Texto: Risco de um conflito generalizado na América Latina
Enviado: Qua Jan 24, 2007 7:09 pm
Risco de um conflito generalizado na América Latina
Edição de Artigos de Quarta-feira do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com
Por Luciano Blandy
A América Latina corre o risco de um conflito generalizado. A cobrança norte-americana de uma posição de Lula em relação aos movimentos de Hugo Chávez nos coloca em uma verdadeira "sinuca de bico" estratégica. Senão, vejamos:
1 - Lula, como todos sabem, é avesso à leitura e se orgulha disso. A possibilidade de que ele não tenha lido a advertencia, mas tão somente ouvido um resumo de algum assessor (a maioria, lembre-se, ideologicamente alinhado a Chavez e ao Foro de SP) é grande. Isso já nós coloca em risco diante da gravidade da advertência.
2 - Se Lula leu, é muito possível que não tenha entendido o quão graves são as advertências contidas no documento, o que pode ocasionar uma conclusão equivocada, de que tais avisos seriam um blefe americano. Podemos imaginar daí as consequencias dessa conclusão.
3 - O pior de tudo, entretanto, é que se ele leu, entendeu e mesmo assim ainda não tomou posição, perdeu uma chance de colocar o país longe de uma situação que se mostrará de difícil ou impossível solução. Veja:
Na hipótese da Venezuela agredir militarmente a Colombia, os EUA terão que tomar uma posição agressiva em relação à primeira. Para tanto, uma área de imprescindível valor estratégico-militar, é a do Delta do Rio Amazonas - em território brasileiro- que, por seu calado e profundidade, é perfeita para estacionar a marinha americana, de onde poderiam ser lançados ataques para todo o território venezuelano. Em face disso, os EUA deverão exigir uma tomada de posição do Brasil em relação ao conflito. Aí é que as coisas começam a complicar.
Se o Brasil tomar posição favorável aos norte-americanos, cedendo território para o lançamento de ataques, Chavez, que não é bobo, provavelmente irá invocar o pacto de apoio mútuo das américas - tratado internacional que determina que uma agressão à um país das américas obriga o apoio de todos os demais em sua defesa.
Será uma deturpação deste tratado, haja vista que os EUA também são signatários do mesmo, logo, será a agressão de um país das américas em face de outro país das américas, situação em que o tratado, em tese, não se aplica. Diante das últimas atitudes do presidente venezuelano, porém, não é esperar muito essa interpretação do tratado. Invocando tal pacto, podemos esperar uma adesão de Uruguai, Bolivia, Equador, Paraguai e Peru, países liderados por membros do Foro de São Paulo.
Teremos, portanto, que lutar em uma guerra de 3 frentes - Norte, Sul e Leste - situação esta, a qual nossas FFAA, sucateadas e sem investimentos sérios há pelo menos 20 anos, não estão preparadas. Os EUA pouco poderão fazer, já que também estarão envolvidos em um combate em duas frentes, sem mencionar a questão do Iraque.
Lembremos que, em 1944, o até então imbatível poderio militar alemão começou a sucumbir justamente por se colocar em situação em que teve que impingir combate em duas frentes - à oeste, contra os aliados, e à leste, contra os russos que lhe declararam guerra. A dificuldade tática e logistica de uma situação dessas é imensa.
Se o Brasil, por outro lado, tomar posição favorável à Venezuela, é provavel que ocorra uma manipulação para a derrubada de Lula que, se bem sucedida, liberaria o quarto elemento (movimentos sociais, MST, PCC et caterva) dentro de nosso território, que seria também apoiado pelos países acima mencionados, nos levando a conflitos internos que poderiam recrudescer para uma guerra civil, além de ingerência externa, em clara ostilidade à nossa soberania e auto-determinação. Novamente os EUA pouco poderiam fazer para auxiliar, pelos motivos já expostos.
É necessario, portanto, que o Governo brasileiro esqueça seu viés ideológico e dê sinais claros, inequívocos, de que repudia as atitudes ditatoriais de Chavez e que não apoiará suas loucuras expansionistas, rompendo com a onda populista que invade a América Latina e com os designios do Foro de São Paulo e evitando um conflito generalizado que só trará dor e sofrimento ao povo brasileiro e latino-americano.
Como, diante da postura de nosso mandatário, tal atitude se afigura como improvável, resta a nós, o povo brasileiro, torcer para que toda a análise acima exposta se demonstre equivocada, ao mesmo tempo que nos preparamos para tempos difíceis que se avizinham.
