Enviado: Ter Out 02, 2007 10:19 am
Gostei dessa receita.
São Paulo, Brasil, 02 Out (Lusa) - O programa de reportagens "SBT Realidade" sobre Portugal foi premiado pela Comissão Europeia de Turismo (CET), no Brasil, divulgaram hoje os organizadores.
O programa, apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão, do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), a terceira rede privada, foi distinguido na categoria "Melhor Reportagem de Televisão", no prémio anual da CET.
A reportagem foi exibida em Maio passado em todo o Brasil a propósito dos 200 anos da chegada de D. João VI ao Brasil, que serão assinalados em 2008.
A produtora do programa, Beatriz Alessi, afirmou à Agência Lusa que o objectivo foi "antecipar a efeméride e mostrar como a vinda da família real aproximou os dois povos e deu início à construção da nacionalidade brasileira".
O programa mostrou igualmente actuais elementos de ligação entre os dois países, como cultura, gastronomia e a economia, em reportagens gravadas nas cidades do Porto, Coimbra, Alcobaça, Mafra e Lisboa.
Os vencedores do prémio vão participar numa viagem à República Checa. Nas edições anteriores, Portugal foi sede da atribuição do prémio em 1998 e 2004.
Taxa de desemprego aumentou em Portugal
O Eurostat revelou ontem que Portugal é um dos três países da União Europeia em que o desemprego aumentou em Agosto face a igual mês de 2006, contrariando a tendência verificada no conjunto dos Estados-membros da UE...
Com uma taxa de desemprego de 8,3 por cento em Agosto deste ano contra 7,5 por cento em igual mês de 2006, Portugal apresenta também o aumento relativo mais acentuado da União Europeia. Nos restantes Estados-membros, o desemprego baixou entre Agosto de 2006 e 2007, com os recuos mais importantes na Polónia (de 13,3 para 9,1 por cento) e na Lituânia (de 5,8 para 4,1). Face a Julho, a taxa de desemprego média manteve-se estável na Zona Euro, em 6,9 por cento, e baixou na UE a 27 para 6,7 por cento contra 6,8. Um ano antes era de 7,8 em ambas as zonas.
Na comparação mensal, Portugal regista um agravamento da taxa de desemprego para 8,3 por cento contra 8,2 no mês anterior. Em Agosto de 2007, as taxas de desemprego mais baixas foram registados na Dinamarca e na Holanda (3,3 por cento) e as mais altas na Eslováquia (11,1 por cento) e na Polónia (9,1 por cento). Segundo as estimativas do Eurostat, 15,8 milhões de homens e mulheres estavam desempregados em Agosto de 2007 na UE-27, dos quais 10,3 milhões na zona euro. Em Agosto de 2006, eram 18,3 milhões, dos quais 11,6 milhões na zona euro.
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É o “fracasso da política económica” do Governo
O PSD defendeu que os números do desemprego divulgados pelo Eurostat, que dão conta de um aumento em relação a 2006, vêm provar “o fracasso da governação socialista” e demonstrar o estado do “país real”.
”Está aqui a prova que o que o PSD tem vindo a denunciar existe, é real, por contraponto à política de propaganda e ao país virtual do Governo”, afirmou vice-presidente da bancada laranja Miguel Frasquilho, em declarações à Agência Lusa. Para o deputado social-democrata, os números do Eurostat são “o resultado da política económica que o Governo tem vindo a implementar e que o PSD tanto tem criticado”. “Enquanto o desemprego desce na generalidade dos países europeus, em Portugal sobe. Estamos claramente em contraciclo em resultado de uma política desastrosa do Governo que atirou o desemprego para o valor mais alto dos últimos vinte anos”, salientou Frasquilho.
“Governo responsável pelo aumento de desempregados”
O CDS-PP acusou o Governo de ser incapaz de relançar a economia e gerar mais postos de trabalho, considerando que o desemprego continua a ser “o problema número um, número dois e número três dos portugueses”.
