Fórum Defesa Brasil

Olha só que coisa maravilhosa: o senado brasileiro acabou de aprovar a PEC sobre exigência de diploma para jornalistas, que, em tese, proibiria um engenheiro, um profissional altamente capacitado e com toda a formação exigida, de escrever uma matéria técnica, pois, pelos argumentos propostos, mesmos conhecendo a fundo sobre o assunto tratado, ele não teria os conhecimentos gramaticais e éticos para passar uma mensagem correta ao leitor.

Agora vem a pergunta que não quer calar: será os profissionais que escreveram essas “brilhantes” chamadas e o editor desse “clássico” do jornalismo nacional são formados em jornalismo?



Independentes dos interesses das comumentes chamdas PIG’s (seja o Partido da Imprensa GOLPISTA ou, o também atuante, Partido da Imprensa GOVERNISTA), acredito que os maiores interessados em uma “Reserva de Mercado” são os profissionais que não se consideram competentes o suficiente para se manter em um mercado cada vez mais saturado e exigente de profissionais capacitados. Vejam o caso de Ricardo Bonalume Neto, um dos profissionais mais competentes que conheço e que, coincidentemente, é contrario a essa “Reserva”: quantas vezes ele teve que ensinar a Jornalistas formados que AR-15 ou um AK-47 não é arma de “grosso calibre” ou “de matar elefante”? Ou pior, quantos jornalistas especializados em AUTOS sabem a diferença entre torque e potência?

Aceito a existência da obrigatoriedade de comprovação de conhecimento através de um diploma para algumas profissões, afinal, quem vai querer ir a um médico que não é formado ou contratar um engenheiro para construir um prédio que não tenha CREA? Mas jornalista? Se um médico erra o paciente morre, se um engenheiro erra o prédio cai, mas se um jornalista erra ele pode corrigir, além do mais se o leitor não tiver discernimento para identificar uma informação verdadeira de uma informação tendenciosa, ou de pelo menos, tenha a capacidade de checa-la, caso suspeite de algo, ele é um analfabeto funcional, e aí independe de quem escrever seja um jornalista formado, um engenheiro ou um competente porteiro de casa da região do baixo meretrício, o resultado será o mesmo.

Agora acredito piamente que um engenheiro, em tese, tenha muito mais competência para escrever sobre um novo modelo de motor, assim como um médico para escrever sobre um novo tratamento para cura do câncer. Ai vem outra pergunta que não quer calar: o que é mais fácil, transformar um engenheiro ou um médico em um jornalista, ou vice-versa? Fácil responder, não?

Como escreveu o jornalista Mauricio Tuffani: "Se a Câmara também aprová-la e não for derrubada no STF, estaremos em pé de igualdade com África do Sul, Arábia Saudita, Colômbia, Congo, Costa do Marfim, Croácia, Equador, Honduras, Indonésia, Síria, Tunísia, Turquia e Ucrânia". Ou seja, é o nosso Brasil caminhando a passos largos rumo ao Primeiro Mundo!!!

Essa é uma lei que, se pegar prejudicará toda a população em prol de uma casta incompetente e insegura. Como diria o jornalista Boris Casoy, que também é contrario a essa aberração jurídica, diria: “ISSO É UMA VERGONHA!”


Um forte abraço,
Paulo Bastos

Paulo Bastos escreveu:Olha só que coisa maravilhosa: o senado brasileiro acabou de aprovar a PEC sobre exigência de diploma para jornalistas, que, em tese, proibiria um engenheiro, um profissional altamente capacitado e com toda a formação exigida, de escrever uma matéria técnica, pois, pelos argumentos propostos, mesmos conhecendo a fundo sobre o assunto tratado, ele não teria os conhecimentos gramaticais e éticos para passar uma mensagem correta ao leitor.

Há pouco tempo o judiciário não tinha retirado a obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo? Essa palhaçada não vai acabar nunca?

Agora a pergunta sobre o que me afeta, que matérias a lei envolve? Artigos científicos? Blogs?

Paulo Bastos escreveu:Aceito a existência da obrigatoriedade de comprovação de conhecimento através de um diploma para algumas profissões, afinal, quem vai querer ir a um médico que não é formado ou contratar um engenheiro para construir um prédio que não tenha CREA? Mas jornalista? Se um médico erra o paciente morre, se um engenheiro erra o prédio cai,

Lembrei do Sérgio Naya... Depois lembrei dos milhares de médicos de pereba, acho a comprovação de conhecimento muito importante mas ta dificil de acreditar em diploma...

