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PASSAGEM DE COMANDO DA MARINHA

Enviado: Qui Mar 01, 2007 8:53 am
por Marino
Em primeira mão as Ordens do Dia do Alte Guimarães Carvalho e Alte Moura Neto.
Muito se pode depreender das mesmas.

ORDEM DO DIA Nº 1/2007


Assunto: Passagem do Cargo de Comandante da Marinha

Despedida e Agradecimentos

"Proa / Comando: lançar a retinida da espia um".

Tentando criar um cenário naval para essa cerimônia, atrevo-me a dizer que o navio "GUIMARÃES CARVALHO" aproxima-se do cais para a última atracação. Dentro dessa imagem, poderia ser o navio-varredor "Javarí"; o submarino "Goiás"; a fragata "Independência"; o capitânea da Força de Fragatas; ou o capitânea da Esquadra, comandos no mar que tive a honra de exercer ao longo da minha carreira.

A flâmula de fim de comissão está içada e é bastante longa, pois a travessia, iniciada em março de 1956 no Colégio Naval, só hoje é concluída.

Nos últimos cinqüenta e um anos vivi na Marinha. Mais do que isso, vivi intensamente a Marinha. Ao longo da carreira acompanhei, nos postos iniciais, e participei, nos postos mais elevados, dos seus avanços administrativos, tecnológicos, operativos e até de mentalidade.

Aprendendo e aplicando os valores e as tradições dessa Instituição ímpar, terminei a formação do meu caráter, aprimorando ainda mais tudo que me havia sido transmitido pelos meus pais, gente de origem bem simples. Talvez por isso eu também seja simples. Pelo menos assim me considero.

Nesse meu longo aprendizado, tive sempre exemplos marcantes de como proceder, não só dos meus chefes, mas também de meus pares e subordinados, militares e civis. Procurei sempre seguí-los, e a todos eles renovo a minha gratidão.

Servi embarcado e em terra, fui aluno e instrutor, comandei e fui comandado. Que experiência de vida maravilhosa! Faria tudo de novo, se isso fosse possível.

"Proa-Popa / Comando: navio em posição, dobrar a amarração"

Hoje, ao me despedir, e usando pela última vez no corpo, mas não na alma, esse uniforme branco que sempre procurei honrar, passo o Comando da Marinha.

Foi a minha mais difícil comissão.

Nos últimos dias do ano de 2002, no exercício dos cargos de Comandante de Operações Navais e Diretor-Geral de Navegação, ao ser convidado para ser o Comandante da Marinha pelo então Presidente eleito, aceitei a missão, por entender que continuaria a exercer um cargo de natureza militar, e não política, e para o qual a Marinha havia me preparado.

Ao tomar posse não desconhecia os sérios problemas que afligiam a nossa Instituição, pois já integrava, há alguns anos, o Almirantado.

Na minha Ordem de Serviço de posse expressei o meu conhecimento do vulto dos desafios que teria pela frente, bem como a minha disposição de enfrentá-los, manifestando ainda que pautaria as minhas ações com absoluta lealdade à Marinha.

Foi o que eu fiz, ou pelo menos procurei fazer, em todas as horas, de todos os dias, desses últimos quatro anos.

Nesse período, em praticamente todas as cerimônias navais nas quais pelas nossas tradições o Comandante da Marinha tinha que se pronunciar, manifestei publicamente em Ordens do Dia, de maneira franca e leal, as minhas preocupações com os três temas que, de há muito, afligem a Marinha: remuneração do seu pessoal; orçamentos anuais; e o reaparelhamento da Força.

Tais questões foram, repetidas vezes, levadas ao conhecimento do Ministro da Defesa, em sucessivos expedientes, e em audiências pessoais. Além disso, sempre que houve oportunidade, levei-as também diretamente ao Presidente da República, bem como a diversos parlamentares e Ministros de Estado que tive o prazer de receber em meu gabinete, e em apresentações que fiz perante as Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional tanto do Senado Federal como da Câmara dos Deputados. As preocupações relativas ao orçamento e ao reaparelhamento foram também apresentadas à sociedade brasileira, por meio de vários artigos publicados na mídia.

Nas duras lutas, quase que diárias, na defesa dos interesses da Marinha com relação àqueles temas, tive frustrações, mas também tive alegrias.

No que se refere à remuneração dos militares, temos que reconhecer que os reajustes concedidos foram superiores às taxas de inflação desse período. Entretanto, eles não recuperaram as perdas anteriores acumuladas do nosso poder aquisitivo, mantendo os militares como aqueles de menor remuneração média, quando comparados aos integrantes de várias outras carreiras do Estado, o que necessita ser progressivamente corrigido.

Quanto aos nossos servidores civis, por entender que eles fazem parte do que genericamente chamamos de "nosso pessoal", pois apesar das suas carreiras e vencimentos serem gerenciados pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, eles trabalham na Marinha, são necessários e indispensáveis à Marinha e, portanto, são da Marinha, procurei equacionar o atendimento aos seus principais anseios. Recebi em meu gabinete as suas principais lideranças, e juntos elaboramos algumas propostas, relativas não só ao problema salarial, mas também ao da estruturação de suas carreiras, propostas essas que foram encaminhadas aos setores competentes da administração federal, e que foram atendidas, mas ainda não de forma completa, o que gerou algumas distorções, e até injustiças, que também precisam ser corrigidas.

