Diferenças entre Defesa Aerea e Aviação de Caça

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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vargasem
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Diferenças entre Defesa Aerea e Aviação de Caça

#1 Mensagem por vargasem » Seg Mar 26, 2007 1:53 pm

Pessoal,
Faço parte do fórum a uns seis meses e até hoje só atuei como "ouvinte".
Não tenho experiência prática quanto à aviação, mas sou um apreciador de história geopolítica, onde sempre me deparo, em minhas pesquisas, com conflitos regionais, religiosos, territoriais, etc .... que na maioria das vezes são resolvidos através dos meios militares.
Por isso, tenho lido muito sobre os assuntos tratados, no dia-a-dia, em nosso fórum.
Farei uma pergunta, mas caso eu deslize, por favor, me entendam, pois não sou um especialista no assunto. Apenas sou um interessado.

Pergunta:
Gostaria de saber as diferenças básicas quanto às definições de Grupo de Defesa Aérea e Grupo de Aviação de Caça da FAB.
Qual seria a missão de cada um dos grupos e o sentido de termos um único grupo de defesa aérea, sendo este, residente no centro do país? Não seria mais apropriado estar mais próximo de alguma fronteira, passível de conflito?

Um grande abraço e parabéns pelo nível de discussão do fórum,

Vargas.




alcmartin
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Re: Diferenças entre Defesa Aerea e Aviação de Caça

#2 Mensagem por alcmartin » Seg Mar 26, 2007 3:00 pm

vargasem escreveu:Pessoal,
Faço parte do fórum a uns seis meses e até hoje só atuei como "ouvinte".
Não tenho experiência prática quanto à aviação, mas sou um apreciador de história geopolítica, onde sempre me deparo, em minhas pesquisas, com conflitos regionais, religiosos, territoriais, etc .... que na maioria das vezes são resolvidos através dos meios militares.
Por isso, tenho lido muito sobre os assuntos tratados, no dia-a-dia, em nosso fórum.
Farei uma pergunta, mas caso eu deslize, por favor, me entendam, pois não sou um especialista no assunto. Apenas sou um interessado.

Pergunta:
Gostaria de saber as diferenças básicas quanto às definições de Grupo de Defesa Aérea e Grupo de Aviação de Caça da FAB.
Qual seria a missão de cada um dos grupos e o sentido de termos um único grupo de defesa aérea, sendo este, residente no centro do país? Não seria mais apropriado estar mais próximo de alguma fronteira, passível de conflito?

Um grande abraço e parabéns pelo nível de discussão do fórum,

Vargas.


Olá, Vargas!

Não se preucupe muito com a nomenclatura. Existem outros fatores como época da criação da unidade e sua função principal.
O GDA foi criado com a função básica de defender a capital do país. Já o 1º/1º "Jambock" e o 1º/2º mantiveram a nomenclatura original da época da guerra por uma questão de tradição.
Embora todos caçadores da FAB sejam formados (e há as transferências entre os esquadrões) para atuar em todas as missões da caça, alguns esquadrões tem sua missão básica: o GDA a defesa aérea da capital, o 1º/14º a superioridade aérea, o 1º/10º o reconhecimento e por aí vai...
Suas localizações são devido a prioridade e os recursos do momento da implementação.
Na época em que a rivalidade com "los hermanos" era a prioridade, foram criados/alocados em Porto Alegre e Santa Maria, por ex. Hoje, com a ênfase na defesa da regiâo amazônica contra os alvos de baixa perfomance, criaram-se novos esquadrões de T27/A29 em Porto Velho, etc..

Abs!




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#3 Mensagem por Jacobs » Seg Mar 26, 2007 9:11 pm

Apenas viajando no tema do topico, eu acho meio inutil termos um esquadrão de Defesa Aérea hoje em dia, quando se prega cada vez mais o recursos de "swingrole" ou multimissão dos caças.

É um desperdicio no caso de um país como o Brasil, com uma verba tão curta para a área da defesa, ainda manter esse pensamento a lá guerra fria onde se tinha em mente proteger o territorio da "invasão vermelha".

Bom, em minha opinião, acho que deveria virar tudo GavCa... 8-]




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#4 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Mar 26, 2007 9:58 pm

Mas o GDA também cumpre missões de GavCa... Os próprios Mirage III passaram depois de um tempo a fazer missões de ataque ao solo, por exemplo.




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#5 Mensagem por Bolovo » Seg Mar 26, 2007 10:01 pm

O que muda é o nome, só isso. No fim de sua vida operacional, os Mirage 3 do 1ºGDA realizavam bastantes treinamentos de ataque ao solo, assim como os F-5E do 1ºGAvCa e 1º/14ºGAv. A intenção da FAB é transformar todos esses esquadrões num só padrão, multimissão.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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#6 Mensagem por alcmartin » Ter Mar 27, 2007 12:55 am

Bastante você forçou, Bolovo! Os "homi' do "Jaguar" quase não voavam...he,he! Evidentemente não porque não queriam.
E o pessoal do 1/1 e 1/2 sempre foram multimissão, daí eu nem tê-los citado no exemplo. O pessoal que gostava mais de "dogfight" preferia ir p/o 14.

Mas todos tem razão. A tendência agora é multimissão, destoando do passado onde prevalecia a especialização na missão. Havia o ditado "O pato nada, anda e voa, mas não faz nenhum direito..."