”Este é o Governo que prometeu 150.000 novos postos de trabalho e, até agora, só vemos o desemprego a aumentar. Este é o Governo que não está a ser capaz de relançar o crescimento económico e de gerar mais postos de trabalho”, acusou o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares. Os populares criticaram igualmente a reacção do ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva, a estes números. “As informações que possuímos, seja por via das contribuições de impostos, seja por via das pessoas inscritas nos centros de emprego, temos a indicação de que o desemprego está estabilizado, e esperamos que com o crescimento da economia possamos começar a inverter a situação”, afirmou Vieira da Silva, citado ontem pela TSF. “Com declarações como esta o senhor ministro deixa de ser parte da solução para ser parte do problema”, criticou Mota Soares. O deputado democrata-cristão salientou que os dados do Eurostat significam que “Portugal está hoje em contra-ciclo com a UE”, onde o desemprego está a descer. “Por outro lado, Portugal sempre teve taxas de desemprego abaixo da média europeia, agora tem tido taxas sempre acima da média europeia”, lamentou. Pedro Mota Soares alertou ainda que estes dados se referem a Agosto, um período em que Portugal regista “o fenómeno do trabalho sazonal”.”Poderemos vir a assistir agora no Outono a um aumento ainda maior e mais forte do desemprego”, avisou.
Um “deixa andar que gera desemprego e agrava a crisel”
O deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louçã acusou o Governo de “ignorar o problema do desemprego” em Portugal, que atingiu os 8,3 por cento em Agosto passado contra 7,5 por cento em 2006.
”É surpreendente porque indica que o emprego sazonal não teve qualquer efeito e que a paralisação da economia traduz-se num agravamento do desemprego”, afirmou Louçã. O dirigente do Bloco considerou que os números ontem divulgados pelo Eurostat “demonstram que a posição do Governo de ignorar por completo as questões do emprego e de recusar a escolha política para combater o desemprego”. “Isto traduz-se num deixa andar que gera mais desemprego e agrava a crise social”, criticou.
“A real situação do País é mais grave ainda”
O deputado do PCP Francisco Lopes considerou que o aumento da taxa de desemprego traduz “o fracasso” da política económica do Governo PS, lembrando as promessas “não cumpridas” de criação de mais postos de trabalho.
”O crescimento do desemprego traduz o fracasso da política económica do Governo. O combate ao desemprego e a criação de postos de trabalho foram promessas do PS na campanha eleitoral que não foram cumpridas”, afirmou Francisco Lopes. O deputado do PCP considerou que os números divulgados pelo Eurostat “são de uma enorme gravidade” mas defendeu que não representam na totalidade “a real situação do país” que disse ser “mais gravosa”. “Estes dados só traduzem uma parte da realidade. A real situação do País é mais grave ainda. Há o desemprego oculto de milhares de pessoas em programas ocupacionais e há os surtos migratórios”, frisou. Francisco Lopes defendeu “o estímulo ao desenvolvimento económico” e “a inversão das políticas sociais injustas” para combater o desemprego.
Lancero escreveu:2007-10-14 - 00:00:00
Orçamento: Despesas disparam na Defesa
313 milhões para equipamento
Os gastos com a Lei de Programação Militar (LPM) vão aumentar no próximo ano 67,6%, a avaliar pelas verbas inscritas na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2008. Um acréscimo que faz o orçamento da despesa consolidada na Defesa subir 8,5%.
Dos 187 milhões de euros estimados este ano, a despesa com a LPM sobe para 313 milhões de euros em 2008. Tudo para modernizar as Forças Armadas através de forças, equipamento, armamento, investigação e infra-estruturas.
“Em 2008 prosseguirá o esforço de modernização dos equipamentos e requalificação das infra-estruturas militares”, lê-se na proposta de OE, que aponta a implementação da estrutura superior da Defesa Nacional e das Foças Armadas.
O documento prevê também que no próximo ano se proceda à revisão dos quadros de pessoal da Marinha, Exército e Força Aérea e à implementação do Projecto Integrado de e-learning para as Forças Armadas.
Este crescimento da despesa com a Lei de Programação Militar vem de encontro a um recente apelo do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Valença Pinto, para um reforço dos meios financeiros para a modernização militar. O general defenia a aquisição de submarinos, fragatas, blindados, um navio polivalente, a renovação do armamento ligeiro e a compra de novos aviões de transporte da Força Aérea.
No total, as despesas do Ministério da Defesa ascenderão, em 2008, a 2114 milhões de euros, ou seja, 8,5% mais do que os 1949 milhões estimados para o ano em curso.
A nível de ramos das Forças Armadas, a maior fatia do Orçamento vai para o Exército, com 490,5 milhões de euros – ainda assim menos 1,2% do que o estimado para este ano. A Marinha receberá 321,6 milhões de euros (mais 0,5%) e a Força Aérea 254,4 milhões de euros (mais 2,3%).
As despesas com pessoal continuam a consumir mais de metade da despesa consolidada com a Defesa, ou seja, 52%, o que apesar de tudo fica abaixo do previsto para este ano: 55%.
