para EUA, china pode ser ameaça regional a longo prazo
Enviado: Qua Jul 20, 2005 7:56 am
[/quote]Para EUA, China pode ser ameaça regional
a longo prazo
Carol Giacomo
As Forças Armadas da China, em processo intenso de modernização, podem representar, a longo prazo, uma ameaça para outros países da região, mas sua capacidade de projetar sua força convencional para além de suas fronteiras continua limitada, disse o Pentágono na terça-feira.
Em um relatório anual aguardado com ansiedade, o Pentágono (sede das Forças Armadas dos EUA) disse que o aumento do aparato militar chinês já estava colocando o balanço regional em risco. Mas o documento também concluiu que o país asiático não possui a capacidade militar de atacar Taiwan agora.
Segundo a avaliação dos norte-americanos, a China está em uma encruzilhada e diante de três caminhos diferentes, não tendo ainda escolhido "de forma definitiva um caminho ou outro".
Um cenário é o da integração pacífica e da competição benigna no mundo. Em outro cenário, o país exerceria sua dominação regional em uma esfera cada vez maior. O terceiro prevê uma China menos confiante e mais voltada para si mesma, concentrada em garantir sua unidade nacional e a permanência do Partido Comunista no poder.
"Ainda há perguntas sobre escolhas básicas a serem feitas pelos líderes chineses enquanto aumenta o poder e a influência do país, particularmente na questão militar", disse o relatório.
Há vários anos, o Pentágono vem dando alertas sobre a modernização das Forças Armadas da China.
PREOCUPAÇÕES
O relatório anual, frequentemente cercado de polêmicas, ganhou ainda mais destaque neste ano por causa das preocupações cada vez claras dentro do governo norte-americano com o crescimento comercial, a política monetária e de proliferação e a expansão militar do país asiático.
O documento teve vários de seus trechos vetados por agências do governo e pelo Pentágono, e contou na sua elaboração com o envolvimento pessoal do secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld, que, no passado, havia deixado essa tarefa para seu vice, disse uma ex-autoridade do Departamento de Defesa.
"Na minha opinião, a China está determinada a aumentar sua economia e as ofertas para sua população, entrando na comunidade internacional. Eles querem que as Olimpíadas (de 2008, a serem realizadas em Pequim, capital chinesa) sejam um sucesso", disse Rumsfeld em uma entrevista coletiva.
"Eles estão fazendo várias coisas para dar a impressão de que a China é um bom lugar para investimentos e um bom parceiro econômico", afirmou o secretário, antes da divulgação do relatório.
Apesar de as relações entre os chineses e os norte-americanos terem melhorado desde 2001, quando um avião espião dos EUA colidiu com um jato chinês perto do território do país asiático, o aumento das Forças Armadas chinesas explica porque Washington não quer que a União Européia (UE) venda armas para os chineses, disse o secretário.
No entanto, ao ser questionado sobre se via "nuvens negras no horizonte" e sobre se a ameaça chinesa era semelhante à enfrentada pela Europa nos anos 1930 em face dos alemães, Rumsfeld respondeu: "Acho que uma resposta rápida é não".
TAIWAN
A curto prazo, o governo chinês parece "concentrado em impedir a independência definitiva de Taiwan ou em tentar convencer Taiwan a negociar um acordo nos termos da China", disse o relatório.
Os militares chineses estacionaram entre 650 e 730 mísseis balísticos de pequeno alcance e 375 mil soldados nas proximidades da ilha. O país ainda possui mais de 700 aviões capazes de chegar rapidamente em Taiwan e está modernizando seus mísseis balísticos de longo alcance.
"A China não se depara neste momento com a ameaça de outro país. Ainda assim, o país continua investindo pesadamente em suas Forças Armadas, principalmente nas áreas designadas para melhorar sua projeção de força", disse o documento.
"O ritmo e a dimensão do crescimento das Forças Armadas chinesas já são tais que estão colocando em risco o balanço de forças na região. No longo prazo, se essa tendência se mantiver, a capacidade militar da China pode significar uma ameaça para outras Forças Armadas modernas da região", acrescentou.
O documento também apontou para algumas fraquezas do país asiático, concluindo: "A capacidade chinesa de projetar suas forças convencionais continua limitada" e isso seria um empecilho em uma eventual ação contra Taiwan.
Por um lado, a China "ainda não possui o poderio militar necessário para atingir com confiança seus objetivos políticos na ilha", afirmou o Pentágono.
De outro lado, os líderes chineses sabem que um eventual conflito brecaria o crescimento econômico do país.
