Argentinos Vacilões
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- Mateus Dias
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Argentinos Vacilões
Violência atinge militares da ONU
Onze soldados argentinos, recém-chegados no país, foram assaltados e agredidos num dos bairros mais perigosos da capital
Olivia Hirsch
Onze militares argentinos que trabalham na Força Aérea e servem de apoio para a Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, foram assaltados e agredidos no domingo de manhã no bairro de Cité Soleil, um dos mais perigosos de Porto Príncipe, por homens armados.
O grupo, que estava a paisana e de folga, viajava para a região Norte da capital quando foi interceptado por três carros e levado para o bairro, que fica no litoral. Eles tiveram documentos, dinheiro e objetos pessoais roubados, mas parte do material foi devolvido depois.
- Eles chegaram há pouco tempo no Haiti e não conheciam os locais perigosos. É como no Brasil, tem áreas que é melhor se evitar - explicou o assistente do comandante da força da Minustah, Comandante Carlos Chagas. - Eles decidiram qual seria o trajeto apenas olhando no mapa, para ver qual seria o caminho mais curto, mas não levaram em consideração quais áreas são mais violentas.
Na própria manhã de domingo, o general brasileiro Augusto Heleno, chefe militar da Minustah, acompanhou patrulhas de fuzileiros navais que percorreram o bairro e conseguiram apreender carros usados na emboscada.
- Os ladrões sabiam que eram pessoas das Nações Unidas, pois estavam numa van com a identificação da organização, mas não acredito que tenha sido uma ação contra nós. Foi um incidente isolado - afirma o comandante. - Prova disso foi a devolução de parte do que foi roubado. Acho que receberam alguma orientação e logo depois, enquanto os soldados pediam ajuda, eles apareceram para entregar as identidades dos militares, parte do dinheiro e até uma câmara de vídeo.
Segundo o comandante, todos os 11 argentinos se ofereceram para participar das operações de reconhecimento dos ladrões e três deles, que tiveram envolvimento direto no assalto, já foram presos. Outros três suspeitos também foram detidos.
Agências de notícias internacionais chegaram a informar que os integrantes do grupo foram obrigados a ficar apenas de cueca durante o assalto, o que foi negado categoricamente pelo militar brasileiro: ''É claro que passaram por uma situação desagradável, bateram neles, mas essa informação é absurda, não tem qualquer fundamento'', frisou.
O possível fracasso da missão de paz foi alertado em um recente relatório do centro de pesquisa independente International Crisis Group. O documento diz que as armas, tanto de simpatizantes do ex-presidente Jean Bertrand Aristide quanto de seus rivais devem ser retidas imediatamente e que a comunidade internacional precisa se comprometer por pelo mais 10 anos para que as forças de paz sejam bem-sucedidas.
- O Haiti está sendo levado em direção à anarquia, porque nem o governo interino nem as forças internacionais conseguiram desarmar os grupos ilegais - ressaltou Allain Deletroz, diretor do Programa de América Latina e Caribe.
O documento ainda aponta que a falta de efetivo da Minustah - apenas um terço do previsto foi deslocado - fez com que a missão falhasse em estabilizar o Haiti, a principal meta no país. ''Sua inércia ainda permitiu que o Exército desmobilizado se consolidasse, tornando mais difícil confrontá-lo no futuro'', indica o relatório.
Entre as recomendações propostas, estão a implementação de uma estratégia mais pró-ativa por parte da missão de paz e um maior envolvimento da Comunidade do Caribe (Caricom), que deve reconhecer o governo provisório e reintegrar o país como membro ativo.
Onze soldados argentinos, recém-chegados no país, foram assaltados e agredidos num dos bairros mais perigosos da capital
Olivia Hirsch
Onze militares argentinos que trabalham na Força Aérea e servem de apoio para a Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, foram assaltados e agredidos no domingo de manhã no bairro de Cité Soleil, um dos mais perigosos de Porto Príncipe, por homens armados.
O grupo, que estava a paisana e de folga, viajava para a região Norte da capital quando foi interceptado por três carros e levado para o bairro, que fica no litoral. Eles tiveram documentos, dinheiro e objetos pessoais roubados, mas parte do material foi devolvido depois.
- Eles chegaram há pouco tempo no Haiti e não conheciam os locais perigosos. É como no Brasil, tem áreas que é melhor se evitar - explicou o assistente do comandante da força da Minustah, Comandante Carlos Chagas. - Eles decidiram qual seria o trajeto apenas olhando no mapa, para ver qual seria o caminho mais curto, mas não levaram em consideração quais áreas são mais violentas.
Na própria manhã de domingo, o general brasileiro Augusto Heleno, chefe militar da Minustah, acompanhou patrulhas de fuzileiros navais que percorreram o bairro e conseguiram apreender carros usados na emboscada.