Edição de Artigos de Quarta-feira do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com
Por Luciano Blandy
A América Latina corre o risco de um conflito generalizado. A cobrança norte-americana de uma posição de Lula em relação aos movimentos de Hugo Chávez nos coloca em uma verdadeira "sinuca de bico" estratégica. Senão, vejamos:
1 - Lula, como todos sabem, é avesso à leitura e se orgulha disso. A possibilidade de que ele não tenha lido a advertencia, mas tão somente ouvido um resumo de algum assessor (a maioria, lembre-se, ideologicamente alinhado a Chavez e ao Foro de SP) é grande. Isso já nós coloca em risco diante da gravidade da advertência.
2 - Se Lula leu, é muito possível que não tenha entendido o quão graves são as advertências contidas no documento, o que pode ocasionar uma conclusão equivocada, de que tais avisos seriam um blefe americano. Podemos imaginar daí as consequencias dessa conclusão.
3 - O pior de tudo, entretanto, é que se ele leu, entendeu e mesmo assim ainda não tomou posição, perdeu uma chance de colocar o país longe de uma situação que se mostrará de difícil ou impossível solução. Veja:
Na hipótese da Venezuela agredir militarmente a Colombia, os EUA terão que tomar uma posição agressiva em relação à primeira. Para tanto, uma área de imprescindível valor estratégico-militar, é a do Delta do Rio Amazonas - em território brasileiro- que, por seu calado e profundidade, é perfeita para estacionar a marinha americana, de onde poderiam ser lançados ataques para todo o território venezuelano. Em face disso, os EUA deverão exigir uma tomada de posição do Brasil em relação ao conflito. Aí é que as coisas começam a complicar.
Se o Brasil tomar posição favorável aos norte-americanos, cedendo território para o lançamento de ataques, Chavez, que não é bobo, provavelmente irá invocar o pacto de apoio mútuo das américas - tratado internacional que determina que uma agressão à um país das américas obriga o apoio de todos os demais em sua defesa.
Será uma deturpação deste tratado, haja vista que os EUA também são signatários do mesmo, logo, será a agressão de um país das américas em face de outro país das américas, situação em que o tratado, em tese, não se aplica. Diante das últimas atitudes do presidente venezuelano, porém, não é esperar muito essa interpretação do tratado. Invocando tal pacto, podemos esperar uma adesão de Uruguai, Bolivia, Equador, Paraguai e Peru, países liderados por membros do Foro de São Paulo.
Teremos, portanto, que lutar em uma guerra de 3 frentes - Norte, Sul e Leste - situação esta, a qual nossas FFAA, sucateadas e sem investimentos sérios há pelo menos 20 anos, não estão preparadas. Os EUA pouco poderão fazer, já que também estarão envolvidos em um combate em duas frentes, sem mencionar a questão do Iraque.
Lembremos que, em 1944, o até então imbatível poderio militar alemão começou a sucumbir justamente por se colocar em situação em que teve que impingir combate em duas frentes - à oeste, contra os aliados, e à leste, contra os russos que lhe declararam guerra. A dificuldade tática e logistica de uma situação dessas é imensa.
Se o Brasil, por outro lado, tomar posição favorável à Venezuela, é provavel que ocorra uma manipulação para a derrubada de Lula que, se bem sucedida, liberaria o quarto elemento (movimentos sociais, MST, PCC et caterva) dentro de nosso território, que seria também apoiado pelos países acima mencionados, nos levando a conflitos internos que poderiam recrudescer para uma guerra civil, além de ingerência externa, em clara ostilidade à nossa soberania e auto-determinação. Novamente os EUA pouco poderiam fazer para auxiliar, pelos motivos já expostos.
É necessario, portanto, que o Governo brasileiro esqueça seu viés ideológico e dê sinais claros, inequívocos, de que repudia as atitudes ditatoriais de Chavez e que não apoiará suas loucuras expansionistas, rompendo com a onda populista que invade a América Latina e com os designios do Foro de São Paulo e evitando um conflito generalizado que só trará dor e sofrimento ao povo brasileiro e latino-americano.
Como, diante da postura de nosso mandatário, tal atitude se afigura como improvável, resta a nós, o povo brasileiro, torcer para que toda a análise acima exposta se demonstre equivocada, ao mesmo tempo que nos preparamos para tempos difíceis que se avizinham.