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Sistema antimísseis dos EUA provoca atritos na Otan
Por Mark John
BRUXELAS (Reuters) - Um plano dos EUA para instalar um sistema de defesa antimísseis no Leste Europeu provocou atritos entre os países da Otan na segunda-feira.
O primeiro-ministro checo, Mirek Topolanek, defendeu a participação do seu país no plano, rejeitando as críticas do chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn, para quem o projeto ameaça provocar novas tensões com a Rússia.
"Quanto aos 18 Estados membros da União Européia que abrigam bases militares dos EUA, não cabe a eles comentar sobre a existência de tal presença na República Checa", disse Topolanek a jornalistas na sede da Otan.
Os EUA querem instalar um sistema de radares em território checo e também uma bateria de mísseis na Polônia, como parte do escudo que seria capaz de derrubar mísseis disparados por governos que Washington trata como "párias", especialmente Irã e Coréia do Norte.
Os países da Otan aceitaram numa cúpula em novembro manter discussões de baixo escalão sobre a conveniência de a aliança participar do escudo, mas não há decisões previstas para breve.
Muitos países europeus estão preocupados com os enormes custos envolvidos, enquanto outros temem prejuízos nas relações euro-russas e põem em dúvida a real ameaça dos mísseis de longo alcance.
"Para mim, é incompreensível que depois do final do século 20 e da queda do Muro de Berlim alguém comece uma escalada (armamentista) outra vez", disse o luxemburguês Asselborn, referindo-se aos temores de que Moscou reaja apontando mais mísseis contra a Europa.
"Não teremos estabilidade na Europa se encurralarmos a Rússia. Devemos ajudar Polônia e República Checa a se concentrarem em torno de uma posição européia", afirmou o ministro, antes de os chanceleres da UE discutirem rapidamente o assunto em Bruxelas.
REUTERS CP
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