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199 anos do Corpo de Fuzileiros Navais

Enviado: Qua Mar 07, 2007 8:45 am
por Marino
ORDEM DO DIA Nº 1/2007


Assunto: 199º Aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais

Raras são as instituições brasileiras que podem se orgulhar de completar 199 anos de contínua dedicação ao Brasil. Às vésperas do segundo século de existência, é justo que, garbosos, comemoremos esta data.
Nascemos com a chegada da Brigada Real da Marinha ao Rio de Janeiro, em 07 de março de 1808, a qual, ao proteger a Família Real portuguesa em sua transmigração para o Brasil, contribuiu sobremaneira para o cumprimento com pleno êxito daquela epopéia.
Naquele episódio, eminentemente, naval, codificou-se indelevelmente nossa natureza: somos parcela intrínseca do Poder Naval brasileiro. Uma tropa de caráter expedicionário, portanto, peculiar, que dotada de elevada credibilidade profissional confere à Marinha do Brasil capacidade de projetar seu poder por meio de Força que, vindo do mar, conquista, mantém e ocupa terra, atribuindo-lhe um diferencial que poucas Marinhas detém.
Apartados da Marinha, perderíamos nossa razão de existir. Desprovido do Corpo de Fuzileiros Navais, a utilidade do Poder Naval brasileiro estaria irremediavelmente diminuída.
Somos soldados do mar, de invejável valor. Integrados ao conjugado anfíbio contribuímos para conferir ao Poder Naval brasileiro credibilidade anfíbia, imprescindível ao exercício de sua presença, pois a simples existência de um poder naval não dissuade, a menos que seja dotado de meios adequados ao seu emprego, nos cenários de interesse.
Subestimar o mar e suas águas litorâneas como fonte de conflitos é inaceitável inocência, na medida em que, cada vez mais, vem sendo utilizado pelos estados. As relações internacionais são relações entre poderes; a nação que não compreender isto, jamais será senhora de seus destinos.
Por crer nessa verdade, a Marinha do Brasil vem conferindo ao seu Corpo de Fuzileiros Navais, particularmente nos últimos tempos, extraordinária credibilidade profissional, mediante o adequado aprestamento de seu pessoal e a obtenção de modernos meios, compatíveis com seu caráter expedicionário, embora, para tal tenha que sacrificar prioridades também importantes.
Hoje, somos o resultado da incessante labuta dos que nos antecederam, daqueles Fuzileiros que "nada tiveram e tudo fizeram" e, que, a partir de suas utopias e da firme determinação de realizá-las, construíram esta sólida instituição, percorrendo extraordinária saga que nos deve inspirar, toda a vez que nos sentirmos impotentes diante das procelas que a conjuntura teima em nos apresentar. Aos Fuzileiros Navais de sempre nosso eterno preito de gratidão.
Não tenhamos, contudo, a veleidade de julgar que tudo conseguimos sozinhos; seria injusto com tantos marinheiros de todos os Corpos e Quadros, Postos e Graduações que, compreendendo o valor da existência de um Corpo de Fuzileiros Navais profissional e capaz, irmanaram-se conosco em sua construção.
É, portanto, com muito júbilo que junto com nossos 199 anos comemoramos, também, o bicentenário de nosso Patrono, o Marques de Tamandaré.
Fuzileiros Navais, o futuro do Corpo de Fuzileiros Navais agora nos cabe. Embora árdua, é responsabilidade que não nos assusta. Mercê de nosso avassalador espírito de corpo, que nos torna únicos, não tememos desafios, pois foi na adversidade que forjamos nossa têmpera.
Sejamos, portanto, senhores de nosso destino. Sejamos dignos deste extraordinário legado que ora nos cabe manter e fazer prosperar.
Como no passado, com disciplina e lealdade, haveremos de desfrutar na labuta diária, do inconfundível prazer de bem servir à Pátria.
ADSUMUS! VIVA A MARINHA!



ALVARO AUGUSTO DIAS MONTEIRO
Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral