Modelo para a esquadra (uma análise)
Enviado: Sex Abr 06, 2007 5:29 pm
Já vi alguns foristas por aqui falando sobre a pouca quantidade de mísseis mar-mar no inventário da Marinha.
Talvez não seja tão preocupante por alguns motivos que andei pesquisando.
As marinhas da Otan, por exemplo (França, Inglaterra, Itália) possuem grandes quantidades desses mísseis. Um outro exemplo para ilustrar é a guerra das Malvinas onde houve alguns “dog fights” de navios.
Mas nesses exemplos, uma coisa que podemos perceber é que esses combates (e zonas de combate) se deram em mares mais “fechados”, com costas bastante recortadas com muitas opções de “esconderijos” para navios e submarinos. Logo, as distâncias dentro do combate não eram muito grandes, aumentando as chances da ocorrência de combates navio- navio. Esse cenário podemos encontrar facilmente no Atlântico Norte, Mar Mediterrâneo, Malvinas e no Litoral da Ásia, áreas onde se concentram justamente as marinhas mais influentes do mundo (que influenciam também na MB, seja na parte doutrinária ou nos equipamentos utilizados).
Porém, o cenário brasileiro é diferente, com um gigantesco litoral, uma grande área marítima a ser protegida e um litoral mais ou menos homogêneo e curvilíneo, com poucas “entradas e saídas”, onde poderiam se alojar os nossos navios e submarinos para surpresa, ou mesmo os inimigos.
Assim podemos imaginar que um conflito marítimo no Brasil se daria principalmente em oceano aberto, com grandes distâncias a serem percorridas e poucos espaços para se esconder. Essas distâncias que teriam de ser percorridas tanto pela marinha inimiga quanto pela MB faz supor que as marinhas ficariam mais “espalhadas” no oceano, e a melhor maneira de se esconder seria através da distância, o que diminuiria a possibilidade de combates diretos entre navios, sejam com mísseis, sejam com canhões, diminuindo a possibilidade de emprego desses meios. Uma opção interessante seria o uso do helicóptero como principal vetor anti-navio, que poderia deixar o navio, voar uma boa distância e atacar sem expor nossos navios à esquadra inimiga, deixando os mísseis Mar-Mar com um papel secundário, de “último caso”.
Diante disso tudo, podemos então formatar um modelo ideal para a nossa esquadra e para os nossos navios.
Como as distâncias envolvidas seriam quase sempre enormes (devido a enormidade de nossa costa e oceano), precisaremos de meios de esquadra com grande autonomia e um bom número de navios auxiliares, logísticos e de apoio com uma boa autonomia, que são, talvez, um dos defeitos mais graves da nossa Marinha: A falta de navios de apoio, como navios-tanque e ressupridores.
Um outro fator ligado à área e à extensão de nossa costa é a necessidade de submarinos convencionais com capacidade oceânica que também não sejam grandes demais para a defesa pontual (como o U-214), e a necessidade de submarinos nucleares com grande alcance.
Um inimigo que se sinta forte o suficiente para atacar a nossa costa, utilizaria provavelmente de um assalto simultâneo em duas áreas da nossa zona marítima, isso para que nossa reduzida esquadra tenha que se repartir em duas, perdendo sua eficiência quando operando unida. Por isso não seria nem preciso citar que além de meios de grande autonomia, eles precisariam ser numerosos o suficiente para termos capacidade de operar a esquadra em dois blocos independentes, e com apoio logístico independente (isso não é dizer necessariamente a criação de uma Segunda esquadra, apenas uma maior capacidade de desdobramento da esquadra, o que obrigatoriamente dobraria a necessidade de meios de apoio).
Numericamente, talvez o ideal seriam 12+1 escoltas de grande autonomia, sendo a adicional para manter a esquadra a 12 navios, mesmo quando uma estiver parada temporariamente.
A aviação naval deveria ter um mínimo de um helicóptero por escolta já levando em conta a proposta de utilizar o helicóptero como vetor principal anti-navio, já que a principal função dos navios seria a guerra anti-submarina, anti-aérea e eletrônica.
Já a frota submarina poderia contar com 6 submarinos convencionais e 2 nucleares (o número de 2 nucleares levando em conta a economia brasileira, a opinião pública, a necessidade e o custo de operação. Esses submarinos poderiam ainda ter capacidade para lançamento de alnguns mísseis táticos de ataque terrestre com 150km de alcance).
---
Bom, o meu objetivo com tudo isso é mostrar a urgência da Marinha em melhorar o seu aparato logístico e de apoio, pois sem eles ela não pode ir muito longe. E em mais longo prazo possiuir meios de maior autonomia. E mostrar que, talvez a falta de mísseis navio-navio não seja um dos maiores problemas da nossa esquadra.
abraços]
Talvez não seja tão preocupante por alguns motivos que andei pesquisando.