DINHEIRO A MENOS NA SAÚDE
A proposta de Orçamento do Estado para 2008 reduz significativamente os encargos com saúde e com pensões de reserva dos militares. Em relação aos valores estimados para este ano, os encargos com a saúde perdem 21,6 por cento para os 68,5 milhões de euros e os gastos com pensões de reserva caem 17,4 por cento para os 100 milhões de euros. Uma desorçamentação que poderá levar à repetição da situação vivida pelos militares este ano quando ficaram sem fundos para sustentar aquelas duas rubricas nos dois últimos trimestres do ano. Em causa estão 170 mil beneficiários da Assistência na Doença dos Militares das Forças Armadas e cerca de 4300 pensionistas na reserva, com pensão média de 2500 euros.
Sandra Rodrigues dos Santos
CM
Portugueses procuram urgências da Galiza
Raianos mostram-se satisfeitos com o atendimento no Ponto de Atenção Continuada de Tui e até fazem seguros de saúde do outro lado
Ana Peixoto Fernandes / http://jn.sapo.pt/2007/10/19/norte/
O serviço de Urgência de Tui, cidade galega que faz fronteira com Valença, com sérios problemas de capacidade de resposta, tem vindo a ser cada vez mais procurado por portugueses.
A funcionar para um universo de 19 mil habitantes da localidade, além das vizinhas Goian e Salvaterra, já de si número excessivo para os dois médicos e um enfermeiro disponíveis, a unidade está também a acolher um fluxo crescente de cidadãos residentes na margem portuguesa.
O não pagamento de taxa moderadora, a procura de "melhor assistência médica" e o encerramento do SAP de Valença, são os motivos invocados pelos utentes de Portugal para recorrer ao Ponto de Atenção Continuada (PAC) do Centro de Saúde de Tui, a menos de um quilómetro da fronteira.
"Se me sentir mal, estou a pouco mais de 500 metros e, em vez de ir aqui ao Centro de Saúde de Valença ou ao hospital de Viana do Castelo, onde primeiro querem é receber o dinheiro e não dão assistência como deve de ser, vou a Tui, onde não pago, nem saio de lá sem estar recuperado", diz Júlio Teixeira, de 49 anos, casado e pai de duas filhas com 20 e 22 anos.
Este habitante de Valença refere que faz uso do Cartão Europeu de Seguro de Saúde, que qualquer cidadão pode requisitar na Segurança Social, para aceder à Urgência de Tui. "Ali somos atendidos devidamente", sublinha. Júlio da Cunha, 40 anos, dono de um restaurante junto à ponte velha Valença-Tui, reforça "Eu não vou porque não preciso, mas tenho pessoas amigas e sei de centenas de pessoas que se vão tratar a Espanha".
"Quase todos os dias vem cá portugueses. Uns dias mais outros menos, mas quase todos os dias passam por aqui", comenta ao JN o médico galego, Angel Vasquez, que atente no PAC de Tui há cerca de um ano e meio. São, por norma residentes em Valença ou próximo e pessoas que trabalham ou vivem na margem galega. "Vem normalmente por motivos urgentes. Acidentes, gripes, infecções de gargantas e esse tipo de situações mais leves", diz o médico.
A Urgência de Tui funciona entre as 15 e as 8 horas de segunda-feira a sábado e 24 horas aos domingos e feriados. O funcionário administrativo, Abel Rodriguez, comenta que o PAC "está bastante saturado", havendo dias em que " são atendidas mais de 150 pessoas". E confirma "Há sempre muitos portugueses". Os serviços de urgência mais próximos localizam-se em A Guarda e em Porriño.
Seguros de espanhóis
Eduardo Martins, 53 anos, casado, com dois filhos, é exemplo de um português que residindo em Valença prefere atravessar a fronteira para recorrer a serviços privados de saúde espanhóis. Há alguns anos, este cidadão trocou o seu seguro de Saúde luso por um espanhol que, garante, lhe proporciona "melhores condições de assistência médica em todas as áreas".
Normalmente, recorre a uma clínica privada de Vigo. "Pago 60 euros por mês e tenho direito a tudo. Aqui pagava 40 euros e não tinha direito a nada quase", conta ao JN, referindo "A nível de saúde não usufruo nada em Portugal, porque o atendimento em Espanha é diferente. Vou, não pago nada e sou bem servido". "Em Espanha é tudo melhor. Num quilómetro a vida muda totalmente", evidencia.
