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ERJs no Brasil
Enviado: Seg Fev 13, 2006 4:37 pm
por otaolive
Já que todos são nacionalistas, patriotas, (tudo bem que a maioria são na Copa do Mundo) porque ninguém fala nada sobre a aviação nacional com Boeings, Airbus, e raríssimos ERJs ?
Não sei ao certo o motivo de GOL, VARIG, TAM não terem nenhum avião da EMBRAER em seu acervo, mas acho que tenha a ver com juros.
Supondo que eu esteja certo, porque o governo não age contra isso? Não foi esse um dos grandes assuntos que geravam polêmica no FX ? Queriam a industria brasileira no projeto? Porque que com a aviacao civil é diferente?
Alguem sabe mais a respeito?
Saudaçoes.
Enviado: Seg Fev 13, 2006 4:57 pm
por The Baaz
Eu li uma vez que sai mais caro para uma empresa daqui ter um ERJ 190 por exemplo do que ter um A-319/B-737 devido aos juros e impostos.
A TAM vem a tempos negociando junto à Embraer, BNDES e governo do Estado de São Paulo para a compra de 20/25 unidades do ERJ-190, até saiu uma notícia que o Gov. de São Paulo iria cortar o ICMS cobrado sobre os aviões da Embraer para facilitar a venda, mas não vi mais nada sobre o assunto.
Enviado: Seg Fev 13, 2006 8:07 pm
por Vinicius Pimenta
Conseguir financiamento também é um problema. A TAM está interessada em EMB-190...
Enviado: Seg Fev 13, 2006 8:31 pm
por The Baaz
Vinicius Pimenta escreveu:Conseguir financiamento também é um problema. A TAM está interessada em EMB-190...
Também.
O BNDES seria uma via de financiamento, mas o processo é tão burocrático e difícil de ser conseguido que as empresas locais vão procurar financiamentos e consequentemente produtos lá fora.
Enviado: Ter Fev 14, 2006 9:07 am
por otaolive
A EMBRAER não reclama disso não? Da falta de financiamento para empresas brasileiras?
Ou será que ela não reclama porque já recebe ajuda para suas vendas no exterior? (veja bem, não estou dizendo que são ajudas ilegais.)
Enviado: Ter Fev 14, 2006 11:02 am
por Brigadeiro
A EMBRAER tem mercado aqui muito amplo no Brasil, mas não possui clientes nacionais por falta de interessa governamental, uma vez que, para se comprar uma aeronave no Brasil, a empresa teria que pagar ICMS, IPI e outras taxações sobre o valor de cada aeronave e isso acaba sendo um repelente já que a compra de aeronaves estrangeiras são isentas desses impostos. Apesar disso, a TAM formalizou, em 2000, o interesse de comprar cerca de 20 ERJ-190/195 para substituir a frota de FOKKER-100 e está lutando para conseguir a isenção ou a redução de boa parte desses impostos que fazem o valor do avião nacional explodir.
O Governador de São Paulo, o Sr. Geraldo Alkimin, foi acionado para ver se pelo menos reduz o valor do ICMS sobre a compra de aeronaves e as empresas estão vendo se isenta, das aeronaves, a cobrança do IPI. Para se ter uma idéia, a RIO-SUL, pagava 10% de IPI sobre o valor do contrato de leasing e teve que brigar na justiça para isentá-la desse valor (cerca de US$ 15.000.000,00 na época). Há também o problema do financiamento, uma vez que nenhuma instituição financeira ousou a financiar a compra de aeronaves nacionais.
A esperança agora vem sobre a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), pois ela teria como regulamentar melhor a aviação nacional e teria condições de quebrar os paradigmas e abrindo um espaço maior para o diálogo entre as companhias, empresas de aviação em geral, aeroclubes e aeroviários. Tem se discutido muito sobre o futuro da aviação civil agora e todos tem a esperança de ter a ANAC como uma grande parceira para fazer a aviação explodir de vez no Brasil.
