Marinha disponibiliza velhas fragatas e submarinos para servirem de Museus
Gostaria de ver uma velha fragata ou submarino servir de Museu em pleno centro da sua cidade ou na zona ribeirinha? Se esse desejo partir de uma entidade pública reconhecida, bastará entrar em contacto com a Marinha.
Segundo um artigo publicado na última edição da "Revista da Armada", a Marinha de Guerra portuguesa está disposta a ceder à sociedade civil os navios das suas frotas que brevemente vão ser abatidos ao serviço.
Como "a Marinha não possui nem recursos financeiros, nem humanos e nem sequer espaços disponíveis para manter unidades navais que tenham deixado o serviço, poderá quanto muito o Museu expor fracções de navios, como por exemplo: a ponte, o centro de comunicações, o centro de operações, a botica ou alojamentos, põe-se a hipótese de ser a Sociedade Civil dinamizadora da iniciativa de preservar parte do património da construção naval", diz o artigo, assinado pelo almirante Leiria Pinto.
Aquele oficial incentiva as câmaras municipais, fundações, empresas e associações "a seguir o exemplo de algumas autarquias de cidades ribeirinhas que formalmente já solicitaram, para fins museológicos, a aquisição de navios que a curto prazo serão abatidos".
O projecto insere-se numa "nova concepção" da preservação do património histórico.
"Constata-se que, tradicionalmente, o património histórico é apresentado de um modo estático, situação que está ultrapassada", sustenta o almirante Leiria Pinto, defendendo que "actualmente o material museológico deve ser exposto de uma forma dinâmica de modo a permitir que o visitante seja integrado no espaço em que esse material estava instalado e assim poder conhecer, no caso em questão, o que era a vida a bordo".
Segundo Leiria Pinto, "é imprescindível pois que se proceda à musealização do espaço em que se localiza a exposição do património, facto que o tornará mais apelativo e didáctico".
"Cada ser humano deverá assim transmitir, aos que lhe sucedem, quer a História que recebeu, quer a relativa aos acontecimentos da sua época, com risco de, se não o fizer, a memória do passado poder ser deturpada e incorrectamente reescrita", acrescenta Leiria Pinto.
E isto porque, refere, "todo o verdadeiro conhecimento histórico é principalmente baseado nas denominadas fontes, documentais ou materiais, que são concebidas por aqueles que participam nos acontecimentos ou deles tiveram conhecimento directo".
Os navios que "marcaram uma época" - sustenta o almirante - devem continuar a ser memória histórica, evitando a sua transformação em "simples sucata" e que se percam "irremediavelmente" como património histórico visível, apreciado e estudado.
SERÁ QUE É DESTA