OS NOVOS HERÓIS DO MAR
Desde o início de 2005, que o navio D. Carlos I tem estudado a face oculta do Oceano Atlântico. A missão recorre a tecnologias sofisticadas e é considerada estratégica para a soberania de Portugal
Quinhentos anos depois dos descobrimentos, o território nacional poderá voltar a beneficiar de nova expansão.
Uma missão do Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa (IH) está, neste momento a cartografar o fundo do Oceano Atlântico com vista a reclamar a soberania da plataforma continental junto das Nações Unidas (ONU).
A missão de estudo coordenada pela Estrutura de Missão da Exrensão da Plataforma Continental (EMEPC) faz lembrara as corridas ao ouro do passado e só é possível com o recurso a um "batalhão" de novas tecnologias.
O contra-relógio cartográfico termina em Março de 2009.
...
Neste momento , o D. Carlos I encintra-se a cartografar várias zonas prioritárias entre a fronteira norte do território continental e o Arquipélago da Madeira.
Não são adiantados dados quanto á dimensão da área já cartografada e daquela que falta cartografar.
Mas há um ponto que está bem assente: Portugal tem por objectivo aumentar a soberania de 200 milhas naúticas até ao máximo de 350 milhas naúticas (cerca de 370 e 648 km, respactivamente).
O aumento da soberania restringe-se ao fundo do mar (ao contrário das 200 milhas da Zona Económica Exclusiva portuguesa, onde a soberania também abarca as águas), mas é visto como uma oportunidade ùnica do ponto de vista científico, político e económico.
Os segredos do oceano
O estudo cartográfico de uma área tão larga só é possível devido à instalação dum sondador multifeixe no navio D. Carlos I.
O sondador cartografa o fundo do mar através da emissão de sons, cujo eco permite descobrir profundidades e relevos promenorizados que antes se mantinham desconhecidos.
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Mas D. Carlos I não estará sózinho nesta missão.
Em meados de 2006, o Gago Coutinho, navio similar ao D. Carlos I, deverá ficar operacional e poderá juntar-se à frota do IH, que conta ainda com os navios de capacidade de navegação costeira Auriga e Andrómeda.
Actualmente a adaptação do Gago Coutinho está a decorrer nos Estaleiros do Arsenal do Alfeite da Marinha Portuguesa.
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Tecnologias para o estudo do mar
Cartas de navegação electrónica
Substituiram as congéneres de papel. Têm a virtude de não se rasgar ou detriorar e de apresentar dados mais fidedignos, que podem ser actualizados por fontes de informação externas.
Estas cartas são criadas de acordo com o padrão internacional S57.
Podem ser actualizadas através de CD, conexões Inmarsat ou GSM.
Disponibilizam várias camadas de informação e podem estar associadas a sistemas de GPS ou radar. A visualização e o tratamento de dados são efectuados através do Electronic Chart Display and Information System
(ECDIS) que é composto por um ecrã, um CPU, leitor de CD um teclado e uma track ball
CTD Ondulante
Dispositivo rebocado que permite medir a salinidade, temperatura e pressão da água.
Marégrafos
Dispositivos que permitem medir as marés em diferentes pontos. O IH dispõe de uma rede de marégrafos acústicos, de radar e de pressão.
Correntómetros
Dispositivos acústicos ou mecânicos que permitem medir correntes através da emissão de sons. Podem ser colocados em estuárioa de rios ou até em grandes profundidades.
ADCP ("Acoustic Doopler current profiler")
Funciona por efeito de Doppler a regista o perfil da corrente. O IH dispõe das seguintes versões: 1200kHz (alta resolução vertical utilizado em regiões de baixa profundidade); 600kHz (de alcance superior ao de 1200kHz e de maior resolução que o de 300kHz, frequentemente utilizado em regiões costeiras) e 300kHz (de grande alcance utilizado em regiões oceânicas, sobre a plataforma continental).
Rosette
Sistema com vários compartimentos que permite recolher água a diferentes profundidades, para o estudo físico e biológico do mar.
Bóia Ondógrafo Direccional
Bóia que é colocada em profundidades de 80 a 100 metros. Mede a agitação marítima e envia dados, via rádio, para o farol mais próximo que, por sua vez, está equipado com um sistema de comunicações móveis que envia a informação para o IH.
O Sensor Multifeixe
Incorporado no cascop do Navio D. Carlos I, permite efectuar o levantamento total do fundo do mar em que incide. É constituido por 192 feixes que emitem som com grande cobertura angular de 150 graus (ainda que a qualidade dos dados implique operar a cerca de 120 graus),
cujo eco permite conhecer o relevo e outras características do fundo do mar. O dispositivo foi desenvolvido pela norueguesa Konsberg opera nas frequências de 12kHz. Permite um alcance um alcance dos 10 aos 20 mil metros de profundidade. O dispositivo é apoiado por sistemas de GPS diferencial, um sensor de movimento e um perfilador de velocidade. Permite a cobertyura total da área "sondada", que corresponde ao triplo da profundidade (ex. se o fundo está a mil metros, então o sondador consegue "varrer" áreas de três mil metros)
Plataforma continental
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Plataforma continental
Por pensar ser um assunto interessante, vou transcrever um artigo saído na revista Exame/Informática
- Charlie Golf
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E uma boa missão ao serviço do páis.
