Estão os americanos a cercar o Brasil?

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Estão os americanos a cercar o Brasil?

#1 Mensagem por pt » Sex Fev 13, 2004 10:33 pm

Imagem
Sempre foi tradição norte-americana cercar os seus potênciais adversários. Aconteceu com a antiga URSS e acontece hoje com o Irão.

Aqui há uns tempor falou-se da possibilidade de os americanos aumentarem a sua cooperação com a Colombia, podendo essa cooperação chegar á instalação de uma base naquele país para apoiar os Colombianos na sua luta contra o terrorismo.

Mais recentemente, houve alguns contactos entre os Estados Unidos e o Paraguai.

Em vários circulos, nomeadamente os mais atentos ao pensamento dos neo-republicanos nos estados unidos, tornou-se evidente que o golfo da guiné se transformou numa zona vital para os interesses norte-americanos (quer dizer: interesses petroliferos).

De aí que nalguns circulos militares não se descarta a possíbilidade de colocar uma base norte-americana em S. Tomé.

Desde S.Tomé, dada a localização estratégica do arquipelago, pode-se controlar todo o golfo da Guiné e garantir o transporte do petroleo para os Estados Unidos.

Observando o mapa resultante, de aqui se pode concluir, que estará em curso um processo de "cerco" idêntico.

Será apenas impressão ?

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#2 Mensagem por Malandro » Sex Fev 13, 2004 11:04 pm

No mínimo para mim isso é neurose .:-s




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#3 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Fev 13, 2004 11:25 pm

Realmente malandro, os americanos são tão bonzinhos, nunca maltratam ninguem, não matam outras pessoas com guerras, ajudam todos os que necessitam, não cobram royaltes excessivos dos africanos portadores de aids e outras coisas do tipo, né? Por que teme-los?




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#4 Mensagem por VICTOR » Sáb Fev 14, 2004 12:30 am

Salve pt, é bom tê-lo conosco,

Quando li essa notícia sobre o Paraguai, fiquei preocupado, porque reflete nosso grande medo: já que nós colocamos ordem na casa, o ianques vêm e põem (ou usam isso como desculpa para outras coisas). E o Brasil está fabricando urânio de maneira moderna e eficaz, o que pode servir de pretexto também.

Quanto ao Golfo da Guiné, o óleo diz tudo. Mas não acho que tenha a ver com cercar o Brasil, porque a distância é muito grande. Esse mapa foi você que fez? Essas conversas sobre o cerco ao Brasil estão acontecendo por aí em Pt?




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Brasileiro
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#5 Mensagem por Brasileiro » Sáb Fev 14, 2004 11:30 am

Se eles (EUA) começar a enxer o saco dos Brasileiros, e quizerem começar a entrar por terra, invadir espaço aereo, nois vai ficar cabrera, e vai acontecer que nem na China (tão lembrados), um aviao patrulheiro Americano entrou na China, e os chines interceptaram, e fizeram eles descer, ate que o piloto de caça chines morreu... Deu o maior rolo, voces lembram? Os americanos ficaram chorando aos pes da China para eles devolverem "pelamordeDeus" o aviao, ai a China parece que ñ quis devolver, e acabou devolvendo desmontado. Deu o maior rolo...

:x :x :x Então é bom eles ficar esperto com esse negocio de ficar enchendo o saco dos paises que nao lhe fizeram nada. :x :x :x




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Guilherme
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#6 Mensagem por Guilherme » Sáb Fev 14, 2004 12:08 pm

O Brasil compra 65 % de tudo que o Paraguai exporta, seria interessante o Brasil exercer uma leve "pressão" para que o governo paraguaio não permita a instalação de bases americanas em seu território. Se o Paraguai quer que continuemos sendo seu principal parceiro comercial sem empecilhos, não deve tomar atitudes que nos deixe em situação desconfortável.

Pode até ser uma política externa agressiva caso o Brasil tome essa atitude, mas eu acho que também temos que falar grosso, às vezes.




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#7 Mensagem por Malandro » Sáb Fev 14, 2004 12:15 pm

Contunuo afirmando que é neurose . Os EUA sempre tiveram interesse de instalar bases ao redor do mundo e mesmo que agora não tenham motivos para nos cercar , o foturo a Deus pertence como les sabem muito bem . Paciência mas agora realmente não há motivos para que les nos invadam .




