RADAR/THALES
Enviado: Seg Mar 12, 2007 9:43 am
Thales quer fazer do Brasil plataforma para exportar radar
Francisco Góes
A francesa Thales, com operações nos segmentos aeroespacial, de segurança e defesa aérea, vê o Brasil como um mercado em expansão para os negócios da companhia, que emprega 70 mil pessoas em 50 países e faturou 10,2 bilhões de euros, em 2006. Os planos incluem o início da fabricação de radares para mercado interno e exportação na fábrica da Omnisys Engenharia, de São Caetano do Sul (SP), controlada pela multinacional. Levantamento da empresa indica potencial para produzir 45 radares entre 2007 e 2010. O pacote resultaria em vendas de US$ 225 milhões para diferentes países, entre os quais China e Kuait, além do Brasil.
O radar a ser fabricado no Brasil vai operar na chamada banda L, faixa de freqüência utilizada para controlar as rotas de aviões entre aeroportos. A Thales está começando o desenvolvimento dos radares, trabalho que estará dividido entre o Brasil e a França. A produção em São Caetano do Sul começará quando for assinado o primeiro contrato com um cliente, disse Laurent Mourre, diretor da Thales no Brasil. Ele afirmou que a estratégia é duplicar o faturamento da operação brasileira em cinco anos. Em 2006, a Thales faturou US$ 120 milhões no mercado brasileiro.
Luiz Henriques, presidente da Omnisys, afirmou que o projeto de construção dos radares prevê transferência de tecnologia pela Thales. A multinacional francesa, que comprou 51% do capital da Omnisys em dezembro de 2005 por valor não revelado, também está concentrada na modernização de radares fornecidos pela companhia ao Brasil no passado.
Henriques disse que, em dezembro de 2006, entrou em vigor contrato assinado entre a Thales e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, ligado à Aeronáutica, que prevê a conclusão da modernização de radares primários, que operam com tecnologia a válvula. O contrato tem valor de 61 milhões de euros e será concluído em 2011. Os antigos transmissores valvulados serão substituídos por transmissores em estado sólido, mesma tecnologia que equipará os radares a serem produzidos na Omnisys. A aposta da Thales é que o Brasil precisará de novos radares deste tipo em futuro próximo.
O centro de comunicação social da Aeronáutica afirmou, contudo, que a modernização acertada com a Thales permitirá estender a vida útil dos radares em operação por mais dez anos. Trata-se, na verdade, da terceira fase de um grande programa de modernização, iniciado pela Thales em 2001. As duas primeiras etapas, concluídas em dezembro de 2006, consumiram US$ 125 milhões. A fase um compreendeu a substituição dos radares secundários, que se comunicam com os "transponders" dos aviões. A fase dois iniciou a troca dos processadores dos radares primários.
Alexandre de Juniac, vice-presidente sênior da divisão de sistemas aéreos da Thales, disse ao Valor que depois dos radares para a banda L a empresa poderá fornecer ao Brasil centros de controle, segmento em que a companhia é uma das líderes mundiais. "O controle aéreo é um negócio complexo no qual risco zero não existe", disse Juniac. Ele avalia que em países de grandes extensões territoriais, como o Brasil, com áreas muito populosas e outras regiões pouco habitadas, é possível otimizar o controle aéreo em um grande projeto.
Juniac acrescentou que a incorporação à Thales da área espacial da Alcatel-Lucent, operação que aguarda a aprovação da Comissão Européia, deverá reforçar a posição da empresa no Brasil. A idéia é que a tecnologia espacial adquirida da Alcatel-Lucent, que tem 21% do capital da Thales, possa ser absorvida pela Omnisys. A Omnisys produz equipamentos espaciais e itens para os centros de lançamento de foguetes em Alcântara (MA) e Natal (RN), entre outros componentes. A empresa também tem contratos com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no programa sino-brasileiro para fabricação de satélites de observação.
Francisco Góes
A francesa Thales, com operações nos segmentos aeroespacial, de segurança e defesa aérea, vê o Brasil como um mercado em expansão para os negócios da companhia, que emprega 70 mil pessoas em 50 países e faturou 10,2 bilhões de euros, em 2006. Os planos incluem o início da fabricação de radares para mercado interno e exportação na fábrica da Omnisys Engenharia, de São Caetano do Sul (SP), controlada pela multinacional. Levantamento da empresa indica potencial para produzir 45 radares entre 2007 e 2010. O pacote resultaria em vendas de US$ 225 milhões para diferentes países, entre os quais China e Kuait, além do Brasil.
O radar a ser fabricado no Brasil vai operar na chamada banda L, faixa de freqüência utilizada para controlar as rotas de aviões entre aeroportos. A Thales está começando o desenvolvimento dos radares, trabalho que estará dividido entre o Brasil e a França. A produção em São Caetano do Sul começará quando for assinado o primeiro contrato com um cliente, disse Laurent Mourre, diretor da Thales no Brasil. Ele afirmou que a estratégia é duplicar o faturamento da operação brasileira em cinco anos. Em 2006, a Thales faturou US$ 120 milhões no mercado brasileiro.
Luiz Henriques, presidente da Omnisys, afirmou que o projeto de construção dos radares prevê transferência de tecnologia pela Thales. A multinacional francesa, que comprou 51% do capital da Omnisys em dezembro de 2005 por valor não revelado, também está concentrada na modernização de radares fornecidos pela companhia ao Brasil no passado.
Henriques disse que, em dezembro de 2006, entrou em vigor contrato assinado entre a Thales e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, ligado à Aeronáutica, que prevê a conclusão da modernização de radares primários, que operam com tecnologia a válvula. O contrato tem valor de 61 milhões de euros e será concluído em 2011. Os antigos transmissores valvulados serão substituídos por transmissores em estado sólido, mesma tecnologia que equipará os radares a serem produzidos na Omnisys. A aposta da Thales é que o Brasil precisará de novos radares deste tipo em futuro próximo.
O centro de comunicação social da Aeronáutica afirmou, contudo, que a modernização acertada com a Thales permitirá estender a vida útil dos radares em operação por mais dez anos. Trata-se, na verdade, da terceira fase de um grande programa de modernização, iniciado pela Thales em 2001. As duas primeiras etapas, concluídas em dezembro de 2006, consumiram US$ 125 milhões. A fase um compreendeu a substituição dos radares secundários, que se comunicam com os "transponders" dos aviões. A fase dois iniciou a troca dos processadores dos radares primários.
Alexandre de Juniac, vice-presidente sênior da divisão de sistemas aéreos da Thales, disse ao Valor que depois dos radares para a banda L a empresa poderá fornecer ao Brasil centros de controle, segmento em que a companhia é uma das líderes mundiais. "O controle aéreo é um negócio complexo no qual risco zero não existe", disse Juniac. Ele avalia que em países de grandes extensões territoriais, como o Brasil, com áreas muito populosas e outras regiões pouco habitadas, é possível otimizar o controle aéreo em um grande projeto.
Juniac acrescentou que a incorporação à Thales da área espacial da Alcatel-Lucent, operação que aguarda a aprovação da Comissão Européia, deverá reforçar a posição da empresa no Brasil. A idéia é que a tecnologia espacial adquirida da Alcatel-Lucent, que tem 21% do capital da Thales, possa ser absorvida pela Omnisys. A Omnisys produz equipamentos espaciais e itens para os centros de lançamento de foguetes em Alcântara (MA) e Natal (RN), entre outros componentes. A empresa também tem contratos com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no programa sino-brasileiro para fabricação de satélites de observação.