Vinicius Pimenta escreveu:A nota abaixo é da coluna "Radar" da revista Veja que circula essa semana:
FICOU PRONTO
Finalmente, a Marinha concluiu, e anuncia nos próximos dias, a construção de um reator nuclear, que servirá como propulsor de submarinos. Pelo menos um terço do 1 bilhão de dólares gastos pela Marinha em seu programa nuclear foi usado no desenvolvimento do reator.
SERÁ???
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Cientista revela que Brasil esteve perto de construir bomba nuclear
Chico Otavio
O cientista nuclear José Luiz Santana, ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), disse ontem que o Brasil esteve perto de produzir uma bomba nuclear no início dos anos 90, mesmo depois que o ex-presidente José Sarney (1985-90) mandou desativar o buraco de testes na Serra do Cachimbo (PA). Ele revelou que peças chegaram a ser fabricadas e um dos estoques de urânio enriquecido disponíveis para o artefato estava dentro de um contêiner no campus da USP.
— Assumi em abril de 1990, no início do governo Collor, mas só em agosto a CNEN conseguiu submeter o contêiner ao seu controle -— declarou.
A desmontagem do processo de construção da bomba atômica brasileira, segundo o cientista, levou sete meses. Mais de 50 equipes estavam mobilizadas para desenvolvê-la. Além do urânio, Santana disse que suas equipes também encontraram um disparador e partes de uma esfera que formariam o artefato.
— É provável que parte dos técnicos mobilizados nem soubesse que estava fazendo uma bomba.
Em entrevista ao “Fantástico”, exibida na noite de ontem, Santana contou que teve acesso a um relatório ultra-secreto que detalhava a construção da bomba. Segundo ele, a potência do artefato seria equivalente à das bombas lançadas no Japão em 1945.
No programa, o ex-presidente da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Pedro Paulo Leoni Ramos (governo Collor), também revelou ter interceptado uma Kombi que deixava as instalações do antigo Serviço Nacional de Informações, no início de sua gestão, carregada de documentos. Entre eles, havia papéis referentes ao programa nuclear.
Santana ordenou rastreamento nas unidades
Santana disse que, ao assumir, encarregou a química nuclear Zelinda Gonçalves, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, de percorrer as 44 unidades vinculadas à comissão, à procura de coisas que pudessem ter dualidade (material para fins pacíficos e bélicos).
O rastreamento, que mobilizou outros dez técnicos da CNEN, levou à descoberta do contêiner numa área ocupada pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) na USP. Santana afirma que o urânio enriquecido chegou ao Brasil por conta de um acordo bilateral com um país cujo nome recusou-se a fornecer.
O ex-presidente disse que sua estratégia, para desativar o programa, foi transferir equipes para outros setores e, no caso de instalações militares, redirecionar recursos. Santana disse que a última instalação submetida ao controle da CNEN foi Aramar, gerida pela Marinha. Ele contou que, durante a desativação, sofreu três atentados.