No que se refere aos orçamentos anuais, apesar da melhora observada a partir do ano de 2004, continuou a ser flagrante durante todo o meu período de Comando, como aliás já vem ocorrendo há pelo menos doze anos, a elevada desproporção entre o que se necessita e o que é alocado. O simples cumprimento das Leis dos Royaties do Petróleo resolveria essa questão.

Quanto ao reaparelhamento, não é necessário falar, para a Marinha, da sua imperiosa e inadiável necessidade. A proposta de um programa para essa finalidade, que já havia sido encaminhada em 2002, foi revista, atualizada e novamente encaminhada, resultando na criação de um Grupo de Trabalho Interministerial, cujo relatório conclusivo, aliado às palavras do Presidente da República, na sua mensagem à Marinha por ocasião do último Dia do Marinheiro, reforçam as esperanças de que teremos, finalmente, um Programa de Reaparelhamento formalmente aprovado, com a garantia do conseqüente aporte de recursos que garantam a sua execução. Mas é preciso que as esperanças se transformem em realidade.

Apesar das inúmeras dificuldades, a Marinha teve, nesse período, fruto da dedicação e competência do seu pessoal, inúmeras conquistas, várias das quais se referem a projetos ou programas que vinham sendo executados há vários anos. Dentre elas citaria: a apresentação à Comissão de Limites da Organização das Nações Unidas da proposta brasileira de prolongamento da sua plataforma continental, o que permitirá que seja traçada, no mar, a nossa última fronteira; a conclusão do Programa de Modernização das fragatas classe "Niterói"; o batismo, lançamento, incorporação e transferência para o Setor Operativo do submarino "Tikuna"; o início do Programa de Modernização dos submarinos da classe "Tupi"; o avanço na construção da corveta "Barroso", já com um prazo factível para a sua conclusão; a recuperação, a níveis aceitáveis, dos dias de mar da nossa Esquadra, decorrência direta da melhoria dos índices de disponibilidade dos nossos meios; a resposta sempre pronta dos nossos fuzileiros navais, quer para o guarnecimento inopinado de Destacamentos de Segurança de Embaixadas, quer para a constituição de Forcas de Paz; o início da execução do Plano de Aplicação de Recursos (PAR), buscando manter uma capacidade mínima de investimentos, o que já permitiu a aquisição de viaturas blindadas sobre rodas para o Corpo de Fuzileiros Navais, e o início da construção de um navio-patrulha de 500 toneladas; a continuação dos programas de recuperação e de modernização de algumas das nossas organizações militares de maior porte, como, por exemplo, o Hospital Naval Marcílio Dias e a Escola Naval, e também de outras de menor porte, como a Estação Antártica Comandante Ferraz; o contínuo aperfeiçoamento dos nossos sistemas gerenciais logísticos e administrativos; a busca incessante pelo aprimoramento do nosso Sistema de Saúde; a inauguração da exposição permanente no prédio do Comando da Marinha, em Brasília; a reinauguração do Museu Naval, no Rio de Janeiro; o atingimento, em 2006, do expressivo número de 199.173 atendimentos médico-odontológicos realizados pelos navios da esperança, a dezenas de milhares de brasileiros menos assistidos, na calha do rio Amazonas e de seus principais afluentes; a construção no País, fruto do trabalho de brasileiros, do vaso do reator, e de seus internos, que irá equipar o Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica do Programa Nuclear da Marinha; o significativo incremento nas ações de fiscalização das nossas águas jurisdicionais; a manutenção da permanência brasileira no Continente Antártico, o que é particularmente importante neste ano, quando a comunidade científica de todo o mundo celebra o quarto Ano Polar Internacional; e, não menos importante, a manutenção da crença, da disciplina e da hierarquia, a despeito da conjuntura que atravessamos.

Cito ainda como uma conquista a disseminação e o emprego, cada vez mais freqüente, por diversos segmentos da nossa sociedade e do próprio governo, da expressão "Amazônia Azul", criada exatamente para tentar despertar, na consciência de todos os brasileiros, a importância do mar e a decorrente necessidade do País possuir um Poder Naval compatível com a estatura que o Brasil precisa, merece, e deveria querer possuir.