©2005 DEFESA@NET - Brasil
http://www.defesanet.com.br/notas/china_power_05_reuters_p.htm
a longo prazo
Carol Giacomo
As Forças Armadas da China, em processo intenso de modernização, podem representar, a longo prazo, uma ameaça para outros países da região, mas sua capacidade de projetar sua força convencional para além de suas fronteiras continua limitada, disse o Pentágono na terça-feira.
Em um relatório anual aguardado com ansiedade, o Pentágono (sede das Forças Armadas dos EUA) disse que o aumento do aparato militar chinês já estava colocando o balanço regional em risco. Mas o documento também concluiu que o país asiático não possui a capacidade militar de atacar Taiwan agora.
Segundo a avaliação dos norte-americanos, a China está em uma encruzilhada e diante de três caminhos diferentes, não tendo ainda escolhido "de forma definitiva um caminho ou outro".
Um cenário é o da integração pacífica e da competição benigna no mundo. Em outro cenário, o país exerceria sua dominação regional em uma esfera cada vez maior. O terceiro prevê uma China menos confiante e mais voltada para si mesma, concentrada em garantir sua unidade nacional e a permanência do Partido Comunista no poder.
"Ainda há perguntas sobre escolhas básicas a serem feitas pelos líderes chineses enquanto aumenta o poder e a influência do país, particularmente na questão militar", disse o relatório.
Há vários anos, o Pentágono vem dando alertas sobre a modernização das Forças Armadas da China.
PREOCUPAÇÕES
O relatório anual, frequentemente cercado de polêmicas, ganhou ainda mais destaque neste ano por causa das preocupações cada vez claras dentro do governo norte-americano com o crescimento comercial, a política monetária e de proliferação e a expansão militar do país asiático.
O documento teve vários de seus trechos vetados por agências do governo e pelo Pentágono, e contou na sua elaboração com o envolvimento pessoal do secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld, que, no passado, havia deixado essa tarefa para seu vice, disse uma ex-autoridade do Departamento de Defesa.
"Na minha opinião, a China está determinada a aumentar sua economia e as ofertas para sua população, entrando na comunidade internacional. Eles querem que as Olimpíadas (de 2008, a serem realizadas em Pequim, capital chinesa) sejam um sucesso", disse Rumsfeld em uma entrevista coletiva.
"Eles estão fazendo várias coisas para dar a impressão de que a China é um bom lugar para investimentos e um bom parceiro econômico", afirmou o secretário, antes da divulgação do relatório.
Apesar de as relações entre os chineses e os norte-americanos terem melhorado desde 2001, quando um avião espião dos EUA colidiu com um jato chinês perto do território do país asiático, o aumento das Forças Armadas chinesas explica porque Washington não quer que a União Européia (UE) venda armas para os chineses, disse o secretário.
No entanto, ao ser questionado sobre se via "nuvens negras no horizonte" e sobre se a ameaça chinesa era semelhante à enfrentada pela Europa nos anos 1930 em face dos alemães, Rumsfeld respondeu: "Acho que uma resposta rápida é não".
TAIWAN
A curto prazo, o governo chinês parece "concentrado em impedir a independência definitiva de Taiwan ou em tentar convencer Taiwan a negociar um acordo nos termos da China", disse o relatório.
Os militares chineses estacionaram entre 650 e 730 mísseis balísticos de pequeno alcance e 375 mil soldados nas proximidades da ilha. O país ainda possui mais de 700 aviões capazes de chegar rapidamente em Taiwan e está modernizando seus mísseis balísticos de longo alcance.
"A China não se depara neste momento com a ameaça de outro país. Ainda assim, o país continua investindo pesadamente em suas Forças Armadas, principalmente nas áreas designadas para melhorar sua projeção de força", disse o documento.
"O ritmo e a dimensão do crescimento das Forças Armadas chinesas já são tais que estão colocando em risco o balanço de forças na região. No longo prazo, se essa tendência se mantiver, a capacidade militar da China pode significar uma ameaça para outras Forças Armadas modernas da região", acrescentou.
O documento também apontou para algumas fraquezas do país asiático, concluindo: "A capacidade chinesa de projetar suas forças convencionais continua limitada" e isso seria um empecilho em uma eventual ação contra Taiwan.
Por um lado, a China "ainda não possui o poderio militar necessário para atingir com confiança seus objetivos políticos na ilha", afirmou o Pentágono.
De outro lado, os líderes chineses sabem que um eventual conflito brecaria o crescimento econômico do país.
©2005 DEFESA@NET - Brasil
http://www.defesanet.com.br/notas/china_power_05_reuters_p.htm