Radar da Pará

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Luiz Padilha

Radar da Pará

#1 Mensagem por Luiz Padilha » Qui Jul 07, 2005 8:57 pm

Alguém sabe me dizer em que banda opera o radar do CT Pará?
Qual alcance e se ele é busca combinada?
Obrigado,
[]'s
Padilha




Ricardo Rosa
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#2 Mensagem por Ricardo Rosa » Qui Jul 07, 2005 9:49 pm

Boa noite Luiz,

O CT Pará (classe Garcia-US Navy), utiliza dois radares principais. O SPS-10 (busca de superfície), que opera na banda G e o SPS-40 (busca aérea), que opera com frequência de 400 Mhz. Fico te devendo a banda dele.

Abraços.




Luiz Padilha

#3 Mensagem por Luiz Padilha » Qui Jul 07, 2005 10:33 pm

Boa noite Ricardo.
Voce saberia me dizer se o 40 em sua operação, pode detectar alvos na superficie? Saberia me dizer isso?
Obrigado.
[]'s
Padilha




Ricardo Rosa
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#4 Mensagem por Ricardo Rosa » Sex Jul 08, 2005 3:00 am

Sim Luiz, porém com severas restrições. O problema é que o SPS-40 é um radar concebido no final dos anos 50, quando as ameaças aéreas (mísseis com perfil sea-skimer) ainda não figuravam de forma abrangente nos cenários navais. Seu processador opera em UHF na frequência de 400 Mhz e possui alta taxa de interferência e ecos (clutter), quando utilizado no modo de busca de superfície. A sua versão modernizada o AN/SPS-40B, possui desempenho bastante melhorado, prova disso, é que permaneceu em uso, até pouco tempo atrás, como principal radar na maioria das escoltas americanas (DDG-FFG).

Abraços.




Luiz Padilha

#5 Mensagem por Luiz Padilha » Sáb Jul 09, 2005 1:23 pm

A pergunta é: Ele apesar das limitações e ecos, pode não ser detectado pelos MAGE atuais? O que vc acha ?
A Pará poderia iluminar e não ser vista, operando em banda baixa?
[]'s
Padilha




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Slip Junior
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#6 Mensagem por Slip Junior » Sáb Jul 09, 2005 1:59 pm

Padilha, talvez em um sistema mais limitado... Em um sistema com utilização em um espectro mais amplo, o que poderia acontecer é o MAGE da aeronave inimiga o catalogar como emissão de comunicação (e não de um radar) por operar em uma frequência geralmente utilizada para tais fins. Mesmo assim, acho isso dificil de acontecer dado que é um radar antigo e muito bem conhecido de todos.

Abraços




Ricardo Rosa
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#7 Mensagem por Ricardo Rosa » Dom Jul 10, 2005 11:21 am

Bom dia,

Complementando o Slip, Luiz os modernos sistemas MAGE possuem bibliotecas onde são armazenadas todas as bandas conhecidas de emissões de radar. Acredito que em uma situação de patrulha, se o sistema identificar uma determinada emissão, independente da sua finalidade, ela será investigada.

Abraços.




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Vinicius Pimenta
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#8 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Jul 10, 2005 12:41 pm

Será que, sendo o radar do Pará bem antigo, os novos MAGE não estariam "programados" para o tipo de freqüência, dando assim uma vantagem para a Pará de "ver sem ser vista"?

Porque temos o exemplo de radares de solo bem antigos, que ainda utilizam ondas métricas (?) serem capazes de detectar aeronaves furtivas como F-22 e B-2, embora sem muita precisão. No entanto, só o fato de saber que "há algo por ali", já seria de grande ajuda, não acham?




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#9 Mensagem por Luiz Padilha » Dom Jul 10, 2005 5:03 pm

Não daria para ser visto como comunicações por que segundo apurei, vc em comunicações emite de 5W até 60w e o radar da Pará emite muito mais alto do que isso. Então, não seria catalogado como comunicações, mas, acho que os MAGE das marinhas atualmente não se preocupam com banda baixa, por que os radares diretores de tiro dos misseis opram em banda alta.Não confie muito nesta história de "biblioteca" nos MAGE, talvez ela exista em banda alta, pq em baixa na Am.Latina ela não existe. De qualquer forma, acho que a Pará emite e não é vista em função disto, apesar de que o que ela colhe em termos de resultado, pode ser efetivo ou não, uma vez que opera nesta função(superficie) de forma limitada e com muitos ecos( contatos falsos-Fakes).
[]'s
Padilha




