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Enviado: Sáb Mar 20, 2004 6:14 pm
por Marechal-do-ar
As raia só servem para estabilizar o tiro, não interferem no alcance (quer dizer interferem muito pouco), sobre os obuses eles tem um recuo muito maior que os tanques e uma cadencia bem menor não é? O comprimento do cano ajuda a aproveitar melhor a energia do propelente, mas não pode ser MUITO exagerado (mas esse muito é muito mesmo), os calibres é mais ou menos assim, um canhão de 105mm e 51 calibres tem 51x105 de alguma coisa, mas como sou muito mais ligado a armas leves não sei oque é esse alguma coisa no caso dos canhões.
Enviado: Dom Mar 21, 2004 12:12 am
por Slip Junior
Naval escreveu:Bem, o que eu sei sobre os NTTRT's é o que passei dentro deles, (Ary Parreiras) Nada agradável kkkk. Sendo um navio muito, mas muito velho mesmo que não tinha sistema de transformar agua do mar em água doce(acho que se chama sitema de osmose) a tropa sofre horrores dentro daquela lata velha. Pra ter idéia a água era racionada pra comida, a água de beber tinha gosto de diesel que dava dor de barriga, banho 1 vez por dia e contado 1minuto!!!!! Fazia um calor desgraçado nas cobertas sem ar condicionado. Isso numa viagem de 6 dias apenas, imagina ficar no mar 15 ou mais dias. A propulsão dos navios era a caldeira, (ecologicamente inaceitável rsrsrs)totalmente ultrapassada e lenta. Armamento ridículo: 02 canhões de 75mm na popa e acho que 2 ou 4 metralhadoras de 20mm na meia nau.
Acho que o Ary Parreiras junto com seus irmãos(Custódio de Melo e Soares Dutra) eram navios pesqueiros de um estaleiro japonês da década de 40 e foram transformados em TTRT's comprados pelo Brasil.
Eles não tem convôo para helicóptero, tem um guindaste pra erguer as viaturas que iam estacionadas num grande galpão no meio do navio na parte de baixo. E tem u espaço no convés pra 2 viaturas de porte de um Reo 2 1/5 Ton.
Caracoles, Naval. Isso soa mais para um programa de show de horrores do que um navio da esquadra! Ainda bem que nunca precisamos desses "trambolhos" para emergência alguma, porque, se fosse o caso, tenho a impressão de que uma boa parte da nossa tropa chegaria no seu destino com uma bela duma diarréia e/ou desidratação.
Mas eu tenho uma boa/má notícia para você (na verdade, melhor ainda pros FN's na ativa ainda
): acabei de dar uma olhada no site oficial da MB e lá só consta o G-21 Ary Parreriras como NTTRT. O G-20 Custódio de Melo e o G-22 Soares Dutras já foram aposentados e, ainda não existe nenhum indicio de que os mesmos serão substituidos.
Aliás, ai vai um link para um site bem interessante que eu não conhecia sobre os navios já operados (e também os ainda operacionais) pela MB:
http://www.naviosdeguerrabrasileiros.hpg.com.br
Abraços
Enviado: Dom Mar 21, 2004 7:51 am
por Naval
Caracoles, Naval. Isso soa mais para um programa de show de horrores do que um navio da esquadra! Ainda bem que nunca precisamos desses "trambolhos" para emergência alguma, porque, se fosse o caso, tenho a impressão de que uma boa parte da nossa tropa chegaria no seu destino com uma bela duma diarréia e/ou desidratação.
Mas eu tenho uma boa/má notícia para você (na verdade, melhor ainda pros FN's na ativa ainda ): acabei de dar uma olhada no site oficial da MB e lá só consta o G-21 Ary Parreriras como NTTRT. O G-20 Custódio de Melo e o G-22 Soares Dutras já foram aposentados e, ainda não existe nenhum indicio de que os mesmos serão substituidos.
É é isso mesmo o que acontecia no navio Slip, muita gente passava mal com diarréia e a enfermaria ficava lotada rsrsrs.
