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O Fim do Programa Espacial?!

Enviado: Qui Abr 01, 2004 8:35 am
por Slip Junior
AEB sugere acabar com programa espacial se não houver recursos

Brasília - O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Luiz Bevilacqua, sugeriu nesta quarta-feira encerrar o Programa Espacial Brasileiro, caso recursos suficientes para o setor não sejam efetivamente transferidos. "Sabemos que existem outras prioridades. Nossa missão é servir ao País, mas não há como fazer isso de forma adequada sem verbas", afirmou, ao fim de uma reunião do Conselho Superior da AEB.

Em janeiro, foi prometido um aporte de recursos no valor de R$ 106 milhões. Só ontem parte da verba chegou efetivamente aos cofres da AEB. "A avaliação sobre os recursos não é minha, mas de todo o conselho", disse. O apelo para a constância do envio de recursos, afirmou, será transmitido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 15, em reunião do Conselho de Ciência e Tecnologia. "Há um grande empenho da Casa Civil para que recursos cheguem de maneira constante." Bevilacqua argumenta que, sem as verbas, fica impossível contar com a participação da indústria brasileira no Programa Espacial. "Não basta recurso para um ano, apenas."

Nesta quarta, integrantes do conselho discutiram as medidas necessárias para revitalizar o programa. Decidiram iniciar imediatamente uma revisão total dos projetos em andamento. A comissão também definiu a criação de um grupo para refazer as normas de segurança e de procedimento dos projetos. Apontou, ainda, a necessidade de adotar um plano de carreira e iniciar um programa de capacitação de todo o corpo técnico. Uma necessidade urgente, afirmou Bevilacqua, é aprovar uma gratificação de 80% para o corpo técnico. "Nada disso se faz sem dinheiro, daí o nosso apelo."


Fonte: http://www.estadao.com.br/agestado/noti ... /01/20.htm

OBS.: Não é a minha piada de 1º de abril...

Abraços

Enviado: Qui Abr 01, 2004 8:50 am
por Guilherme
Não acredito que irá parar. É um programa importante, pela tecnologia espacial em si e pelas tecnologias que derivam da pesquisa espacial e podem ser aplicadas em outras áreas. Há também o fator econômico, onde podemos utilizar Alcântara para lançamento de satélites de outras nações. Também há os acordos de cooperação com a Rússia e a Ucrânia, acordos esses que nos ajudarão a resolver certos problemas e ter acesso a novas tecnologias.

Por falar em acordos, alguém sabe como ficou o acordo Brasil-EUA para o uso de Alcântara por empresas estadunidenses ? Esse acordo foi cancelado, modificado ou permanece como estava antes ?

Enviado: Qui Abr 01, 2004 9:17 am
por Slip Junior
Conselho Superior da AEB estuda medidas de revitalização do programa espacial
31/03/2004 18:43:30

O Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), reuniu-se hoje, 31/03, para apreciar medidas de revitalização do programa espacial brasileiro. As propostas foram elaboradas com base nas recomendações presentes no relatório do acidente do VLS-1, na responsabilidade da AEB no que tange à política espacial e esforços que podem ser realizados para superar as dificuldades de execução do programa espacial.

Houve consenso no Conselho Superior de que o programa espacial brasileiro é uma prioridade de Estado e que se não houver recursos suficientes para levá-lo adiante com um mínimo de resultados para a sociedade brasileira é preferível encerrá-lo.

Uma das medidas em discussão foram as ações para a revisão de recursos, cujos valores encontram-se em estudo no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). Espera-se que sejam liberados R$ 106 milhões este ano para atividades relacionadas ao VLS e aos compromissos assumidos com a Ucrânia, relativos à utilização do foguete Ciclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

“São valores realísticos, que já foram praticados no Brasil, e que são modestos se comparados a outros países”, afirmou o presidente da AEB, Luiz Bevilacqua. Embora o aporte dê impulso ao programa, Bevilacqua espera que negociações com o MP elevem a quantia em análise a patamares que englobem os investimentos necessários ao desenvolvimento dos satélites CBERS-3 e 4, feitos em cooperação com a China.

O presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e representante do MCT no Conselho, Luiz Miranda, defendeu o aporte como garantia para a continuidade do programa dos satélites sino-brasileiros, um dos mais frutíferos ao país. “Programas espaciais são caros porque trabalhamos no limite da qualidade e da confiabilidade. A questão é definir prioridades, com perenidade de recursos”.

Nelson Cabral, representante do Ministério das Comunicações no Conselho, sugeriu a busca de recursos em fontes alternativas, como o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), Fundo de Telecomunicações (Funtel), ou provenientes da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Gestão

Uma vez que grande parte das necessidades apontadas no relatório do VLS dizem respeito à gestão, ficou decidido entre os conselheiros que a AEB instituirá comissões e grupos de trabalho – compostos por representantes da indústria, de especialistas e da comunidade científica e tecnológica - para acompanhamento de programas ligados à área de veículos lançadores, satélites, e infra-estrutura. “Além de sugerir propostas de ação e encaminhar relatos, esses grupos tornarão a AEB co-responsável ao processo”, afirmou o diretor de Política Espacial da Agência, Lauro Fortes.

Segundo o ex-diretor do Centro Técnico Aerorespacial (CTA), Brigadeiro Tiago Ribeiro, representante pelo Comando da Aeronáutica, a AEB deve executar ações em seu âmbito de atuação, já que embora o relatório do acidente não tenha descoberto causas materiais, enumera uma série de demandas em setores operacionais e de recursos humanos que requerem a participação da Agência.

Enquanto os grupos técnico-gerenciais acompanharão as atividades espaciais, outros atores envolvidos no setor poderão contribuir para as discussões sobre a revisão Sistema Nacional de Atividades Espaciais (Sindae), durante workshop a ser realizado em São José dos Campos (SP) dentro de um mês. Os resultados serão enviados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para encaminhamento à Casa Civil. Espera-se que o Palácio do Planalto anuncie em breve a criação de grupo interministerial para analisar o Sistema.

PNAE

O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) será revisado para incorporar em suas diretrizes as mudanças que têm ocorrido no desenvolvimento do setor. A nova versão abrangerá o decênio 2005/2014. O Conselho sugeriu que, após aprovação do PNAE pelo órgão colegiado, o documento seja encaminhado ao Conselho de Defesa Nacional.

Recursos Humanos

O Conselho Superior decidiu reiterar o pleito para a Gratificação Temporária para o Setor Espacial, capacitação de pessoal e a criação de carreira para a AEB.

Para o diretor da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), Walter Bartels, a indústria tem capacidade para suprir as necessidades de recursos humanos para o programa, dada a alta qualificação dos pesquisadores e tecnólogos ligados à área . “Podemos ajudar na questão da falta de pessoal”. Bartels defendeu ainda o aumento de encomendas às indústrias.


Assessoria de Imprensa da AEB

Fonte: http://www.aeb.gov.br/comunicacao/texto ... _texto=306

Abraços

Enviado: Qui Abr 01, 2004 12:01 pm
por Vinicius Pimenta
Isso é uma forma de fazer pressão no governo e chamar a atenção da imprensa. Não acredito que o programa vá acabar. Se este governo for sério não vai.

Enviado: Qui Abr 01, 2004 1:09 pm
por Marechal-do-ar
Vinicius Pimenta escreveu:Se este governo for sério não vai.

Esse é o problema...

Enviado: Qui Abr 01, 2004 3:58 pm
por SUNDAO
OLA Srs

Alguns Comentários:

1. Este é um caso claro como já citei de criar um fato político. O Guilherme viu isto claramente.

2. Observa-se na nota o quanto serio é intrincado lidar com a gerência de projetos como a postergação e falta de recursos por si só e mesmo um fluxo pré-determinado é mais econômico do que uma gestão a la política do dia-a-dia ( Brasil ).