200 mil na maior manifestação dos últimos vinte anos
"Ele merece", admitiu Carvalho da Silva, líder da CGTP, que viu uma demorada e sonora assobiadela pontuar a primeira referência que fez a José Sócrates no início da sua intervenção na enorme manifestação que ontem desfilou dos Olivais até ao Parque das Nações. A maior dos últimos 20 anos, segundo a central sindical, e que juntou 200 mil nas ruas - números confirmados pela polícia e que superaram todas as expectativas.
Debaixo de um calor muito intenso para um mês de Outubro, Carvalho da Silva defendeu a necessidade de se afastar o conceito de flexisegurança, e acusou o primeiro-ministro de ter a obsessão de "isolar" os sindicatos.
"O primeiro-ministro tem que nos ouvir e responder às nossas reivindicações porque nós representamos os interesses dos trabalhadores portugueses", disse o sindicalista, que considerou o protesto como uma megamanifestação, e garantiu que para o futuro "inevitavelmente terá efeitos".
O líder da CGTP decidiu esquecer boa parte do discurso escrito e perante o mar de gente que entupia o Parque das Nações avisou claramente: "José Sócrates tem que ter em atenção este protesto, e deve ter noção de que os sindicatos vão continuar a existir para além do seu Governo".
À imprensa e aos manifestantes fez questão de esclarecer que, contrariamente ao que o primeiro-ministro ontem afirmou, a Confederação Europeia de Sindicatos não chegou a nenhum entendimento em matéria de flexigurança, existindo apenas um documento em que se faz o levantamento dos problemas em matéria de mercado de trabalho.
Também Jerónimo de Sousa, líder do PCP, esteve presente, tendo referido que esta era uma oportunidade para Sócrates ver a "clara rejeição das soluções neoliberais", e em tom de fina ironia frisou que com tantas pessoas na rua era evidente que nem todos "seriam militantes do PCP".
Começando por uns paritários cabeçudos - homem e mulher em trajes minhotos - e acompanhados pelo conjunto Unidos da Paródia vindos de Amarante, a manifestação estava organizada por sectores de actividade e por distritos. Ao som das palavras de ordem gritadas a plenos pulmões nos carros de som, e num clima de festa, percebiam-se os diversos sotaques de um país pequeno mas com enorme diversidade.
Manuel Bartolomeu, alentejano "emigrado" para Vila Franca, que trabalhou desde os dez anos, sendo reformado aos 57 da Central de Cervejas por "desadequação tecnológica". Já uma jovem trabalhadora do Pingo Doce, que disse ao DN ter medo de dar o nome, desfiou um rosário de atropelos em matéria de horários e precariedade.
Um cartaz isolado dizia "Sócrates é eventual." Era impossível não entender o aviso de que só o cartaz é que estava isolado...
http://dn.sapo.pt/2007/10/19/internacional/
Mais de 200 mil pessoas no protesto
CGTP na rua contra “desigualdades em Portugal”
18.10.2007 - 16h18 Sara Capelo / http://ultimahora.publico.clix.pt/
Lutar contra “o aumento das desigualdades em Portugal”. Foi por esta causa que, segundo Amável Alves, um dos dirigentes da CGTP-in, se juntaram hoje cerca de 200 mil trabalhadores nas ruas de Lisboa. O protesto, que começou por volta das 15h00, junto ao metropolitano dos Olivais, sob o lema “por uma Europa social - emprego com direitos”, culminou no Parque das Nações, onde se reúnem a partir de hoje os principais líderes dos 27.
Ao longo da marcha, que é liderada pelos cabeçudos “Unidos da Paródia”, as palavras de ordem passam ainda pelos já conhecidos “o país não se endireita com políticas de direita”, ou “qualquer que seja o tratado, terá de ser referendado”.
Hoje, os representantes patronais e sindicais europeus aprovaram o acordo de princípios para flexibilizar o mercado de trabalho, que não contou com o aval da CGTP.
Jerónimo de Sousa afirmou não ter "ideia de uma manifestação assim há mais de vinte anos, o que significa a derrota de todas as ideias do conformismo dos trabalhadores”. O líder do PCP acrescentou, em declarações ao PÚBLICO, que a sua presença na manifestação é um símbolo da “posição de grande solidariedade com a CGTP”.
Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP-in, disse que “participam nesta manifestação mais de 200.000 trabalhadores, numa extraordinária expressão da vontade do povo e dos trabalhadores portugueses”. No discurso junto ao Pavilhão de Portugal, o secretário-geral da Intersindical começou por fazer referência ao esforço de Sócrates para isolar os sindicatos, criticando de seguida as políticas neoliberais do Governo.