Soma-se a isso o pessoal que não tinha muita resistência ao mar, ficavam ''mariados'' muito sinistro.
O problema é que esses navios não foram feitos pra isso, foram adaptados isso sim. Vc já viu algum filme de segunda guerra que mostra os navais conversando nas cobertas antes do desembarque, pois é, era aquele ambiente gótico mesmo dos filmes na vida real, o navio tinha 3 cobertas na proa e 3 na popa.
Os oficiais ficavam a meia nau nos alojamentos com ar condiconado, agora a tropa irmão se fud... o 1ºandar da proa era dos sargentos e suboficiais tanto navais quanto marujos, o 2º andar era dos cabos e soldados navais e o 3º era dos soldados mais ''boys'' a gente chamava de favela kkkkk debaixo da linha d'água.
No primeiro andar da popa ficava a tripulação do navio marujos e cabos e 2º e 3º os cabos e soldados navais, ou seja, só quem se ferrava era a tropa a marujada ficava na ''cobertura''. Já nos NDD's era muito melhor os Ceará, Rio de Janeiro e Matoso maia tinha ar condicionado pra tropa, tinha salão de musculação e tinha o ''bendito'' sistema de osmose, era mais confortável. Podíamos tomar banho quantas vezes quisermos.
Valeu.
Enviado: Dom Mar 21, 2004 8:19 am
por Naval
As raia só servem para estabilizar o tiro, não interferem no alcance (quer dizer interferem muito pouco), sobre os obuses eles tem um recuo muito maior que os tanques e uma cadencia bem menor não é? O comprimento do cano ajuda a aproveitar melhor a energia do propelente, mas não pode ser MUITO exagerado (mas esse muito é muito mesmo), os calibres é mais ou menos assim, um canhão de 105mm e 51 calibres tem 51x105 de alguma coisa, mas como sou muito mais ligado a armas leves não sei oque é esse alguma coisa no caso dos canhões.
Vc não entendeu Marechal, ''para mim'' as raias não interferm no alcance tb. Interferem na bendita energia cinética, porque quanto mais raias mais a granada vai girar dentro do tubo e quanto maior o tubo mais raias pode-se instalar. O alcance já diferente é correlacionado com o recuo do tubo que é correlacionado com a carga(propelente). A estabilização é feita devido ao formato aerodinâmico das granadas, mas, as raias tb ajudam a controlar a direção, vide os projéteis de fuzis, os antigos tinham a ponta redonda.
E os tubos de alma lisa tem menos poder de penetração.
A cadência menor dos obuses é porque o carregamento é feito manualmente no ''braço'' por isso demora mais, mas tem técnicas que podem acelerar a cadência.
Então cheguei a conclusão de que os projetistas tem que inventar um tubo que consiga agregar /comprimento do tuboXraiasXrecuo do tubo/
que melhor seja aceito se quiserem mais alcance, mais poder de penetração(energia cinética) etc...
Mas continuo com minha dúvida afinal onde se encaixa os calibres?
A maioria dos canhões tem uma designação assim ex: Canhão de 90mm/L40 esse 40 seria o número de raias do canhão?????
Ou seria os calibres??
Ah Slip!! Tô sabendo que a MB tá construindo um Navio Logístico de apoio ao CFN, uma solução nacional pro CFN legal.
BRAVO ZULU!!!!!!
Enviado: Dom Mar 21, 2004 9:55 am
por VICTOR
Muito legais os seus relatos, Naval, obrigado, sempre que puder conte umas histórias pra nós...
Quanto ao lance do calibre, uma vez o Paulo Bastos explicou, mas já esqueci metade. Mas tem um lance de "pressão" no meio.
Por exemplo, o SK105 tem um canhão de 105 mm de baixa pressão, nada que se compare aos 105mm usados nos M60 por exemplo, tem um apressão / calibre bem maiores...
