Marcos Pontes
Enviado: Sáb Abr 01, 2006 7:13 pm
Leio algumas mensagens deste forum, com a senha da minha filha, Elizabeth Koslova, este texto abaixo é dela, me autorizou a envia-lo.
------------------------------------------------------------------------------------
Marcos Cesar Pontes é uma pessoa especial. Piloto militar, piloto de combate, piloto de provas. Atingiu o maior grau de excelencia à qual alguem que de dedique a arte de pilotar aviões pode chegar. Disputando com mais uma duzia de concorrentes, todos de igual credenciais, foi escolhido astronauta e recebeu treinamento pela NASA. Sendo uma das maiores notas de sua turma. Pontes não é um turista espacial, não é filho de autoridade do partido comunista (como alguns chegaram a linha de vôo nos anos 70 e 80 na URSS) ou algum piloto da força area cubana, síria ou da mongolia. Ele vem de um pais com tradição aeronautica, um dos pouquissimos que formam pilotos de provas é engenheiro por uma das melhores escolas de engenharia no hemisfério sul, tem mestrado na sua area de atuação. Fosse Pontes, americano, chines, russo, ele poderia se credenciar tranquilamente a comandar uma nave espacial de seu país.
Isto é importante ser lembrado, porque Marcos Pontes, não pode ser objeto de critica como pessoa, a ele sempre tenho muitos elogios, mas o contexto de sua viagem, este sim cabe algumas reflexões.
Em meados dos anos 90, o Brasil foi convidado pelos EUA a serem seu parceiro no programa ISS. Ser parceiro da ISS é simbolo de maturidade espacial, isto é para poucos, uma verdadeira honra para a nação brasileira.
Imediatamente fiz uma lista de paises que já lançaram satélites ao espaço, Rússia, EUA, França, Inglaterra, Japão, China, India, Israel e Ucrânia. Alem de paises que devem tentar lançar seus satélites da época do anuncio (1997) até a conclusão da ISS em 2010: Brasil, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Irã.
Os resultados são curiosos. Dos 8 paises que tem capacidade de satelização, India, China, Ucrânia e Israel, ou seja metade deles não tem absolutamente nada com o programa ISS. Dos paises que almejam lançar seus satélites, apenas o Brasil ingressou a ISS.
O que isto quer dizer?
Que sempre existem maneiras caras e maneiras baratas de se conseguir um objetivo em se tratando de programas espaciais.
Ilan Ramon, falecido no acidente da Columbia em 2002, era o representante de Israel no "clube dos 35 paises que já mandaram gente para o espaço", assim como Pontes era ultra qualificado, assim como Pontes veio de um pais que desembolsa algo como US$50mi por ano em projetos espaciais, mas havia uma diferença importante.
Ao vôo de Ilan Ramon, jamais foi creditado qualquer expectativa sobre o desenvolvimento estratégico da industria espacial de Israel. Todos sabiam que era apenas um vôo para celebrar a amizade e a cooperação tecnologica e militar entre EUA e Israel. Como é exatamente o vôo de Pontes, a celebração da amizade e cooperação espacial e militar entre Rússia e Brasil.
Existe algum rebaixamento dos métricos de Ilan Ramon ou Marcos Pontes, ambos fantasticos profissionais de suas forças areas? Absolutamente não. O que existe é uma diferença cultural. Em Israel, as decisões estratégicas de suas forças armadas e agencia espacial estão focadas em objetivos claros e mensuraveis, não era negócio para Israel participar da ISS.
Para o Brasil mandar um astronauta ao espaço, não é um assalto aos cofres publicos, US$10mi não é uma quantia significativa no mundo espacial, mesmo para orçamentos baixos como da AEB.
O que estava errado era ter firmado um acordo de US$120mi com os EUA, para algum tempo depois descumpri-lo, não precisava ter dado uma roupagem "hi-tech" pseudo estratégica para o programa onde os componentes brasileiros da ISS vão acabar sendo fabricados por uma instituição de ensino técnico profissionalisante cuja missão é formar torneiros mecânicos, em fim, não precisa de megalômania, basta fazer o simples, o obviu, o básico.
O vôo do Marcos Pontes, é muito importante para o Programa Espacial Brasileiro, ele mostra de uma maneira clara e incontestavel, que é preciso olhar para os programa de outra forma.
Os US$1,5 dos satélites geo estacionários, poderiam ser precedidos por US$20mi, quantia 75 vezes menor, porem necessaria ao desenvolvimento dos controles de atitude dos satélites de sensoriamente remoto do INPE.
Os 5 lançadores do programa Cruseiro do Sul, poderiam ser precedidos pela conclusão de algum trabalho de nacionalisação de sistemas inerciais, já que o VLS alem de todos os problemas que conhecemos, não tem este item "básico" disponivel atualmente.
Os fantasticos planos para Alcantara, poderiam ser precedidos pelo desenvolvimento de fornecedores para itens simples como a plataforma de lançamento do VLS na qual as empresas nacionais tiveram dificuldades na licitação.
Qual o grande problema do programa espacial brasileiro? Massa critica para diferenciar as estratétias pragmáticas e factiveis, daquelas magalomaniacas e complexas.
