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Enviado: Qui Fev 16, 2006 3:09 pm
por Luiz Padilha
Einsamkeit escreveu:Sera mesmo que os Alemaes nao vendem o U-212?

Se fossemos da Otan, a probabilidade seria 100%, mas como não fazemos parte, infelizmente não.
O 212 é especial, tudo nele é o que a Alemanha tem de melhor, apesar dele ser costeiro pq ela não pode se "aventurar" mais.
O 214 é um sub com deslocamento maior e feito para se exportado.
Ele é pior do que o 212?
Eu diria que ele não possue determinados equipamentos que o 212 tem e em alguns casos o desempenho é um pouco inferior.
Existe muita eletrônica que por ser da Otan o 212 tem e o 214 pra exportação não precisa ter. E por ai vai.
Em compensação, o 214 tem algumas caracyeristicas que o 212 , por ser costeiro não tem. E isso é muito interessante.
[]'s

Padilha

Enviado: Qui Fev 16, 2006 3:15 pm
por Luiz Padilha
cicloneprojekt escreveu:
Luiz Padilha escreveu:
Lucas SSBN escreveu:
artenobre escreveu:acho que se vier escorpene ou u14 ta de bom tamanho mas duvido que venham aposto que vem um 209 melhorado e olhe lá. acho melhor fazer mais uns 5 tikunas que ta bom demais

U-214. Que na verdade é um U-209 melhorado.


Me desculpe.
Mas o 214 está anos luz de ser um 209 melhorado.
Quem conhece submarinos sabe que são completamente diferentes.
A unica semelhança é o fabricante e olhe lá.
[]'s

Padilha


Na verdade estou me arrependendo de ter ido para a reserva...
Tripular um 214 ou um Scorpene no meu posto, acho q eu iria até engordar..., mas deixo o privilégio p/ meu filho mesmo.
O chato é não poder abrir o bico antes da MB p/ dizer quem venceu a concorrência.

Walter


Ontem eu almocei lá no Arsenal e pude ver o nosso tikuna docado após a sua primeira comissão. O legal foi ver o carinho dos operários com ele, limpando as cracas das valvulas externas e etc...
Sem contar ver ele dentro do Dique com uma Type 22 e uma Niteroi. Ele ficou muito pequeno. :lol:

Mas Walter, veja que a garotada está bem magrinha e bem treinada.
O novo comte do tapajó eu já conhecia, só que somente ontem fiquei sabendo que ele havia assumido.

Aguarde pois na Marinha até o passado pode mudar, portanto......

Nós sabemos, mas sei lá né!

[]'s

Padilha

Ps: A minha unica preocupação é se eu obtiver a bençao de poder ouvir:
Dive Dive Dive! Ou Mergulhar Mergulhar Mergulhar!

ter que ser batizado com ovos/pó de café e graxa e sujar o meu macacão. :cry:

Enviado: Qui Fev 16, 2006 3:42 pm
por Lucas SSBN
Luiz Padilha escreveu:Me desculpe.
Mas o 214 está anos luz de ser um 209 melhorado.
Quem conhece submarinos sabe que são completamente diferentes.
A unica semelhança é o fabricante e olhe lá.
Padilha

Prezado Padilha,
Muito belo seu trabalho. Muitos elogios na AMAN.
Sobre o melhorado, isto foi muito subjetivo, veja :
O Vectra novo ( 2006 ) é um Vectra melhorado.
O Gol Geração 4 é um Gol melhorado.
O F-5 BR é F-5 E, melhorado.
O Leo 1 A5 é um Leo 1 A1 melhorado.
O Torpedo MK-48 Mod.6 é um MK-48 Mod.1 melhorado.
O AIM-120 C.5 é um AIM-120 A melhorado.
O U-214 é um U-209-1500 melhorado.
Você não queria que eu, em apenas uma palavras descreve-se toda complexidade de um submarino.
Ou queria ?
Isto foi apenas uma palavra subjetiva.
Eu tenho certeza que foi o U-214, por medidas obviais e por informações de alguns oficiais.
A MB pode mudar ? Pode. Mas não creio.
Mais barato, melhores condições de pagamento, longa união em trabalhos conjuntos e capacidade técnica comprovadamente ( U-214 ), superior ao outro.
Lucas,

Enviado: Qui Fev 16, 2006 3:47 pm
por WalterGaudério
Temos táticas que são só nossas, assim como eles tem as deles.
Não sei por que mas as nossas são muuiiitttooo eficientes. hehehehehe
Na boa, só pra dar uma idéia:


