Submarino ainda é sonho distante
Enviado: Dom Jun 25, 2006 10:28 pm
OESP, 24/06/2006
Submarino ainda é sonho distante
De acordo com comandante da Marinha, projeto exige investimento de R$ 130 milhões anuais durante oito anos
Alexandre Rodrigues
O comandante da Marinha, almirante de esquadra Roberto de Guimarães Carvalho, afirmou ontem que o programa nuclear da Força precisa receber R$ 130 milhões anuais durante um período de oito anos para poder dar ao Brasil as condições de construir um submarino com propulsão nuclear.
Segundo o comandante, o programa não evolui mais rapidamente por falta de verbas. "Está avançando? Está. Na velocidade que seria ideal? Certamente que não", queixou-se ele. Atualmente o programa só recebe R$ 40 milhões por ano, quantia suficiente para cobrir apenas gastos com manutenção de equipamentos e folha de pessoal.
De acordo com Carvalho, o investimento estimado é necessário para a conclusão de um laboratório de geração nucleoelétrica e da usina de enriquecimento de urânio de Iperó, no interior de São Paulo. Com isso, argumentou, o Brasil teria as condições de dar um segundo passo: a construção de um submarino nuclear. Hoje, em sua avaliação, o projeto do submarino ainda nem existe.
"O Brasil já domina a tecnologia de enriquecimento de urânio. Já construímos nossas ultracentrífugas, o que poucos países fazem. E tudo isso custa dinheiro", observou o comandante. A Marinha fabrica as centrífugas operadas pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende.
"Na verdade esse deveria ser um programa nacional, um programa do Brasil, não da Marinha", defendeu Carvalho, lembrando que a Força arca também com os custos do Programa Antártico Brasileiro. Ele considera que ministérios como o de Ciência e Tecnologia deveriam também colaborar com investimentos.
"Há um esforço nosso de obter recursos de outras fontes. Nosso orçamento já está totalmente esgotado", afirmou. No início do ano, o comandante da Marinha já havia reclamado de falta de dinheiro e encaminhado à Casa Civil um plano de investimentos de R$ 6 bilhões em 20 anos para reaparelhar a Força e reativar programas como o nuclear, que classificara como em "estado vegetativo".
VIAGEM
O comandante da Marinha recebeu ontem o ministro da Defesa, Waldir Pires, a bordo do Navio-Escola Brasil, que partiu ontem para sua 20ª viagem pelo mundo. Na tripulação de 400 pessoas, estão 160 guardas-marinhas. Eles são aspirantes da Escola Naval que farão a aguardada viagem de formatura e voltarão ao Brasil como oficiais em dezembro, depois de visitar 17 países.
"A Marinha comprime outras despesas para manter esta viagem, que julga importante para complementar a formação dos futuros oficiais", observou Carvalho. Além da prática nas diferentes funções de um navio militar, os jovens conhecerão outras marinhas e representarão o Brasil em atividades diplomáticas. Dezoito oficiais estrangeiros participam como convidados.
Submarino ainda é sonho distante
De acordo com comandante da Marinha, projeto exige investimento de R$ 130 milhões anuais durante oito anos
Alexandre Rodrigues
O comandante da Marinha, almirante de esquadra Roberto de Guimarães Carvalho, afirmou ontem que o programa nuclear da Força precisa receber R$ 130 milhões anuais durante um período de oito anos para poder dar ao Brasil as condições de construir um submarino com propulsão nuclear.
Segundo o comandante, o programa não evolui mais rapidamente por falta de verbas. "Está avançando? Está. Na velocidade que seria ideal? Certamente que não", queixou-se ele. Atualmente o programa só recebe R$ 40 milhões por ano, quantia suficiente para cobrir apenas gastos com manutenção de equipamentos e folha de pessoal.
De acordo com Carvalho, o investimento estimado é necessário para a conclusão de um laboratório de geração nucleoelétrica e da usina de enriquecimento de urânio de Iperó, no interior de São Paulo. Com isso, argumentou, o Brasil teria as condições de dar um segundo passo: a construção de um submarino nuclear. Hoje, em sua avaliação, o projeto do submarino ainda nem existe.
"O Brasil já domina a tecnologia de enriquecimento de urânio. Já construímos nossas ultracentrífugas, o que poucos países fazem. E tudo isso custa dinheiro", observou o comandante. A Marinha fabrica as centrífugas operadas pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende.
"Na verdade esse deveria ser um programa nacional, um programa do Brasil, não da Marinha", defendeu Carvalho, lembrando que a Força arca também com os custos do Programa Antártico Brasileiro. Ele considera que ministérios como o de Ciência e Tecnologia deveriam também colaborar com investimentos.
"Há um esforço nosso de obter recursos de outras fontes. Nosso orçamento já está totalmente esgotado", afirmou. No início do ano, o comandante da Marinha já havia reclamado de falta de dinheiro e encaminhado à Casa Civil um plano de investimentos de R$ 6 bilhões em 20 anos para reaparelhar a Força e reativar programas como o nuclear, que classificara como em "estado vegetativo".
VIAGEM
O comandante da Marinha recebeu ontem o ministro da Defesa, Waldir Pires, a bordo do Navio-Escola Brasil, que partiu ontem para sua 20ª viagem pelo mundo. Na tripulação de 400 pessoas, estão 160 guardas-marinhas. Eles são aspirantes da Escola Naval que farão a aguardada viagem de formatura e voltarão ao Brasil como oficiais em dezembro, depois de visitar 17 países.
"A Marinha comprime outras despesas para manter esta viagem, que julga importante para complementar a formação dos futuros oficiais", observou Carvalho. Além da prática nas diferentes funções de um navio militar, os jovens conhecerão outras marinhas e representarão o Brasil em atividades diplomáticas. Dezoito oficiais estrangeiros participam como convidados.