Ministério Público português acusa vice-presidente de Angola de corrupção
Manuel Vicente é acusado no processo que envolve o ex-procurador Orlando Figueira e o advogado Paulo Blanco
Rui Gustavo
O Ministério Público português concluiu a acusação da Operação Fizz. Manuel Vicente, vice-presidente de Angola, é acusado de corromper o antigo procurador Orlando Figueira para que este arquivasse um processo em que estava a ser investigado em Portugal.O advogado Paulo Blanco, que terá servido de intermediário, é igualmente acusado de corrupção. Armindo Pires, que representava os interesses de Manuel Vicente em Portugal, é o quarto arguido do processo e também é acusado de corrupção.
Segundo uma nota do MP enviada às redações, Manuel Vicente (à data presidente da Sonangol), Paulo Blanco e e Armindo Pires, "em conjugação de esforços", terão pago a Orlando Figueira "que, na altura, trabalhava no DCIAP", cerca de 760 mil euros e outras vantagens, "designadamente colocação profissional numa instituição bancária".
Em troca, o ex-procurador da República "proferiu, em dois inquéritos, despachos que favoreceram o presidente da empresa angolana". Estes dois processos, em que Manuel Vicente era investigado por branqueamento de capitais, "foram arquivados pelo referido magistrado".
Ainda de acordo com o MP, no decurso da investigação "foram arrestados e apreendidos ao ex-procurador da República cerca de €512.000,00 que se encontravam em contas bancárias portuguesas, em cofres e em contas bancárias sedeadas no Principado de Andorra".
O Ministério Público quer que Orlando Figueira continue preso em casa enquanto aguarda julgamento. E que Paulo Blanco "continue sujeito a proibição de contactos".
Manuel Vicente "será, agora, notificado do despacho de acusação através de carta rogatória dirigida às autoridades angolanas". Só nessa altura "o Ministério Público pronunciar-se-á sobre medidas de coação a aplicar a este arguido".
Ao longo de todo o comunicado, o Ministério Público evita dizer que Manuel Vicente é o atual vice-presidente de angola.
O MP portugues que se preocupe é com os corruptos portugueses que andam aí todos á solta. Tem cá uma moral para falar!!!!
Re: A Podridão de Angola
Enviado: Dom Fev 19, 2017 2:56 am
por Ilya Ehrenburg
Vamos deixar Angola resolver por si os seus problemas.
Re: A Podridão de Angola
Enviado: Dom Fev 19, 2017 9:39 am
por Túlio
Eu entendo o Ilya véio: lá o MPLA (que emergiu vencedor da guerra civil) conseguiu o que o PT não pôde aqui: se perpetuar no poder em uma Nação que vive basicamente de commodities. O resultado taí, um dos poucos Países do mundo cuja corrupção dá inveja até aos nossos politiqueiros...
Curiosidade: como não poderia deixar de ser, Angola tem uma pequena classe rica, mínima classe média e um imenso contingente de pobres. Até aí tudo normal, a questão é que os ricos preferem investir em OUTROS Países ao invés do seu próprio, ao que Portugal dá graças, mesmo que Angola, junto com o capital, exporte também sua vasta corrupção.
Re: A Podridão de Angola
Enviado: Seg Mar 06, 2017 5:14 pm
por J.Ricardo
Tem um angolano em minha cidade que desconjura seu país, diz que a corrupção lá é imensurável, mesmo trabalhando aqui como "braçal" diz que está no paraíso.
Re: A Podridão de Angola
Enviado: Qua Nov 15, 2017 4:47 pm
por P44
O estrondo de Isabel dos Santos.
Por Pedro Santos Guerreiro
15.11.2017 às 18h00
Ou Nicolau Maquiavel ressuscitou como dramaturgo em Angola ou estamos a assistir ao momento histórico em que o regime de poder absoluto da família de José Eduardo dos Santos chega ao fim. Uma família que secou poder e sacou negócios, liderando uma oligarquia de que os políticos portugueses tiveram medo e que muitos empresários portugueses apoiaram - e aproveitaram. Isabel dos Santos foi exonerada esta quarta-feira da Sonangol pelo novo presidente do país, João Lourenço, que afastou ainda outros dois filhos de José Eduardo dos Santos da televisão pública de Angola
RUI DUARTE SILVA
Só o medo de uns, a cobiça de outros e a ignorância de muitos permitiu que nos últimos anos Isabel dos Santos passasse a ser tratada como “empresária” em vez de “filha de José Eduardo dos Santos”. Os seus negócios proliferaram sem se saber a origem do dinheiro, o que é uma forma de dizer que todos sabiam de onde vinha o dinheiro: de operações em Angola capturadas pelo nepotismo de uma família de poder e que através do poder se distribuiu pelos postos de influência, de dinheiro e relacionamento com o Estado. A exoneração de Isabel dos Santos da Sonangol é um despejo de um palácio do poder. É um momento histórico.
O novo presidente, João Lourenço, foi apresentado pelo presidente cessante como sucessor, recebendo do seu povo e da comunidade internacional o benefício da dúvida, para não dizer que recebeu apenas a dúvida. Não teria muito tempo para se marcar ou para se demarcar. Ao afastar os membros do clã dos Santos dos lugares-chave que ocupavam na hierarquia angolana, ou é um grande encenador (o benefício da dúvida não cai à primeira, será necessário saber se é irreversível e se deu contrapartidas) ou se se assume como um regenerador.
P44 escreveu:O MP portugues que se preocupe é com os corruptos portugueses que andam aí todos á solta. Tem cá uma moral para falar!!!!
Um crime cometido em Portugal é investigado e julgado em Portugal! Ou ele, por ser quem é tem direito a cometer crimes em Portugal?
Grande moral!!
Segundo vossa excelencia os comunas corruptos de Angola tem o direito de cometerem crimes impunemente em Portugal.