Isso na verdade é um dos frutos da aquisição das fragatas da classe Niterói no início da década de 70, uma vez que era um salto de gigante para a MB, lidar na época, com os avançados programas do Ferranti FM 1600 que equipava a classe, existindo dessa maneira a nescessidade de se preparar recursos humanos habilitados p/ q pudessem ser gerados os nescessários aperfeiçoamentos q adviriam com o passar do tempo de utilização.
Como resultado qdo. se precissou fazer uma modernização dos sonares THOrN EMI dos Oberon/Humaitá o desafio foi superado com muito menos dificuldade do que seria de se esperar. E depois foi feita a correta integração do sistema VELOSOM 2004 com o EDT à bordo do Tonelero, e depois pode-se fazer o projeto do SICONTA MK1 de maneira independente, e depois...

O problema é q pouca gente sabe dessa história bonita q eu acompanhei desde a década de 70 até agora, inclusive gente que tinha obrigação de saber, como raio do Godoy...

Um Arleigh Burke, uma OHP e um Sea Hawk estão até agora procurando um certo sub brasileiro, "defasado", "velho", "desarmado", "sem tubos lança misseis que não afundam navio", que mais?


Eu vi esse filme 5 vezes.(3 com o Humaitá e Riachuelo, 1 com o Tupi, e 1 com o Timbira...)


O mais engraçado é que tirando o Tupi, todos os outros fabricados aqui no Arsenal de marinha, deram olé em seus perseguidores.


Fabricante vende e te ensina a operar os equipamentos.
A partir dai cada marinha se desenvolve e a nossa força de submarinos é muito respeitada lá fora por todos os resultados que ela coleta nesses exercícios. Existem técnicas que temos, que fazem a diferença na hora dos exercícios.


Luiz Padilha, você tem que fazer uma reportagem p/ mostrar algo chamado de:

Centro de Adestramento da Esquadra.

Seus programas de jogos de guerra , estão entre os mais complexos e avançados do mundo, este sim é o motivo de se tirar leite de pedra, 150% como vc bem diz. Os programas de computador(simulação militar) são desenvolvidos em conjunto pelo CASNAV(q é inspirado na Naval Post-Graduate School da USN) e GDT/CONForSub.
De maneira q qdo. um de nossos subs se faz ao mar as tripulações já estão muito afiadas.
Por vezes a preparação para uma UNITAS, ou FRATERNo, ou BOGATUM, ou VENBRAS, ou ATLASUR começam na verdade cerca de 8 a 15 meses antes..., vc recebe informações a cerca do figurante inimigo, e começa a simular n-mil variáveis e possibilidades, por isso o desempenho das tripulações (sou bem suspeito p/ falar) tem sido superlativo desde o advento do CAdEsq.

Gostaria de falar mais, mas não posso. Só digo que: Se o bixo pegar, quem vai mandar ver serão os subs. E depois do ultimo exercício aqui, os "caras" do dim dim, já sabem que o buraco e bem mais embaixo.


Na verdade eles já sabem isso a algum tempo, mas sempre é bom reforçar... he, he, he...
:wink: :D :D

Agora eu gostaria de deixar a minha opiniao.

Jet crash citou uma penca de marinhas que querem ou tem subs com lança misseis.
E eu já disse que o marketing é hiper poderoso no mundo das armas, portanto........ quantidade não vale nada.


Até hoje, eu ainda ouço falar dos "nossos" torpedos Tigerfish mod1, q não funcionam bem, q foram uma bola fora da MB, q nós fomos enganados pela Marconi(fabricante do torp), como diz aquele filho d %$#@¨*&¨$#$ do Godoy, que deve ser um desocupado fabricante de notícias pagas.



Eu prefiro um torpedo pesado tipo o MK48 ADCAP 6, se ele vier, do que ter tubos lança torpedos que lançam misseis.


Sabe por que? pq para lançar um missel que não vai afundar o navio o sub tem que se expor,


Sobre isso eu tenho alguns reparos, à fazer, mas eu preciso de algumas horas para ter concentração suficiente para fazer uma intervenção que preste para ser postada.

Mas o X da questão, em qualquer curso de tática naval, e´uma expressão chamada de

QUADRO TÁTICO-SITUAÇÃO TÁTICA

ao contrário do torpedo que não só afunda como "racha" qualquer escolta hj em dia.
Ou seja, muito mais letal e sem tirar a arma principal do nosso sub, que é a discrição.


Entendam que eu tb quero tudo de mais moderno que tiver, mas achar que os paises que fabricam isso ou aquilo são melhores do que nós, eu não concordo.