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#8 Mensagem por César » Sáb Fev 14, 2004 3:01 pm

Olá PT(não o partido, hehe) :wink:

Sabe, eu estava pensando a mesma coisa que você a algum tempo atrás, a respeito do Irã. Se me permitem, gostaria de fazer uma breve análise. Olhem só:

A chamada "Guerra contra o Terror", começou em 11 de setembro de 2001, no famoso ataque ao WTC e ao pentágono. Na época, o Oriente Médio assistia a presença de bases estadunienses em alguns países da região, entre eles, Arábia Saudita, Kuait, Turquia, Jordânia(acho) e Israel. No caso específico do Irã, ele não tinha muito que se preocupar, se fosse comparado a alguns outros países, como Síria e Iraque. Iraque assistia a sua fronteira com bases americanas no Norte(Turquia), Sul(Kuait e Arábia Saudita), Jordânia e estava próximo de Israel. O Irã, porém, só tinha fronteira direta com a Turquia.

Pois bem, em outubro o Afeganistão é atacado e derrotado em menos de um mês. 2 anos depois é a vez do Iraque. Olhem agora o que aconteceu com o Irã! Bases americanas na Afeganistão, Iraque, Turquia, e inflência no paquistão, após a Guerra do Afeganistão que aproximou Washington e Islamabad.

"E daí César?". A Guerra contra o Terror é, ao meu ver, um mero pretexto para os EUA atingirem seus objetivos por meio de intervençao militar, intervenção essa antes impossível por falta de argumentos. Agora é fácil encontrar argumentos, fala-se que o Estado em questão apoia o terrorismo, que fabrica armas de destruição em massa(Vide Iraque), que é uma ameaça ao "mundo livre".
A sequência de invasões parece ser feita de forma coordenada e lógica, para se ter bases prontas para uma futura invasão. O Irã está cercado agora, antes não estava. Será só coencidência? Ou será que essas invasões estão sendo feitas em uma sequência que possibilite futuras invasões?

São só suposições e conjecturas, lógico, mas eu não duvido nem um pouco, que o Irã será o provável alvo na Guerra contra o Terror, caso o Bush ganhe a eleição. Essa é a política externa deles, "intervenções preventivas" é a moda do momento lá pro norte do atlântico......

Não sei ao certo se as instalações dessas bases militares americanas na América do Sul seriam feitas para um possível uso contra o Brasil, a longo prazo. Eu acredito que possa existir uma chance, mesmo que pequena, disso acontecer em, digamos, 20, 25 anos, quem sabe? O futuro a Deus pertence, como o Malandro mesmo disse.
O fato é que eles tem que, para dar continuidade a essa política, ter bases ao redor do Globo para defenderem seus interesses e intervirem se necessário. Eu digo, guerras aparecem do nada em questão de dias, crises aparecem do nada. O que os americanos aparentemente estão tentando fazer com a "Guerra contra o terror" é criar essas crises de maneira lógica e espaçada para poderem defender os seus interesses pelas operações militares, ou mesmo adquirir vantagens pela dissuasão e utilização política de suas poderosíssimas FA´s.

É melhor abrir o olho Brasil, mesmo que essa suposta invasão nunca ocorra. Não sabemos o que acontecerá no dia de amanhã, principalmente agora, com um mundo monopolar, onde a única superpotência faz a guerra contra todos a hora que quiser.....

Abraço a todos! 8)

César




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#9 Mensagem por SUNDAO » Seg Fev 16, 2004 1:50 am

Ola SrS

Além da descoberta feita há algum tempo creio que pelo DoD americano que mesmo sendo a nação mais poderosa do mundo os EUA não poderia eficazmente projetar poder por todo o mundo por questões de logística. Como falei as novas bases em algumas regiões eram extremamente necessárias.

Uma outra razão pode vir de um documento também publicado ha algum tempo que fala efetivamente das necessidades de petroleo dos Americanos nos proximos 20 anos.

Segundo este dicumento eles deveriam buscar intensamente novos mercados produtores (ARGENTINA E NÓS ) bem como garantir o livre fluxo de petróleo para eles de qualquer parte do mundo.

Deu para ter uma idéia do que eles estão fazendo ?

Garantir o fluxo de "energia" para manter o seu desenvovimento continuo tambémno futuro. Afinal para que se gasta tanto com forças armadas ? Só para dissuassão ?

