Noventa anos da aviação Naval (com novidades para o AF-1)
Enviado: Qua Set 06, 2006 10:36 am
Na sexta-feira dia 1° de Setembro, sob um céu parcialmente coberto de nuvens, a Força Aeronaval da Marinha comemorou em São Pedro da Aldeia seu 90° aniversário de criação.
”A Marinha do Brasil foi responsável por uma série de feitos importantes para a aviação brasileira naquele momento. O primeiro militar brasileiro a tirar o brevê na França ainda em 1911 foi o Capitão-Tenente Jorge Henrique Mooler. O Aero-Clube Brasileiro, fundado em outubro daquele, teve como primeiro presidente o Almirante José Carlos de Carvalho. Apenas dez anos após o vôo pioneiro de Alberto Santos-Dumont a Marinha deu o passo ousado de admitir que o futuro da defesa da nação passava necessariamente pelos céus, além do mar e da terra, sendo então fundada a Escola de Aviação Naval em 23 de agosto de 1916.”
A cerimônia foi encabeçada pelo Comandante da Marinha, Almirante Roberto de Guimarães Carvalho e contando com a presença do Almirante Janot, Comandante de Operações Navais, e de muitos outros oficiais generais da MB.
O evento começou com a passagem em revista pelos Comandante da Marinha das tropas perfiladas no pátio em frente ao palanque, seguindo com a leitura da Ordem do Dia do Comandante da Força Aeronaval, Contra-Almirante Mauro França de Albuquerque Lima.
Nela ele ressaltou o pioneirismo e a visão de longo prazo da Marinha naquele momento crucial da história e imediatamente procedeu-se à entrega das Medalhas do Mérito Naval aos civis, oficiais e praças que se destacaram no ano que passou. Durante esta entrega dos diplomas, os gaiteiros de foles dos Fuzileiros Navais com as suas casacas vermelhas tocaram, evocando claramente a herança cultural da MB para com os muitos almirantes ingleses que vieram para o Império Brasileiro ajudar a fundar a nova arma segundo o modelo mais avançado que existia naquele momento no mundo, a Royal Navy britânica.
A Guarda de Honra da Marinha, com seus uniformes clássicos com polainas encabeçou o desfile, em seguida marcharam os veteranos e o pessoal de todos os esquadrões baseados em São Pedro d'Aldeia. Simultaneamente à parada, mostrou-se a primeira grande novidade deste evento: dois caças AF-1A (A-4KU) Skyhawk sobrevoaram a pista em posição de pré-contato para reabastecimento "buddy-buddy"com a mangueira desenrolada e um Revo foi simulado. "Esta foi a primeira vez que esta capacidade foi exposta em público por aviões da Marinha.”
A parada aérea continuou com uma impressionante revoada de quinze helicópteros da Aviação Naval. Foram cinco Bell Jet Rangers do HI-1 seguidos por cinco Super Lynx AH-11A , quatro Esquilos do HU-1 e um Super Puma do HU-2 fechando o desfile. Encerrando a cerimônia militar, houve uma seqüência de exibições aéreas marcantes que fecharam o evento. Três Bells demonstraram vôo em formatura de precisão a poucos metros de altitude em frente ao palanque. Depois uma par de Super Lynx "bailaram" nos céus, se movendo em precisa coordenação fazendo inclusive uma coluna com um dos helicópteros praticamente colocado sobre o outro em vôo. O Super Puma escoltado por um Esquilo fez uma demonstração de desembarque de comandos do GruMec (Mergulhadores de Combate) usando o método "Fast Rope" em seguida os comandos demonstraram uma ataque com munição de festim que encantou a garotada.
A exibição estática apresentava um AF-1 monoplace ao lado de um Helibrás Esquilo monoturbina, um SH-3 Sea King com as pás do rotor devidamente dobradas ao lado de um veterano helicóptero Westland Widgeon perfeitamente conservado e de um a réplica de um biplano hidroavião. A outra grande surpresa presente foi o Esquilo Bi HB-355 (UH-13 na Marinha do Brasil) que em breve será doado à Armada do Uruguai conforme decisão do Governo Brasileiro. Este helicóptero foi totalmente revisado e já se encontra completamente pintado em suas novas e vistosas cores.