As marinhas da Otan, por exemplo (França, Inglaterra, Itália) possuem grandes quantidades desses mísseis. Um outro exemplo para ilustrar é a guerra das Malvinas onde houve alguns “dog fights” de navios.
Mas nesses exemplos, uma coisa que podemos perceber é que esses combates (e zonas de combate) se deram em mares mais “fechados”, com costas bastante recortadas com muitas opções de “esconderijos” para navios e submarinos. Logo, as distâncias dentro do combate não eram muito grandes, aumentando as chances da ocorrência de combates navio- navio. Esse cenário podemos encontrar facilmente no Atlântico Norte, Mar Mediterrâneo, Malvinas e no Litoral da Ásia, áreas onde se concentram justamente as marinhas mais influentes do mundo (que influenciam também na MB, seja na parte doutrinária ou nos equipamentos utilizados).
Porém, o cenário brasileiro é diferente, com um gigantesco litoral, uma grande área marítima a ser protegida e um litoral mais ou menos homogêneo e curvilíneo, com poucas “entradas e saídas”, onde poderiam se alojar os nossos navios e submarinos para surpresa, ou mesmo os inimigos.
Assim podemos imaginar que um conflito marítimo no Brasil se daria principalmente em oceano aberto, com grandes distâncias a serem percorridas e poucos espaços para se esconder. Essas distâncias que teriam de ser percorridas tanto pela marinha inimiga quanto pela MB faz supor que as marinhas ficariam mais “espalhadas” no oceano, e a melhor maneira de se esconder seria através da distância, o que diminuiria a possibilidade de combates diretos entre navios, sejam com mísseis, sejam com canhões, diminuindo a possibilidade de emprego desses meios. Uma opção interessante seria o uso do helicóptero como principal vetor anti-navio, que poderia deixar o navio, voar uma boa distância e atacar sem expor nossos navios à esquadra inimiga, deixando os mísseis Mar-Mar com um papel secundário, de “último caso”.
Diante disso tudo, podemos então formatar um modelo ideal para a nossa esquadra e para os nossos navios.
Como as distâncias envolvidas seriam quase sempre enormes (devido a enormidade de nossa costa e oceano), precisaremos de meios de esquadra com grande autonomia e um bom número de navios auxiliares, logísticos e de apoio com uma boa autonomia, que são, talvez, um dos defeitos mais graves da nossa Marinha: A falta de navios de apoio, como navios-tanque e ressupridores.
Um outro fator ligado à área e à extensão de nossa costa é a necessidade de submarinos convencionais com capacidade oceânica que também não sejam grandes demais para a defesa pontual (como o U-214), e a necessidade de submarinos nucleares com grande alcance.
Um inimigo que se sinta forte o suficiente para atacar a nossa costa, utilizaria provavelmente de um assalto simultâneo em duas áreas da nossa zona marítima, isso para que nossa reduzida esquadra tenha que se repartir em duas, perdendo sua eficiência quando operando unida. Por isso não seria nem preciso citar que além de meios de grande autonomia, eles precisariam ser numerosos o suficiente para termos capacidade de operar a esquadra em dois blocos independentes, e com apoio logístico independente (isso não é dizer necessariamente a criação de uma Segunda esquadra, apenas uma maior capacidade de desdobramento da esquadra, o que obrigatoriamente dobraria a necessidade de meios de apoio).
Numericamente, talvez o ideal seriam 12+1 escoltas de grande autonomia, sendo a adicional para manter a esquadra a 12 navios, mesmo quando uma estiver parada temporariamente.
A aviação naval deveria ter um mínimo de um helicóptero por escolta já levando em conta a proposta de utilizar o helicóptero como vetor principal anti-navio, já que a principal função dos navios seria a guerra anti-submarina, anti-aérea e eletrônica.
Já a frota submarina poderia contar com 6 submarinos convencionais e 2 nucleares (o número de 2 nucleares levando em conta a economia brasileira, a opinião pública, a necessidade e o custo de operação. Esses submarinos poderiam ainda ter capacidade para lançamento de alnguns mísseis táticos de ataque terrestre com 150km de alcance).
---
Bom, o meu objetivo com tudo isso é mostrar a urgência da Marinha em melhorar o seu aparato logístico e de apoio, pois sem eles ela não pode ir muito longe. E em mais longo prazo possiuir meios de maior autonomia. E mostrar que, talvez a falta de mísseis navio-navio não seja um dos maiores problemas da nossa esquadra.
abraços]