Brasil quer ter maior poder aéreo até 2010
Enviado: Seg Out 27, 2003 4:38 pm
Brasil quer ter maior poder aéreo até 2010
País vai investir US$ 3,5 bilhões para ter a maior e mais poderosa frota militar do continente
ROBERTO GODOY
O Brasil vai investir US$ 3,5 bilhões para ter, até 2010, a maior e mais poderosa aviação militar da América do Sul. Sete projetos do programa, autorizado em julho de 2000 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, estão sendo executados "no ritmo compatível com a execução orçamentária", segundo nota do Ministério da Defesa. Todos eles envolvem diretamente a indústria aeroespacial nacional.
O ministério, por meio do Comando da Aeronáutica, pretende atingir essa meta como conseqüência de um bem definido plano de revitalização da Força Aérea Brasileira (FAB) que prevê:
1) a modernização de 53 caça-bombardeiros AMX, 2) a modernização de 46 supersônicos F-5E\F Tiger II, 3) o desenvolvimento tecnológico de nove aviões de patrulha marítima P-3 Orion, 4) a compra de 12 cargueiros leves C-295, 5) o recebimento de 76 turboélices de ataque e treinamento ALX Supertucano, 6) a compra de 12 caças supersônicos de múltiplo emprego para defesa aérea, 7) a aquisição, incorporação e operação de oito aviões eletrônicos R-99A\B de alerta avançado, controle e sensoriamento remoto.
O empreendimento será em grande parte financiado por meio das vendas internacionais que vai permitir.
A Embraer, de São José dos Campos, é a fabricante dos jatos de ação eletrônica, do Supertucano. É também a responsável pelos processos de modernização dos AMX e dos F-5. O vice-presidente para a área de defesa, Romualdo Monteiro de Barros, acredita que tem em mãos para oferecer "os melhores produtos militares nos seus devidos segmentos".
Segundo Romualdo, a versão BR do caça F-5 (E de ataque, F de treinamento) "será a melhor configuração avançada disponível no mercado". O pacote de atualização do caça ítalo-brasileiro AMX (que passará a ser chamado de AMX-M) fará desse pequeno bombardeiro de precisão o único modelo de sua classe "dotado de recursos tecnológicos de última geração".
Os fatos confirmam a teoria. Em novembro de 2002, a Embraer anunciou a venda de 12 unidades para a Venezuela por US$ 225 milhões. A modernização das 53 aeronaves operadas pela FAB vai sair por US$ 300 milhões. Há concorrências em andamento na Índia, nos Emirados Árabes, na Grécia, nas Filipinas, no México e, por consulta direta, na Colômbia, dentro de um pacote que envolve 24 turboélices antiguerrilha Supertucano.
A Embraer não comenta hipóteses de negócios, mas a britânica British Aerospace (BaE), sim. A empresa produz o jato Hawk, concorrente direto do AMX-M. Os ingleses estimam que terão de ser substituídos em todo o mundo, de 600 a 700 velhos jatos leves de ataque nos próximos oito anos. "Haverá entregas em andamento dessas máquinas relativamente baratas pelo menos até 2015", sustenta Harry Stowell, da divisão de vendas internacionais da empresa.
O Hawk tem preço inicial na faixa de US$ 22 milhões. O AMX parte de um piso de US$ 15 milhões.
Atraso - O Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro está atrasado. As reduções orçamentárias da defesa e o contingenciamento das verbas aprovadas dificulta o planejamento.
O cronograma do Comando da Aeronáutica, elaborado em 2002, previa que em 2003 seriam aplicados US$ 500 milhões no processo de renovação da frota da FAB. Até sexta-feira haviam sido liberados pouco mais de US$ 200 milhões. O dinheiro foi destinado ao financiamento dos aviões de ataque leve Supertucano (ALX) que vão atuar na Amazônia. A entrega começa em um mês.
A formalização da encomenda de 12 cargueiros leves espanhóis C-295 e do equipamento atualizado de 9 P-3 Orion de vigilância marítima, no valor de US$ 592 milhões, será assinada provavelmente antes do fim do ano. No momento, o Comando da Aeronáutica escolhe a linha de crédito. O contrato será operacional em 2004, e se estenderá até 2008.
