A VOLTA DOS BARBÁROS
Enviado: Sex Mar 02, 2007 10:19 am
Isto é pra quem acredita que terrores tecnológicos são capazes de tirar a coragem dos homens. Este texto relembra o passado sanguinário dos assaltos bárbaros contra o mundo civilizado (o mundo romano), onde estes criavam heróis misticos com Àtila o huno, Genserico, Alarico ou os teriveis mongóis contra a civlizção chinesa como Gengis Khan , Kublay Khan e Ogoday. Vamos ver como a OTAN ira se comportar, pois a mim ela me parece uma coligção de ferro e barro. Isto é a força do ferro com suas alianças fragilizadas pelo barro . Traduzindo a estátua de Nabucodonozor. Vamos ver se essa aliança é realmente poderosa, ou apenas um fantoche politico dos americanos.
02/03/2007
A estrela da Jihad do Afeganistão
Matthias Gebauer
em Peshawar, no Paquistão
O Taleban está se preparando para a "ofensiva de primavera" no Afeganistão. Uma série de filmes de propaganda brutal anuncia milhares de ataques suicidas. E o Taleban conta com um novo líder sanguinário, que as agências ocidentais de inteligência estão levando bastante a sério: o mulá Dadullah.
Se Osama Bin Laden gosta de estar no centro global das atenções, é provável que ele ande meio deprimido no seu esconderijo nos últimos dias. O líder da organização terrorista Al Qaeda não aparece nos noticiários noturnos de televisão há algum tempo. E, além disso, o Taleban não precisa mais de Bin Laden como figura proeminente. As agências ocidentais de inteligência advertem que atualmente o Taleban conta com "o seu próprio astro" na sua luta contra os soldados ocidentais e o governo afegão do presidente Hamid Karzai. O novo pesadelo das montanhas Hindu Kush é o mulá Dadullah. Ele tem uma barba inteiramente negra, usa sempre uma jaqueta militar e, nos dias de hoje, é uma figura onipresente na mídia.
A propaganda sanguinária está por toda parte no norte do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Praticamente todos os vendedores de CDs em Peshawar estão vendendo os mais recentes filmes divulgados pelo líder do Taleban. "Ah, você quer as fitas de Dadullah", diz um deles. "Atualmente elas são muito populares". Ele desaparece por um minuto apenas e volta com uma pilha inteira. O vendedor cobra o equivalente a cerca de três euros (US$ 4) por filme. Quem compra vários tem desconto. Mas ele não quer que tirem fotografias suas. Segundo ele a polícia paquistanesa já lhe causa problemas suficientes quando descobre os DVDs do terrorismo nas maletas de jornalistas nos aeroportos.
As imagens nesses DVDs revelam a autoconfiança e o novo profissionalismo do Taleban. Os filmes anunciam uma primavera sangrenta no Afeganistão, durante a qual as tropas ocidentais enfrentarão um exército taleban recém-fortalecido e comandado por uma liderança reformulada. Bem armado e mais bem organizado logisticamente do que em qualquer outro período anterior, o Taleban está se preparando para a sua luta contra as detestadas tropas da Otan, cuja aliança demonstrou recentemente sinais de divisão interna. "Eles dizem que esse será o verão decisivo", diz um homem que de vez em quando toma chá com os comandantes do Taleban.
As agências de inteligência ocidentais acreditam que o Taleban usou o inverno para fortalecer intensamente a sua estrutura organizacional. Alguns comandantes talebans estão até anunciando que o líder do Taleban, o mulá Omar - que desapareceu inteiramente do cenário durante anos - está novamente escrevendo cartas aos seus aliados, elogiando comandantes bem sucedidos nas suas operações, consolando os pais dos suicidas homens-bomba e lembrando aos militantes os seus "deveres islâmicos" por meio de gravações de áudio. Durante anos, Omar, que só tem um olho, desapareceu sem deixar traços - possivelmente com medo de ser rastreado pela CIA.