Paulo Bastos escreveu:Essa é uma lei que, se pegar prejudicará toda a população em prol de uma casta incompetente e insegura. Como diria o jornalista Boris Casoy, que também é contrario a essa aberração jurídica, diria: “ISSO É UMA VERGONHA!”

A propósito, o Boris Casoy tem diploma?

Marechal-do-ar escreveu:Há pouco tempo o judiciário não tinha retirado a obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo? Essa palhaçada não vai acabar nunca?

Sim, o STF derrubou a primeira tentativa de criar essa reserva de mercado, agora eles estão tentando de novo.

Marechal-do-ar escreveu:Agora a pergunta sobre o que me afeta, que matérias a lei envolve? Artigos científicos? Blogs?

Envolve tudo que seria publicado. Em suma, eu, Paulo Bastos, engenheiro e escritor especialisado em forças moto-mecanizadas, assim como Helio Higuchi, Reginaldo Bacchi, e um outro sem numero de profissionais competentes, não poderemos mais assinar matérias. E isso só para citar a area de militaria. Imagine agora Religião, Musica, Artes, Automobilismo e outras areas técnicas.
Não me considero jornalista, sou pesquisador, por isso não tenho e NÃO VOU TIRAR carteira de jornalista.
Acho essa lei uma aberração ao direito constitucional de liberdade de expressão.

Lembrei do Sérgio Naya... Depois lembrei dos milhares de médicos de pereba, acho a comprovação de conhecimento muito importante mas ta dificil de acreditar em diploma...

É fato, mas existem áreas que me sinto mais seguro sabendo da formação do profissional que me presta o serviço. Não contrataria um engenheiro para me receitar um remédio ou um médico para construir minha casa, mas leria tranquilamente uma matéria escrita por qualquer um deles.

A propósito, o Boris Casoy tem diploma?

Não, mas como já trabalha na área e possui carteira de jornalista, adquiriu o direito e a lei não interferirá em sua função.


Abraços,
Paulo Bastos

Então fudeu!!! Pretendia gerar um artigo com os resultados da pesquisa do meu mestrado. Quer dizer que estou impedido de fazer isso? Pode isso Arnaldo?


Abraços,

Wesley

FIGHTERCOM escreveu:Então fudeu!!! Pretendia gerar um artigo com os resultados da pesquisa do meu mestrado. Quer dizer que estou impedido de fazer isso? Pode isso Arnaldo?


Abraços,

Wesley

É estranho como atualmente, dentro de um regime dito "democrático" ainda se preservam esses ranços vindos do tempo do governo militar. Essa exigência foi criada durante a ditadura com a clara intenção de vetar o trabalho de jornalistas "não diplomados" na época (a grande maioria não tinha diploma, tinha se formado nos próprios jornais e revistas, começando como "focas") e ao mesmo tempo poder controlar as universidades e centros de formação de opinião (em São Paulo, a ECA-Escola de Comunicações e Artes da USP era altamente vigiada e infiltrada).

Certas coisas são muito difíceis de mudar e muito convenientes em permanecer como estão...

Wingate

Wingate escreveu:

FIGHTERCOM escreveu:Então fudeu!!! Pretendia gerar um artigo com os resultados da pesquisa do meu mestrado. Quer dizer que estou impedido de fazer isso? Pode isso Arnaldo?


Abraços,

Wesley

É estranho como atualmente, dentro de um regime dito "democrático" ainda se preservam esses ranços vindos do tempo do governo militar. Essa exigência foi criada durante a ditadura com a clara intenção de vetar o trabalho de jornalistas "não diplomados" na época (a grande maioria não tinha diploma, tinha se formado nos próprios jornais e revistas, começando como "focas") e ao mesmo tempo poder controlar as universidades e centros de formação de opinião (em São Paulo, a ECA-Escola de Comunicações e Artes da USP era altamente vigiada e infiltrada).

Certas coisas são muito difíceis de mudar e muito convenientes em permanecer como estão...

Wingate

Na verdade os objetivos atualmente são meramente econômicos: As profissões ligadas a Direito e Jornalismo estão dentre as que estão mais saturadas dom mercado, ameaçando os cursos de formação. Por isso, na concepção do sindicato, basta proibir quem não é formado que haverá empregos para todos.
Brincadeira, não?