País vai investir US$ 3,5 bilhões para ter a maior e mais poderosa frota militar do continente
ROBERTO GODOY
O Brasil vai investir US$ 3,5 bilhões para ter, até 2010, a maior e mais poderosa aviação militar da América do Sul. Sete projetos do programa, autorizado em julho de 2000 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, estão sendo executados "no ritmo compatível com a execução orçamentária", segundo nota do Ministério da Defesa. Todos eles envolvem diretamente a indústria aeroespacial nacional.
O ministério, por meio do Comando da Aeronáutica, pretende atingir essa meta como conseqüência de um bem definido plano de revitalização da Força Aérea Brasileira (FAB) que prevê:
1) a modernização de 53 caça-bombardeiros AMX, 2) a modernização de 46 supersônicos F-5E\F Tiger II, 3) o desenvolvimento tecnológico de nove aviões de patrulha marítima P-3 Orion, 4) a compra de 12 cargueiros leves C-295, 5) o recebimento de 76 turboélices de ataque e treinamento ALX Supertucano, 6) a compra de 12 caças supersônicos de múltiplo emprego para defesa aérea, 7) a aquisição, incorporação e operação de oito aviões eletrônicos R-99A\B de alerta avançado, controle e sensoriamento remoto.
O empreendimento será em grande parte financiado por meio das vendas internacionais que vai permitir.
A Embraer, de São José dos Campos, é a fabricante dos jatos de ação eletrônica, do Supertucano. É também a responsável pelos processos de modernização dos AMX e dos F-5. O vice-presidente para a área de defesa, Romualdo Monteiro de Barros, acredita que tem em mãos para oferecer "os melhores produtos militares nos seus devidos segmentos".
Segundo Romualdo, a versão BR do caça F-5 (E de ataque, F de treinamento) "será a melhor configuração avançada disponível no mercado". O pacote de atualização do caça ítalo-brasileiro AMX (que passará a ser chamado de AMX-M) fará desse pequeno bombardeiro de precisão o único modelo de sua classe "dotado de recursos tecnológicos de última geração".
Os fatos confirmam a teoria. Em novembro de 2002, a Embraer anunciou a venda de 12 unidades para a Venezuela por US$ 225 milhões. A modernização das 53 aeronaves operadas pela FAB vai sair por US$ 300 milhões. Há concorrências em andamento na Índia, nos Emirados Árabes, na Grécia, nas Filipinas, no México e, por consulta direta, na Colômbia, dentro de um pacote que envolve 24 turboélices antiguerrilha Supertucano.
A Embraer não comenta hipóteses de negócios, mas a britânica British Aerospace (BaE), sim. A empresa produz o jato Hawk, concorrente direto do AMX-M. Os ingleses estimam que terão de ser substituídos em todo o mundo, de 600 a 700 velhos jatos leves de ataque nos próximos oito anos. "Haverá entregas em andamento dessas máquinas relativamente baratas pelo menos até 2015", sustenta Harry Stowell, da divisão de vendas internacionais da empresa.
O Hawk tem preço inicial na faixa de US$ 22 milhões. O AMX parte de um piso de US$ 15 milhões.
Atraso - O Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro está atrasado. As reduções orçamentárias da defesa e o contingenciamento das verbas aprovadas dificulta o planejamento.
O cronograma do Comando da Aeronáutica, elaborado em 2002, previa que em 2003 seriam aplicados US$ 500 milhões no processo de renovação da frota da FAB. Até sexta-feira haviam sido liberados pouco mais de US$ 200 milhões. O dinheiro foi destinado ao financiamento dos aviões de ataque leve Supertucano (ALX) que vão atuar na Amazônia. A entrega começa em um mês.
A formalização da encomenda de 12 cargueiros leves espanhóis C-295 e do equipamento atualizado de 9 P-3 Orion de vigilância marítima, no valor de US$ 592 milhões, será assinada provavelmente antes do fim do ano. No momento, o Comando da Aeronáutica escolhe a linha de crédito. O contrato será operacional em 2004, e se estenderá até 2008.