Enviado: Dom Mar 21, 2004 10:13 am
por Slip Junior
Naval, mais uma vez obrigado pelo relato da vida de um Naval dentro de um NTTRT.
Pra te demonstar toda a minha gratidão, ai vai o desenho do projeto do Navio de Transporte de Apoio que está sendo projetado pelo CPN que eu acabei de scanear.
Esse desenho foi retirado da revista Segurança & Defesa n. 77, pg. 48.
Abraços
Enviado: Dom Mar 21, 2004 10:26 am
por Naval
Blz Victor, vou ver se encontro minha CR e coloco aqui alguma das missões que participei, acho que tem um tópico assim que o César colocou.
Aí Slip muito sinistro esses navio anfíbio, acho que ele vai ser um NDD, por causa daquela doca alagável na popa, muito maneiro mesmo, e aquela rampa lateral deve ser para os Clanfs poderem ''saltar''.
Esses convés devem ser pra poder abrigar as viaturas.
Vc teria mais informações que pudesse compartilhar??
Acho que vou passar a comprar a segurança e defesa tb.
Só compro a RFA desde o nº9.
Valeu.
Enviado: Dom Mar 21, 2004 11:45 am
por Slip Junior
Naval escreveu:Aí Slip muito sinistro esses navio anfíbio, acho que ele vai ser um NDD, por causa daquela doca alagável na popa, muito maneiro mesmo, e aquela rampa lateral deve ser para os Clanfs poderem ''saltar''.
Esses convés devem ser pra poder abrigar as viaturas.
Vc teria mais informações que pudesse compartilhar??
Naval, esse desenho faz parte de uma entrevista com o diretor do CPN e lá as unicas coisas que ele comenta é que o CPN já realizou os Estudos de Exequibilidade (EE) do navio assim como a Especificição de Aquisição (EA) do mesmo.
Já no
Defesanet, está escrito o seguinte:
A Marinha pretende construir no Brasil um Navio-Transporte de Apoio Anfíbio. A idéia é construir o navio através de consórcio entre a indústria nacional e parceiro estrangeiro. O BNDES patrocinará o projeto, orçado em cerca de 140 milhões de reais. Trata-se de navio barato, com capacidade para transportar lanchas de desembarque. Sua construção poderá inspirar uma série de projetos similares, para otimizar a indústria naval, gerar empregos e atender necessidades da Marinha.Além disso, achei
um site de uma portaria da Marinha de vigência de 01/09/2002 à 31/08/2003 onde estão especificados os seguintes termos dentre as metas de desempenho:
- Análise e definição da Minuta de Contrato de Financiamento de um Navio-Transporte de Apoio e de um Navio-Transporte Fluvial junto ao BNDES.
-Edital de licitação e projeto básico do Navio Faroleiro Hidroceanográfico e do Navio-Transporte de Apoio.Ahh.. e a impressão que eu tive do navio é de que uma versão nacionalizada dos NDD's Classe Ceará.
Acho que vou passar a comprar a segurança e defesa tb.
É uma revista muito boa e de excelente qualidade com muito mais matérias sobre forças e meios navais do que a RFA. Uma pena que seja meio dificil de encontrá-la por aqui.
Abraços
Enviado: Dom Mar 21, 2004 11:50 am
por Naval
Ah Slip, lembrei agora de um NDCC velhão que cheguei a embarcar tb, se chamava ''Duque de Caxias'', mas a gente apelidou de ''Ducão'' rsrsrs.
Não, esse sim barrou os outros NTTRT's ele era da USNAVY desde a segunda guerra mundial. Cruz Credo.
Abraços.
Enviado: Dom Mar 21, 2004 2:14 pm
por Marechal-do-ar
Naval escreveu:Mas continuo com minha dúvida afinal onde se encaixa os calibres?
A maioria dos canhões tem uma designação assim ex: Canhão de 90mm/L40 esse 40 seria o número de raias do canhão?????
Ou seria os calibres??
