Globo atende exigência e exibe vídeo de seqüestradores de repórter
http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 4975.shtml
Uma filmagem feita por um suposto integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) foi exibida à 0h28 deste domingo pela Rede Globo, por exigência dos seqüestradores do repórter Guilherme de Azevedo Portanova, desaparecido desde a manhã de sábado (12). O auxiliar técnico da emissora seqüestrado ao lado dele foi libertado ainda na noite de sábado e passa bem.
No vídeo, um criminoso faz críticas ao sistema penitenciário. Ele pede um mutirão para revisão de penas, melhores condições carcerárias, e se posiciona contra o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
O DVD com a gravação chegou à TV por volta das 22h30, pelas mãos do auxiliar técnico que havia sido libertado minutos antes, nas proximidades da sede da emissora, na avenida Luis Carlos Berrini (zona sul de São Paulo).
Keiny Andrade/Folha Imagem
Televisão transmite filmagem atribuída ao PCC em guarita da sede da Rede Globo
Televisão transmite filmagem atribuída ao PCC em guarita da sede da Rede Globo
O técnico foi libertado pelos criminosos nas proximidades do prédio, ainda na noite de sábado, e transmitiu à cúpula a exigência de que as imagens fossem exibidas ainda na madrugada deste domingo, ou o repórter seria morto.
O filme foi exibido à 0h28. O boletim foi apresentado pelo jornalista César Tralli e durou 3min e 36seg. Horas antes, no "Jornal Nacional", a Globo exibiu os retratos falados dos suspeitos.
O diretor de jornalismo da TV Globo São Paulo, Luiz Cláudio Latgê, disse que a decisão de atender a reivindicação dos criminosos foi da emissora, sem participação do governo de São Paulo ou da polícia.
O auxiliar passa bem. Ele relatou que ficou ao lado do colega durante todo o tempo, encapuzado e com a cabeça abaixada, dentro de um carro parado. Por volta das 21h30, o repórter foi levado a outro carro e o auxiliar deixado próximo à sede da emissora, com o DVD.
Captura
O repórter e o auxiliar técnico haviam passado na padaria cerca de uma hora após chegar à emissora.
Eles deixavam o local rumo a uma caminhonete da Globo quando, segundo testemunhas ouvidas pela Folha, foram abordados por dois homens armados que também estavam no estabelecimento. Um dos homens os fez entrar em um Vectra escuro; o outro entrou em um Gol vermelho.
Dois motoristas de um hotel próximo ao local chegavam à padaria no momento da ação e foram rendidos. Antes de fugir, um dos criminosos entrou no carro da Globo e mexeu nos equipamentos de televisão que lá estavam, mas nada levou.
Os motoristas relataram que outro homem em uma moto também participou da ação. "Tudo foi muito rápido, no máximo um minuto e meio. Pareceu planejado", disse um deles.
O Vectra foi encontrado por volta das 8h15 na avenida Portugal, no Brooklin (zona sul de São Paulo). Ele havia sido roubado no último dia 10. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, os criminosos tiraram os funcionários da Globo do veículo e, com eles, entraram no Gol vermelho. Em seguida, o homem que estava na moto ateou fogo no Vectra e fugiu.
Investigação
O delegado Dejair Rodrigues, do 96º DP, que investiga o caso, diz que de quatro a cinco pessoas devem estar envolvidas na ação. "Estou há 31 anos na polícia, e é primeira vez que vejo isso, seqüestrar um repórter desse jeito." Rodrigues disse não descartar nenhuma hipótese.
Questionado se o PCC poderia estar por trás da ação, o delegado ficou em silêncio. Segundos depois, disse: "Não estou dizendo que é o PCC." Outras autoridades disseram à Folha que a facção está envolvida. Ainda segundo o delegado, ainda não foi feito nenhum contato pelos seqüestradores. A Polícia Federal auxilia na investigação.
O repórter Portanova cobre principalmente assuntos ligados à segurança pública na Globo.
Em comunicados à imprensa, a Globo relatou o desaparecimento dos funcionários. Após ser informada do seqüestro, a emissora passou a escoltar com seguranças as suas equipes de reportagem.
A Folha falou por telefone com a mãe de Portanova, a advogada Maria Elisabeth Lacerda de Azevedo, que autorizou a divulgação do caso. 'Vou me inteirar sobre tudo agora. Não tenho cabeça para falar nada, por enquanto', disse ela, logo após desembarcar em São Paulo, vinda de Porto Alegre (RS).