ABSOLUTAMENTE CORRETO



Existem infos erradas lá e ela cobra caro por isso. hehehehehe


ISSO MESMO

o mundo militar é cruel.


pRINCIPALMENTE QDO. SE OLHA O CONTRA-CHEQUE NO FIM DO MÊS...he, he, he...


Walter

Enviado: Qui Fev 16, 2006 3:57 pm
por WalterGaudério
ter que ser batizado com ovos/pó de café e graxa e sujar o meu macacão. :cry:


Rapaz, podes ter certeza q assim como todo mundo q já passou por isso, vc nunca irá esquecer este momento...

Escolha já o seu nome de batismo: Badejo, Corvina, Piaba...





Piaba é Phoda!!!!....he..., he..., he...!

Walter

Enviado: Qui Fev 16, 2006 4:08 pm
por Luiz Padilha
cicloneprojekt escreveu:
ter que ser batizado com ovos/pó de café e graxa e sujar o meu macacão. :cry:


Rapaz, podes ter certeza q vc assim como todo mundo q já passou por isso, nunca irá esquecer este momento...

Escolha já o seu nome de batismo: Badejo, Corvina, Piaba...





Piaba é Phoda!!!!....he..., he..., he...!

Walter


Citação:
Sabe por que? pq para lançar um missel que não vai afundar o navio o sub tem que se expor,


Sobre isso eu tenho alguns reparos, à fazer, mas eu preciso de algumas horas para ter concentração suficiente para fazer uma intervenção que preste para ser postada.

Mas o X da questão, em qualquer curso de tática naval, e´uma expressão chamada de

QUADRO TÁTICO-SITUAÇÃO TÁTICA

Walter, nesta área eu sou completamente leigo. Não cursei EGN e portanto não dou mergulho fundo. Apenas por tudo o que já vi e ouvi, expressei a minha opinião. Gostaria, sinceramnete, se vc puder me ajudar a entender melhor este quadro, da sua ajuda.
Ela é muito importante para mim.

Agora, eu gosto Congro / Anchova / Cherne e etc... e qualquer peixe que pintar. hehehehe

[]'s

Padilha

Enviado: Qui Fev 16, 2006 4:09 pm
por lelobh
O Amur não foi descardo por causa das suas capacidades


Caro Vinícius você é responsável por essa declaração :wink:

Então minha opinião tem como base os comentários de vossa senhoria e de outro membro do fórum.

Valeu :?: :D

Enviado: Qui Fev 16, 2006 4:36 pm
por J.Ricardo
Rapaz, nem vou abrir mais esse tópico, pq a curiosidade já te deixando doido! [096] :D

Enviado: Qui Fev 16, 2006 4:40 pm
por WalterGaudério
QUADRO TÁTICO(QT)-SITUAÇÃO TÁTICA

Walter, nesta área eu sou completamente leigo. Não cursei EGN e portanto não dou mergulho fundo. Apenas por tudo o que já vi e ouvi, expressei a minha opinião. Gostaria, sinceramnete, se vc puder me ajudar a entender melhor este quadro, da sua ajuda.
Ela é muito importante para mim.



Luiz padilha, vou mandar uma ajuda q na verdade foi prestada por outra pessoa o CF José Carlos Batista Ferreira

Compilar o Quadro Tático(QT): Um
passo decisivo para a vitória em
combate


A compilação do quadro tático (QT)é decisiva
para o sucesso na condução das operações navais,
já que será o alicerce para a decisão de um
engajamento.


Aqui faço uma observação, o quadro tático é a (toda)situação presente no teatro de operações marítimo referente ao posicionamento 3D de todas as forças dispostas em um dado momento. Isso inclui as forças adversárias IDENTIFICADAS E, obviamente as PASSÍVEIS de identificação, e segundo alguns estudiosos, das forças inimigas ainda ocultas...


Assim, cabe apontar alguns
aspectos importantes que se relacionam
diretamente com o cumprimento das fases acima
mencionadas:
a) COC dos navios (avaliadores):
– a ânsia dos oficiais que guarnecem a função
de “oficial de superfície” em disseminar grande
números de contatos gera uma saturação de dados,
em virtude do cumprimento da etapa de
“disseminação”, sem a adequada “filtragem”; e
– os equipamentos modernos trazem a ilusão
de que, por si só, resolvem o problema da
“compilação” ao apresentarem vários recursos,
mas não são capazes de substituir totalmente a capacidade
humana de “filtragem” e “avaliação”.