Srs apresento-lhes um novo uso para elas não apenas reprimir traficantes internacionais de drogas, ajudar no desenvolvimento de regiões inóspitas, abrir e manter estradas, distribuir alimentos ou ganhar a batalha contra os insetos da dengue ! Eles também servem para garantir "pacificamente" se possível os interesses do país.

Sundao




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#10 Mensagem por pt » Seg Fev 16, 2004 12:44 pm

Imagem

Neste mapa pode-se ver que:

Os americanos têm cinco esquadras no mundo.

Se verificarem, estão assinalados, com bandeiras os países que têm alguma capacidade de projecção estratégica. As áreas de acção das várias esquadras americanas são condicionadas pelas bases que podem apoiar as esquadras. Assim, há bases no pacifico, no oceano indico, no mar mediterrâneo.

Ora, o atlântico sul, é o unico lugar do planeta onde os Estados Unidos não têm uma presença continua de uma esquadra, e também o unico lugar onde eles não estão, e onde existe uma das nações com alguma capacidade de prjecção de força, através da sua marinha (e aqui não vamos falar das questões de operacionalidade maior ou menor).

A realidade é que é assim. Ao colocar uma base no golfo da Guiné os Estados unidos estarão a permitir um aumento da área de acção da sua 2ª Esquadra.

A 2ª esquadra pode deslocar-se mais para sul, enquanto que a 6ª esquadra do mediterrâneo, pode perfeitamente passar a tratar do atlântico oriental, uma vez que os Europeus têm tendência a ter cada vez mais autonomia nesse aspecto.

A minhq pergunta não tem nada de alarmista, é apenas a expressão de uma movimentação que me parece começar a fazer sentido dentro das cabeças pensantes do pentágono.

Isto como é óbvio, não quer dizer que os americanos estejam a pensar invadir alguém. Eeles também não estão a pensar invadir a China, apenas garantem que a China é "contida" e que não tem ideias sobre por exemplo Taiwan.

Com os problemas no golfo pérsico, os norte americanos estão a pensar em acrescentar fontes alternativas de combustível fóssil. Mas ao mesmo tempo, acabam também garantindo que o que há será para eles, que com menos de 5% da população mundial consomem 40% do combustível existente.

Se os outros países quiserem o seu quinhão proporcional de combustível vão busca-lo onde?

O golfo da Guiné, é o lugar onde naturalmente os países da América do Sul podem ir buscar petróleo (além da Venezuela e das proprias explorações Brasileiras). É o lugar mais próximo.

Ao mesmo tempo, a colocação de uma base naquela área, tornará a capacidade militar Brasileira, irrelevante, em termos de controlo oceânico.

Hoje os americanos não podem mandar uma esquadra para "mostrar bandeira para o Atlântico Sul, porque eles sabem que sem uma base organizada, isso sería uma "ameaça de papel", e além disso saíria muito caro.

A provável rejeição, no programa FX de produtos americanos e eventualmente uma opção por um produto Russo que implica uma certa independência do Brasil e da America do Sul, relativamente aos E.U.A. é vista pelos neo-republicanos como uma potêncial ameaça no que eles consideram uma especie de quintal, para o qual nnunca ligaram muito em termos de defesa, dado proporcionalmente a America do Sul sempre ter estado armada com equipamentos de segunda, normalmente coisas em segunda-mão que não oferecem qualquer ameaça válida.

Mesmo que a opção pelo FX seja pelo Mirage, os Americanos também não ficam especialmente contentes.

Portanto, esta não é uma visão alarmista, é apenas uma análise geo-estratégica.

Cumprimentos




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#11 Mensagem por FinkenHeinle » Seg Fev 16, 2004 1:54 pm

Olá PT,

Creio que, pela forma como as forças navais americanas estão dispostas, abre-se um vácuo, no Atlântico Sul, e no Pacífico Sul, de uma "OTAS", abrangendo Brasil, África do Sul, Argentina, Chile, e por aí vai, contrapondo o poder e influência americanos na região...

O que achas???




Atte.
André R. Finken Heinle

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Re: Estão os americanos a cercar o Brasil?

#12 Mensagem por Fernando Gaspar » Dom Jul 04, 2004 9:35 am

pt escreveu:Imagem

Sempre foi tradição norte-americana cercar os seus potênciais adversários. Aconteceu com a antiga URSS e acontece hoje com o Irão.