Mas o mulá Omar parece atualmente se sentir mais seguro - da mesma forma que o mulá Dadullah, que recentemente anunciou as suas idéias para os próximos meses. Comportando-se quase como um político comum, ele convidou os jornalistas da Al Jazira para visitá-lo nas montanhas. As suas palavras foram alarmantes, apesar de serem repletas de retórica e propaganda. Dadullah disse que comanda 6.000 homens que se apresentaram como voluntários para ataques suicidas, e que a sua ofensiva é "iminente". Ele acrescentou que alguns dos seus homens já estão engajados em suas missões, que ele descreveu como "submeter os ocupantes a um banho de sangue". O ataque simbólico desta semana contra o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, é um motivo para que se tema que Dadullah esteja fazendo muito mais do que apenas ameaças inócuas.
Decapitações
Os filmes de Dadullah servem para fornecer as lendas atuais referentes ao Taleban. Eles são profissionalmente produzidos em al-Sahab, a central de mídia do Taleban em Qetta, no sul do Paquistão. Centenas de combatentes talebans são vistos realizando exercícios militares com metralhadoras. A seguir eles disparam lançadores de granadas - um armamento do qual eles parecem dispor em grande quantidade. Cada disparo é acompanhado por um coro de vozes que gritam enfaticamente: "Deus é grande!". A seguir, os filmes mostram imagens de veículos militares dos Estados Unidos destroçados. "Nós os atingiremos novamente", anuncia triunfantemente uma voz.
Talvez, no entanto, a principal mensagem transmitida por esses filmes seja que o Taleban não teme mais ser perseguido. Apenas algumas faces de militantes foram digitalmente camufladas. Muitos outros dizem os seus nomes completos à medida que se alistam para a guerra santa. Quase todos os DVDs mostram imagens de execuções brutais de supostos espiões da CIA. Os "auxiliares dos infiéis" têm as cabeças removidas enquanto ainda estão vivos. Cerca de 250 assassinatos desse tipo ocorreram nos últimos meses.
Porém, acima de tudo, os filmes mostram o novo herói - a nova face da resistência. O mulá Dadullah, um homem corpulento, de cerca de 40 anos, é reverenciado como um santo. Embora tenha perdido uma perna em uma batalha na década de 1990, ele é visto marchando vigorosamente rumo ao topo de uma montanha na companhia dos seus combatentes. Ao chegar ao topo, o mulá não resiste à tentação de disparar ele próprio um foguete na direção de um vale distante. Depois disse ele se ajoelha para orar com os seus homens, tendo a todo o momento a sua AK-47 ao seu lado. O sol se põe com uma cor vermelho-sangue atrás das montanhas. É difícil imaginar um filme de propaganda mais eficiente.
Lendas em torno do novo líder do Taleban
O mulá Abdullah tem sido há algum tempo um pesadelo genuíno para as tropas estrangeiras e as agências de inteligência no Afeganistão. Os vídeos são analisados com uma meticulosidade condizente com o personagem ameaçador. "Sabemos, com base na experiência, que várias das suas declarações não são propaganda", diz um agente ocidental de anti-terrorismo. "Ele tem concretizado a maioria das suas ameaças". Dadullah já ameaçou lançar uma onda de ataques suicidas em 2006. A princípio ninguém o levou a sério. Ao final de 2006, os estatísticos da CIA contabilizaram 139 ataques desse tipo em todo o país - cinco vezes mais do que em 2005. E 2007 poderá ser um ano ainda mais sangrento.
Acima de tudo, foi a biografia de Dadullah que o impulsionou para a liderança do Taleban. Ele escapou de uma armadilha montada pelo líder guerreiro Dostum após a invasão norte-americana. Dostum atraiu milhares de talebans até o norte do Afeganistão, perto de Kunduz, e os massacrou. Segundo a lenda Dadullah escapou montado em um cavalo. A seguir, ele passou vários anos dedicado à reconstrução e ao rearmamento do Taleban. Atualmente ele é considerado o principal comandante na região em torno da capital de província Kandahar, no sul do Afeganistão. O Taleban conquistou a supremacia naquela área, controlando mais ou menos a região, apesar das várias baixas que sofreu.
A violência impiedosa de Dadullah fascina vários dos seus jovens seguidores, que já o respeitam como uma grande autoridade. Quando sequestraram um funcionário sul-americano no final de 2006, eles pediram a Dadullah um conselho sobre o que fazer. As suas instruções foram claras, e não demorou muito para que o corpo massacrado do refém fosse encontrado. Tal violência impressiona os candidatos a guerreiros religiosos.