O L40 é o número de calibres, o número de rais podem variar mesmo num mesmo projetil, ex o MD97L que tem 7, 10 ou 12 raias mas dispara a munição 5,56x45mm.
Enviado: Dom Mar 21, 2004 7:04 pm
por FinkenHeinle
Olá,
Na minha opinião, NTrT, hoje, é bobagem. É preferível vários NApLog, que sejam bastante flexíveis para também levar tropas, mas que, de um modo geral aumentariam a capacidade logística da MB.
Aliás, alguém sabe dizer quantos navios desse gênero (NTrT, NApLog, Nnavios Tanque..) a MB possue???
Enviado: Dom Mar 21, 2004 7:24 pm
por Slip Junior
FinkenHeinle escreveu:Aliás, alguém sabe dizer quantos navios desse gênero (NTrT, NApLog, Nnavios Tanque..) a MB possue???
2 NDD's Classe Ceará, 1 NDCC, 1 NTTRT e 2 Navios-Tanque. Muito pouco para um país que tem ambições de ocupar uma cadeira permanente no CS da ONU.
OBS.: Nessa relação foram desconsiderados os meios distritais.
Abraços
Enviado: Dom Mar 21, 2004 7:39 pm
por FinkenHeinle
Salve Grande Slip,
Realmente, para mim esses números são ridículos.
O mínimo aceitável seriam 2 NDD, 2 NDCC, para os fuzileiros navais. E mais 4 NApLog (atuando tanto em favor da frota quanto como transporte de tropas...) e mais 4 Navios Tanque. O mínimo,...
Até mais...
Enviado: Dom Mar 21, 2004 8:27 pm
por Slip Junior
FinkenHeinle escreveu:O mínimo aceitável seriam 2 NDD, 2 NDCC, para os fuzileiros navais. E mais 4 NApLog (atuando tanto em favor da frota quanto como transporte de tropas...) e mais 4 Navios Tanque. O mínimo,...
Quanto ao numero minimo, eu prefiro não comentar nada porque não tenho a minima de quantos homens formam um regimento, quantos carros de combate são desejáveis para apoio, etc...
Mas o que eu queria saber é o que é essa NApLog que você tanta comenta. Você poderia explicar melhor o conceito e/ou dar algum navio já existente como exemplo?
Abraços
Enviado: Ter Mar 23, 2004 5:46 pm
por Naval
Na minha opinião, NTrT, hoje, é bobagem. É preferível vários NApLog, que sejam bastante flexíveis para também levar tropas, mas que, de um modo geral aumentariam a capacidade logística da MB
Concordo com vc André,
Os NApLog são muito mais flexíveis que os Nttrt's, pra que um navio exclusivo só pra levar tropa embarcada, isso se fazia necessário na época da segunda guerra, quando tinha aquele número enorme de EDVP's. Hoje um NDD ou NDCC pode levar a própria tropa que vai desembarcar nos meios(Clanfs.EDVM's,EDCG's,CC,Helicópteros,ARTILHARIA etc...) sem contar que é maior mão de obra fazer transbordo de um navio para outro.
Mas o que eu queria saber é o que é essa NApLog que você tanta comenta. Você poderia explicar melhor o conceito e/ou dar algum navio já existente como exemplo?
Ailton, acredito que o André se referiu a isto, no caso G-40:
Mais um navio foi somado ao inventário da Marinha do Brasil, trata-se do navio mercante Lloyd Atlântico, um porta container de 29.000 toneladas de deslocamento, construído em 1984/85. Possui capacidade frigorifica, guindastes para 30 toneladas e velocidade máxima de 18 nós. O Navio pertencia ao patrimônio da União Federal por meio de arresto para pagamento de dívidas de seu antigo proprietário a CIA de Navegação Lloyd Brasileiro junto ao Governo Brasileiro. Em março de 2001, o navio foi passado para o patrimônio da Marinha Brasileira, as obras de reforma e adaptação estão em pleno andamento no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro para transformá-lo em Navio de Apoio Logístico de Esquadra
(NApLog).