Página 1 de 2
General do EB faz avião da TAM voltar
Enviado: Qua Mar 08, 2006 10:09 am
por VICTOR
Elio Gaspari
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gaspari.asp
El Supremo
São enormes os poderes do general Francisco Albuquerque, comandante do Exército.
Na Quarta-feira de Cinzas ele chegou ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas, 15 minutos antes da hora do embarque do seu vôo para Brasília. O funcionário da TAM lhe explicou que o vôo estava fechado e lotado. Ocorrera um overbooking de feriadão.
O avião já ia em direção à cabeceira da pista quando recebeu ordem da torre para retornar ao pátio. Uma escada foi levada para a porta e um casal de passageiros desceu. Subiu o general, com roupas civis, acompanhado pela mulher.
Se o doutor Albuquerque descobriu o argumento supremo para reabrir vôos fechados e anular os efeitos do overbooking , deveria compartilhá-los com a patuléia. Ligou para quem?
Outra solução seria criar unidades do Exército para democratizar sua fórmula. Seriam os Grupos Especiais de Embarque Imediato.
Enviado: Qua Mar 08, 2006 10:11 am
por VICTOR
General foi vaiado dentro de avião
Luiza Damé
BRASÍLIA. O comandante do Exército, general Francisco de Albuquerque, foi recebido com vaias pelos demais passageiros ao embarcar em Campinas no vôo JJ-3874 da TAM na Quarta-feira de Cinzas. O general tentou se explicar, fazendo um discurso em pé no corredor da aeronave. Depois de ter recorrido ao Departamento de Aviação Civil (DAC) para garantir duas vagas no avião que já estava taxiando para decolar, ele tentou responsabilizar a companhia aérea pela confusão.
Enfrentando comentários jocosos dos passageiros, o general alegou que tinha um compromisso importante em Brasília. Depois de se explicar, despediu-se dos passageiros com um “até uma próxima vez”. Do fundo do avião, ouviu protestos:
— Eu também tenho compromisso em Brasília — gritou um passageiro indignado com a espera de 40 minutos no Aeroporto de Viracopos.
Casal que cedeu lugar ganhou passagens para Paris
O vôo da TAM saiu de Florianópolis na Quarta-feira de Cinzas às 15h30m, no horário previsto, e fez escala em Campinas. O engenheiro brasiliense Paulo Pimenta da Costa, de 43 anos, que estava no vôo, conta que depois que alguns passageiros desceram e outros subiram, o avião ainda ficou algum tempo com as portas abertas. A comissária de bordo anunciou o overbooking (quando o número de passagens vendidas é superior a capacidade da aeronave) e pediu voluntários para ceder o lugar a pessoas que queriam embarcar. Como não houve voluntários, as portas foram fechadas e o avião começou a taxiar. No meio do caminho, parou:
— Ficamos preocupados, imaginando que poderia ser um problema técnico — disse.
A irritação começou quando o comandante do vôo anunciou que o avião, que já estava em procedimento de decolagem, voltaria para que “uma autoridade, um ministro embarcasse”. Os passageiros começaram a gritar que era um absurdo e que, se fosse para esperar qualquer um deles, a aeronave não voltaria. A comissária-chefe começou a negociar com os passageiros para que dessem lugar ao general e sua mulher, Maria Antonina de Albuquerque.
Depois de quase 20 minutos, um casal concordou em ceder lugar. Em compensação pela gentileza, segundo passageiros que estavam próximos aos dois, eles receberiam da TAM passagens de ida e volta para Paris. Os passageiros ainda esperaram mais 20 minutos pelo casal Albuquerque.
— Estava quente dentro do avião, estávamos irritados e ninguém entrava. O comandante pediu desculpas e disse que estávamos esperando o ministro — contou Costa.
Maria Antonina foi a primeira a enfrentar as vaias e gritos. Ficou desconsertada e imediatamente se sentou. A recepção ao general foi semelhante.
‘O comandante do Exército agiu como qualquer cidadão ao sentir-se prejudicado’
O Exército divulgou ontem nota defendendo a conduta do general Francisco de Albuquerque. Segundo o texto, Albuquerque não se valeu do cargo para conseguir vaga no avião, que estava lotado, e não tinha conhecimento de que a aeronave estava em procedimento de decolagem. A nota também diz que Albuquerque não sabia que a empresa ofereceu recompensa para o casal que deixou o vôo.