Não faz muito tempo que os Estados Unidos contribuíram involuntariamente para a lenda de Dadullah. Após uma operação na região fronteiriça entre Paquistão e Afeganistão, agentes de inteligência disseram à mídia que Dadullah e um dos seus principais seguidores tinham sido mortos. Em menos de 24 horas ele desmentiu a versão dos norte-americanos, falando à Al Jazira por um telefone via satélite. "Ele sempre pode ser encontrado de alguma forma e adora interagir com os jornalistas", diz o especialista em Afeganistão, Rahimullah Yusufzai, que às vezes conversa ele próprio com Dadullah. O líder taleban não parece preocupado com a possibilidade de que os sinais dos telefones de Thuraya sejam rastreados. Ele sente-se invencível.
A Otan espera um ano difícil
Especialistas no conflito acreditam que a tática do Taleban causará sérias dificuldades à Otan. "Se ataques suicidas forem realizados em todo o país, será difícil decidir como posicionar as tropas", observa Ahmed Rashid, um paquistanês que é especialista no Taleban. A Otan poderia ficar rapidamente desmoralizada, assim como os Estados Unidos no Iraque, visto que a organização já se encontra internamente dividida e não conta com reservas militares, e muito menos com uma força rápida de reação. "O ano de 2007 será muito difícil" prevê Rashid.
Em uma reação à onda de propaganda do Taleban, os generais da Otan anunciaram a sua própria ofensiva. A mensagem de Cabul é que as tropas não esperarão pelo ataque do Taleban. Em vez disso, elas próprias atacarão violentamente. Se isso será o suficiente para conter a onda de ataques suicidas é uma questão em aberto. "O Taleban não precisa de mais campos de treinamento ou instalações militares para a sua nova estratégia", teme Rashid. A única opção que resta à Otan é atacar as supostas casas dos combatentes, o que custaria a vida de civis.
Tais ataques só fazem com que o Taleban consiga mais recrutas para a sua luta. No outono de 2006, o oficial militar norte-americano Chris Cavoli concluiu a partir das suas experiências na província de Kunar: "Todo afegão morto por uma bomba gera dois novos militantes, não importando se a pessoa morta seja um civil ou um militante". Isso significa que uma ofensiva militar contra os homens do mulá Dadullah só atenderia aos interesses do novo herói do Taleban.
"As nossas fontes jamais secarão", garante autoconfiante em um dos seus vários filmes de propaganda.
Tradução: UOL
Visite o site do Der Spiegel
FOI UMA GLORIOSA MATANÇA. KUBLAY KHAN APÓS SUAS BATALHAS [/b]
02/03/2007
A estrela da Jihad do Afeganistão
Matthias Gebauer
em Peshawar, no Paquistão
O Taleban está se preparando para a "ofensiva de primavera" no Afeganistão. Uma série de filmes de propaganda brutal anuncia milhares de ataques suicidas. E o Taleban conta com um novo líder sanguinário, que as agências ocidentais de inteligência estão levando bastante a sério: o mulá Dadullah.
Se Osama Bin Laden gosta de estar no centro global das atenções, é provável que ele ande meio deprimido no seu esconderijo nos últimos dias. O líder da organização terrorista Al Qaeda não aparece nos noticiários noturnos de televisão há algum tempo. E, além disso, o Taleban não precisa mais de Bin Laden como figura proeminente. As agências ocidentais de inteligência advertem que atualmente o Taleban conta com "o seu próprio astro" na sua luta contra os soldados ocidentais e o governo afegão do presidente Hamid Karzai. O novo pesadelo das montanhas Hindu Kush é o mulá Dadullah. Ele tem uma barba inteiramente negra, usa sempre uma jaqueta militar e, nos dias de hoje, é uma figura onipresente na mídia.
A propaganda sanguinária está por toda parte no norte do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Praticamente todos os vendedores de CDs em Peshawar estão vendendo os mais recentes filmes divulgados pelo líder do Taleban. "Ah, você quer as fitas de Dadullah", diz um deles. "Atualmente elas são muito populares". Ele desaparece por um minuto apenas e volta com uma pilha inteira. O vendedor cobra o equivalente a cerca de três euros (US$ 4) por filme. Quem compra vários tem desconto. Mas ele não quer que tirem fotografias suas. Segundo ele a polícia paquistanesa já lhe causa problemas suficientes quando descobre os DVDs do terrorismo nas maletas de jornalistas nos aeroportos.
