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Aeronáutica responsabiliza comandante do Legacy
Segundo o ministério, o transponder do jato foi desligado propositalmente pelo piloto Joseph Lepore, o que o tornou invisível para o Boeing da Gol
Tânia Monteiro
SÃO PAULO - A Aeronáutica está convencida de que o piloto do jato Legacy, Joseph Lepore, foi o responsável pelo maior acidente da história brasileira, o choque no ar com o Boeing da Gol, que matou 154 pessoas. Acredita também que tudo foi provocado porque, embora o jato dispusesse de um sofisticado sistema anticolisão, o transponder que permitiria seu funcionamento estava inoperante. E mais: que Lepore, por razões não explicadas, deixou de responder aos sete chamados feitos pelos controladores de vôo para o avião da Embraer - cinco do Cindacta de Brasília e dois do Cindacta de Manaus - a fim de saber se ele voava na altitude estabelecida pelo plano de vôo, assinado pelo próprio piloto.
O Legacy saiu de São José dos Campos (SP), em direção a Manaus, na altitude de 37 mil pés. Em cima de Brasília deveria passar para 36 mil pés, conforme o plano de vôo. Deveria, também, entrar em contato com o controle aéreo de Brasília, para avisar que efetuou a mudança. Mas não o fez, sob a alegação, considerada “impossível” pela Aeronáutica, de que não conseguiu falar com o comando de Brasília, o local mais vigiado do País. Estranhamente, o transponder inoperante voltou a funcionar instantes depois do choque com o avião da Gol, assim como o rádio de comunicação.
O Legacy e o Boeing da Gol estavam na mesma aerovia. O avião da Gol voava na altitude autorizada pelo controle, de 37 mil pés. O Legacy seguiu nos mesmos 37 mil pés autorizados até Brasília, e não desceu para os 36 mil pés.
Investigação
A informação que responderia uma das principais dúvidas sobre as causas do acidente não foi registrada. Por uma opção dos engenheiros da Embraer, fabricante do Legacy, o funcionamento do transponder não estava acoplado à caixa-preta do jato. Com isso, ficará mais difícil descobrir se o aparelho apresentava pane no momento da colisão, como sugerem os pilotos americanos, ou se ele foi desligado propositalmente, conforme suspeitam peritos da Aeronáutica.
Trocas de altitude
Um outro dado que surgiu na investigação e será apresentado esta semana, quando a Aeronáutica pretende divulgar um relatório preliminar para famílias das vítimas, é de que o piloto do Legacy deveria trocar de altitude não apenas uma, mas duas vezes. A primeira vez, em Brasília, descendo de 37 mil pés para 36 mil pés. A segunda, cerca de 40 minutos depois de passar pela capital federal, para 38 mil pés.
Essa segunda troca deveria ocorrer num ponto da carta aeronáutica chamado Teres, cerca de 500 quilômetros a noroeste de Brasília. Teres fica bem antes do local onde houve o choque - pelo menos 20 minutos -, a Serra do Cachimbo, no Pará. Mas, exatamente pela distância em relação ao local do choque, autoridades descartaram a possibilidade de o colisão ter acontecido pelo fato de o piloto do Legacy estar fazendo a segunda mudança de altitude.
As versões da história
Plano de vôo: No Brasil, os aviões são monitorados o tempo inteiro por radares quando estão acima de 7,6 mil metros de altitude. Antes de sair dos aeroportos, os pilotos recebem um plano de vôo com a rota de destino. Nela está determinada a altura que o avião tem de trafegar e a velocidade.
O que aconteceu: O Legacy saiu de São José dos Campos (SP), em direção a Manaus, na altitude de 37 mil pés. Em cima de Brasília deveria passar para 36 mil pés, conforme o plano de vôo. Deveria, também, entrar em contato com o controle aéreo de Brasília, para avisar que efetuou a mudança.