Abraços,
Paulo

FIGHTERCOM escreveu:Então fudeu!!! Pretendia gerar um artigo com os resultados da pesquisa do meu mestrado. Quer dizer que estou impedido de fazer isso? Pode isso Arnaldo?


Abraços,

Wesley

Simplesmente não.

Paulo Bastos escreveu:

Wingate escreveu: É estranho como atualmente, dentro de um regime dito "democrático" ainda se preservam esses ranços vindos do tempo do governo militar. Essa exigência foi criada durante a ditadura com a clara intenção de vetar o trabalho de jornalistas "não diplomados" na época (a grande maioria não tinha diploma, tinha se formado nos próprios jornais e revistas, começando como "focas") e ao mesmo tempo poder controlar as universidades e centros de formação de opinião (em São Paulo, a ECA-Escola de Comunicações e Artes da USP era altamente vigiada e infiltrada).

Certas coisas são muito difíceis de mudar e muito convenientes em permanecer como estão...

Wingate

Na verdade os objetivos atualmente são meramente econômicos: As profissões ligadas a Direito e Jornalismo estão dentre as que estão mais saturadas dom mercado, ameaçando os cursos de formação. Por isso, na concepção do sindicato, basta proibir quem não é formado que haverá empregos para todos.
Brincadeira, não?


Abraços,
Paulo

Pois é, Paulo...Em uma resposta acima você citou a "carteira de jornalista". Em alguns países (creio que na França, salvo engano meu, estou citando de memória...) o candidato a jornalista tem que prestar um exame (e não fazer todo um curso) para provar pleno conhecimento do idioma do seu país para receber a sua "carteira de jornalista". Isso serve para identificá-lo como tal, até para maior segurança em ser admitido nos locais onde vai trabalhar (reportagens, coberturas, etc...), sem obrigatoriedade de formação em jornalismo.

Abraços,
Wingate

Uuuuhhh... é a esquerda canalha dando o golpe.

Chamem os salvadores de 64 again...

Alguém tem o texto do projeto de lei em discussão?

Wingate escreveu:Pois é, Paulo...Em uma resposta acima você citou a "carteira de jornalista". Em alguns países (creio que na França, salvo engano meu, estou citando de memória...) o candidato a jornalista tem que prestar um exame (e não fazer todo um curso) para provar pleno conhecimento do idioma do seu país para receber a sua "carteira de jornalista". Isso serve para identificá-lo como tal, até para maior segurança em ser admitido nos locais onde vai trabalhar (reportagens, coberturas, etc...), sem obrigatoriedade de formação em jornalismo.

Pois é, em 2010, exatamente em uma viagem a França a convite da EADS, fui convidado a participar da APESD (Association de la Presse Européenne de Sécurité et de Défense), que garantiria uma carteira de Jornalista de Defesa Europeu, como não me considero um jornalista (e tinha que pagar ), recusei.

No Brasil, Felipe Sales, da Alide, e Nelson During, do DefesaNet, são membros da APESD.


Abraços,
Paulo Bastos

FIGHTERCOM escreveu:Então fudeu!!! Pretendia gerar um artigo com os resultados da pesquisa do meu mestrado. Quer dizer que estou impedido de fazer isso? Pode isso Arnaldo?

Essa parte realmente preocupa, se a lei for tão rigorosa vai acabar com qualquer produção científica do país.

rodrigo escreveu:Alguém tem o texto do projeto de lei em discussão?

x2, ta ruim demais pra ser verdade...

Para quem quiser ler a Proposta de Emenda à Constituição é curtinha.

http://www.senado.gov.br/atividade/mate ... mate=92006

Pelo que subentende-se do texto: O caso do FIGHTERCOM, ele entra como colaborador, o Paulo Bastos será considerado jornalista e PEC é uma inutilidade.

Ninguém liga para essas merd@s.

Artigo de conhecimento vulgar pode escrever na sua área como bem entender. É um especialista e punto. Isso quer dizer que posso escrever de economia e temas correlatos devido ao meu grande saber ( ) dada minha formação técnica. Porém também posso escrever uma coluna sobre nascar, F1 e carros por que entendo do assunto. Escrevo minha opinião e não matérias jornalisticas. Creio que o FIGHTERCOM encaixa nessa classe. E não tem nada a ver com revistas acadêmicas em que se divulga pesquisas técnicas.

No fim não muda nada. É a PEC da inutilidade.

Só o que falta me travarem de publicar meus artigos na net, tão me zoando. Isso só pode ser coisa de COMUNAZZZ!!!