Fonte: http://www.terra.com.br/istoe
São nada menos que 4,4 milhões de quilômetros quadrados de oceano que incluem 3,5 milhões de quilômetros quadrados da faixa de 200 milhas da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e mais 900 mil quilômetros quadrados do prolongamento da Plataforma Continental, que mais do que dobram os 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território brasileiro. Amazônia Azul para a Marinha, essa imensidão de mar precisa de mais proteção. O número de naves de guerra da Esquadra (leia quadro) se torna cada dia mais insuficiente diante do tamanho da área. No caso dos submarinos (quatro em atividade e o maior e mais novo, o Tikuna, em fase final de acabamento para entrar em serviço), o número, para todos os especialistas, é claramente insuficiente. A Marinha tem um projeto de construir mais três iguais ao Tikuna e, em seguida, dois de maior porte, como teste de tecnologia para o submarino nuclear. Já houve consulta aos fabricantes alemães
e franceses, visando à construção e à transferência de tecnologia. Mas a falta de verbas, problema desde o governo FHC, emperrou o programa. Em 2005, por exemplo, o orçamento previa R$ 900 milhões, mas a Marinha recebeu zero real. Resultado: não há sequer combustível.
Poucos submarinos comprometem sua missão, a de “negar o mar ao inimigo”. A carência de material se reflete nas fragatas, que também deveriam ser o dobro das atuais, e até em navios de guerra menores, como os navios-patrulha. São eles, por exemplo, que patrulham as costas, incluindo os campos de petróleo da Bacia de Campos, o “Kuwait brasileiro”, responsável pela produção de 1,2 milhão de barris/dia de petróleo. Jóia da coroa no mar, as 48 plataformas de Campos recebem atenção especial. Por sorte, Campos fica perto do Rio de Janeiro e da Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia, no Estado do Rio. “Mas cada vez mais se descobrem campos de petróleo longe do Rio. E as dificuldades vão aumentar, se não tivermos mais homens treinados, submarinos, navios e helicópteros”, alerta uma fonte naval.