As imagens nesses DVDs revelam a autoconfiança e o novo profissionalismo do Taleban. Os filmes anunciam uma primavera sangrenta no Afeganistão, durante a qual as tropas ocidentais enfrentarão um exército taleban recém-fortalecido e comandado por uma liderança reformulada. Bem armado e mais bem organizado logisticamente do que em qualquer outro período anterior, o Taleban está se preparando para a sua luta contra as detestadas tropas da Otan, cuja aliança demonstrou recentemente sinais de divisão interna. "Eles dizem que esse será o verão decisivo", diz um homem que de vez em quando toma chá com os comandantes do Taleban.
As agências de inteligência ocidentais acreditam que o Taleban usou o inverno para fortalecer intensamente a sua estrutura organizacional. Alguns comandantes talebans estão até anunciando que o líder do Taleban, o mulá Omar - que desapareceu inteiramente do cenário durante anos - está novamente escrevendo cartas aos seus aliados, elogiando comandantes bem sucedidos nas suas operações, consolando os pais dos suicidas homens-bomba e lembrando aos militantes os seus "deveres islâmicos" por meio de gravações de áudio. Durante anos, Omar, que só tem um olho, desapareceu sem deixar traços - possivelmente com medo de ser rastreado pela CIA.
Mas o mulá Omar parece atualmente se sentir mais seguro - da mesma forma que o mulá Dadullah, que recentemente anunciou as suas idéias para os próximos meses. Comportando-se quase como um político comum, ele convidou os jornalistas da Al Jazira para visitá-lo nas montanhas. As suas palavras foram alarmantes, apesar de serem repletas de retórica e propaganda. Dadullah disse que comanda 6.000 homens que se apresentaram como voluntários para ataques suicidas, e que a sua ofensiva é "iminente". Ele acrescentou que alguns dos seus homens já estão engajados em suas missões, que ele descreveu como "submeter os ocupantes a um banho de sangue". O ataque simbólico desta semana contra o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, é um motivo para que se tema que Dadullah esteja fazendo muito mais do que apenas ameaças inócuas.
Decapitações
Os filmes de Dadullah servem para fornecer as lendas atuais referentes ao Taleban. Eles são profissionalmente produzidos em al-Sahab, a central de mídia do Taleban em Qetta, no sul do Paquistão. Centenas de combatentes talebans são vistos realizando exercícios militares com metralhadoras. A seguir eles disparam lançadores de granadas - um armamento do qual eles parecem dispor em grande quantidade. Cada disparo é acompanhado por um coro de vozes que gritam enfaticamente: "Deus é grande!". A seguir, os filmes mostram imagens de veículos militares dos Estados Unidos destroçados. "Nós os atingiremos novamente", anuncia triunfantemente uma voz.
Talvez, no entanto, a principal mensagem transmitida por esses filmes seja que o Taleban não teme mais ser perseguido. Apenas algumas faces de militantes foram digitalmente camufladas. Muitos outros dizem os seus nomes completos à medida que se alistam para a guerra santa. Quase todos os DVDs mostram imagens de execuções brutais de supostos espiões da CIA. Os "auxiliares dos infiéis" têm as cabeças removidas enquanto ainda estão vivos. Cerca de 250 assassinatos desse tipo ocorreram nos últimos meses.
Porém, acima de tudo, os filmes mostram o novo herói - a nova face da resistência. O mulá Dadullah, um homem corpulento, de cerca de 40 anos, é reverenciado como um santo. Embora tenha perdido uma perna em uma batalha na década de 1990, ele é visto marchando vigorosamente rumo ao topo de uma montanha na companhia dos seus combatentes. Ao chegar ao topo, o mulá não resiste à tentação de disparar ele próprio um foguete na direção de um vale distante. Depois disse ele se ajoelha para orar com os seus homens, tendo a todo o momento a sua AK-47 ao seu lado. O sol se põe com uma cor vermelho-sangue atrás das montanhas. É difícil imaginar um filme de propaganda mais eficiente.