Aqui há uns tempor falou-se da possibilidade de os americanos aumentarem a sua cooperação com a Colombia, podendo essa cooperação chegar á instalação de uma base naquele país para apoiar os Colombianos na sua luta contra o terrorismo.

Mais recentemente, houve alguns contactos entre os Estados Unidos e o Paraguai.

Em vários circulos, nomeadamente os mais atentos ao pensamento dos neo-republicanos nos estados unidos, tornou-se evidente que o golfo da guiné se transformou numa zona vital para os interesses norte-americanos (quer dizer: interesses petroliferos).

De aí que nalguns circulos militares não se descarta a possíbilidade de colocar uma base norte-americana em S. Tomé.

Desde S.Tomé, dada a localização estratégica do arquipelago, pode-se controlar todo o golfo da Guiné e garantir o transporte do petroleo para os Estados Unidos.

Observando o mapa resultante, de aqui se pode concluir, que estará em curso um processo de "cerco" idêntico.

Será apenas impressão ?

Cumprimentos


Concordo com esta possibilidade hoje não existe ameaça concreta, porém caso haja interesse em algum tempo todos os meios militares estão posicionados como um jogo de xadrez.

O melhor meio para evitar tal desfecho é estar sempre um passo a frente, como nossas forças militares não suportam uma Investida dos EUA, temos como melhor defesa à amizade sólida, característica do brasileiro, com os paises da região.




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#13 Mensagem por pt » Qui Jul 08, 2004 7:10 pm

Eu acho que os países não têm amigos, só têm interesses.

E a impressão com que fico é a de que os americanos consideram que existe, com a disposição mostrada nos mapas, uma espécie de vácuo.

O que mai suma vez, nos leva aos conceitos e leis de posicionamento estratégico.

Cumprimentos




Anonymous

#14 Mensagem por Anonymous » Sex Jul 16, 2004 11:21 pm

Estão sim. No site http://www.farolbrasil.com.br vc pode se informar. falow




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Paisano
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#15 Mensagem por Paisano » Dom Jan 02, 2005 11:17 pm

Estudo do Exército detecta "cinturão" militar dos EUA

Fonte: DEFESANET

Brasil perde capacidade de projetar poder na região, diz relatório

RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO


Relatórios do CIE (Centro de Inteligência do Exército), em Brasília, revelam que o Exército brasileiro mapeou a presença militar dos Estados Unidos na América do Sul. Os três estudos, feitos em 2002, indicam que pelo menos 6.300 militares norte-americanos estavam baseados ou realizaram operações no continente entre 2001 e 2002.

Os militares americanos construíram pistas de pouso em cidades próximas do Brasil, no Paraguai e na Bolívia, instalaram radares e bases aéreas em nove localidades do Peru, montaram destacamentos e inscreveram dezenas de soldados em cursos preparatórios para combate em selva e contra o narcotráfico em diversos países sul-americanos.

Trechos e dados desses relatórios de inteligência do CIE -um deles intitulado "Presença dos Estados Unidos na América do Sul"- são a base do trabalho do coronel de infantaria José Alberto da Costa Abreu apresentado em novembro de 2002 na Eceme (Escola de Comando e Estado Maior do Exército), no Rio, para a conclusão do seu curso de especialização em Política Estratégia e Alta Administração Militar.

"Os principais reflexos para o Brasil da expressiva presença norte-americana nos países da América do Sul são: diminuição da capacidade brasileira de projetar poder em âmbito regional e a existência de um "cinturão" de instalações norte-americanas próximas às fronteiras brasileiras, principalmente na região amazônica", conclui o estudo do coronel.

Um coronel de engenharia do CIE foi o orientador do trabalho.

O CIE é o principal órgão de inteligência do Exército. É um órgão de assessoramento do comandante, no mesmo nível do Gabinete do Comandante e da Consultoria Jurídica.

No regime militar, então chamado de Centro de Informações, ficou conhecido por planejar o combate à guerrilha do Araguaia, no início dos anos 70.

Mestrado

A Eceme é a mais alta escola de formação dos oficiais do Exército, correspondendo ao mestrado no ensino civil.

Os relatórios do CIE utilizados pelo coronel apontam que, em número de militares, a presença americana mais expressiva ocorria, em 2002, na Bolívia. Pelo menos 5.000 homens dos Estados Unidos atuavam no país, que mantinha também a maior embaixada do continente, com 900 funcionários.