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#10 Mensagem por Ricardo Rosa » Seg Jul 11, 2005 7:54 am

Bom dia a todos,

Luiz e Vinicius, concordamos que o radar (2D) SPS-40 é ultrapassado e possui grandes restrições quando utilizado em um ambiente de guerra moderno, quer seja o seu modo de operação. Apesar da alta taxa de interferência e ecos (clutter), acredito que ele poderia detectar algo, porém para um míssil anti-navio (moderno) com perfil de vôo rasante é muito pouco para a própria sobrevivência do navio. Outra questão é a própria idade e obsolência da plataforma (década de 60) e do equipamento (década de 50), que não justificariam a sua operação (imaginem a dor de cabeça para aquisição de peças de reposição). Finalizando, existem em operação, diversos tipos de equipamentos MAGE de diferentes épocas e fabricantes, para determinarmos a sua real ameaça e eficiência, devemos levar em consideração o tipo utilizado pela suposta marinha inimiga.

Abraços.




Luiz Padilha

#11 Mensagem por Luiz Padilha » Seg Jul 11, 2005 8:02 am

Ok, ele é velho, mas, vamos imagina-lo, não como plataforma letal, mas como um vetor de esclarecimento.
Ele ilumina, enxerga, ninguém o vê, e ele passa para as fragatas e sub ou corvetas as posições dos contatos. Pronto!
Olha o estrago. Os outros vetores estarão com os radares ligados e receberam no colo as posições da força inimiga. Acendem e disparam. Qdo o inimigo enxergar, já era.
Este teatro, apesar de ser 100% favorável a uma determinada força, é bem possivel de acontecer, se a outra força não tiver um MAGE que tenha em sua biblioteca emissões em banda baixa. E isso não é impossivel de acontecer não.
[]'s
Padilha




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#12 Mensagem por Ricardo Rosa » Seg Jul 11, 2005 10:15 am

Luiz Padilha escreveu:Ok, ele é velho, mas, vamos imagina-lo, não como plataforma letal, mas como um vetor de esclarecimento.
Ele ilumina, enxerga, ninguém o vê, e ele passa para as fragatas e sub ou corvetas as posições dos contatos. Pronto!
Olha o estrago. Os outros vetores estarão com os radares ligados e receberam no colo as posições da força inimiga. Acendem e disparam. Qdo o inimigo enxergar, já era.
Este teatro, apesar de ser 100% favorável a uma determinada força, é bem possivel de acontecer, se a outra força não tiver um MAGE que tenha em sua biblioteca emissões em banda baixa. E isso não é impossivel de acontecer não.
[]'s
Padilha



Concordo com a essência do seu pensamento Padilha, mas se é tão viável como vetor de esclarecimento, porquê as grandes e tradicionais Marinhas não utilizam este artifício para detecção? Acho também, que a plataforma que fizesse uso deste equipamento, ficaria muito limitada em termos militares, não podendo inclusive operar de forma independente ou isolada de um GT.

Abraços.




Luiz Padilha

#13 Mensagem por Luiz Padilha » Seg Jul 11, 2005 10:35 am

Exato! Seria o "boi de piranha".
Esse cenário que tracei, foi só para tentar enxergar se existem "brechas", nos sistemas atuais.
A conclusão foi de que apesar da idade, o 40 da Pará poderia, usando -a como "isca" ou "boi de piranha", mas contando principalmente com a sorte.hehehehe
Valeu galera!
[]'s
Padilha




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#14 Mensagem por Ricardo Rosa » Seg Jul 11, 2005 1:25 pm

Olha Padilha, não sei não....

Do jeito que a nossa Marinha tem ecoltas, desativadas e em operação, com esses radares (SPS-10 e SPS-40), de repente vc desenvolveu uma nova arma ou tática de guerra naval dentro da MB (risos).

Um grande abraço.




Luiz Padilha

#15 Mensagem por Luiz Padilha » Seg Jul 11, 2005 7:59 pm

Não inventei ou criei, apenas acho que na guerra, se luta com todas as armas disponiveis. E as vezes, daonde menos se espera, pode surgir algo.
[]'s
Padilha




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