Até lá que a falta de recursos sirva de desculpa para a perpétuo fraçado do programa espacial brasileiro. Ela é o alibe perfeito.
------------------------------------------------------------------------------------
Marcos Cesar Pontes é uma pessoa especial. Piloto militar, piloto de combate, piloto de provas. Atingiu o maior grau de excelencia à qual alguem que de dedique a arte de pilotar aviões pode chegar. Disputando com mais uma duzia de concorrentes, todos de igual credenciais, foi escolhido astronauta e recebeu treinamento pela NASA. Sendo uma das maiores notas de sua turma. Pontes não é um turista espacial, não é filho de autoridade do partido comunista (como alguns chegaram a linha de vôo nos anos 70 e 80 na URSS) ou algum piloto da força area cubana, síria ou da mongolia. Ele vem de um pais com tradição aeronautica, um dos pouquissimos que formam pilotos de provas é engenheiro por uma das melhores escolas de engenharia no hemisfério sul, tem mestrado na sua area de atuação. Fosse Pontes, americano, chines, russo, ele poderia se credenciar tranquilamente a comandar uma nave espacial de seu país.
Isto é importante ser lembrado, porque Marcos Pontes, não pode ser objeto de critica como pessoa, a ele sempre tenho muitos elogios, mas o contexto de sua viagem, este sim cabe algumas reflexões.
Em meados dos anos 90, o Brasil foi convidado pelos EUA a serem seu parceiro no programa ISS. Ser parceiro da ISS é simbolo de maturidade espacial, isto é para poucos, uma verdadeira honra para a nação brasileira.
Imediatamente fiz uma lista de paises que já lançaram satélites ao espaço, Rússia, EUA, França, Inglaterra, Japão, China, India, Israel e Ucrânia. Alem de paises que devem tentar lançar seus satélites da época do anuncio (1997) até a conclusão da ISS em 2010: Brasil, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Irã.
Os resultados são curiosos. Dos 8 paises que tem capacidade de satelização, India, China, Ucrânia e Israel, ou seja metade deles não tem absolutamente nada com o programa ISS. Dos paises que almejam lançar seus satélites, apenas o Brasil ingressou a ISS.
O que isto quer dizer?
Que sempre existem maneiras caras e maneiras baratas de se conseguir um objetivo em se tratando de programas espaciais.
Ilan Ramon, falecido no acidente da Columbia em 2002, era o representante de Israel no "clube dos 35 paises que já mandaram gente para o espaço", assim como Pontes era ultra qualificado, assim como Pontes veio de um pais que desembolsa algo como US$50mi por ano em projetos espaciais, mas havia uma diferença importante.
Ao vôo de Ilan Ramon, jamais foi creditado qualquer expectativa sobre o desenvolvimento estratégico da industria espacial de Israel. Todos sabiam que era apenas um vôo para celebrar a amizade e a cooperação tecnologica e militar entre EUA e Israel. Como é exatamente o vôo de Pontes, a celebração da amizade e cooperação espacial e militar entre Rússia e Brasil.
Existe algum rebaixamento dos métricos de Ilan Ramon ou Marcos Pontes, ambos fantasticos profissionais de suas forças areas? Absolutamente não. O que existe é uma diferença cultural. Em Israel, as decisões estratégicas de suas forças armadas e agencia espacial estão focadas em objetivos claros e mensuraveis, não era negócio para Israel participar da ISS.
Para o Brasil mandar um astronauta ao espaço, não é um assalto aos cofres publicos, US$10mi não é uma quantia significativa no mundo espacial, mesmo para orçamentos baixos como da AEB.
O que estava errado era ter firmado um acordo de US$120mi com os EUA, para algum tempo depois descumpri-lo, não precisava ter dado uma roupagem "hi-tech" pseudo estratégica para o programa onde os componentes brasileiros da ISS vão acabar sendo fabricados por uma instituição de ensino técnico profissionalisante cuja missão é formar torneiros mecânicos, em fim, não precisa de megalômania, basta fazer o simples, o obviu, o básico.
O vôo do Marcos Pontes, é muito importante para o Programa Espacial Brasileiro, ele mostra de uma maneira clara e incontestavel, que é preciso olhar para os programa de outra forma.
Os US$1,5 dos satélites geo estacionários, poderiam ser precedidos por US$20mi, quantia 75 vezes menor, porem necessaria ao desenvolvimento dos controles de atitude dos satélites de sensoriamente remoto do INPE.
Os 5 lançadores do programa Cruseiro do Sul, poderiam ser precedidos pela conclusão de algum trabalho de nacionalisação de sistemas inerciais, já que o VLS alem de todos os problemas que conhecemos, não tem este item "básico" disponivel atualmente.
Os fantasticos planos para Alcantara, poderiam ser precedidos pelo desenvolvimento de fornecedores para itens simples como a plataforma de lançamento do VLS na qual as empresas nacionais tiveram dificuldades na licitação.
Qual o grande problema do programa espacial brasileiro? Massa critica para diferenciar as estratétias pragmáticas e factiveis, daquelas magalomaniacas e complexas.
Até lá que a falta de recursos sirva de desculpa para a perpétuo fraçado do programa espacial brasileiro. Ela é o alibe perfeito.