Artigo de péssimo gosto
Enviado: Seg Set 08, 2003 10:34 am
Senhores, preparem-se, porque o MALA atacou de novo, e é preciso estômago para encarar.
Diogo Mainardi
O nacional-foguetismo
Quando Lula foi eleito, o jornal americano de ultradireita Washington Times advertiu que o Brasil poderia fabricar foguetes com capacidade para atingir os Estados Unidos e matar um monte de gente. Bobagem. Os foguetes brasileiros só matam brasileiros.
Os lulistas continuam a insistir que o Brasil precisa dominar a tecnologia espacial. Antes de dominar a tecnologia espacial, seria melhor dominar a tecnologia de combate à esquistossomose.
O Brasil, nos últimos anos, investiu mais de 1,5 bilhão de reais em seu programa espacial. Os parlamentares lulistas sempre acharam pouco. Queriam que Fernando Henrique Cardoso liberasse mais verbas para o foguete nacional, o VLS. Aldo Rebelo disse que o VLS era a "mais importante vitória tecnológica do século". Waldir Pires anunciou que o VLS nos colocaria "no rol das nações com tecnologia para o setor". Socorro Gomes declarou que o VLS romperia a "hegemonia da Nasa". Marcelo Barbieri denunciou o "boicote" americano ao VLS. Embora se preocupassem com os programas espaciais, os parlamentares lulistas também souberam se ater a questões mais terrenas, aproveitando a eleição de Lula para ocupar postos importantes na administração pública. Aldo Rebelo tornou-se líder do governo. Waldir Pires foi agraciado com a Controladoria-Geral da União. Socorro Gomes foi nomeada delegada regional do trabalho, em detrimento de um funcionário de carreira. Marcelo Barbieri, anel de ligação entre o quercismo e o lulismo, virou assessor especial de José Dirceu.
O diretor da Agência Espacial Brasileira, o engenheiro Luiz Bevilacqua, usou a tragédia na base de Alcântara para pedir mais dinheiro ao governo. Ele afirmou que, com mais dinheiro, a tragédia não teria ocorrido, porque teria sido possível contratar pessoal mais qualificado. Ou seja, enquanto as famílias das vítimas choravam suas mortes e buscavam uma radiografia das arcadas dentárias para identificar seus corpos, o engenheiro Bevilacqua insinuava que os técnicos só haviam morrido porque eram incompetentes. Como é que o engenheiro Bevilacqua pode falar uma coisa dessas? Como é que ele ainda não foi mandado embora?
Os parlamentares lulistas recusaram o acordo com os Estados Unidos para o arrendamento da base de Alcântara com o argumento de que feria a soberania nacional. Um dos pontos do acordo era que o dinheiro pago pelos americanos não poderia ser aplicado no desenvolvimento do VLS. Invertendo a equação do engenheiro Bevilacqua: se não tivéssemos investido um único tostão no VLS, ninguém teria morrido.
Antes de chegar ao poder, os parlamentares lulistas criticavam a participação brasileira na Estação Espacial Internacional. Agora mudaram de idéia. Uma das metas do programa é mandar um astronauta brasileiro para o espaço. Considerando a sofreguidão com que a nova classe dirigente ocupa todos os cargos disponíveis, é bem provável que o astronauta brasileiro seja lulista. Lulista ou não, acho uma temeridade mandar um brasileiro para o espaço. Quem assistiu a Planeta dos Macacos sabe do que estou falando. Imagine um planeta inteiro dominado por gente como nós.
http://veja.abril.uol.com.br/030903/mainardi.html
Diogo Mainardi
O nacional-foguetismo
Quando Lula foi eleito, o jornal americano de ultradireita Washington Times advertiu que o Brasil poderia fabricar foguetes com capacidade para atingir os Estados Unidos e matar um monte de gente. Bobagem. Os foguetes brasileiros só matam brasileiros.
Os lulistas continuam a insistir que o Brasil precisa dominar a tecnologia espacial. Antes de dominar a tecnologia espacial, seria melhor dominar a tecnologia de combate à esquistossomose.
O Brasil, nos últimos anos, investiu mais de 1,5 bilhão de reais em seu programa espacial. Os parlamentares lulistas sempre acharam pouco. Queriam que Fernando Henrique Cardoso liberasse mais verbas para o foguete nacional, o VLS. Aldo Rebelo disse que o VLS era a "mais importante vitória tecnológica do século". Waldir Pires anunciou que o VLS nos colocaria "no rol das nações com tecnologia para o setor". Socorro Gomes declarou que o VLS romperia a "hegemonia da Nasa". Marcelo Barbieri denunciou o "boicote" americano ao VLS. Embora se preocupassem com os programas espaciais, os parlamentares lulistas também souberam se ater a questões mais terrenas, aproveitando a eleição de Lula para ocupar postos importantes na administração pública. Aldo Rebelo tornou-se líder do governo. Waldir Pires foi agraciado com a Controladoria-Geral da União. Socorro Gomes foi nomeada delegada regional do trabalho, em detrimento de um funcionário de carreira. Marcelo Barbieri, anel de ligação entre o quercismo e o lulismo, virou assessor especial de José Dirceu.
O diretor da Agência Espacial Brasileira, o engenheiro Luiz Bevilacqua, usou a tragédia na base de Alcântara para pedir mais dinheiro ao governo. Ele afirmou que, com mais dinheiro, a tragédia não teria ocorrido, porque teria sido possível contratar pessoal mais qualificado. Ou seja, enquanto as famílias das vítimas choravam suas mortes e buscavam uma radiografia das arcadas dentárias para identificar seus corpos, o engenheiro Bevilacqua insinuava que os técnicos só haviam morrido porque eram incompetentes. Como é que o engenheiro Bevilacqua pode falar uma coisa dessas? Como é que ele ainda não foi mandado embora?
Os parlamentares lulistas recusaram o acordo com os Estados Unidos para o arrendamento da base de Alcântara com o argumento de que feria a soberania nacional. Um dos pontos do acordo era que o dinheiro pago pelos americanos não poderia ser aplicado no desenvolvimento do VLS. Invertendo a equação do engenheiro Bevilacqua: se não tivéssemos investido um único tostão no VLS, ninguém teria morrido.
Antes de chegar ao poder, os parlamentares lulistas criticavam a participação brasileira na Estação Espacial Internacional. Agora mudaram de idéia. Uma das metas do programa é mandar um astronauta brasileiro para o espaço. Considerando a sofreguidão com que a nova classe dirigente ocupa todos os cargos disponíveis, é bem provável que o astronauta brasileiro seja lulista. Lulista ou não, acho uma temeridade mandar um brasileiro para o espaço. Quem assistiu a Planeta dos Macacos sabe do que estou falando. Imagine um planeta inteiro dominado por gente como nós.
http://veja.abril.uol.com.br/030903/mainardi.html