Juntamente com a nota do Exército foram distribuídas notas do DAC e da TAM (esta de anteontem). O DAC diz que estava negociando o embarque de Albuquerque quando o avião deixou a estação de passageiros em direção à pista de decolagem. Nesse momento, segundo o DAC, o fiscal do órgão determinou a interrupção do procedimento.
A seguir, a íntegra da nota do Exército:
A respeito dos fatos relacionados ao vôo JJ 3874, de 1 de março de 2006, da empresa TAM, envolvendo o comandante do Exército, o Centro de Comunicação Social do Exército informa o que se segue:1. O comandante do Exército cumpriu os prazos previstos pela companhia aérea, e, inclusive, confirmou a viagem com 12 dias de antecedência.2. Está comprovado que havia passageiros em excesso.3. Ao ter sua bagagem, que já estava etiquetada, devolvida, e ser informado da falta de vagas na aeronave, o comandante do Exército agiu como qualquer cidadão ao sentir-se prejudicado após cumprir todas as exigências legais:— dirigiu-se a funcionário da TAM e expôs a necessidade de viajar para Brasília em virtude de compromissos inadiáveis;— foi orientado a procurar o balcão da Gol e embarcar no vôo dessa empresa para Brasília;— cumpriu a orientação e foi informado de que o vôo também estava lotado;— voltou ao funcionário da TAM e tomou ciência de que não havia solução para o problema; e— decidiu, então, recorrer ao órgão local do Departamento de Aviação Civil (DAC), solicitando providências.4. O comandante do Exército, em nenhum momento, valeu-se de prerrogativas do cargo e desconhecia a situação da aeronave que, a essa altura, iniciara seu processo de afastamento do terminal. Ignorava, também, que a empresa tomaria a iniciativa de oferecer recompensa a dois passageiros para que abdicassem da viagem.5. As notas de esclarecimento da TAM e do DAC e complementam as informações acima.Centro de Comunicação Social do Exército.
O Globo - Via Notimp
Enviado: Qua Mar 08, 2006 10:12 am
por VICTOR
Exército nega abuso de poder de general
Câmara pedirá explicações à pasta da Defesa sobre viagem do comandante Francisco Albuquerque
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Exército divulgou nota ontem para dizer que o seu comandante, general Francisco Albuquerque, "em nenhum momento valeu-se de prerrogativas do cargo" para conseguir embarcar num avião que já se preparava para decolar, em Campinas, na última Quarta-Feira de Cinzas.
"O comandante do Exército, em nenhum momento, valeu-se de prerrogativas do cargo e desconhecia a situação da aeronave que, a essa altura, iniciara seu processo de afastamento do terminal. Ignorava, também, que a empresa tomaria a iniciativa de oferecer recompensa a dois passageiros para que abdicassem da viagem."
O caso, ocorrido num vôo da TAM de Campinas a Brasília, em 1º de março, foi revelado no domingo pelo colunista Elio Gaspari, da Folha. Segundo passageiros, o avião, que vinha de Florianópolis, ficou um bom tempo sem fechar a porta, saiu para taxiar, mas voltou. Ao entrar, o general e sua mulher foram vaiados, e passageiros gritavam que o que estava ocorrendo era um "absurdo".
O Exército afirma que "ao ter sua bagagem, que já estava etiquetada, devolvida, e ser informado da falta de vagas na aeronave, o comandante do Exército agiu como qualquer cidadão ao sentir-se prejudicado após cumprir todas as exigências legais". A partir daí, teria feito o seguinte, diz a nota:
- "Dirigiu-se a funcionário da TAM e expôs a necessidade de viajar para Brasília em virtude de compromissos inadiáveis;"
- "Foi orientado a procurar o balcão da GOL e embarcar no vôo dessa empresa para Brasília;"
- "Cumpriu a orientação e foi informado de que o vôo também estava lotado;"
- "Voltou ao funcionário da TAM e tomou ciência de que não havia solução para o problema;"
- Decidiu, então, recorrer ao órgão local do Departamento de Aviação Civil (DAC), solicitando providências."
Albuquerque teria chegado ao aeroporto só 15 minutos antes do momento da decolagem, mas, diz o Exército, "cumpriu os prazos previstos pela companhia aérea e, inclusive, confirmou a viagem com 12 dias de antecedência".
Investigações
A Câmara dos Deputados encaminhará nesta semana, a pedido do deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), uma solicitação de esclarecimento ao Ministério da Defesa a respeito de suposto abuso de autoridade do comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque.