Sendo este um momento de despedida, é também um momento de agradecimentos e reconhecimento:
- ao Presidente da República LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, pela confiança ao nomear-me para o cargo de Comandante da Marinha, e pelas diversas manifestações de apreço com que tanto ele como sua esposa, senhora Marisa, distinguiram a mim e à Angela;
- aos Ministros da Defesa com os quais tive o prazer de trabalhar: Embaixador JOSÉ VIEGAS FILHO; Vice-Presidente da República JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA; e ao atual Ministro, WALDIR PIRES, pelo incentivo e apoio que sempre me dispensaram e pelas atenções dedicadas às questões da minha Força;
- aos senhores Comandantes das Forças co-irmãs durante o meu período de comando, General-de-Exército FRANSCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE e Tenente-Brigadeiro-do-Ar LUIZ CARLOS DA SILVA BUENO, pela forma harmoniosa com que sempre trabalhamos, mesmo quando tínhamos eventuais discordâncias, possibilitando uma maior integração entre as nossas Forças;
- aos membros do Almirantado que, movidos pelo profissionalismo e amor à Marinha, compartilharam comigo os momentos de calmaria e de mar grosso, ajudando-me e apoiando-me nas decisões de Comando;
- aos demais Almirantes, todos movidos pelos mesmos sentimentos, e com os quais mantive um relacionamento franco e leal, inclusive nos momentos em que tinha que lhes transmitir más notícias, o que fiz sempre olhando-os nos olhos, frente a frente, sem intermediários;
- aos Oficiais, praças e servidores civis do meu Gabinete, os quais foram de uma dedicação exemplar, em especial aos meus dois Chefes de Gabinete, Vice-Almirante JOÃO AFONSO PRADO MAIA DE FARIA e Contra-Almirante AIRTON TEIXEIRA PINHO FILHO;
- de uma maneira geral, a todos os integrantes da Marinha, marinheiros, fuzileiros e servidores civis, oficiais e praças de todos os Corpos e Quadros, homens e mulheres, expresso o meu reconhecimento pelo que são, pelo que fazem, e certamente pelo que continuarão a fazer, para que a nossa Instituição continue a ser respeitada e acreditada dentro e fora de nossas fronteiras e, mais que tudo, merecedora da confiança da sociedade brasileira;
- aos SOAMARINOS, alguns dos quais estão presentes a essa cerimônia, pelo apoio e demonstrações de apreço, e pelo inestimável trabalho que realizam ao divulgarem a importância do mar e da nossa Marinha;
- aos meus companheiros da turma FACE, que comigo iniciaram a jornada que hoje concluo, agradeço o incentivo e sobretudo a amizade, nascida quando ainda muito jovens nos tornamos uma turma, a sexta daquele verdadeiro templo às margens da enseada Batista das Neves; e
- por fim, um agradecimento especial a todos aqueles que, no momento em que essa cerimônia é realizada, estão no mar, nos rios, na Antártica, ou no Haiti, mostrando com orgulho a nossa bandeira e zelando pelos interesses maiores do nosso Brasil.

Ao Almirante-de-Esquadra JULIO SOARES DE MOURA NETO, a cujas competentes mãos entrego o timão da Marinha, formulo os votos de pleno sucesso. A Marinha que estou passando a Vossa Excelência não é a que eu gostaria de passar, mas é a que foi possível manter e aprestar. Que os ventos lhe sejam mais favoráveis, e o estado do mar mais tranqüilo.



"Popa/Comando: passar a prancha"

Reza a tradição naval que o Comandante que passa não deve permanecer a bordo por muito tempo, pois já existe um novo Comandante.

Assim, só me resta agradecer ao bom Deus por toda a sua proteção, e chamar a minha querida Ângela, companheira de toda uma vida e meu porto seguro de águas abrigadas, para que desembarquemos.

Chegando aos cais, após com emoção voltar-me para a popa e prestar, uniformizado, a última continência à bandeira nacional, perante a qual, há cinqüenta e um anos atrás, prestei um solene juramento, passaremos a ter mais tempo para cuidar um do outro, e para nos dedicarmos ainda mais à agradável tarefa de ajudar os netos a crescerem.

"Marinha/Comando: manobra com o Almirante MOURA NETO".




ROBERTO DE GUIMARÃES CARVALHO
Almirante-de-Esquadra
Comandante da Marinha



ORDEM DO DIA Nº 2/2007


Assunto: Assunção do Cargo de Comandante da Marinha

Hoje, é um dia de festa para a Marinha do Brasil! Hoje, realiza-se a passagem do cargo de seu Comandante. A nossa Força, unida e coesa, prepara-se para levar até o patim superior da escada de portaló aquele que, durante os últimos quatro anos, a chefiou; do mesmo modo, receberá o seu substituto e o conduzirá ao Passadiço, dele aguardando as ordens e prioridades. É uma ocasião de muito simbolismo!

Ao meu lado, encontra-se o Almirante-de-Esquadra ROBERTO DE GUIMARÃES CARVALHO, que transmitiu-me o cargo, e a quem cabe um agradecimento peculiar por todo o trabalho desenvolvido. Os tempos têm sido difíceis, mas V. Exa. soube conduzir o nosso barco, ajustando o rumo e a velocidade conforme necessário, porém sempre avançando nas conquistas e asseverando que, em todas as ocasiões, fosse dado um passo à frente.

Neste momento solene, confesso que sou absorvido por um turbilhão de sentimentos que me fazem retornar ao passado e muito me emocionam. Passam, pela minha mente, reminiscências de Praças d’ Armas, recordações de Chefes e de amigos e boas passagens vividas nesse quase meio século de serviço. A certeza maior é que foi muito bom ter podido, durante todo esse tempo, envergar o uniforme branco. Daí, o enorme orgulho, não só de assumir a titularidade da nossa Instituição, como também de poder continuar a servi-la e ao nosso querido Brasil.

Independentemente da satisfação profissional que a ocasião me proporciona, não posso negar que me deparo com alguns desafios.

O Brasil é um país marítimo, tendo importantes implicações em termos de comércio exterior, pois mais de 95% de nossas importações e exportações são feitas por mar, representando, em 2006, cerca de 228 bilhões de dólares. Além disso, há a existência de petróleo (mais de 85% da produção nacional), de gás, de nódulos polimetálicos e de recursos vivos, o que transforma a imensidão da nossa "Amazônia Azul", com cerca de 4,5 milhões de Km², além de essencial via de comunicação, em um patrimônio de valor inestimável, cuja soberania e jurisdição cumpre à Marinha assegurar.

Pela Constituição Federal, competem às Forças Armadas a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de quaisquer destes, da lei e da ordem.