O Comandante da Marinha comentou em entrevista para a ALIDE que todas as nossas Forças Armadas estão sempre preparadas para auxiliar a Polícia Federal e as polícias militares estaduais no combate ao crime organizado e ao tráfico de armas e de drogas. Isso ocorrerá toda vez que o governo assim determinar, embora, as Forças Armadas não tenham este tipo de atividade como uma de suas principais diretrizes operacionais.
Sobre o programa de submarinos da Marinha, o Almirante respondeu: "o próximo modelo a ser adquirido terá característica de navegação oceânica, ou seja, um alcance bem superior aos U209 que são modelos otimizados para uso próximo ao litoral. Este próximo submarino está na fase de determinação de financiamento internacional e, por ser fabricado aqui no Arsenal de Marinha, será mais um passo importante em direção ao projeto do submarino convencional nacional (antigamente chamado de SMB-1) que naturalmente será construído antes do Submarino Nuclear Brasileiro (SNB).
Nenhum país construiu um submarino nuclear antes de dominar a construção de submarinos convencionais. O SNB é um programa mais caro e mais complexo, que embora seja visto com a máxima prioridade dentro da Marinha, ainda não foi perfeitamente compreendido e priorizado pela população e por conseqüência pelo meio político brasileiro".
Sobre o futuro da aviação de Asa Fixa o Comandante da Marinha disse que a despeito do adiamento do Programa FX da FAB, ele ainda assim deve se concretizar antes da hora da Marinha definir seu próximo caça de porta-aviões, não sendo possível muita sinergia entre os dois programas de reequipamento. "Os requerimentos para o substituto do A/F-1 Skyhawk só serão definidos após determinarmos como será o Porta Aviões que substituirá o NAe São Paulo". Continuando, ele disse: "até mesmo o programa de modernização dos A/F-1 pela Embraer, usando o cockpit, sensores e armamento do programa F-5BR não passou ainda da fase de estudos. A recuperação dos motores dos SkyHawks pela LMAASA (Lockheed Martin Argentina S/A) está em andamento e alguns motores já foram retornados à Base Aeronaval de São Pedro d'Aldeia para uso nossos aviões."
Segundo o Almirante a Marinha está satisfeita com o ritmo e com a qualidade dos trabalhos realizados na Argentina.
O início do século 21 é uma etapa de grande transformação para a Marinha do Brasil e para a Força Aeronaval em particular, é agora que se preparam as sementes de uma nova e mais ambiciosa fase que está sendo desenhada ao redor do conceito de proteção e preservação da "Amazônia Azul" a grande áreas que engloba nossa plataforma continental e nossa Zona Econômica Exclusiva ao longo da costa.
Adicionalmente, outras fontes ouvidas pela ALIDE durante o evento apontam para três possíveis modelos como substitutos dos nossos SH-3, o Westland /Agusta Merlin, o Sikorsky SH-60 Sea Hawk e o "outsider" Eurocopter EC-725 Cougar. O primeiro é um helicóptero superlativo, mas ao mesmo tempo, devido aos seus três motores, é de longe o mais caro. O Sikorsky Sea Hawk, por sua vez, poderia se beneficiar da sinergia proporcionada pela compra dos Black Hawks pelo Exército e bem recentemente pela Força Aérea Brasileira. No entanto, a versão ASW do Cougar, que em todo o mundo é apenas utilizada pela Marinha do Chile, pode ter um empurrão político importante devido a existência da Helibrás e especialmente devido a uma recente aproximação entre a Embraer e o grupo EADS para a manufatura de fuselagens de helicópteros europeus no Brasil.
Além das aeronaves da MB havia um esquilo da PM do RJ e um Colibri de alguns dos visitantes dao evento. No pátio de frente aos hangares do HS-1 estava o C-99A que trouxe as autoridades de Brasília e um P-95 com os oficiais da FAB que mais interagem com a Marinha, a comunidade de Patrulha.
Uma coisa é certa sobra a Força Aeronaval, no seu centenário, em apenas 10 anos, muitas novidades estarão em operação na Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia e nos navios da Esquadra.
http://www.alide.com.br/noticias/90anosAVN/index.htm
abraços]
”A Marinha do Brasil foi responsável por uma série de feitos importantes para a aviação brasileira naquele momento. O primeiro militar brasileiro a tirar o brevê na França ainda em 1911 foi o Capitão-Tenente Jorge Henrique Mooler. O Aero-Clube Brasileiro, fundado em outubro daquele, teve como primeiro presidente o Almirante José Carlos de Carvalho. Apenas dez anos após o vôo pioneiro de Alberto Santos-Dumont a Marinha deu o passo ousado de admitir que o futuro da defesa da nação passava necessariamente pelos céus, além do mar e da terra, sendo então fundada a Escola de Aviação Naval em 23 de agosto de 1916.”
A cerimônia foi encabeçada pelo Comandante da Marinha, Almirante Roberto de Guimarães Carvalho e contando com a presença do Almirante Janot, Comandante de Operações Navais, e de muitos outros oficiais generais da MB.
O evento começou com a passagem em revista pelos Comandante da Marinha das tropas perfiladas no pátio em frente ao palanque, seguindo com a leitura da Ordem do Dia do Comandante da Força Aeronaval, Contra-Almirante Mauro França de Albuquerque Lima.
Nela ele ressaltou o pioneirismo e a visão de longo prazo da Marinha naquele momento crucial da história e imediatamente procedeu-se à entrega das Medalhas do Mérito Naval aos civis, oficiais e praças que se destacaram no ano que passou. Durante esta entrega dos diplomas, os gaiteiros de foles dos Fuzileiros Navais com as suas casacas vermelhas tocaram, evocando claramente a herança cultural da MB para com os muitos almirantes ingleses que vieram para o Império Brasileiro ajudar a fundar a nova arma segundo o modelo mais avançado que existia naquele momento no mundo, a Royal Navy britânica.
A Guarda de Honra da Marinha, com seus uniformes clássicos com polainas encabeçou o desfile, em seguida marcharam os veteranos e o pessoal de todos os esquadrões baseados em São Pedro d'Aldeia. Simultaneamente à parada, mostrou-se a primeira grande novidade deste evento: dois caças AF-1A (A-4KU) Skyhawk sobrevoaram a pista em posição de pré-contato para reabastecimento "buddy-buddy"com a mangueira desenrolada e um Revo foi simulado. "Esta foi a primeira vez que esta capacidade foi exposta em público por aviões da Marinha.”
A parada aérea continuou com uma impressionante revoada de quinze helicópteros da Aviação Naval. Foram cinco Bell Jet Rangers do HI-1 seguidos por cinco Super Lynx AH-11A , quatro Esquilos do HU-1 e um Super Puma do HU-2 fechando o desfile. Encerrando a cerimônia militar, houve uma seqüência de exibições aéreas marcantes que fecharam o evento. Três Bells demonstraram vôo em formatura de precisão a poucos metros de altitude em frente ao palanque. Depois uma par de Super Lynx "bailaram" nos céus, se movendo em precisa coordenação fazendo inclusive uma coluna com um dos helicópteros praticamente colocado sobre o outro em vôo. O Super Puma escoltado por um Esquilo fez uma demonstração de desembarque de comandos do GruMec (Mergulhadores de Combate) usando o método "Fast Rope" em seguida os comandos demonstraram uma ataque com munição de festim que encantou a garotada.
A exibição estática apresentava um AF-1 monoplace ao lado de um Helibrás Esquilo monoturbina, um SH-3 Sea King com as pás do rotor devidamente dobradas ao lado de um veterano helicóptero Westland Widgeon perfeitamente conservado e de um a réplica de um biplano hidroavião. A outra grande surpresa presente foi o Esquilo Bi HB-355 (UH-13 na Marinha do Brasil) que em breve será doado à Armada do Uruguai conforme decisão do Governo Brasileiro. Este helicóptero foi totalmente revisado e já se encontra completamente pintado em suas novas e vistosas cores.