Enviado: Ter Fev 14, 2006 11:18 am
por Brigadeiro
Reclamar, todas as empresas reclamam... O problema é que fazem reunião, discutem, ouvem e não fazem nada. A carga tributária cobrada para as empresas aéreas é enorme (há uma máxima que diz que as empresas brasileiras trabalham 136 dias exclusivamente para quitar os compromissos tributários).
Todas as regionais brasileiras (TOTAL, TAVAJ, TRIP, OCEANAIR, etc) operam aeronaves de 50 lugares, mas são todas estrangeiras (os turbo-hélices ATR-42/72 e FOKKER-50) e algumas ainda conseguem operar os EMB-120 Brasília. Há um interesse grande em operar aeronaves da EMBRAER (como a EMBRAER é brasileira, a aquisição de peças de reposição é mais barata e mais rápida, o que reduz os custos de manutenção). Só que é muito mais barato comprar um ATR-42, que não é cobrada taxa de importação e nem há muita taxação.
No dia que olharem para aviação civil com mais seriedade e menos medo, veremos mais ERJ's voando com as cores nacionais...
[]'s
Enviado: Ter Fev 14, 2006 1:57 pm
por Rui Elias Maltez
Em Portugal a companhia Portugalia de linhas regionais e com muitos destinos para a Europa, e que que recentemente ganhou um galardão que a premiou como a melhor companhia de aviação europeia regional, utiliza o Embraer.
Trata-se do Emb-145
Avião: Embraer 145 Private Jet
Nº de aparelhos: 8
Aviões: Brigão, Chapim, Cuco, Gaio, Melro, Pardal, Pisco, Rola
A aeronave Embraer 145 é um jacto pressurizado, vocacionado para o transporte regional, adquirido para a frota da PGA - Portugália Airlines em 1997, ano em que a Companhia inaugura sete novos destinos na Península Ibérica e Reino Unido.
Capacidade Máxima de Passageiros: 49
Comprimento: 29.87 m
Envergadura: 20.04 m
Altura: 6.75 m
Velocidade de Cruzeiro: 830 km / h
Altitude Máxima: 11 300 m
Raio de Acção: 2 400 km
Capacidade de Combustivel: 5 200 l
A sua frota:
8 Emb 145
6 Fokker 100
2 Saab 2000
1 Beechcraft 1900D
A PGA impôs-se, ao longo dos últimos 15 anos, no mercado europeu, como uma transportadora aérea privada e inovadora, guiada por elevados padrões de serviço.
A gestão eficaz e rigorosa, o empenho da sua equipa e o compromisso de qualidade para com os passageiros valeram-lhe o reconhecimento internacional, de que faz prova a atribuição do título Melhor Companhia Aérea Regional da Europa em 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005.
http://www.flypga.com
Enviado: Ter Fev 14, 2006 2:34 pm
por A-29
Eu encaro de outra maneira, pois a questão tributária pode ser simplesmente contornada. Todas as aéreas preferem fazer leasing de suas aeronaves em vez de comprar. Já que é assim, bastaria uma empresa de leasing intenacional (como a GE) adquirir aeronaves da Embraer para depois repassá-las às aéreas nacionais por meio de leasing, da mesma maneira que se faria com um boeing qualquer. Na exportação a aeronave da Embraer não teria nenhum imposto, e na volta em leasing teria a mesma tributação de uma aeronave estrangeira. Ou seja, babau problema com IPI ou ICMS.
Acredito que isso nã acontece por dois fatores:
1- As grandes aéreas brasileiras têm uma clara preferência por aviões para mais de 140 passageiros (no que 737 e A-320 são perfeitos), bem acima das capacidades da família 170/190;
2- As mesmas aéreas fazem pressão para conseguir financiamento em reais para a aquisição, ou preferencialmente para a realização em reais do leasing operacional. Um financiamento em reais teria a vantagem de estar imune às variações cambiais.
Dito isso, acredito que se a TAM realmente estivesse interessada em substituir seus Focker por modelos Embraer (e não por Airbus), já o teria feito com a manobra financeira que descrevi acima. Talves esteja fazendo pressão para conseguir o financiamento em reais...