Através de Lei Complementar, a MB recebeu algumas atribuições subsidiárias, dentre as quais despontam, por sua magnitude, a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana e, de suma relevância, a implementação e a fiscalização do cumprimento de leis e regulamentos no mar e em águas interiores, através da qual se pretende coibir as infrações e enfrentar as chamadas "novas ameaças": os crimes transnacionais (contrabando, tráfico de drogas e de armas), o terrorismo, os crimes ambientais e a pesca irregular.

Como se vê, as responsabilidades são imensas.

O Brasil requer uma Marinha, corretamente dimensionada e equipada, e apta a cumprir efetivamente o seu dever, como e quando for demandado pela vontade nacional. Para tal, é necessário alocar os recursos e meios indispensáveis para que possa atuar na vigilância e na proteção de nossos vastos interesses e soberania.

Infelizmente, não é o que vem ocorrendo.

Em que pese a gradual recuperação do patamar desde 2004, verifica-se que, pelo menos nos últimos 10 anos, o nosso orçamento tem ficado aquém do que é preciso, impossibilitando a disponibilização de valores suficientes ao funcionamento, preparo e aparelhamento, acarretando a perda da nossa capacidade operacional. Em médio prazo, caso seja mantida essa tendência, a situação do aprestamento do Poder Naval tornar-se-á crítica, provocando o esgotamento da vida útil de numerosos meios, com a sua conseqüente baixa.

Como agravante, dentro desse quadro restritivo, a maior parte dos recursos provenientes da geração dos "royalties" do petróleo não vem sendo repassada à MB, como determina a lei de sua criação, o que limita o cumprimento de suas tarefas.

Para reverter essa insustentável situação, é imprescindível a implementação do Programa de Reaparelhamento da Marinha, cuja proposta, encaminhada ao Governo, deu origem a uma resolução do Presidente da República de criar um Grupo de Trabalho Interministerial para estudar as necessidades das três Forças, que foi coordenado pela Casa Civil e já produziu um relatório conclusivo, o que, aliado a diversas manifestações do Presidente, respalda a expectativa que venha a ser aprovado.

Em paralelo, estamos buscando obter autorização de financiamento externo, que viabilizará a construção de um submarino e a modernização de outros cinco, a serem realizadas no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Merece menção o Programa Nuclear da Marinha, iniciado em 1979 e que apresenta considerável progresso, mesmo restrito aos recursos da própria Força, com o desenvolvimento de dois projetos: o do ciclo do combustível, empregando ultracentrífugas projetadas no Brasil, o que já se conseguiu; e o desenvolvimento e a prontificação, com tecnologia própria, de uma planta nuclear de geração de energia elétrica, incluindo o reator nuclear, o que ainda não está pronto. Para a conclusão do Programa, são indispensáveis verbas orçamentárias adicionais. Uma vez finalizadas, com êxito, essas etapas, estarão criadas as condições para que, havendo uma decisão de Governo, possamos iniciar a elaboração do projeto e a posterior construção de um submarino com propulsão nuclear.

Há que se enfatizar a dualidade do nosso Programa Nuclear pois, inserido no âmbito da defesa, contribui para o progresso nacional, pela sua capacidade de gerar energia e de desenvolver novos materiais. A partir do esforço da MB, podemos observar, atualmente, o enriquecimento de urânio que, gradualmente, permitirá a produção do combustível das Usinas de Angra dos Reis.

Para executar suas gigantescas tarefas, a Marinha conta com seus homens e mulheres, militares e civis, que são o seu maior patrimônio. Esse pessoal, em quem a Instituição deposita confiança, permanece disciplinado, dedicado, profissional e consciente das dificuldades econômicas do País, que trazem inevitáveis reflexos nas nossas dotações orçamentárias; todavia, está extremamente preocupado com a acentuada degradação dos meios operativos, mantendo a esperança que dias melhores virão.

Aqui, cabe a pergunta: qual o rumo a seguir?

Em resposta, dirijo-me a todos que servem à Marinha para dizer-lhes o que penso ser necessário fazer para continuarmos a dignificar a Instituição à qual tanto nos orgulhamos de pertencer.

A Marinha deverá possuir meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais em quantidade compatível com a inserção político-estratégica do País no cenário internacional, compondo uma força permanentemente pronta para, em sintonia com os anseios da sociedade brasileira, atuar em nossas águas jurisdicionais, de modo a dar cumprimento às suas tarefas constitucionais e às suas atribuições subsidiárias. O Plano Estratégico da Marinha, em fase de aprovação, traz o adequado dimensionamento, sendo que os recursos financeiros para sua implementação dependerão, prioritariamente, da aprovação do Programa de Reaparelhamento da Marinha, o que será a nossa meta principal.

Quanto ao Orçamento, serão canalizados os maiores esforços para recuperar significativamente o seu patamar, de tal forma que atenda às nossas demandas, sendo incentivada a procura por fontes alternativas que possam ampliar as dotações alocadas e auxiliar no atendimento das necessidades.

O Plano de Aplicação de Recursos, composto por um conjunto de metas prementes e imprescindíveis, receberá a mais alta prioridade e será executado de maneira plurianual e com recursos próprios.

Quanto ao Programa Nuclear da Marinha, tudo deverá ser direcionado para alavancar as verbas necessárias para a sua conclusão no menor tempo possível.