O parlamentar afirma que irá aguardar a resposta da pasta ao requerimento da Casa para sugerir ou não a convocação do militar na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara.
Ontem, o Exército recebeu um outro pedido de informações, da Comissão de Ética da Presidência da República. Os militares têm até a próxima terça-feira para responder às questões da comissão, que reunirá seus membros no dia 20 para analisar o caso.
Albuquerque, que resiste a comentar o caso, está no Chile desde anteontem. Ele participa de um encontro de comandantes militares do Cone Sul até sexta-feira.
Folha de S. Paulo - Via Notimp
Enviado: Qua Mar 08, 2006 10:55 am
por rodrigo
Realmente houve abuso. Mas se fosse uma figura de esquerda, a gritaria não iria tão longe.
Enviado: Qua Mar 08, 2006 2:09 pm
por Rui Elias Maltez
Cá também já tivenos uma situação caricata com um ministro que se recusou a viajar num C-130, porque achava que o avião não era digno para ele.
Enviado: Qua Mar 08, 2006 3:55 pm
por Einsamkeit
Albuquerque teria chegado ao aeroporto só 15 minutos antes do momento da decolagem, mas, diz o Exército, "cumpriu os prazos previstos pela companhia aérea e, inclusive, confirmou a viagem com 12 dias de antecedência".
Ele tinha reserva? se eu tivesse reserva e tivesse gente no meu lugar eu faria o mesmo
Enviado: Qua Mar 08, 2006 4:11 pm
por lelobh
Considero um erro o acontecido.
Enviado: Qua Mar 08, 2006 4:15 pm
por lelobh
rodrigo escreveu:Realmente houve abuso. Mas se fosse uma figura de esquerda, a gritaria não iria tão longe.
Acho que não é o tipo de coisa que deve ser levada para o debate esquerda ou direita.
Enviado: Qua Mar 08, 2006 5:58 pm
por rodrigo
Acho que não é o tipo de coisa que deve ser levada para o debate esquerda ou direita.
Depende da quantidade de informações que cada um tem. O ex-presidente da câmara dos deputados, Dep. Luis Paulo Cunha, esse do mensalão e que se tudo der certo vai ser cassado, fez a mesma coisa do Gen. Albuquerque, há alguns anos atrás e ninguém falou nada, virou nota de rodapé de jornal.
Enviado: Qua Mar 08, 2006 9:57 pm
por Arthur
Enviado: Qua Mar 08, 2006 10:14 pm
por Túlio
Parem e pensem:
Comprei uma passagem para o vôo tal, dia tal, hora tal.
O dono da empresa aérea tinha um avião com x lugares.
Vendeu x + 14, digamos.
Eu chego lá, quero embarcar e me dizem: peraí, tio, chegou outro antes.
Pows, me criei onde a palavra do índio vale.
Então, armo um barraco daqueles.
A cambada, sabendo que vai dar rabo, arruma para tirar uns laranjas do meu vôo e me embarcar.
A culpa é minha?
Aí, os que estavam esperando pra voar, me vaiam.
Bondoso seria eu se num desse uma sarabanda de laço nos que se passassem...
Então, quem é o bandido da história?
Enviado: Qua Mar 08, 2006 10:59 pm
por Einsamkeit
a midia esquerdista é o vilao da historia, midia que no tempo da ditadura nao falava nada contra o regime
Enviado: Qui Mar 09, 2006 12:32 am
por Vinicius Pimenta
O problema, Tulio, índio véio, é que a culpa vai ser SEMPRE do EB. O problema é que ele é militar. Se fosse um político nem saia no jornal.
O General fez tudo que um cidadão poderia fazer. Se a TAM se cagou nas calças em deixar o Comandante de fora, problema é dela. Ela que não vendesse mais passagens do que a capacidade do avião.
Mas é o esporte preferido da imprensa, bater no Exército.
Enviado: Qui Mar 09, 2006 8:11 am
por VICTOR
Eu acho que o episódio vai prejudicar a imagem do EB. O fato é que o overbooking sempre existiu, e sempre existirá, e o General ter se dado bem não vai resolver o problema.
Falo isso porque acho que o EB deveria melhorar sua imagem com a população, e não piorar. A imprensa não dá mole? Não. Então não vacila.
Enviado: Qui Mar 09, 2006 9:13 am
por lelobh
Se a TAM se cagou nas calças em deixar o Comandante de fora
Antes fosse apenas isso...