decreto.
A volta de Silas ainda depende do procurador Antonio Fernando de Souza, que diz “não ter pressa”
O baque foi sentido pelo governo. Na terça-feira 2, o presidente Lula afagou os aliados, mas fez uma advertência. Disse que todas as nomeações ficam suspensas enquanto a CPMF não for aprovada – num sinal de que o Planalto não pretende ceder a chantagens.
Ao mesmo tempo, o presidente tem dado corda ao PMDB, quando sustenta que o ex-ministro foi “injustiçado”. Para quem não se recorda, Silas Rondeau deixou o governo em maio deste ano, acusado, na Operação Navalha, da Polícia Federal, de receber uma propina de R$ 100 mil da construtora Gautama.
Depois, quando se descobriu que a prova do crime – um vídeo interno do Ministério – era frágil, Silas havia caído e o estrago estava feito. Passados quatro meses, líderes do PMDB já acusam a ministra Dilma, à boca pequena, de ter incentivado a Operação Navalha e de ter sido picada pela “mosca azul” – a tese é que ela estaria preparando sua candidatura presidencial.
Procurada pela DINHEIRO, a ministra informou que essa versão é fantasiosa e que nada tem contra o ex-ministro Silas Rondeau. Mas não é segredo para ninguém, em Brasília, que Dilma, uma mulher de personalidade forte, gostaria de ter toda a execução do PAC sob suas mãos. Além disso, fontes ligadas ao ex-ministro dizem que ele e Dilma divergiam muito em torno de uma das principais obras do País: a das usinas do Rio Madeira. Hoje, a empresa melhor posicionada para vencer a disputa de R$ 30 bilhões é a poderosa Odebrecht, que tem contratos de exclusividade com Furnas e fornecedores de equipamentos, que vêm sendo contestados pela Secretaria de Direito Econômico. Enquanto esteve no Ministério, Silas incentivou a formação de outros consórcios. Um deles teria a participação da Gautama, além das empresas Alusa e Schahin Engenharia. Fechado em copas, Silas não dá entrevistas, mas é certo que gostaria de retomar o seu cargo – ao menos, para limpar a honra.
O caso, porém, não é tão simples. Depende da posição do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que irá apresentar a denúncia final da Operação Navalha. Se o ex-ministro for indiciado, ele não terá condições políticas de voltar. Se escapar, sinal verde. No entanto, na semana passada, Antonio Fernando disse que “não tem pressa” – o que mantém Silas num limbo político, ou seja, entre o céu e o inferno. “O presidente Lula se incomoda por Silas ter sido injustiçado, mas quer fazer uma coisa correta, segura”, sustenta Walfrido dos Mares Guia, ministro das Relações Institucionais. Em outras palavras, o Planalto não quer correr o risco de reconduzi-lo ao cargo antes de uma posição definitiva do Ministério Público Federal.
Essa demora continua irritando a base aliada. O que se comenta é que o governo usa tudo como desculpa para adiar as nomeações, que só sairiam depois de resolvida a questão do Madeira. Segundo o ministro interino, Nelson Hübner, a licitação ocorrerá no início de novembro. Dilma quer estar à frente do processo e também torce o nariz para as indicações do PMDB às presidências da Eletronorte, Eletrosul e Eletrobrás, respectivamente Márcio Zimmermann, Paulo Afonso e Carlos Nascimento. A guerra, como se vê, é pesada. A tropa de Silas tem, no comando, próceres do PMDB como Renan Calheiros e José Sarney. Mas Dilma é determinada e raramente perde brigas. Na década de 70, derrotou ninguém menos que Carlos Lamarca, numa reunião em Teresópolis, onde jovens guerrilheiros decidiram seguir na luta armada – Lamarca foi voto vencido. Para quem observa tudo de longe, surgem até oportunidades nessa guerra. Frustrado com a aprovação da CPMF na Câmara dos Deputados, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf, prevê um resultado diferente no Senado. “A casa está sintonizada com os anseios da sociedade”, diz ele. Pode até ser. Mas se a CPMF de fato cair, não terá sido por patriotismo – e sim pela disputa em torno do cargo mais importante do PAC.
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/524/artigo63270-1.htm
Se metade disso for verdadeiro, o PSDB perdeu uma boa oportunidade de minar o PMDB dentro da casa dele ao negociar xiiticamente com o governo.
Ademais, se realmente Dilma está com essa bola toda e a CPMF conseguir ser aprovada, mostrou que tem cacife suficiente para uma candidatura em 2010, mas que o jogo é sujo, bem sujo, isso é.
[]´s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
Lucia Hippolito: derrota da CPMF foi mais política do que financeira
Da Redação
Em São Paulo
A não-aprovação da CPMF foi para o governo uma derrota muito mais política do que financeira, avalia a colunista do UOL News Lúcia Hippolito. Ela explica que os sucessivos recordes de arrecadação que o governo vem contabilizando já fazem mais do que a CPMF. Além disso, os responsáveis pelo orçamento já estão corrigindo os valores, fora a CPMF, e o total supera os R$ 40 bilhões que serão perdidos.
"É claro que ninguém aceita sorrindo um baque de R$ 40 bilhões em sua conta, mas dizer que o governo está pobre, ele não está", afirma.
No campo político, o Senado, agora sob o comando de Garibaldi Alves, eleito nesta quarta-feira, pouco antes do início das discussões para a votação da CPMF, está mostrando sua independência do governo, na análise da colunista do UOL News.