200 mil desfilam em Lisboa contra a política económica e social
"É preciso, é urgente uma política diferente"
No mesmo dia em que patrões e sindicatos europeus assinam acordo em torno dos princípios da "flexigurança", cerca de 200 mil manifestantes gritam em Lisboa: "Emprego de qualidade, não à precariedade". CGTP já fala na maior manifestação dos últimos 20 anos e garante que o dito acordo não passa "de um documento de análise do mercado de trabalho".
16:33 | Quinta-feira, 18 de Out de 2007
Milhares de trabalhadores afluiram ao Parque das Nações, em Lisboa, em protesto contra a política económica e social em Portugal e em defesa de uma Europa com direitos sociais e emprego.
O protesto começou quase ao mesmo tempo em que o presidente em exercício da União Europeia (UE), José Sócrates, anunciou um acordo entre representantes das confederações patronais e sindicais da Europa em torno da modernização do mercado de trabalho e dos princípios da "flexigurança".
No seu discurso, o secretário-geral da CGTP-Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses, que convocou a manifestação, acusou o gabinete do primeiro-ministro de mentir quando informou a comunicação social de que teria havido um encontro dos ministros com os parceiros sociais e que teriam chegado a um acordo, assinando um documento onde constam orientações sobre a flexigurança e do qual apenas havia ficado fora a CGTP.
Carvalho da Silva diz que se "trata apenas de um documento de análise do mercado de trabalho não tendo referências nenhumas sobre a flexigurança"
"Para o primeiro-ministro vale tudo quando tenta criar a ideia de isolamento dos sindicatos dos trabalhadores e da CGTP. Pode continuar obcecado. Vai ampliar muito o nervosismo com que anda nos últimos tempos porque nós não vamos descansar", rematou Carvalho da Silva.
Bombos e cabeçudos
Animada por um grupo de bombos e cabeçudos, a manifestação decorre de forma ordeira, mas muito barulhenta, obrigando ao corte de trânsito entre os Olivais e o Parque das Nações, em Lisboa.
Os manifestantes gritam várias palavras de ordem contra a política do Governo, nomeadamente "Direitos sindicais sim, repressão não", "É preciso, é urgente uma política diferente", "Emprego de qualidade, não à precariedade". Reivindicam ainda que "qualquer que seja o tratado, deve ser referendado".
À frente do desfile seguem os dirigentes nacionais da CGTP, com um enorme faixa onde se lê "Por uma Europa Social" (escrito em Português e Inglês), seguidos por vários dirigentes de sindicatos europeus que integram a Confederação Europeia de Sindicatos (CES).
Desta vez, a CES não enviou nenhuma delegação para participar na manifestação, apesar dos seus principais dirigentes se encontrarem em Lisboa, onde participaram esta manhã na cimeira social com a Presidência da União Europeia.
Segundo um dirigente da CGTP contactado pelo Expresso, a manifestação deve integrar cerca 200 mil pessoas. No "briefing" feito aos jornalistas antes do início da manifestação, a PSP embora tenha reconhecido a dificuldade de definir um número, apontava para a presença de cerca 150 mil pessoas.
A manifestação nacional decorre no mesmo dia em que se realiza a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Europeia.
A manifestação realiza-se sob o lema "por uma Europa social, empregos com direitos" e tem como objectivos protestar pela situação económica e social do país e com as políticas europeias que vão ter repercussões negativas em Portugal, como a flexigurança, segundo disse à agência Lusa o dirigente da CGTP Amável Alves.
Contra a flexibilidade sem segurança
Num manifesto, a CGTP assumiu que a manifestação desta quinta-feira é um protesto contra a flexibilidade sem segurança, a desprotecção dos trabalhadores, o aumento da precariedade, a facilidade no despedimento, a redução dos salários reais e a limitação do papel dos sindicatos.
Defende, no mesmo documento, a promoção da negociação colectiva, o combate ao desemprego, o direito à formação, a igualdade no trabalho, o respeito pelos direitos dos trabalhadores, melhor segurança social, saúde e educação e maior justiça fiscal.
Os sindicatos da CGTP emitiram pré-aviso de greve, como de costume, para salvaguardar a presença dos trabalhadores que desejem participar na manifestação de protesto, mas "a greve não é a forma de luta escolhida para quinta-feira", esclareceu Amável Alves.
Humberto Costa, com Lusa
cabeça de martelo escreveu:Vão mas é trabalhar ou bando de calões!