O artigo é grande, em inglês. Mas muito bom. Explica o azar dos países do Leste Europeu, invadidos por nazistas e comunistas, e como essas sociedades foram laboratórios de experiências terríveis pelos soviéticos. O artigo critica também a omissão norte americana em relação a fomentar e apoiar dissidências em relação ao domínio soviético.
BLOC HEADS
Life behind the Iron Curtain.
http://www.newyorker.com/arts/critics/b ... oks_menand
Artigo: A vida atrás da cortina de ferro
Moderador: Conselho de Moderação
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Artigo: A vida atrás da cortina de ferro
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Re: Artigo: A vida atrás da cortina de ferro
Esse trecho...rodrigo escreveu:(...) O artigo critica também a omissão norte americana em relação a fomentar e apoiar dissidências em relação ao domínio soviético.
... não soa muito como "crítica" aos americanos e seus aliados em "não fomentarem" dissidências na Cortina de Ferro. Seria muito bom, na teoria, que isso ocorresse, mas a prática, com uma Rússia Comunista atoladinha de armas atômica, seria outra coisa."Few officials in the West really wanted to see the Iron Curtain lifted, as long as the Soviet Union existed. They did not want to go to war, in a nuclear age, on behalf of Polish strikers. At a minimum, the wall was a permanent advertisement for the carceral nature of Soviet Communism. It’s just that, as Applebaum has documented, the geopolitics, prudent and logical as they might have been, carried a human price.
Aliás, como eu estava dizendo em outro tópico, foi por causa deste mesmo realismo político que, se os americanos, durante a Crise dos Mísseis de 1962, tivessem ido até Cuba, e arrancado à tapas, as barbas piolhentas de Fidel Castro, Che Guevara e o resto da quadrilha, Khruschev teria se limitado a olhar para o lado e assobiar alguma melodia folclórica russa.
Mas nem que a múmia de Lênin se levantasse e desse ordens para tanto, que os soviéticos iriam ir provocar a Terceira Guerra Mundial por causa de um canavial perdido do outro lado do mundo. Khruschev, que se não me engano, perdeu um filho na Segunda Guerra, foi sincero quando, certa vez, declarou:
"Mas é claro que eu tenho medo da guerra! Digam-me, qual é o idiota que não tem? Só as crianças e os loucos não tem medo da guerra."
Quanto ao por quê de a Europa Oriental ter acabado como acabou, isto é, escravizada por comunistas selvagens, isso deve ser procurado na fatídica política dos Aliados ocidentais que prolongou a guerra e destruiu, não só o Estado Nazista, mas sim a própria Nação alemã. Com esta aniquilada em 1945, não havia mais nenhum contrapeso para o poderio soviético na Europa Oriental. Tudo graças à estúpida exigência de "rendição incondicional". Aliás, a mesma tolice que levou os soviéticos para dentro da China e da Coréia, em 1945, e também ao - muito provavelmente desnecessário - bombardeio nuclear do Japão. Este, também, com uma política menos míope, poderia ter sido levado a uma rendição negociada, muito antes de agosto de 1945.