O preparo do nosso pessoal é primordial para o desempenho da Instituição; para isso, são fundamentais uma acurada seleção, um permanente cuidado com as carreiras e uma correta instrução que garanta o apropriado desempenho nas funções. Com relação aos servidores civis, destaco a necessária reposição da força de trabalho e o enquadramento de uma parcela deles em plano de cargos.

A busca por mecanismos que contribuam para o aumento do nível de satisfação profissional do pessoal merecerá esforço continuado, demonstrando ao público interno a prioridade com o homem e o seu bem-estar; aprimorando a qualidade e a eficiência do nosso Sistema de Saúde; e ampliando os Programas de Assistência Integrada.

Pretendo prosseguir com os contatos e entendimentos junto ao Ministério da Defesa, com vista à recuperação das perdas acumuladas do poder aquisitivo dos militares e servidores civis.

Sob o enfoque operacional, deveremos estar mais próximos dos anseios da sociedade, os quais se correlacionam mais diretamente com as nossas atribuições subsidiárias, com ênfase naquelas da Autoridade Marítima, em águas litorâneas, bem como nas "novas ameaças". Por outro lado, sob nenhuma hipótese, poderemos descuidar do preparo e aplicação do Poder Naval, que é a principal tarefa e razão de ser de nossa Instituição.

Considero fundamental dar uma maior visibilidade às atividades da Força, junto à opinião pública, intensificando e dinamizando a comunicação social relativa à nossa atuação. Será vital o convencimento dos brasileiros quanto à importância da "Amazônia Azul", tanto para o crescimento da nossa economia, como em relação à manutenção da soberania nacional.

Temos grandes desafios pela frente, mas isso não deve nos abater. Pelo contrário, a necessidade de superar os óbices deverá ser assumida por todos, que procurarão desenvolver suas criatividade e capacidade de inovação, utilizar os recursos disponíveis com critério e eficiência, além de estabelecer as corretas prioridades. Há que preservar os programas e projetos em andamento, notadamente aqueles que garantam o adequado nível de aprestamento do Poder Naval. É o que nos cabe fazer!

Entendo que a interoperabilidade entre as Forças Armadas é de significativa importância para a Nação. Assim, estreitarei, ainda mais, os laços fraternos que nos unem, aprofundando o excelente relacionamento que já existe com o Exército e a Aeronáutica.

Aos que integram a Marinha do Brasil, manifesto a convicção de que contarei com a colaboração, a aptidão e a ativa participação dos homens e mulheres, militares e civis, Almirantes, Oficiais, Servidores Civis, Marinheiros e Fuzileiros Navais, o que ameniza as minhas preocupações, permitindo-me antever que, juntos, realizaremos um trabalho como o das gerações que nos antecederam, que sempre souberam vencer as dificuldades de seu tempo, legando-nos a Marinha de que tanto nos orgulhamos. A capacidade de alcançar a Força que desejamos será tão maior quanto assim o forem a união, a determinação e a sintonia de todos os setores. Essa deve ser a tônica a nos reger, na qual o trabalho individual merece todo o respeito pelo o que acrescenta ao resultado final!

Externo ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Republica, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, o meu reconhecimento pela inequívoca confiança ao nomear-me para o cargo de Comandante da Marinha.

Destaco e agradeço, de forma especial, a presença do Ministro da Defesa, Dr. WALDIR PIRES, que em muito honra a mim e à Marinha, a quem renovo o meu compromisso de total cooperação.

Aos Comandantes do Exército, General-de-Exército FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE, e da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar JUNITI SAITO e ao Comandante do Exército nomeado, General-de-Exército ENZO MARTINS PERI, sou agradecido pelo comparecimento.

Aos Ex-Ministros da Marinha, cuja atuação, em suas respectivas épocas, permitiu que se evoluísse constantemente, apesar de todos os obstáculos enfrentados; aos antigos Chefes, alguns que se encontram nesta cerimônia e outros cujas lembranças são permanentes, a quem devo bastante pelo exemplo que deixaram, pelos ensinamentos e orientações; aos membros do Almirantado; aos Ministros do Superior Tribunal Militar; aos Almirantes, Generais e Brigadeiros; às Autoridades presentes ou representadas; aos Soamarinos; aos colegas da Turma Mendes; aos amigos, sempre importantes; aos Oficiais e demais convidados; a todos, demonstro a minha satisfação por aqui estarem.

À minha família, particularmente minha mãe e meus três filhos, dos quais muito me orgulho, sólido esteio na longa jornada, desejo afirmar que os seus incentivo, apoio, amor e dedicação foram fundamentais para que o dia de hoje pudesse acontecer. Uma palavra de carinho a meu pai e meu irmão, Aspirante Moura, já falecidos e que, se aqui estivessem, sentir-se-iam muito orgulhosos. À minha esposa Sheila, grande companheira, confidente e amiga, gostaria de dizer que nunca, em todos os quase 39 anos de vida em comum, eu necessitei tanto de tê-la ao meu lado. Ao alcançar o mais alto posto da nossa Força, desejo fazer uma menção especial a meu tio-avô, Dr. RAUL SOARES DE MOURA, que foi Ministro da Marinha de 1919 a 1920. Todos nós sempre o consideramos um exemplo de correção, probidade e competência.

A Deus, rogo que permaneça sempre ao meu lado, como tem ocorrido até agora, apontando os melhores caminhos e orientando as decisões, no sentido de bem desempenhar as minhas tarefas.