O Comandante da Marinha comentou em entrevista para a ALIDE que todas as nossas Forças Armadas estão sempre preparadas para auxiliar a Polícia Federal e as polícias militares estaduais no combate ao crime organizado e ao tráfico de armas e de drogas. Isso ocorrerá toda vez que o governo assim determinar, embora, as Forças Armadas não tenham este tipo de atividade como uma de suas principais diretrizes operacionais.
Sobre o programa de submarinos da Marinha, o Almirante respondeu: "o próximo modelo a ser adquirido terá característica de navegação oceânica, ou seja, um alcance bem superior aos U209 que são modelos otimizados para uso próximo ao litoral. Este próximo submarino está na fase de determinação de financiamento internacional e, por ser fabricado aqui no Arsenal de Marinha, será mais um passo importante em direção ao projeto do submarino convencional nacional (antigamente chamado de SMB-1) que naturalmente será construído antes do Submarino Nuclear Brasileiro (SNB).
Nenhum país construiu um submarino nuclear antes de dominar a construção de submarinos convencionais. O SNB é um programa mais caro e mais complexo, que embora seja visto com a máxima prioridade dentro da Marinha, ainda não foi perfeitamente compreendido e priorizado pela população e por conseqüência pelo meio político brasileiro".
Sobre o futuro da aviação de Asa Fixa o Comandante da Marinha disse que a despeito do adiamento do Programa FX da FAB, ele ainda assim deve se concretizar antes da hora da Marinha definir seu próximo caça de porta-aviões, não sendo possível muita sinergia entre os dois programas de reequipamento. "Os requerimentos para o substituto do A/F-1 Skyhawk só serão definidos após determinarmos como será o Porta Aviões que substituirá o NAe São Paulo". Continuando, ele disse: "até mesmo o programa de modernização dos A/F-1 pela Embraer, usando o cockpit, sensores e armamento do programa F-5BR não passou ainda da fase de estudos. A recuperação dos motores dos SkyHawks pela LMAASA (Lockheed Martin Argentina S/A) está em andamento e alguns motores já foram retornados à Base Aeronaval de São Pedro d'Aldeia para uso nossos aviões."
Segundo o Almirante a Marinha está satisfeita com o ritmo e com a qualidade dos trabalhos realizados na Argentina.
O início do século 21 é uma etapa de grande transformação para a Marinha do Brasil e para a Força Aeronaval em particular, é agora que se preparam as sementes de uma nova e mais ambiciosa fase que está sendo desenhada ao redor do conceito de proteção e preservação da "Amazônia Azul" a grande áreas que engloba nossa plataforma continental e nossa Zona Econômica Exclusiva ao longo da costa.
Adicionalmente, outras fontes ouvidas pela ALIDE durante o evento apontam para três possíveis modelos como substitutos dos nossos SH-3, o Westland /Agusta Merlin, o Sikorsky SH-60 Sea Hawk e o "outsider" Eurocopter EC-725 Cougar. O primeiro é um helicóptero superlativo, mas ao mesmo tempo, devido aos seus três motores, é de longe o mais caro. O Sikorsky Sea Hawk, por sua vez, poderia se beneficiar da sinergia proporcionada pela compra dos Black Hawks pelo Exército e bem recentemente pela Força Aérea Brasileira. No entanto, a versão ASW do Cougar, que em todo o mundo é apenas utilizada pela Marinha do Chile, pode ter um empurrão político importante devido a existência da Helibrás e especialmente devido a uma recente aproximação entre a Embraer e o grupo EADS para a manufatura de fuselagens de helicópteros europeus no Brasil.
Além das aeronaves da MB havia um esquilo da PM do RJ e um Colibri de alguns dos visitantes dao evento. No pátio de frente aos hangares do HS-1 estava o C-99A que trouxe as autoridades de Brasília e um P-95 com os oficiais da FAB que mais interagem com a Marinha, a comunidade de Patrulha.
Uma coisa é certa sobra a Força Aeronaval, no seu centenário, em apenas 10 anos, muitas novidades estarão em operação na Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia e nos navios da Esquadra.
http://www.alide.com.br/noticias/90anosAVN/index.htm
abraços]