construção naval

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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alex
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#1 Mensagem por alex » Seg Jul 17, 2006 9:49 am

Se por enquanto as encomendas militares são bisonhas a área civil vai bem.

Marinha é criticada por alugar bases

Rio, 17 de Julho de 2006 - Os estaleiros protestam e chamam de "concorrência desleal". Com a retomada da indústria naval, a Marinha voltou a ceder espaço próprio para o reparo de embarcações, depois de quase 20 anos ausente do mercado privado. Quem passa pela Ponte Rio-Niterói pode observar a P-17 atracada na Base Almirante Castro e Silva, na Ilha de Mocanguê, em Niterói. O grupo Spártacus venceu concorrência da Petrobras para reformar a plataforma, despertando críticas dos estaleiros. O aluguel de bases da Marinha, contudo, pode ajudar o setor a atender ao mercado de reparos enquanto os estaleiros estiverem ocupados com a construção de 26 petroleiros para a Transpetro.

Representantes do setor naval começam a se movimentar para evitar a falta de capacidade instalada. O governo federal já analisa a possibilidade de construção de um estaleiro em Cubatão, no litoral paulista, para fazer frente à procura por reparos de embarcações, inclusive as que utilizam o Porto de Santos. E o estaleiro Promar avalia a construção de um novo dique no Estado, em Quissamã.

Um dos dois estaleiros que atendem requisitos para dar conta da demanda do mercado de reformas, o Sermetal, deverá estar ocupado na construção de nove petroleiros para a renovação da frota da Petrobras. Sem novos diques, apenas o Renave, em Niterói, poderá dar conta das reformas.

"Nunca houve, no Brasil, a construção de 26 navios simultaneamente", lembra o secretário de fomento para ações do Ministério dos Transportes, Sérgio Bacci. "Quando começarem as obras, os estaleiros estarão completamente ocupados, o que é bom sinal e também sinal ruim porque teremos que contornar este problema", acrescentou.

Além da Ilha de Mocanguê, a Marinha pode oferecer à iniciativa privada o espaço do Arsenal, que fica na Ilha das Cobras. São os dois espaços que ficam antes da Ponte Rio-Niterói, o que facilita as obras em plataformas de petróleo.

Os estaleiros criticam o uso de instalações da Marinha para o reparo de embarcações. Reclamam do que chamam de "concorrência desleal". O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, afirma que as empresas que vencem disputas para modernização e reparo de embarcações ficam isentas de custos fixos com funcionários, ao contrário do que acontece com estaleiros. "Não é ilegal mas é imoral. Assim é fácil ganhar concorrência. São empresas de papel que conseguem contratos milionários com uma pasta, um carro e um celular", disparou. O presidente do Sermetal, Carlos Henrique Gomes, faz coro: "Eles não carregam os mesmos custos dos estaleiros".

No mercado há 40 anos

O grupo Spártacus porém, tem 1,6 mil empregados e atua há 40 anos na manutenção portuária, siderúrgica, e de mineração; montagem; consultoria e operação de portos. O contrato da P-17, de R$ 7,6 milhões, rendeu 250 novos postos. A parceria com a Petrobras já dura 20 anos, diz a empresa. A plataforma está em processo de reforma de trincas nos dois submarinos que mantêm a flutuação da plataforma, entre outras reformas.

Apesar das críticas, a Marinha argumenta que os espaços só podem ser cedidos caso não estejam em reparo navios da própria esquadra. Segundo informações do vice-almirante da César Pinto Corrêa, diretor do Arsenal de Marinha do Rio, em todo o ano passado, os serviços privados realizados no local representaram apenas 4% do total e, neste ano, devido aos trabalhos internos, nenhum arrendamento foi feito.

"Restrição ao uso dos espaços da Marinha não existe e é boa para ambos os lados. Mas isso não é o ideal, pois os contratos são temporários, assim como os empregos gerados. Acaba-se a obra, encerra-se a estrutura criada. Ou seja, é uma concorrência predatória", aponta Bacci. "O ideal seria dar condições para que sejam criados mais unidades capazes de produzir o ano todo e que tenha mão-de-obra fixa", conclui o secretário do Ministério dos Transportes.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)(Mariana Carneiro e Sabrina Lorenzi)




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