Foi para isso que os recebemos, e apesar do atraso na sua operacionalzação (mais vale tarde que nunca) estão, um deles operacional e o outro brevemente se juntará.
Outra das missões que lhes estarão destinadas futuramente é num quadro de cooperação, fazer a actualização dos fundos marinhos e cartas de correntes dos PALOP's, para as quais Angola já solicotou o apoio de Portugal que com esses navios poderá realizar essa tarefa, nomeadamente nos fundos marinhos julto das barras dos portos de Luanda e do Lobito.
Esse trabalho deverá ser pago pelo estado angolano.
Foi para isso que os recebemos, e apesar do atraso na sua operacionalzação (mais vale tarde que nunca) estão, um deles operacional e o outro brevemente se juntará.
Outra das missões que lhes estarão destinadas futuramente é num quadro de cooperação, fazer a actualização dos fundos marinhos e cartas de correntes dos PALOP's, para as quais Angola já solicotou o apoio de Portugal que com esses navios poderá realizar essa tarefa, nomeadamente nos fundos marinhos julto das barras dos portos de Luanda e do Lobito.
Esse trabalho deverá ser pago pelo estado angolano.
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E uma boa missão ao serviço do páis.
Foi para isso que os recebemos, e apesar do atraso na sua operacionalzação (mais vale tarde que nunca) estão, um deles operacional e o outro brevemente se juntará.
Outra das missões que lhes estarão destinadas futuramente é num quadro de cooperação, fazer a actualização dos fundos marinhos e cartas de correntes dos PALOP's, para as quais Angola já solicotou o apoio de Portugal que com esses navios poderá realizar essa tarefa, nomeadamente nos fundos marinhos julto das barras dos portos de Luanda e do Lobito.
Esse trabalho deverá ser pago pelo estado angolano.
Foi para isso que os recebemos, e apesar do atraso na sua operacionalzação (mais vale tarde que nunca) estão, um deles operacional e o outro brevemente se juntará.
Outra das missões que lhes estarão destinadas futuramente é num quadro de cooperação, fazer a actualização dos fundos marinhos e cartas de correntes dos PALOP's, para as quais Angola já solicotou o apoio de Portugal que com esses navios poderá realizar essa tarefa, nomeadamente nos fundos marinhos julto das barras dos portos de Luanda e do Lobito.
Esse trabalho deverá ser pago pelo estado angolano.
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Mas D. Carlos I não estará sózinho nesta missão.
Em meados de 2006, o Gago Coutinho, navio similar ao D. Carlos I, deverá ficar operacional e poderá juntar-se à frota do IH, que conta ainda com os navios de capacidade de navegação costeira Auriga e Andrómeda.
Actualmente a adaptação do Gago Coutinho está a decorrer nos Estaleiros do Arsenal do Alfeite da Marinha Portuguesa.
Já agora, alguém sabe se o Almeida Carvalho A-526 ainda está operacional?
Triste sina ter nascido português
- P44
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Rui Elias Maltez escreveu:Estratégicamente é importante.
Pode representar que no futuro e com outras tecnologias se possa explorar riquezas dos fundos marinhos, noemadamente minérios, etc.
Ou então fazem estádios de polo aquático, e Bases Submarinas e Comboios de alta velocidade subaquatica
Triste sina ter nascido português
3520 escreveu:Sinceramente, ainda não percebi porque é que portugal quer aumentar de 200 milhas para 350 milhas a sua soberania sobre os fundos oceanicos.
Por causa dos recursos que existem, ou que se pensa que podem existir nesses fundos oceânicos.
Quando este assunto vem à baila são normalmente referidos os hidratos de metano, que podem vir a tornar-se uma importante fonte energética no futuro. Se isso terá viabilidade ou não, já não posso dizer, porque os meus conhecimentos de Química não dão para tanto...
Fazendo uma pesquisa rápida, ficam aqui dois links sobre o assunto:
http://marine.usgs.gov/fact-sheets/gas-hydrates/title.html
http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/exemplar26.html
- alfsapt
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3520 escreveu:Sinceramente, ainda não percebi porque é que portugal quer aumentar de 200 milhas para 350 milhas a sua soberania sobre os fundos oceanicos.
...por acaso não é habitual colocar-se essa questão, mas julgo por causa do trauma de Pequenez. No subconsciente de muitos ainda vive o instinto de expansão e conquista... ou então ando a ver muitos filmes!
"Sirvamos hoje a deusa Minerva,
Por melhor servir a Marte."
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Julgo que é uma questão estratégica para um futuro mais ou menos distante.
Como eu digo sempre, o que pode interessar a outros paíss, interessa necessáriamente a nós.
E Portugal tem a potencialidade do enorme oceano à sua disposição e essa é uma vantagem estratégica sobre muitos outros paíeses europeus.
Como eu digo sempre, o que pode interessar a outros paíss, interessa necessáriamente a nós.
E Portugal tem a potencialidade do enorme oceano à sua disposição e essa é uma vantagem estratégica sobre muitos outros paíeses europeus.
- Rui Elias Maltez
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