O que a tripulação diz: Lepore e o co-piloto Jean Paul Palladino disseram à polícia de Mato Grosso que tinham autorização da torre de Brasília para efetuar o plano de vôo a 37 mil pés (11 mil metros) de São José dos Campos (SP) até Manaus, onde fariam escala antes de seguir para os Estados Unidos. Eles também afirmam não ter conseguido falar com o comando de Brasília.
O que a Aeronáutica diz: Os oficias da Aeronáutica afirmam que é impossível que a torre de Brasília tenha dado essa autorização, pois seria como autorizar alguém a trafegar na contramão. "A partir de Brasília, há mudança de proa (a direção do avião)", disse um deles. A proa do Boeing indicava que ele devia voar em altitudes ímpares e a do Legacy, em pares.
Os oficiais também consideram “impossível” a alegação da tripulação do Legacy de não ter conseguido falar com o comando de Brasília, o local mais vigiado do País.
Espaço aéreo: O espaço aéreo brasileiro é dividido em aerovias, espécies de avenidas imaginárias desenhadas a cada 304 metros de altitude, com sentidos alternados. Cada piloto segue por uma rua diferente, de mão única, justamente para evitar colisões frontais. “A única zona mais perigosa é nas proximidades dos aeroportos, quando o trânsito de aviões é muito intenso”, diz o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero).
O que aconteceu: O Legacy e o Boeing da Gol estavam na mesma aerovia, a UZ6. O avião da Gol voava na altitude autorizada pelo controle, de 37 mil pés. O Legacy seguiu nos mesmos 37 mil pés autorizados até Brasília, e não desceu para os 36 mil pés.
O que a Aeronáutica diz: A tripulação não poderia ter feito isso, ainda que não tivesse conseguido comunicação, advertem oficiais da Aeronáutica. “A regra é universal. Ela é a mesma para todos os países do mundo. Se não conseguir falar com a torre, cumpra seu plano de vôo”, observou um oficial. Ele lembrou que no oceano não há radares e não se tem notícia de choques de avião sobre o mar. “Não há desculpa.”
Equipamentos anticolisão: Tanto o Legacy fabricado pela Embraer quanto o Boeing 737-800 da Gol são aviões com equipamentos anticolisão, os chamados Traffic Alert and Collision Avoidance System (TCAS). Eles têm antenas no nariz ao avião e captam o sinal de outro equipamento, o transponder.
O transponder emite um sinal, que, por sua vez, é captado pelo radar de controle de tráfego aéreo. O TCAS utiliza o mesmo sinal para identificar aeronaves e estabelecer se existe algum rumo de colisão. Quando há choque à vista, o TCAS informa ao piloto qual a manobra que terá de realizar. A antena do TCAS transmite os dados para um monitor no painel de controle.
O que aconteceu: Por algum motivo, os sistemas anticolisão dos aviões não alertaram os tripulantes sobre o acidente que estava por vir.
O que a Aeronáutica diz: Para os oficiais brasileiros, o piloto do jato desligou propositalmente o transponder, durante 15 minutos. O aparelho só voltou a ser ligado após a colisão. Sem o transponder, que provavelmente estava desligado no momento do choque, o Legacy apareceria nas telas do Boeing da Gol como se fosse um sinal fantasma, o que explicaria o acidente. Com o aparelho desligado, o que é possível fazer, o sistema anticolisão (TCAS) também deixa de funcionar.
A Aeronáutica suspeita que o piloto do Legacy tenha desligado o transponder para voar mais alto.
O que a tripulação diz: Os dois tripulantes do Legacy apontam falha no sistema anticolisão do jato da Embraer, e afirmam que, por motivo desconhecido, o alarme não disparou. O fato de o equipamento ter voltado a funcionar após a colisão faz com que a hipótese de falha no transponder seja muito pequena.
fonte: “Estadão” 07 de outubro de 2006 - 16:13
Um abraço e até mais...
FAB responsabiliza cmte. do Legacy - informa o "Estadão
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Prezado jambockrs, vamos concentrar o debate desse tema no tópico "Gol 1907", cujo link segue abaixo:
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Um abraço.
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