Antes de encerrar essas já bastante longas palavras, gostaria de, em meu nome e da Marinha do Brasil, "saudar o bom companheiro e o belo amigo que temos", o Almirante-de-Esquadra GUIMARÃES CARVALHO, desejando muitas alegrias na nova etapa de vida que se inicia, as quais estendo à sua esposa D. Ângela, a quem V. Exa. já se referiu anteriormente como "porto seguro com águas bem abrigadas" e a todos os seus; estou convicto de que a participação de D. Ângela foi muito importante na condução de sua missão. Bons ventos e "boas águas". Seja muito feliz!...e, como meu primeiro ato como Comandante da Marinha, ensejado pelos reconhecimento, respeito e admiração, cabe-me a honra e a satisfação de conceder a V. Exa. a Medalha Naval de Serviços Distintos, cuja imposição será efetuada a seguir, e que é uma justa e merecida homenagem.

Tenho confiança no futuro da Marinha e do meu País. Estou certo de que seremos capazes de vencer os mares bravios e de continuar a obra de nossos ilustres antecessores, servindo ao Brasil e aos brasileiros.

Viva a Marinha!

Viva o Brasil!



JULIO SOARES DE MOURA NETO
Almirante-de-Esquadra
Comandante da Marinha

Enviado: Qui Mar 01, 2007 10:48 am
por WalterGaudério
Bravo Zulu Comandante Carvalho.

sds

Walter

Enviado: Qui Mar 01, 2007 10:57 am
por talharim
X2.

Enviado: Qui Mar 01, 2007 3:13 pm
por Marino
Há várias coisas nas duas OD que podem ser discutidas por nós aqui no DB.
Vou propor a primeira:
Da OD do Alte G. Carvalho
O simples cumprimento das Leis dos Royaties do Petróleo resolveria essa questão.

Da OD do Alte Moura Neto
Como agravante, dentro desse quadro restritivo, a maior parte dos recursos provenientes da geração dos "royalties" do petróleo não vem sendo repassada à MB, como determina a lei de sua criação, o que limita o cumprimento de suas tarefas.

Como pode um país não cumprir suas próprias leis?
Ainda mais prejudicando uma das funções fundamentais do Estado, a Defesa Nacional?
Os 2 Almirantes estão somente externando o que a MB vem falando, disciplinadamente, ao longo dos anos.
Aonde estão o MP, Câmara, Senado, CGU, etc, que não zelam pelo cumprimento das leis?

Enviado: Qui Mar 01, 2007 3:18 pm
por talharim
Eu acho que nesse ano de 2007 os Royalties devem ultrapassar 1 bilhão de reais.

Com uma fonte de recursos dessas e aumentando ano após ano a MB teria recursos próprios para se modernizar e se reapalherar..........sem precisar pedir ao governo um centavo a mais sequer.

Enviado: Qui Mar 01, 2007 3:31 pm
por Marino
talharim escreveu:Eu acho que nesse ano de 2007 os Royalties devem ultrapassar 1 bilhão de reais.

Com uma fonte de recursos dessas e aumentando ano após ano a MB teria recursos próprios para se modernizar e se reapalherar..........sem precisar pedir ao governo um centavo a mais sequer.

Os royalties não repassados à MB já ultrapassam mais que o dobro do que você escreveu.
Foram criados pelo Congresso Nacional, pela clara percepção da necessidade de defesa das plataformas de extração de petróleo e das Linhas de Comunicação Marítimas nacionais.
Usar este dinheiro, que seria aplicado no Brasil, criando empregos na indústria de construção e reparo navais, para fazer superávit primário, é crime de lesa pátria.
E ninguém se importa.

Enviado: Qui Mar 01, 2007 3:41 pm
por WalterGaudério
Marino escreveu:Há várias coisas nas duas OD que podem ser discutidas por nós aqui no DB.
Vou propor a primeira:
Da OD do Alte G. Carvalho
O simples cumprimento das Leis dos Royaties do Petróleo resolveria essa questão.

Da OD do Alte Moura Neto
Como agravante, dentro desse quadro restritivo, a maior parte dos recursos provenientes da geração dos "royalties" do petróleo não vem sendo repassada à MB, como determina a lei de sua criação, o que limita o cumprimento de suas tarefas.

Como pode um país não cumprir suas próprias leis?Ainda mais prejudicando uma das funções fundamentais do Estado, a Defesa Nacional?
Os 2 Almirantes estão somente externando o que a MB vem falando, disciplinadamente, ao longo dos anos.
Aonde estão o MP, Câmara, Senado, CGU, etc, que não zelam pelo cumprimento das leis?


Não qvou mudar tua proposta de discusão Marino, mas em rel ao questionamento grifado acima, te lembro que o Brasil(seu governo federal) financia violadores contumazes de nossa constituição/código penal (...) o MST, então tirar da MB o que lhe é de direito, não deve gerar muitas dificuldades lá no Min do Planejamento.

Um outro ponto comentado por vc cita que "o que a MB vem falando, disciplinadamente, ao longo dos anos"

Nossos companheiros da Aeronáutica se comportavam da mesma maneira em rel. ao contingenciamento de verbas para o DESCEA(isso desde 1998) pois é, deu no que deu...

Qdo. na Ativa (e agora tb)sempre questionei essa estória de se preocupar em reclamar disciplinadamente, acho que nós militares(não os da minha geração, da velha guarda), temos que parar urgentemente de ter esse rabo entre as pernas, essas "nove horas" com nossos comandantes civis.

Lembra-te como se comportavam os primeiros Min. militares pós 64 no gov. Sarney?