Enviado: Ter Fev 14, 2006 2:51 pm
por otaolive
A29, acho interessante esta manobra, não sei se seria legal e se seria viável mesmo.
Quanto as empresas brasileiras preferirem os 737e A319 invés do E170/190 acho estranho, porque a equipe da EMBRAER fez uma pesquisa de mercado, e é claro que ela não queria concorrer com os "gigantes".
Mas para uma ponte aérea, por exemplo, será que os E-Jets não seriam melhores opções? Não sei ao certo, mas acho que tirando os horários de pico, os aviões não saem com sua capacidade máxima a maior parte do tempo.
Enviado: Ter Fev 14, 2006 3:42 pm
por Brigadeiro
A-29 escreveu:Eu encaro de outra maneira, pois a questão tributária pode ser simplesmente contornada. Todas as aéreas preferem fazer leasing de suas aeronaves em vez de comprar. Já que é assim, bastaria uma empresa de leasing intenacional (como a GE) adquirir aeronaves da Embraer para depois repassá-las às aéreas nacionais por meio de leasing, da mesma maneira que se faria com um boeing qualquer. Na exportação a aeronave da Embraer não teria nenhum imposto, e na volta em leasing teria a mesma tributação de uma aeronave estrangeira. Ou seja, babau problema com IPI ou ICMS.
Acredito que isso nã acontece por dois fatores:
1- As grandes aéreas brasileiras têm uma clara preferência por aviões para mais de 140 passageiros (no que 737 e A-320 são perfeitos), bem acima das capacidades da família 170/190;
2- As mesmas aéreas fazem pressão para conseguir financiamento em reais para a aquisição, ou preferencialmente para a realização em reais do leasing operacional. Um financiamento em reais teria a vantagem de estar imune às variações cambiais.
Dito isso, acredito que se a TAM realmente estivesse interessada em substituir seus Focker por modelos Embraer (e não por Airbus), já o teria feito com a manobra financeira que descrevi acima. Talves esteja fazendo pressão para conseguir o financiamento em reais...
Não sei se isso é viável, afinal de contas, não existem apenas grandes como VARIG, TAM ou GOL no Brasil, mas também há as regionais como a TOTAL, TRIP, etc que poderiam muito bem operar o ERJ-145 e não o fazem. Se essa fosse bem a solução, eu acho que as empresas já teriam feito isso a muito tempo.
Até mais!

Enviado: Ter Fev 14, 2006 3:46 pm
por Brigadeiro
otaolive escreveu:Mas para uma ponte aérea, por exemplo, será que os E-Jets não seriam melhores opções? Não sei ao certo, mas acho que tirando os horários de pico, os aviões não saem com sua capacidade máxima a maior parte do tempo.
Até que para a ponte eu não sei, mas as demais rotas os E-Jets seriam uma melhor opção para cobrir boa parte das rotas das grandes empresas, prova disso é a TAM ainda mantendo o Fokker-100 e a Rio-Sul que operou durante anos os 737-500 com cerca de 110 lugares.
Até mais!

Enviado: Ter Fev 14, 2006 4:17 pm
por A-29
Pessoalmente sou o maior fã da nova família de jatos da Embraer, e posso garantir que a operação que descrevi é totalmente viável e legal.
O problema quanto às grandes já descrevi. Embora eu não compreenda por que elas não optam por aviões um pouco menores para algumas rotas (afinal de contas, imagino que o custo operacional de um E-190 seja bem inferior ao de um A-319 ou 737).
Quanto às pequenas, elas claramente têm preferido aviões turbohélice devido aos custos operacionais mais baixos. Além do que, comprar um Focker 50 ou Brasília sai bem mais em conta que um ERJ 145 ou 135.
Enviado: Qua Fev 15, 2006 10:07 pm
por Malandro
Ah chega de reserva de mercado . AS empresas compram da Embraer se quiserem ( e as de fora estão querendo e muito!) . O problema é que as de dentro tb devem quere mas com os altos impostos sem o subsídio que o BNDES dá para a expportação de aeronaves fica difícil .