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O Controlo das Redes Sociais

Enviado: Dom Set 01, 2024 11:53 am
por P44
O controle das redes sociais e o caso brasileiro. Das Net's:

"Por decisão de um juiz brasileiro do Supremo Tribunal Federal o X (twitter) está desde a meia-noite banido no Brasil. A recusa de Musk em permitir que o regime brasileiro determinasse quem poderia usar a plataforma e o que ali poderia ser escrito levou a este desfecho.

Assim, o Brasil junta-se agora à lista de países onde o X, pelas mesmas razões mas justificadas com argumentações diversas, está proscrito, onde se conta a Rússia, a China, o Irão, a Venezuela e mais uns quantos desses que fazem parte do que alguns consideram a “alternativa multipolar” ao Ocidente.

Mas o regime brasileiro foi até mais longe do que muitos outros desses Estados, já que decretou uma multa diária de 50.000 reais a todos os que tentassem usar o X servindo-se de uma VPN. É uma descarada e vergonhosa exibição de poderio totalitário sobre os seus cidadãos.

O que se passa no Brasil é extremamente grave, não só pela sorte do país em si, mas porque o que ali está a ser tentado funciona como um tubo de ensaio para a Europa e os EUA, onde os cidadãos se arriscam a serem alvo do mesmo tratamento a muito breve trecho.

Na Europa, através do Digital Services Act, de que já falámos, a pressão e as ameaças ao X de Musk sobem de tom e vão se tornando cada vez mais recorrentes. E já tivemos recentemente na Europa o precedente, de duvidoso fundamento, da proibição de difusão da RT e de outros Media do Estado russo, aos quais os cidadãos europeus ficaram impedidos de aceder sem a utilização de VPN’s. Para que medidas destas se repitam e alastrem a outros alvos, basta apenas que se criem as condições e as narrativas apropriadas.

Já nos EUA, a vitória dos democratas nas próximas eleições trará consigo um risco sério e inédito contra a liberdade de expressão dos seus cidadãos. O respiro que a constituição norte-americana garante contra as narrativas do sistema global é algo com que os poderes vigentes lidam muito mal e que desde há muito tentam subverter e contornar, devidamente amparados por campanhas de justificação que crescem nos meios de comunicação social e que repetem, dia apás dia após dia, que a liberdade tem de ser moderada.

Kamala Harris já explicou que não se pode permitir que milhões de pessoas usem as redes sociais para falarem sem a devida “supervisão” e o seu candidato a vice-presidente, Tim Waltz já disse que não pode haver liberdade de expressão para a “desinformação, o ódio e a crítica à nossa democracia”.(1)

Por isso o Brasil e o que agora ali se passará, funcionará como tubo de ensaio para medidas a aplicar a outras geografias.

É importante perceber que muitos Think Tanks e ONG’s brasileiras que foram nos últimos anos criando o clima de pressão sobre a liberdade de expressão que redundou nesta decisão, foram financiadas por fundos governamentais norte-americanos. (2)

OS EUA e os lacaios europeus funcionam desse modo, queixam-se de restrições à liberdade quando estão em causa regimes que não estão alinhados com os seus interesses geopolíticos mas depois, quando têm no poder os seus proxies de serviço começam a defender a necessidade de supervisionar a liberdade de expressão, rapidamente transformada em ameaça à democracia e disseminação de desinformação, porque aí já não é do seu interesse que a oposição possa exprimir-se livremente.

É por isso que no Ocidente as condenações institucionais e mediáticas ao que aconteceu no Brasil, são inexistentes ou tímidas.

Tudo é avaliado não em função de valores éticos mas de interesses particulares: este governo desafia a moral do sistema global (por ex. a Hungria)? Se sim, dissemina-se uma narrativa que fala de restrições à liberdade de expressão e riscos para a democracia …este governo alinha-se com os valores do regime global? Se sim, então vamos defender a necessidade de moderar a liberdade de expressão para defender a democracia e proteger a verdade.

E os Media? Na maioria mantêm-se como ratos coniventes perante tudo isto. Imaginem as nossas televisões, imaginem apenas, se algo deste tipo fosse decidido por um governo “populista” ou de “extrema-direita”, como eles classificam os partidos de Bolsonaro, Ventura, Trump, Le Pen ou Orban (com as devidas e muitas distâncias que na verdade separam essas pessoas e organizações).Imaginem apenas o escarcéu infindável nesses “Órgãos jornalísticos”, as aberturas de telejornais, os especialistas, os debates infindáveis, o mantra do risco para democracia…assim, como foi a determinação de um governo dos “bons”, tudo está bem, tudo isto é feito pelo melhor e para proteger os cidadãos.

(1)
(2) "

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Re: O Controlo das Redes Sociais

Enviado: Dom Set 01, 2024 12:51 pm
por knigh7
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Obs: os 13% e quase todos os 15% são tucanos como o @delmar e os petistas. Para voltar ao mesmo esquema do passado com PT trocando com o PSDB na presidência. Farinhas do mesmo saco.

Re: O Controlo das Redes Sociais

Enviado: Seg Set 02, 2024 10:44 am
por delmar
Caros companheiros. Sempre houveram pessoas ricas, milionários, especialmente dos países anglo-saxões que, em nome da "liberdade"e da defesa dos valores ocidentais, intervieram nos chamados países do terceiro mundo a pretexto de resguardar a democracia. Quem não lembra da famigerada United Fruit Company e sua vergonhosa atuação na América Central, depondo governos que contrariavam seus interesses? Ou a vergonhosa operação AJAX da CIA para derrubar o governo do Irã em 1953 visando proteger os interesses da Anglo Petroleo? Foi a partir dessa interferência que começou a surgir a resistência através da ação religiosa dos Aiatolás e que levou a atual situação daqule país.
Um fator comum foi a cumplicidade de pessoas do próprio país com aqueles extrangeiros que intervinham na política interna. Os chamados "Piolhos de Rico". Musk comprou o twitter com a finalidade, declarada, de propagar as idéias conservadora pelo mundo todo e não para ser apenas uma rede social igualitária, aberta para todos os pensamentos. Então é lógico que aqueles que não são retrógados não queiram a presença política dela, intervindo na política do país.