3. A importância da garantia no fluxo contínuo de investimentos para o estimulo da participação da iniciativa privada - minimizar riscos de investimento.

4. A tentativa de mudança no circulo do poder no projeto.

5. Projetos de pesquisa longos ( alongados ) são muito mais caros e arriscados do que o mesmo projeto seria se fossem atendidos todos os cronogramas de alocação de recursos determinados no planejamento de projeto.

Sundao

Enviado: Sex Abr 02, 2004 11:50 pm
por César
AEB propõe terceirizar fabricação de peças para o programa espacial

Recursos prometidos pelo governo são insuficientes

DA FOLHA CAMPINAS

Após anunciar que pode rever o programa espacial por falta de recursos, o presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Luiz Bevilacqua, disse ontem que o governo pretende terceirizar a produção de equipamentos como lançadores e satélites.

Bevilacqua afirmou, no entanto, que a transferência da atribuição para a iniciativa privada não desafoga o orçamento da agência. "O governo é que compraria os equipamentos. Mas poderemos nos preocupar mais com o desenvolvimentos de outras pesquisas."

Para manter os compromissos fixados pela AEB e dar continuidade ao programa espacial, o chefe da AEB disse que o orçamento, estimado em R$ 100 milhões para este ano, precisa ser triplicado.

Segundo ele, o ministro José Dirceu (Casa Civil) acenou com a liberação de R$ 106 milhões até junho. "Se esse dinheiro não chegar, teremos de rever o programa. Não podemos dar passos maiores que as nossas pernas. Não é mais possível arriscar", afirmou.
(ANA PAULA MARGARIDO)


Fonte: Folha de São Paulo(Notimp FAB)

Abraço a todos

César

Enviado: Sáb Abr 03, 2004 2:29 pm
por Marechal-do-ar
Olha a caca... To até vendo, o foguete prestes a decolar e vem uma mensagem de recall...

Enviado: Sáb Abr 03, 2004 3:00 pm
por César
Programa espacial deve receber o dobro de recursos

RIO - O governo vai dobrar os recursos para o programa espacial brasileiro. O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse ontem que o objetivo é duplicar o orçamento neste ano, atingindo US$ 100 milhões. Inicialmente, estavam previstos cerca de US$ 50 milhões para o programa em 2004, mas há discussões em curso com o Ministério da Defesa para elevar os recursos, seja via orçamento do governo federal ou financiamentos.
O ministro afirmou que a ampliação do volume de recursos para o programa será anunciada em breve pelo presidente Lula. "Desse modo, o Brasil será o único país da América Latina a dar continuidade ao programa espacial", declarou o ministro, que participou do Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Ciência e Tecnologia, no Rio.

Campos disse também esperar que a Lei de Inovação, que fornece base jurídica para parceria entre governo e empresas em pesquisas tecnológicas, seja aprovada pelo Congresso neste semestre. Segundo ele, a lei será um dos principais instrumentos de participação do seu ministério no programa de incentivo à indústria, que prevê recursos de R$ 15 bilhões, anunciado nesta semana pelo governo . "A lei será um marco regulatório na relação da pesquisa pública com as empresas", ressaltou. (Jacqueline Farid)


Fonte: Estado de São Paulo(Notimp FAB)

Com esse dinheiro(100 milhões de dólares), o Brasil estaria investindo cerca de 290 milhões de reais. Bem próximo dos 300 milhões, que a AEB diz que são necessários.

Abraço a todos

César

Enviado: Sáb Abr 03, 2004 7:41 pm
por FinkenHeinle
:lol: :wink: :P :D

Opa, boa notícia na área!!!

Espero que, agora com recursos necessários, a AEB possa fazer boa gerência desses, pois a gerência do Programa Espacial Brasileiro foi amadora até aqui...