"A lógica do Senado é outra. Seus integrantes são ex-presidentes, ex-ministros, pessoas que já trabalharam no Executivo e estão acostumadas a lidar com a realidade do orçamento. Não dá para tratar senador como se fosse um despachante de luxo do governo", ressalta.
Lucia Hippolito lembra que o Senado está querendo virar a página, depois de toda a repercussão negativa dos últimos meses, com a série de escândalos que terminou com a renúncia de Renan Calheiros à presidência da Casa.
O discurso de posse do novo presidente foi uma amostra desta disposição, lembra Lucia Hippolito. "Foi um discurso de recuperação da dignidade do ofício de senador."
Para a colunista, o governo terá de repensar sua relação com o Senado. "Será preciso fazer uma reflexão da relação entre o Legislativo e o Executivo, porque a carta do presidente representou o fim da linha, mostrou o fosso que se abriu entre o presidente e o Legislativo", diz.
Antes do início da votação, em uma tentativa final de convencimento, o líder do governo na Casa apresentou uma carta assinada pelo presidente Lula, endossando o compromisso de repassar 100% dos recursos da CPMF para a saúde. A tentativa foi em vão.
Da Redação
Em São Paulo
A não-aprovação da CPMF foi para o governo uma derrota muito mais política do que financeira, avalia a colunista do UOL News Lúcia Hippolito. Ela explica que os sucessivos recordes de arrecadação que o governo vem contabilizando já fazem mais do que a CPMF. Além disso, os responsáveis pelo orçamento já estão corrigindo os valores, fora a CPMF, e o total supera os R$ 40 bilhões que serão perdidos.
"É claro que ninguém aceita sorrindo um baque de R$ 40 bilhões em sua conta, mas dizer que o governo está pobre, ele não está", afirma.
No campo político, o Senado, agora sob o comando de Garibaldi Alves, eleito nesta quarta-feira, pouco antes do início das discussões para a votação da CPMF, está mostrando sua independência do governo, na análise da colunista do UOL News.
"A lógica do Senado é outra. Seus integrantes são ex-presidentes, ex-ministros, pessoas que já trabalharam no Executivo e estão acostumadas a lidar com a realidade do orçamento. Não dá para tratar senador como se fosse um despachante de luxo do governo", ressalta.
Lucia Hippolito lembra que o Senado está querendo virar a página, depois de toda a repercussão negativa dos últimos meses, com a série de escândalos que terminou com a renúncia de Renan Calheiros à presidência da Casa.
O discurso de posse do novo presidente foi uma amostra desta disposição, lembra Lucia Hippolito. "Foi um discurso de recuperação da dignidade do ofício de senador."
Para a colunista, o governo terá de repensar sua relação com o Senado. "Será preciso fazer uma reflexão da relação entre o Legislativo e o Executivo, porque a carta do presidente representou o fim da linha, mostrou o fosso que se abriu entre o presidente e o Legislativo", diz.
Antes do início da votação, em uma tentativa final de convencimento, o líder do governo na Casa apresentou uma carta assinada pelo presidente Lula, endossando o compromisso de repassar 100% dos recursos da CPMF para a saúde. A tentativa foi em vão.
Antes do início da votação, em uma tentativa final de convencimento, o líder do governo na Casa apresentou uma carta assinada pelo presidente Lula, endossando o compromisso de repassar 100% dos recursos da CPMF para a saúde. A tentativa foi em vão.
Sabe por quê eles não aceitaram a carta do Lula?
Porquê depois ele vai dizer que não sabia de nada. Amnésia?
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Só um detalhezitcho:
Se não me engano, foi o Arthur que sugeriu a manutenção da CPMF, mas num valor simbólico, algo como 0,0001 % ou kôza que valha, e com isto eu concordaria, para monitorar a atividade financeira. Agora, fecham-se de novo as caixas pretas e reabrem-se os caixas-2...
Deve ter empresário sonegador e banqueiro safado dando pulinho de faceiro, SMJ...
Se não me engano, foi o Arthur que sugeriu a manutenção da CPMF, mas num valor simbólico, algo como 0,0001 % ou kôza que valha, e com isto eu concordaria, para monitorar a atividade financeira. Agora, fecham-se de novo as caixas pretas e reabrem-se os caixas-2...
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Nada impede de quem gosta de pagar CPMF, fazê-lo com depósitos na conta única do tesouro nacional. Aí seria um gesto muito bonito.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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rodrigo escreveu:Nada impede de quem gosta de pagar CPMF, fazê-lo com depósitos na conta única do tesouro nacional. Aí seria um gesto muito bonito.
Se não entendeste o propósito do post, Rodrigo véio, experimentes ler outra vez...
Ou és a favor de caixas-pretas e caixa-2?
Ou ainda é só na base do 'quanto pior, melhor' ou 'tudo o que for ruim para o governo é bom para mim'?
Isso tem nome: SECTARISMO!!!
E o termo não é exclusivo dos comunas comedores de criancinhas, não, vale pra todo mundo...
Para explicar melhor: se movimentares 100.000 reais, pagarias dez centavos e o governo saberia que movimentaste os tales 100.000,00. De outro modo, escancaram-se AINDA MAIS as portas à sonegação, e não te imagino endossando ISSO...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Tá parecendo bom demais pra ser verdade, dáá-lhe imposto
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 4494.shtml
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Mens Sana, Corpore Sano.
The Baaz
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