A família do outro funcionário da Globo não foi localizada --por isso, a Folha não divulga seu nome.
Globo atende exigência e exibe vídeo
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Agora que, cada vez mais, o PCC se assume como movimento terrorista organizado, vamos ver se os "notáveis homens de saber jurídico"; os professores de direito da PUC, da USP e de outras instituições; os penólogos da OAB; os adversários do "terror penal", vamos ver se toda essa gente vem em público continuar a afirmar que "as tradições jurídicas" brasileiras continuam sendo o melhor instrumento para lidar com essa situação. Situação que vai piorando, a cada dia.
Onde é que vamos parar?
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Próximos passos:
Sequestro de lideranças políticas;
Sequestro de familiares desses;
Explosões de centros comerciais;
Milícia fardada;
criação de partido político.;
e o pior,
Pela ausência de autoridades, esses começarão a se tornar os novos heróis da garotada que cresce sem referência do que ordem e do que o lado certo da lei.
Enquanto isso no poder oficial, a guerra de egos continua.
Sequestro de lideranças políticas;
Sequestro de familiares desses;
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e o pior,
Pela ausência de autoridades, esses começarão a se tornar os novos heróis da garotada que cresce sem referência do que ordem e do que o lado certo da lei.
Enquanto isso no poder oficial, a guerra de egos continua.
"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
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Chumbo em todos que os apoiam, uso de todos os meios disponiveis para a destruiçao, uso das forças armadas, seja tropas especiais ou inteligencia, e um judiciario decente
Somos memórias de lobos que rasgam a pele
Lobos que foram homens e o tornarão a ser
ou talvez memórias de homens.
que insistem em não rasgar a pele
Homens que procuram ser lobos
mas que jamais o tornarão a ser...
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Clermont escreveu:Agora que, cada vez mais, o PCC se assume como movimento terrorista organizado, vamos ver se os "notáveis homens de saber jurídico"; os professores de direito da PUC, da USP e de outras instituições; os penólogos da OAB; os adversários do "terror penal", vamos ver se toda essa gente vem em público continuar a afirmar que "as tradições jurídicas" brasileiras continuam sendo o melhor instrumento para lidar com essa situação. Situação que vai piorando, a cada dia.
Onde é que vamos parar?
Só iremos parar quando o último bandido for enforcado com as tripas do último jurista onisciente...
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"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
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Pois é
Eles sao os donos do brasil , ninguem brinca com a globo
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- Clermont
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Bolovo escreveu:FinkenHeinle escreveu:Não percebem a maravilha disto?!
O PCC está dando um belo tiro no pé...
não entendi...
FinkenHeile acredita que, o susto na Rede Globo foi tão grande que, essa emisssora, contumaz sustentadora de posições "humanitaristas" (anti-armas; defensora do E.C.A) e grande puxa-saco da Igreja Católica, talvez se torne menos "boazinha" e faça campanha para endurecer nossos códigos penais e de processo penal.
Mas isso dependerá de quem é que vai controlar o Congresso e o Executivo, ano que vem.
Será que os novos políticos do Congresso irão desafiar os "donos do poder" jurídico e religioso. E impor mudanças radicais no nosso aparato repressivo?
Quem sabe?
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Clermont escreveu:FinkenHeile acredita que, o susto na Rede Globo foi tão grande que, essa emisssora, contumaz sustentadora de posições "humanitaristas" (anti-armas; defensora do E.C.A) e grande puxa-saco da Igreja Católica, talvez se torne menos "boazinha" e faça campanha para endurecer nossos códigos penais e de processo penal.
Mas isso dependerá de quem é que vai controlar o Congresso e o Executivo, ano que vem.
Será que os novos políticos do Congresso irão desafiar os "donos do poder" jurídico e religioso. E impor mudanças radicais no nosso aparato repressivo?
Quem sabe?
Clermont, nada disso ocorrerá de uma hora para outra... Mas, à continuar neste ritmo, a situação só tende à piorar, e quando estivermos próximos do Caos Total os juristas irão limpar a bunda com a Constituição para solucionar esses problemas!