Era esquisito, mas ninguém falava grosso com o Min. do Exercito o Leônidas Pires Gonçalves. Só o olhar dele já era um chega pra lá.

Não estou dizendo que os Co]mts das FAs devam abandonar o cavalheirismo e fidalguia que lhe competem como ocupantes do cargo.

Mas , se por acaso , memorandos, despachos, ofícios não dão resultados. Então, vamos subir o tom, sem disciplina nenhuma, mas com discrição.

Imagine se o pessoal da FAB se recussar a cumprir uma missão de transporte presidencial lá no GTE. Só cumprindo a missão se verbas contingenciadas para a aquisição de caças por exemplo, for efetivamente liberada.

É só um exercício bem grosseiro. Mas depois de 22 anos(uma geração inteira) e as coisas continuarem desse jeito...

Não prego quebra da disciplina. Mas um "chacoalha" como dizem os mais jovens.

Acho que uma situação como a que a MB se encontra( que considero uma humilhação) de em apenas 4 anos de 18 escoltas oceãnicos ficarmos com virtualmente 13 é demais!

Boas águas ao Alte. Moura Neto.

sds

Walter

Enviado: Qui Mar 01, 2007 3:47 pm
por WalterGaudério
Marino escreveu:
talharim escreveu:Eu acho que nesse ano de 2007 os Royalties devem ultrapassar 1 bilhão de reais.

Com uma fonte de recursos dessas e aumentando ano após ano a MB teria recursos próprios para se modernizar e se reapalherar..........sem precisar pedir ao governo um centavo a mais sequer.

Os royalties não repassados à MB já ultrapassam mais que o dobro do que você escreveu.
Foram criados pelo Congresso Nacional, pela clara percepção da necessidade de defesa das plataformas de extração de petróleo e das Linhas de Comunicação Marítimas nacionais.
Usar este dinheiro, que seria aplicado no Brasil, criando empregos na indústria de construção e reparo navais, para fazer superávit primário, é crime de lesa pátria.
E ninguém se importa.



É isso que é de matar. É uma contradição não apenas com a função de governo de prover as forças de segurança nacionais dos meios nescessários a sua efetiva operaçao, mas é jogar lama no próprio programa de governo proposto pelo partido do atual presidente.

sds

Walter

Enviado: Qui Mar 01, 2007 4:01 pm
por Carcará
Marino escreveu:Há várias coisas nas duas OD que podem ser discutidas por nós aqui no DB.
Vou propor a primeira:
Da OD do Alte G. Carvalho
O simples cumprimento das Leis dos Royaties do Petróleo resolveria essa questão.

Da OD do Alte Moura Neto
Como agravante, dentro desse quadro restritivo, a maior parte dos recursos provenientes da geração dos "royalties" do petróleo não vem sendo repassada à MB, como determina a lei de sua criação, o que limita o cumprimento de suas tarefas.

Como pode um país não cumprir suas próprias leis?
Ainda mais prejudicando uma das funções fundamentais do Estado, a Defesa Nacional?
Os 2 Almirantes estão somente externando o que a MB vem falando, disciplinadamente, ao longo dos anos.
Aonde estão o MP, Câmara, Senado, CGU, etc, que não zelam pelo cumprimento das leis?


Quando eu li o que o Marino escreveu eu pensei em perguntar uma coisa mas depois eu me contive.

Mas depois que eu li o que o Walter (que também foi militar) escreveu:

Walter escreveu:Não prego quebra da disciplina. Mas um "chacoalha" como dizem os mais jovens.


Eu faço uma pergunta: E o que o Almirantado está fazendo para contornar esta cituação? Esperando o MP, Câmara, Senado, GCU, etc???

Enviado: Qui Mar 01, 2007 4:09 pm
por WalterGaudério
Carcará escreveu:
Marino escreveu:Há várias coisas nas duas OD que podem ser discutidas por nós aqui no DB.
Vou propor a primeira:
Da OD do Alte G. Carvalho
O simples cumprimento das Leis dos Royaties do Petróleo resolveria essa questão.

Da OD do Alte Moura Neto
Como agravante, dentro desse quadro restritivo, a maior parte dos recursos provenientes da geração dos "royalties" do petróleo não vem sendo repassada à MB, como determina a lei de sua criação, o que limita o cumprimento de suas tarefas.

Como pode um país não cumprir suas próprias leis?
Ainda mais prejudicando uma das funções fundamentais do Estado, a Defesa Nacional?
Os 2 Almirantes estão somente externando o que a MB vem falando, disciplinadamente, ao longo dos anos.
Aonde estão o MP, Câmara, Senado, CGU, etc, que não zelam pelo cumprimento das leis?


Quando eu li o que o Marino escreveu eu pensei em perguntar uma coisa mas depois eu me contive.

Mas depois que eu li o que o Walter (que também foi militar) escreveu:

Walter escreveu:Não prego quebra da disciplina. Mas um "chacoalha" como dizem os mais jovens.


Eu faço uma pergunta: E o que o Almirantado está fazendo para contornar esta cituação? Esperando o MP, Câmara, Senado, GCU, etc???



A Mb tem que por prerrogativa constiutucional assim como qualquer outra pessoa jurídica de direito público ou privado se submeter a todas as instâncias nescessárias para que seus pleitos sejam atendidos.

Mas está muito difícil. Promete-se os recursos, colocan-se os recursos LOA do ano, e na sequência contigencia-se quase que metade dos recursos(qdo. não mais).