b) Comandos de Força e COC:
– antecipar o esclarecimento por meio de aeronaves
deve ser um recurso explorado. Estando previsto navegar à
noite, em uma área sob ameaça, é recomendado efetuar o
esclarecimento antes, preferencialmente à luz do dia. Isso
resultará em antecipar, também, o início da compilação do
quadro tático; e
– para contar com uma visão “limpa” do quadro tático,
os Comandos de Força necessitam de uma apresentação em
espaço físico compatível e que permita a visualização ampla
da situação tática, assim como uma percepção clara da idéia
de manobra.
Desse modo, a situação tática deve ser analisada e
interpretada de forma que possam ser filtrados os dados
coletados, a fim de inserir nos sistemas de apoio à decisão
somente os de interesse. Isso contribui para a eficácia da
avaliação, e, conseqüentemente, para o acerto na decisão e
sucesso no engajamento.


Esse pequeno resumo acerca de Quadro Tático deve lhe dar alguma idéia do que devo postar sábado ou domingo.

Mas o q vc deve internalizar sobre Quadro Tático-QT(q é formado por várias situações táticas) é que:

"Ele", o QT, SEMPRE é fluido.

Vc acompanhou uma operação MISSILEX á bordo de uma Fragata classe Greenhalg faz pouco tempo, imagine q o quadro tático no MOMENTO do lançamento era X, se de repente, durante o engajamento, surgisse uma oposição submarina(p/ a fragata), sem nem precisar ser um contato confirmado, o Cmt da fragata já precisaria reavaliar sua solução de tiro AAé...

A segunda verdade é que o QT- NUNCA!!!(HE..., HE..., HE...,) É SIMPLES...

Sua complexidade se dá pelo envolvimento 3D no teatro de operações, pela altíssima desenvoltura tempo-espaço dos vetores aéreos presentes, e pela letalidade dos submarinos e de suas modernas armas notadamente torpedos com capacidades Homing, Seguimento de esteira de superfície, modos de re-ataque etc...


Em bom português, comodiriam os caipiras lá da minha cidadezinha.

QT é tudo que está acontecendo num dado momento para uma força naval(ou um único navio ou sub, ou aenv) engajada num determinado teatro de operações.

PS. Recomendo, q se for de seu interesse , uma leitura muito interessante são as matérias publicadas na revista PASSADIÇO, que tem inclusive uma versão on-line.
A linguagem é meio bombástica, mas como o sr. já fz parte da guarnição do AMRJ...

Saudações
Walter

Enviado: Qui Fev 16, 2006 5:09 pm
por lelobh
J.Ricardo escreveu:Rapaz, nem vou abrir mais esse tópico, pq a curiosidade já te deixando doido! [096] :D


Quem tá doido? eu? :D

Nada disso!

Segundo outros membros do fórum o Amur foi colocado de lado devido ao relacionamento fracassado de membros da nossa MB com alguns Russos.

Só não considero correto decidir a compra de uma arma de guerra com base em gostos pessoais.

Se os motivos foram outros então que se divulgue! [026]

Já estava me esquecendo! Tudo é segredo de estado! :shock: :D

Obs. Se a msg não foi para mim aí você esquece o meu post :wink:

Enviado: Sex Fev 17, 2006 11:35 am
por J.Ricardo
Hi lelo, me desculpe, o que aconteceu foi um erro de digitação, onde você ler "TE" leia "ME"!
Pois quem esta "doido de curiosidade" sou eu amigo, desculpe ok? Que confusão fui aprontar... :oops:
Abraço

Enviado: Sex Fev 17, 2006 3:00 pm
por lelobh
J.Ricardo escreveu:Hi lelo, me desculpe, o que aconteceu foi um erro de digitação, onde você ler "TE" leia "ME"!
Pois quem esta "doido de curiosidade" sou eu amigo, desculpe ok? Que confusão fui aprontar... :oops:
Abraço


Tranquilo :D

Enviado: Sex Fev 17, 2006 4:47 pm
por thicogo
srs. Vinicius e Padilha,aqui todo mundo sabe que o escolhico foi o U212 OU U214,infelismente vcs ñ podem confirmar minha afirmação.Ele foi escolhido pelos simples motivos que:a Alemanha tem acordo com o Brasil,há duas décadas, a exelencia dos sub da Alemanha,e uma linha logistica para sub alemãs,para que muda-las?
VALEU :wink: :D

Enviado: Sex Fev 17, 2006 4:50 pm
por Einsamkeit
thicogo escreveu:srs. Vinicius e Padilha,aqui todo mundo sabe que o escolhico foi 212,infelismente vcs ñ podem confirmar minha afirmação.Pelos simples motivos que:a Alemanha tem acordo com o Brasil,há duas décadas, a exelencia dos sub da Alemanha,e uma linha logistica para sub alemãs,para que muda-las?
VALEU :wink: :D


Se For Alemao é o U-214

Enviado: Sex Fev 17, 2006 11:11 pm
por Bender
Um amor em rítimo de boléro...sei!!não tem à vêr com submarinos,mas tem à vêr com um nascente amor... 8-]


Projetos tecnológicos ampliam parceria

São José dos Campos (SP), 16 de Fevereiro de 2006 - Os próximos anos serão marcados por uma estreita aproximação com os russos em diversos segmentos tecnológicos, principalmente no setor aeroespacial. Além de uma nova família de veículos lançadores de satélites, os russos ajudarão o Brasil no desenvolvimento de um satélite geoestacionário, com o repasse de tecnologia às indústrias e institutos nacionais.

"Os russos estão nos auxiliando com o VLS-1 (veículo lançador de satélites) e também no desenvolvimento do programa Cruzeiro do Sul, que contempla a construção de uma série de foguetes de propulsão sólida e líquida e essa ajuda é fundamental para conseguirmos êxito nestes grandes projetos", afirmou o diretor geral do Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), brigadeiro Carlos Augusto Velloso.

O Brasil sempre encontrou barreiras para atuar com tecnologias sensíveis, como as usadas em foguetes de colocação orbital, satélites e até mesmo na área de meteorologia, como na compra de supercomputadores. Uma série imensa de equipamentos e componentes que necessitavam de aquisição externa era barrada pelo governo norte-americano sob alegação de uso bélico do material.

O nível de intervenção dos EUA e mesmo dos integrantes do G-7 foi ao extremo no final dos anos 80 e começo dos anos 90, quando chegaram a impor ao Brasil embargos comerciais e retaliações pela insistência em manter ativa a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) - atualmente incorporada ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) - que previa a construção da base de lançamento de Alcântara ( MA), de satélites ambientais e lançadores.

Tratado

O problema só foi parcialmente contornado após a inclusão brasileira no Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR), em 1995, e a criação da Agência Espacial Brasileira (AEB), em 1994, reforçando o caráter civil das atividades. Mesmo assim, os EUA exigiam a apresentação de detalhes dos projetos espaciais, principalmente referentes ao VLS. Algo semelhante ao que aconteceu recentemente com a unidade de enriquecimento de urânio em Resende (RJ). Ou à ingerência que culminou na proibição de vendas de aviões da Embraer à Venezuela.

Com os atrasos constantes no cronograma do VLS, o Comando da Aeronáutica chegou a adquirir sucatas de mísseis do parque bélico da extinta União Soviética para estudar sistemas de guiagem e malha pirotécnica entre outros elementos do foguete aos quais os técnicos do CTA não tinham acesso pelas vias convencionais de aquisição. "A pressão do governo dos Estados Unidos é algo impossível de se superar", comentou o brigadeiro Velloso.

A saída foi se afastar dos EUA e se aproximar da Rússia, que também é signatária do MTCR. Desta maneira, o governo brasileiro tem conseguido estabelecer parcerias técnico-científicas de grande eficácia, com menor volume de investimento e sem despertar desconfiança nas potências bélicas mundiais. "As parcerias são muito mais fáceis de serem feitas e são de enorme importância para os nossos projetos", explicou o comandante.

Satélite

O investimento previsto para o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) é de US$ 600 milhões e são previstas três unidades no espaço até 2011. Porém, a Rússia tem interesse em utilizar a base de lançamento de Alcântara (MA) para lançamentos de satélites com fins comerciais. Para tornar isto viável seriam necessários investimentos de US$ 300 milhões no local e Moscou já acenou com a possibilidade de desembolsar boa parte deste valor.

Nesta nova fase de acordos, as atividades comerciais bilaterais também estão em plena expansão, quase chegando à casa dos US$ 3 bilhões anuais. Moscou quer um intercâmbio maior no setor de energias alternativas, inclusive com atenção especial para o motor brasileiro, desenvolvido pelo CTA, de São José dos Campos (SP).

A Petrobras e a companhia russa Gazprom, considerada a maior do mercado de gás, estudam várias possibilidades de cooperação e oportunidades mútuas de negócios, inclusive com o repasse da tecnologia de construção e gerenciamento de grandes gasodutos. "Nossa relação com a Rússia nunca esteve tão boa como agora; devemos ter vários programas desenvolvidos em conjunto", concluiu o brigadeiro Velloso.

kicker: O Brasil conseguiu estabelecer com a Rússia parcerias técnico-científicas de grande eficácia e menor volume de investimento

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Julio Ottoboni)