Vai vendo, começaram à atacar os Formadores de Opinião (imprensa, até agora bravos defensores da "Paz"). À continuar, os Políticos e Juristas estarão muito próximos de serem novos alvos...
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Revista Época – 14 de agosto de 2006
SEGURANÇA – pág 92/93
SEGURANÇA – pág 92/93
"O TERROR NO BRASIL É O PCC”
Matheus Machado
Entrevista:
Eduardo Jany é tenente-coronel da reserva dos fuzileiros navais dos EUA. Formado pela Universidade de Minnesota em Estudos Latinos e na Universidade Madison. É oficial de ligação para assuntos de combate ao narcotráfico e contra o terrorismo na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Atuou como supervisor de operações especiais da SWAT na Polícia do Estado de Washington.
Brasileiro e oficial do Departamento de Defesa americano, o especialista em terrorismo defende a lei marcial para conter os ataques em São Paulo.
Aos 4 anos, o paulistano Eduardo Jany mudou-se para os Estados Unidos. Na adolescência, mesmo naturalizado americano, teve os mais variados empregos, como um típico imigrante. Foi limpador de rancho, trabalhou em restaurantes e na Bolsa de Valores. Depois ingressou no corpo de fuzileiros navais, onde fez carreira.
Hoje, aos 42 anos, é o oficial encarregado pelo Departamento de Defesa de tratar de narcotráfico e terrorismo no Brasil. Instalado numa casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, ele analisa informações, mantém contato com autoridades brasileiras e envia relatórios sigilosos a Washington.
Talhado por inúmeras missões no exterior, principalmente no Oriente Médio, Jany afirma que a situação de violência no Brasil é tão complicada quanto um campo de guerra. "O crime é mais organizado do que se pensa. Existe terrorismo no Brasil. Ele é o PCC" , diz.
ÉPOCA - Existe terrorismo no Brasil?
Eduardo Jany - Em minha opinião, sim. Aqui tem o PCC. Começa pelo nome: Primeiro Comando da Capital. Isso aí já é um nome que mostra que eles querem fazer ações contra o governo. Só porque não tem um turbante e uma barba você pensa que não é um terrorista? Claro que é. Qualquer coisa que impeça a vida pacífica e cria falta de confiança na segurança pública é terrorismo. Assim, avalio que o PCC é um grupo terrorista. Mas trata-se de um terrorismo criminal. Criou terror no Estado de São Paulo? Criou. Criou terror no Rio de Janeiro? Quando você incendeia um ônibus e mata 11 pessoas incluindo uma criança de 18 meses, eu acho que criou. Nos Estados Unidos, os militares já estariam nas ruas.
ÉPOCA - A embaixada informou ao governo americano sobre os ataques do PCC?
Jany - Claro. Comunicamos todas as notícias aos Estados Unidos, ao Departamento de Defesa e ao Departamento de Estado. Repassamos tudo o que sai na imprensa. As coisas que preocupam os brasileiros, repassamos para eles. Mas geralmente é fonte aberta, coisas que saem na mídia e eles estão vendo. Os ataques do PCC em São Paulo saíram na CNN, na Fox e na BBC.
ÉPOCA - Como os Estados Unidos analisaram a situação?
Jany - Minha família e meus amigos nos Estados Unidos falam que nunca viram uma coisa dessas. Eles dizem: "Como é que pode? Ninguém sabia que tudo estava tão ruim? Está parecendo uma zona de batalha, esses ônibus queimados e tiros na cidade". Quarenta e um policiais mortos em 72 horas é um fato inédito para eles.
ÉPOCA - Isso preocupa o governo americano?
Jany - A realidade brasileira é muito similar à de um campo de guerra. Não tem comparação no mundo inteiro. Uma unidade de operações especiais no Brasil, por exemplo, atua em verdadeiras operações de combate. Eles matam e morrem. Os policiais estão morrendo muito. No ano passado, 644 pessoas morreram em um mês no Rio de Janeiro. Naquele mesmo mês, morreram menos de 200 no Iraque. Agora eu pergunto: "Quem está em guerra?". E isso é apenas num Estado do Brasil. Lá existe o problema do narcotráfico e a polícia não tem equipamento. É uma realidade diferente de qualquer outro lugar.
ÉPOCA - Diante de todas as promessas das autoridades brasileiras depois dos últimos ataques, o senhor esperava que o PCC voltasse a atacar tão rápido?