Lendas em torno do novo líder do Taleban
O mulá Abdullah tem sido há algum tempo um pesadelo genuíno para as tropas estrangeiras e as agências de inteligência no Afeganistão. Os vídeos são analisados com uma meticulosidade condizente com o personagem ameaçador. "Sabemos, com base na experiência, que várias das suas declarações não são propaganda", diz um agente ocidental de anti-terrorismo. "Ele tem concretizado a maioria das suas ameaças". Dadullah já ameaçou lançar uma onda de ataques suicidas em 2006. A princípio ninguém o levou a sério. Ao final de 2006, os estatísticos da CIA contabilizaram 139 ataques desse tipo em todo o país - cinco vezes mais do que em 2005. E 2007 poderá ser um ano ainda mais sangrento.
Acima de tudo, foi a biografia de Dadullah que o impulsionou para a liderança do Taleban. Ele escapou de uma armadilha montada pelo líder guerreiro Dostum após a invasão norte-americana. Dostum atraiu milhares de talebans até o norte do Afeganistão, perto de Kunduz, e os massacrou. Segundo a lenda Dadullah escapou montado em um cavalo. A seguir, ele passou vários anos dedicado à reconstrução e ao rearmamento do Taleban. Atualmente ele é considerado o principal comandante na região em torno da capital de província Kandahar, no sul do Afeganistão. O Taleban conquistou a supremacia naquela área, controlando mais ou menos a região, apesar das várias baixas que sofreu.
A violência impiedosa de Dadullah fascina vários dos seus jovens seguidores, que já o respeitam como uma grande autoridade. Quando sequestraram um funcionário sul-americano no final de 2006, eles pediram a Dadullah um conselho sobre o que fazer. As suas instruções foram claras, e não demorou muito para que o corpo massacrado do refém fosse encontrado. Tal violência impressiona os candidatos a guerreiros religiosos.
Não faz muito tempo que os Estados Unidos contribuíram involuntariamente para a lenda de Dadullah. Após uma operação na região fronteiriça entre Paquistão e Afeganistão, agentes de inteligência disseram à mídia que Dadullah e um dos seus principais seguidores tinham sido mortos. Em menos de 24 horas ele desmentiu a versão dos norte-americanos, falando à Al Jazira por um telefone via satélite. "Ele sempre pode ser encontrado de alguma forma e adora interagir com os jornalistas", diz o especialista em Afeganistão, Rahimullah Yusufzai, que às vezes conversa ele próprio com Dadullah. O líder taleban não parece preocupado com a possibilidade de que os sinais dos telefones de Thuraya sejam rastreados. Ele sente-se invencível.
A Otan espera um ano difícil
Especialistas no conflito acreditam que a tática do Taleban causará sérias dificuldades à Otan. "Se ataques suicidas forem realizados em todo o país, será difícil decidir como posicionar as tropas", observa Ahmed Rashid, um paquistanês que é especialista no Taleban. A Otan poderia ficar rapidamente desmoralizada, assim como os Estados Unidos no Iraque, visto que a organização já se encontra internamente dividida e não conta com reservas militares, e muito menos com uma força rápida de reação. "O ano de 2007 será muito difícil" prevê Rashid.
Em uma reação à onda de propaganda do Taleban, os generais da Otan anunciaram a sua própria ofensiva. A mensagem de Cabul é que as tropas não esperarão pelo ataque do Taleban. Em vez disso, elas próprias atacarão violentamente. Se isso será o suficiente para conter a onda de ataques suicidas é uma questão em aberto. "O Taleban não precisa de mais campos de treinamento ou instalações militares para a sua nova estratégia", teme Rashid. A única opção que resta à Otan é atacar as supostas casas dos combatentes, o que custaria a vida de civis.
Tais ataques só fazem com que o Taleban consiga mais recrutas para a sua luta. No outono de 2006, o oficial militar norte-americano Chris Cavoli concluiu a partir das suas experiências na província de Kunar: "Todo afegão morto por uma bomba gera dois novos militantes, não importando se a pessoa morta seja um civil ou um militante". Isso significa que uma ofensiva militar contra os homens do mulá Dadullah só atenderia aos interesses do novo herói do Taleban.
"As nossas fontes jamais secarão", garante autoconfiante em um dos seus vários filmes de propaganda.
Tradução: UOL
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FOI UMA GLORIOSA MATANÇA. KUBLAY KHAN APÓS SUAS BATALHAS [/b]