Além disso, soldados das forças especiais dos EUA "procuram levantar possíveis focos de grupos armados que possam, resistir às ações contra o narcotráfico" principalmente nas regiões cocaleiras de Chapare e Yungas, onde o governo boliviano colocou em prática, na década de 90, um plano de destruição das áreas de cultivo da coca, o "Plano Dignidade".

Desde 1999, a população indígena da região, que reivindica o direito ao cultivo tradicional da planta, tem reagido contra o plano de ocupação militar da região. O líder da oposição no país, Evo Morales, é da região.

Vôos clandestinos

"Existem, na Bolívia, diversas instalações de radar e de comunicações inseridas no sistema de comando e controle (C2) do Comando Sul dos EUA, destinadas a rastrear vôos clandestinos e a coordenar as atividades de combate ao narcotráfico. A operação e a manutenção desses equipamentos são feitas por técnicos norte-americanos", diz o estudo.

O Comando Sul, ligado ao Departamento de Defesa e com sede em Miami, estabelece e executa a política militar americana para a América do Sul.

A Colômbia, com atividade de pelo menos 500 militares norte-americanos, de acordo com o estudo, autoriza que militares do 7º Grupo das Forças Especiais dos Estados Unidos conduzam treinamentos em três batalhões colombianos antinarcóticos. O país tem recebido "mais assistência militar e policial dos EUA em treinamento, equipamento e armamento do que toda a América Latina e Caribe juntos". O Congresso americano autorizou recentemente o emprego de 800 militares na Colômbia.

Em 2001, 400 americanos teriam participado de um exercício na Argentina, e 465, em dois exercícios no Paraguai.

Assistência social

As atividades no Paraguai se estenderam por três meses (de abril a junho), na forma das chamadas Aciso (Ações Cívico-Sociais), cujo objetivo formal é prestar assistência social às famílias pobres.

Entre 1996 e 1997, segundo o estudo do coronel, foram construídas pistas de pouso nas cidades fronteiriças com o Brasil Pedro Juan Caballero, Salto del Guairá e Coronel Oviedo.

No Equador, funciona a única Localidade de Operações Avançadas (FOL, em inglês) dos norte-americanos no continente. Por um acordo de cooperação de novembro de 1999, o governo equatoriano autorizou o uso americano da Base de Manta, na província de Manabi, que emprega quatro aviões grandes e quatro aviões médios. Um deles, o P-3 Orion, "é dotado de equipamentos óticos, acústicos e infravermelhos e os dados obtidos devem ser compartilhados com a inteligência da Força Naval equatoriana".

Região amazônica tem operações

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Operações militares na região amazônica, exercícios para missões de paz e intercâmbio com oficiais americanos são os principais investimentos do governo dos Estados Unidos no Exército e em órgãos de segurança do Brasil.

Entre 1996 e 2002, de acordo com base de dados do Banco Central fornecida à CPI do Banestado, pelo menos R$ 11 milhões foram remetidos pelo governo norte-americano para contas bancárias de delegados da Polícia Federal brasileira. Parte do dinheiro foi destinada a financiar a Operação Cobra, realizada pela Polícia Federal na fronteira com a Colômbia para combate ao narcotráfico.

O Exército, em seu site na internet, divulga que o Exercício Forças de Paz, realizado anualmente, é "patrocinado pelo Comando Sul do Exército dos Estados Unidos". O de 2003, realizado em Buenos Aires, na Argentina, reuniu militares da Bolívia, do Brasil, do Chile, da Colômbia, do Equador, do Paraguai, do Peru, do Uruguai e da Venezuela.

Outra tese apresentada na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, sediada no Rio, permite conhecer uma visão americana sobre o assunto.

No estudo intitulado "A história das relações internacionais dos Estados Unidos e a luta contra as drogas", o major de infantaria do Exército americano Frederick Stephen Barrett, aceito como aluno da instituição como parte do intercâmbio entre os dois países, afirma que o Brasil é mais reticente aos americanos do que outros países do continente.

"Embora alguns países realmente tenham recebido com bom grado o envolvimento de tropas americanas na guerra contra as drogas, o Brasil considera qualquer envolvimento direto de tropas americanas como uma ameaça à soberania nacional. Portanto, o assunto nem mesmo é discutido", escreve o major.

"Os brasileiros são inflexíveis em relação a não extraditar cidadãos brasileiros para os Estados Unidos por causa de transgressões relativas a drogas", descreveu Barrett.




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