Jany - Até essa situação ser controlada, eles vão continuar atuando. Mais ataques ocorrerão. Eles estão provando que são organizados. Isso não está acontecendo por acaso.
ÉPOCA - Como isso deveria ser combatido?
Jany - É preciso controlar muito mais. Quando o PCC faz essas ações, o Estado deveria ser muito duro com eles. Primeiro (o governo de São Paulo), independentemente de política, deveria aceitar qualquer apoio. Eis o que aconteceria nos Estados Unidos: decretariam a lei marcial, fecha tudo às 9 da noite. Qualquer pessoa andando a partir desse horário seria inimigo. O Brasil não está preparado para isso. Menos de 40 anos atrás, vocês estavam num regime de repressão e ninguém quer isso de volta. Mas vai ter de haver certa repressão, certa disciplina. É preciso identificar os responsáveis e prendê-los numa cadeia isolada. É preciso entender que eles são inimigos do Estado. Não podem estar na rua.
ÉPOCA - Mas o governo não está tentando fazer Isso?
Jany - É incrível que a repressão esteja menos organizada que os marginais. Crime organizado contra uma segurança pública desorganizada. A Polícia Civil, a Polícia Militar e as Secretarias de Segurança simplesmente não se entendem. É preciso reunir educadores, legisladores, militares e as mentes preparadas para tratar de segurança e, todos juntos, definirem a melhor maneira de trabalhar.
ÉPOCA - O senhor falou em toque de recolher. Seria mesmo necessário?
Jany - Acho que sim. Nos Estados Unidos já teriam feito isso. Entre maio e junho, não vi nada funcionar. As estatísticas não melhoraram, ao contrário. Quando o presidente oferece forças militares e você não aceita... Isso nunca aconteceria nos Estados Unidos. Lá o governador diria: "Presidente, vocês vão colocar os militares na rua". Um problema que vejo é que as Forças Armadas não têm treinamento para agir nas ruas. O governo deveria investir mais no preparo dos militares para atuar nessas ocasiões. Como estão atuando no Haiti, por exemplo. Fazer uma operação de paz no Brasil.
ÉPOCA - O governo de São Paulo joga a culpa na União. Já o governo federal diz que a culpa é do Estado. De quem é a culpa?
Jany - Todos são culpados. Essa é minha opinião, não da embaixada. É preciso entender que eles têm de atuar juntos. Numa situação como essa, é preciso formar uma força-tarefa para acabar com o problema. Ela deve ser composta de órgãos federais, militares e policiais. Não basta enviar recursos. É preciso parar de culpar, de politizar a situação. Não ficar pensando em reeleição. Se isso não acontecer, nada vai mudar.
ÉPOCA - Que outras opções seriam necessárias para mudar o cenário?
Jany - É preciso entender que prisão é prisão. Direitos humanos é para humanos direitos. Tem de botar esses marginais num lugar onde eles trabalhem. Na Amazônia, por exemplo, onde farão trabalho duro. É preciso que os atos tenham conseqüência. No Brasil, não existe isso. Na cadeia aqui, o cara tem celular, visita conjugal, TV de plasma, negociação... O que é isso? Negociar com criminoso? Você está louco! Ele tem de ir para um lugar com cela pequena, um teto sobre a cabeça, cama, pia, privada e acabou. É preciso mostrar aos jovens que tudo tem conseqüência. O Marcola, por exemplo, é um herói para eles. Onde estão os heróis do Brasil, os Pelés, os combatentes da Segunda Guerra Mundial? Eles têm de falar: sigam meu exemplo. E o exemplo de hoje é esse Marcola.
ÉPOCA - Nos presídios dos Estados Unidos há gente do crime organizado. Como os americanos lidam com Isso?
Jany - O controle lá é bem diferente. Os presídios de segurança máxima exercem muito mais controle. Se tem um prisioneiro de alto risco, ele não interage com os outros. Eles são isolados e têm poucos privilégios. Lá existe gente do crime organizado nas cadeias. Com certeza eles praticam crimes por meio de amigos que saem da prisão. Mas tudo é controlado. As ligações externas são monitoradas. Não tem celular entrando ou saindo. Até o correio é monitorado. Na área em que atuo, em Seattle, há seis presídios. Lá, a média é um homicídio a cada cinco anos. Há mais de dez anos não ocorre motim.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra