A-12
Enviado: Sex Nov 11, 2005 4:34 pm
A compra pelo Brasil, no início da década, do antigo porta-aviões francês, Foch, levanta algumas perguntas curiosas sobre quais os objectivoe brasileiros a médio e a longo prazo, no que respeita ao seu posicionamento geoestratégico, quer na América do Sul, quer no Mundo.
Defesa das costas brasileiras
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Desde a segunda guerra mundial que o Brasil sentiu a necessidade de proteger a sua extensa costa marítima. Não dispondo de uma rede de estradas, nem de caminhos de ferro desenvolvida, o Brasil dependia tremendamente da navegação de cabotagem, e da ligação por navio entre as várias capitais estaduais do nordeste, todas cidades marítimas e o sul, Rio de Janeiro e Santos, no estado de São Paulo.
Analise interessante.
Algum comentario a favor ou contra ?
Luiz
A navegação de cabotagem, foi a primeira vítima quando o Brasil e a Alemanha entraram em guerra, e desde esse tempo, o Brasil dá um cuidado especial á defesa da sua costa, pese embora o facto de hoje, com o desenvoilvimento da rede de estradas, já não necessitar dela para o transporte entre as suas várias regiões.
No entanto, tendo uma economia voltada para a exportação, o Brasil continua a ter que defender a sua costa marítima. Depois da segunda guerra mundial, foi desenvolvida a arma anti-submarina, e em 1956, adquirido um porta-aviões de fabrico britânico, o antigo HMS Vengeance.
O A-11 Minas Gerais
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O Vengeance, baptizado “Minas Gerais” entrou ao serviço da marinha brasileira em 1956. Embora fosse de facto um porta-aviões, (tendo-lhe sido feitas modificações, como um convés em ângulo de 8.5º e uma catapulta que lhe permitia lançar aviões com 13.5 toneladas) o Minas Gerais foi, durante a sua vida operacional, um Porta-Helicopteros e navio anti-submarino. Operava seis a oito aviões anti-submarinos Gruman Tracker e helicópteros Sea-King. A sua função era a de caçar submarinos que atacassem e colocassem em perigo as águas brasileiras. No entanto, o Minas Gerais e a marinha do Brasil, nunca operaram aviões de ataque, a partir deste navio.
O A-12 São Paulo substitui o Minas Gerais
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Mesmo antes do fim da vida útil do Minas Gerais, a Marinha do Brasil, adquiriu um lote de aviões A4 Skyhawk da força aérea do Koweit. Estes aviões de ataque, embora antiquados e sem equipamentos modernos, foram de facto os primeiros aviões de combate da marinha, e tiveram a sua estreia a bordo do A-11. Posteriormente, com a compra do Foch, entretanto rebaptizado A-12 São Paulo, esta força passou para o “novo” navio.
Portanto, embora a compra de “ocasião” do São Paulo, pareça fazer querer que se tratou de uma simples substituição de um porta-aviões por outro com melhores capacidades, trata-se na realidade de uma alteração completa no que respeita ao conceito táctico de utilização do meio. Neste momento o São Paulo não está equipado com os aviões Tracker, entretanto ultrapassados e com as células atingindo o limite de horas de vôo, portanto, afora os helicópteros, o São Paulo é agora uma plataforma muito maior, para ser utilizada por aviões de combate.
Porta-aviões de ataque
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O Foch, e o Clemanceau, os dois porta-aviões franceses, foram classificados como porta-aviões de ataque, e o São Paulo, é o mesmo navio, sendo-lhe retiradas as armas que o equipavam para defesa. Se equipado com aviões A4-Skyhawk modernizados, o A-12, pode, se devidamente escoltado, ser o núcleo de uma força naval com capacidade para actuar em cenários, como por exemplo as costas do Atlântico Sul, ou outros.
Seja como for, não tendo catapultas para utilizar aviões para luta anti-submarina modernos, o São Paulo não poderá ter outra função que não a de porta-aviões de ataque, que terá que ser convenientemente armado para a função.
Caso contrário, a outra hipótese sería a utilização do São Paulo, como mera plataforma porta-helicópteros ASW (anti-submarino) o que resultaría num monumental desperdício de recursos, porque essa função pode ser efectuada por navios tipo LHD/LPD, baseados em cascos civis, e que estão ao alcance quer das capacidades orçamentárias da marinha, quer mesmo ao alcance das capacidades dos estaleiros brasileiros.
Conclusões
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Se o Brasil terá capacidade para transformar o São Paulo no núcleo de uma esquadra com objectivos de controlo marítimo de alto-mar, vai depender das próximas movimentações da marinha do Brasil, no que respeita á modernização dos aviões A4-Skyhawk, ou á aquisição de outros aviões, e também aos sistemas de defesa apróximada de que o São Paulo necessita para se tornar uma arma eficaz, que neste momento não é.
Defesa das costas brasileiras
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Desde a segunda guerra mundial que o Brasil sentiu a necessidade de proteger a sua extensa costa marítima. Não dispondo de uma rede de estradas, nem de caminhos de ferro desenvolvida, o Brasil dependia tremendamente da navegação de cabotagem, e da ligação por navio entre as várias capitais estaduais do nordeste, todas cidades marítimas e o sul, Rio de Janeiro e Santos, no estado de São Paulo.
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Luiz
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A navegação de cabotagem, foi a primeira vítima quando o Brasil e a Alemanha entraram em guerra, e desde esse tempo, o Brasil dá um cuidado especial á defesa da sua costa, pese embora o facto de hoje, com o desenvoilvimento da rede de estradas, já não necessitar dela para o transporte entre as suas várias regiões.
No entanto, tendo uma economia voltada para a exportação, o Brasil continua a ter que defender a sua costa marítima. Depois da segunda guerra mundial, foi desenvolvida a arma anti-submarina, e em 1956, adquirido um porta-aviões de fabrico britânico, o antigo HMS Vengeance.
O A-11 Minas Gerais
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O Vengeance, baptizado “Minas Gerais” entrou ao serviço da marinha brasileira em 1956. Embora fosse de facto um porta-aviões, (tendo-lhe sido feitas modificações, como um convés em ângulo de 8.5º e uma catapulta que lhe permitia lançar aviões com 13.5 toneladas) o Minas Gerais foi, durante a sua vida operacional, um Porta-Helicopteros e navio anti-submarino. Operava seis a oito aviões anti-submarinos Gruman Tracker e helicópteros Sea-King. A sua função era a de caçar submarinos que atacassem e colocassem em perigo as águas brasileiras. No entanto, o Minas Gerais e a marinha do Brasil, nunca operaram aviões de ataque, a partir deste navio.
O A-12 São Paulo substitui o Minas Gerais
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Mesmo antes do fim da vida útil do Minas Gerais, a Marinha do Brasil, adquiriu um lote de aviões A4 Skyhawk da força aérea do Koweit. Estes aviões de ataque, embora antiquados e sem equipamentos modernos, foram de facto os primeiros aviões de combate da marinha, e tiveram a sua estreia a bordo do A-11. Posteriormente, com a compra do Foch, entretanto rebaptizado A-12 São Paulo, esta força passou para o “novo” navio.
Portanto, embora a compra de “ocasião” do São Paulo, pareça fazer querer que se tratou de uma simples substituição de um porta-aviões por outro com melhores capacidades, trata-se na realidade de uma alteração completa no que respeita ao conceito táctico de utilização do meio. Neste momento o São Paulo não está equipado com os aviões Tracker, entretanto ultrapassados e com as células atingindo o limite de horas de vôo, portanto, afora os helicópteros, o São Paulo é agora uma plataforma muito maior, para ser utilizada por aviões de combate.
Porta-aviões de ataque
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O Foch, e o Clemanceau, os dois porta-aviões franceses, foram classificados como porta-aviões de ataque, e o São Paulo, é o mesmo navio, sendo-lhe retiradas as armas que o equipavam para defesa. Se equipado com aviões A4-Skyhawk modernizados, o A-12, pode, se devidamente escoltado, ser o núcleo de uma força naval com capacidade para actuar em cenários, como por exemplo as costas do Atlântico Sul, ou outros.
Seja como for, não tendo catapultas para utilizar aviões para luta anti-submarina modernos, o São Paulo não poderá ter outra função que não a de porta-aviões de ataque, que terá que ser convenientemente armado para a função.
Caso contrário, a outra hipótese sería a utilização do São Paulo, como mera plataforma porta-helicópteros ASW (anti-submarino) o que resultaría num monumental desperdício de recursos, porque essa função pode ser efectuada por navios tipo LHD/LPD, baseados em cascos civis, e que estão ao alcance quer das capacidades orçamentárias da marinha, quer mesmo ao alcance das capacidades dos estaleiros brasileiros.
Conclusões
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Se o Brasil terá capacidade para transformar o São Paulo no núcleo de uma esquadra com objectivos de controlo marítimo de alto-mar, vai depender das próximas movimentações da marinha do Brasil, no que respeita á modernização dos aviões A4-Skyhawk, ou á aquisição de outros aviões, e também aos sistemas de defesa apróximada de que o São Paulo necessita para se tornar uma arma eficaz, que neste momento não é.