Aí o que temos, duas aeronaves AF-1 em condições de Vôo, apenas um CT...

E O presidente achando que está tudo muito bem obrigado, afinal só quem está se armando são seus amigos (...)

Infelizmente a MB pode fazer muito pouco além do que já faz.

sds

Walter

Enviado: Qui Mar 01, 2007 4:18 pm
por Marino
Caros Walter e Carcará
O Almirantado tem procurado o Presidente, seus Ministros, principalmente a da Casa Civil. Esta última, principalmente, se mostra irredutível na liberação dos royalties, que são liberados normalmente para Estados e Municípios.
Mesmo disciplinadamente, os 2 Almirantes trataram de público a questão, coisa que não vinha ocorrendo. A MB transmitiu, como dito, Ofícios, Memorandos, pediu a intervenção do Ministro da Defesa, etc.
Agora os 2 Almirantes mais antigos reclamaram de público.
O que os jornais de amanhã vão falar sobre isso?
Creio que já é uma mudança clara de postura.
Estou certo nessa interpretação ou estou me enganando?

Enviado: Qui Mar 01, 2007 4:27 pm
por Marino
Marino escreveu:Caros Walter e Carcará
O Almirantado tem procurado o Presidente, seus Ministros, principalmente a da Casa Civil. Esta última, principalmente, se mostra irredutível na liberação dos royalties, que são liberados normalmente para Estados e Municípios.
Mesmo disciplinadamente, os 2 Almirantes trataram de público a questão, coisa que não vinha ocorrendo. A MB transmitiu, como dito, Ofícios, Memorandos, pediu a intervenção do Ministro da Defesa, etc.
Agora os 2 Almirantes mais antigos reclamaram de público.
O que os jornais de amanhã vão falar sobre isso?
Creio que já é uma mudança clara de postura.
Estou certo nessa interpretação ou estou me enganando?

Complementando a nota acima, do texto do Alte G. Carvalho:

Tais questões foram, repetidas vezes, levadas ao conhecimento do Ministro da Defesa, em sucessivos expedientes, e em audiências pessoais. Além disso, sempre que houve oportunidade, levei-as também diretamente ao Presidente da República, bem como a diversos parlamentares e Ministros de Estado que tive o prazer de receber em meu gabinete, e em apresentações que fiz perante as Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional tanto do Senado Federal como da Câmara dos Deputados. As preocupações relativas ao orçamento e ao reaparelhamento foram também apresentadas à sociedade brasileira, por meio de vários artigos publicados na mídia.

Enviado: Qui Mar 01, 2007 4:39 pm
por WalterGaudério
Marino escreveu:Caros Walter e Carcará
O Almirantado tem procurado o Presidente, seus Ministros, principalmente a da Casa Civil. Esta última, principalmente, se mostra irredutível na liberação dos royalties, que são liberados normalmente para Estados e Municípios.
Mesmo disciplinadamente, os 2 Almirantes trataram de público a questão, coisa que não vinha ocorrendo. A MB transmitiu, como dito, Ofícios, Memorandos, pediu a intervenção do Ministro da Defesa, etc.
Agora os 2 Almirantes mais antigos reclamaram de público.
O que os jornais de amanhã vão falar sobre isso?
Creio que já é uma mudança clara de postura.
Estou certo nessa interpretação ou estou me enganando?


Queira Deus q vc esteja certo Marino.

Vamos esperar a repercusão. Vou ficar atento para algum editorial da FSP ou do Estadão.

sds

Walter

Enviado: Qui Mar 01, 2007 5:02 pm
por Carcará
Marino e Walter,

Por favor, não interpretem minhas mensagem como sendo arrogante e descortês. Estou tendo muito cuidado em comentar sobre esse assunto por respeito a vocês e aos vários amigos que tenho na marinha aqui em Salvador e até no Rio.

Porém minha visão (de Civil) e de alguns amigos pessoais (alguns também civis), é que existe um “protesto disciplinadamente burocrático”, se é que vocês me entendem. Esse negócio de conversar com Min. da Defesa (quanto mais Waldir Pires), mandar ofício para fulano de tal, levar ao Lula, entre outros, já se mostrou a muito uma atitude ineficaz. Em outras palavras, parece que entra por um ouvido e sai por outro.

Já passou do momento de uma "chacoalha", como disse o Walter.

Não sei se estou me fazendo entender.

O Walter usou o melhor termo para definir isso tudo: a marinha está sendo humilhada. :evil:

Antes de tudo gostaria de afirmar que não sou a favor da quebra de hierarquia e nem uma Revolução, ou algo parecido (antes que algum engraçadinho fale que estou propondo uma levante na caserna).

Ademais eu louvo a atitude dos dois Almirantes nos seus comentários.

Grande abraço!! :D

Enviado: Qui Mar 01, 2007 6:02 pm
por Marino
Continuando com outro tópico, não que não possamos continuar discutindo o anterior;
Do alte Moura Neto
Considero fundamental dar uma maior visibilidade às atividades da Força, junto à opinião pública, intensificando e dinamizando a comunicação social relativa à nossa atuação. Será vital o convencimento dos brasileiros quanto à importância da "Amazônia Azul", tanto para o crescimento da nossa economia, como em relação à manutenção da soberania nacional.

É o que vários de nós escrevemos a exaustão aqui no DB.
Sociedade convencida, resposta política.