Abs!




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#7 Mensagem por Delta Dagger » Ter Mar 27, 2007 11:06 am

Bolovo escreveu:O que muda é o nome, só isso. No fim de sua vida operacional, os Mirage 3 do 1ºGDA realizavam bastantes treinamentos de ataque ao solo, assim como os F-5E do 1ºGAvCa e 1º/14ºGAv. A intenção da FAB é transformar todos esses esquadrões num só padrão, multimissão.


Antigamente até os caças eram especializados, o Mirage III foi projetato como um interceptador para grande altitude, apenas.
Depois é que vieram outras versões voltadas para ataque, como o Mirage V.

Talvez até seja este o motivo da então 1ª ALADA por vários anos só fazer interceptação.




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Defesa Aerea

#8 Mensagem por vargasem » Ter Mar 27, 2007 11:08 am

Pessoal,

Muito obrigado pelas respostas.
Entendi muito bem a definição de cada um, suas funções antigamente e suas funções hoje, mas mesmo antigamente, porque ter um Grupo de Defesa Aérea no Centro do Brasil? Acho que a resposta seria por termos a capital do país na região, mas pensem comigo. A residência ideal para um Grupo de Defesa Aérea não seria mais próximo a uma fronteira?
Em Anápolis, esse Grupo não interceptaria nada que viesse de fora.

Abraços,
Estevão.




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#9 Mensagem por AlbertoRJ » Ter Mar 27, 2007 1:25 pm

Já que o cobertor sempre foi curto, cobriram apenas a barriga com ele. :wink:

[]'s




Alberto -
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#10 Mensagem por luisdmrx » Ter Mar 27, 2007 3:43 pm

O negocio é que Brasilia ta no meio do Brasil não é atoa, é pra se ter mais tempo de proteger a capital de um ataque aereo, no litoral como era antes no Rio era muito vuneravel Jucelino não fez Brasilia so por capricho acho que teve influencia militar nisso ai.




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Re: Defesa Aerea

#11 Mensagem por alcmartin » Ter Mar 27, 2007 4:12 pm

vargasem escreveu:Pessoal,

Muito obrigado pelas respostas.
Entendi muito bem a definição de cada um, suas funções antigamente e suas funções hoje, mas mesmo antigamente, porque ter um Grupo de Defesa Aérea no Centro do Brasil? Acho que a resposta seria por termos a capital do país na região, mas pensem comigo. A residência ideal para um Grupo de Defesa Aérea não seria mais próximo a uma fronteira?
Em Anápolis, esse Grupo não interceptaria nada que viesse de fora.

Abraços,
Estevão.


Estevão, boa tarde!
Primeiro, não pense muito no nome GDA, p/ não te induzir que só ele faz defesa aérea.
Agora, vamos lá: Em qual fronteira então? Temos zilhões de Km2 de fronteira. E teoricamente, um atacante poderia vir de qualquer lado...Vamos "viajar": "Chavitos" vindo do norte, "hermanos"do sul, forças tarefas do oceano...
E sistemas de alerta são recentes para nós. Faz só 3,4 anos que foi feita a cobertura da região norte (SIVAM). O DACTA 3(NE) uns 10 anos, nos 80's é que foi feita o DACTA 2(sul). Na época da criação do GDA,só havia cobertura radar p/ o quadrilátero Rio-SP-MG-Brasília.
Defesa então, só pontual!
Quando o Rio era a capital, tinha (tem!) sua base em SC para defende-lo. Uma capital, em qualquer país, é um alvo estratégico e deve ser defendido.
E aí, dentro dos recursos disponíveis, vai se locando esquadrões nas fronteiras "quentes", como falou. E aí eles fazem defesa aérea sim, mesmo c/outro nome!
Resumindo, o problema é sempre $$$!!

Daí a atual discussão sobre separar a defesa aérea do controle de tráfego aéreo civil. O Brasil adotou um sistema misto, com militares controlando também o tráfego civil para a economizar. Há muitas críticas sobre isto hoje. O problema é que se esquecem que o Brasil não pode ser comparado com a maioria dos países, devido a dimensão. Com "meia dúzia" de antenas você cobre a Alemanha, a França...Mas não dá c/o Brasil. A comparação tem que ser feita c/ os EUA, Rússia, China, Canadá...e estes não tiveram pena em gastar!
Se misturando já levaram 30 anos para cobrir o país todo...vão construir outro do zero?
A alegação é o compartilhamento do sistema, do hardware e cada setor trabalharia isolado. É isto que estão estudando no momento, a viabilidade.
Note que nos EUA, o TOP da defesa aérea, a coordenação no 11 de setembro furou...Na antiga URSS um jovem alemão pousou seu Cessna na Praça Vermelha lá por 87, 88.
Houve vários episódios aqui em nossa história em que nosso sistema(a defesa) foi testado. O IL62 cubano e o Vulcan inglês, na época das Malvinas. O Canberra peruano e...alguns OVNIs também!

É isso. Espero ter sido de alguma ajuda!
ABS!




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Satisfeito

#12 Mensagem por vargasem » Ter Mar 27, 2007 10:00 pm

Pessoal,

Agradeço a todos pela atenção.
Posso afirmar com certeza que minhas dúvidas foram muito bem esclarecidas.

Abraço,
Estevão.




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