- Os ladrões sabiam que eram pessoas das Nações Unidas, pois estavam numa van com a identificação da organização, mas não acredito que tenha sido uma ação contra nós. Foi um incidente isolado - afirma o comandante. - Prova disso foi a devolução de parte do que foi roubado. Acho que receberam alguma orientação e logo depois, enquanto os soldados pediam ajuda, eles apareceram para entregar as identidades dos militares, parte do dinheiro e até uma câmara de vídeo.
Segundo o comandante, todos os 11 argentinos se ofereceram para participar das operações de reconhecimento dos ladrões e três deles, que tiveram envolvimento direto no assalto, já foram presos. Outros três suspeitos também foram detidos.
Agências de notícias internacionais chegaram a informar que os integrantes do grupo foram obrigados a ficar apenas de cueca durante o assalto, o que foi negado categoricamente pelo militar brasileiro: ''É claro que passaram por uma situação desagradável, bateram neles, mas essa informação é absurda, não tem qualquer fundamento'', frisou.
O possível fracasso da missão de paz foi alertado em um recente relatório do centro de pesquisa independente International Crisis Group. O documento diz que as armas, tanto de simpatizantes do ex-presidente Jean Bertrand Aristide quanto de seus rivais devem ser retidas imediatamente e que a comunidade internacional precisa se comprometer por pelo mais 10 anos para que as forças de paz sejam bem-sucedidas.
- O Haiti está sendo levado em direção à anarquia, porque nem o governo interino nem as forças internacionais conseguiram desarmar os grupos ilegais - ressaltou Allain Deletroz, diretor do Programa de América Latina e Caribe.
O documento ainda aponta que a falta de efetivo da Minustah - apenas um terço do previsto foi deslocado - fez com que a missão falhasse em estabilizar o Haiti, a principal meta no país. ''Sua inércia ainda permitiu que o Exército desmobilizado se consolidasse, tornando mais difícil confrontá-lo no futuro'', indica o relatório.
Entre as recomendações propostas, estão a implementação de uma estratégia mais pró-ativa por parte da missão de paz e um maior envolvimento da Comunidade do Caribe (Caricom), que deve reconhecer o governo provisório e reintegrar o país como membro ativo.
Mateus Dias
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- Mateus Dias
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Soldados humilhados
Homens armados seqüestraram e roubaram 11 militares da força aérea argentina na capital do Haiti. Os soldados estavam à paisana e sem armas quando o ônibus em que viajavam rumo ao norte de Porto Príncipe foi fechado pelo grupo. Após tirar o motorista da direção, o grupo agrediu os militares, que foram forçados a deixar o ônibus apenas de cuecas. Os seqüestradores fugiram levando os pertences dos argentinos, recuperados mais tarde. Pouco depois do ocorrido, patrulhas da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, prenderam seis pessoas, três delas identificadas como membros do grupo de seqüestradores
Homens armados seqüestraram e roubaram 11 militares da força aérea argentina na capital do Haiti. Os soldados estavam à paisana e sem armas quando o ônibus em que viajavam rumo ao norte de Porto Príncipe foi fechado pelo grupo. Após tirar o motorista da direção, o grupo agrediu os militares, que foram forçados a deixar o ônibus apenas de cuecas. Os seqüestradores fugiram levando os pertences dos argentinos, recuperados mais tarde. Pouco depois do ocorrido, patrulhas da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil, prenderam seis pessoas, três delas identificadas como membros do grupo de seqüestradores
Mateus Dias
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- rodrigo
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Não acho que os argentinos tenham vacilado, pode acontecer com os brasileiros também, sorte não morreu ninguém. O que eu acho confuso são as FFAA brasileiras se negarem a realizar operações de natureza policial aqui no Brasil, mas vão fazer isso no Haiti!
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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- Júnior
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rodrigo escreveu:Não acho que os argentinos tenham vacilado, pode acontecer com os brasileiros também, sorte não morreu ninguém. O que eu acho confuso são as FFAA brasileiras se negarem a realizar operações de natureza policial aqui no Brasil, mas vão fazer isso no Haiti!
As FFAA brasileiras, somente podem agir em situações de compromentimento grave da ordem pública, quando todas as tentativas da, digamos assim, "retomada da situação" pelas forças policiais militares e civis não surtiram efeito, conforme está previsto na Constituição Federal do nosso País.
Contudo as Unidades do EB, em regiões de fronteira, passarão também a ter o poder de "polícia", podendo agir, principalmente, para combater o tráfico de drogas e o contrabando. Eu não me lembro onde está medida está prevista, mas vou pesquisar e retorno para vocês com mais detalhes.
- Mateus Dias
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O EB não se mete em repressão ao crime aqui porque bem ou mal as instituições funcionam e não é necessário submeter nosso exército ao tratamento com a criminalidade. Só iria trazer problemas como corrupção e confrontos com grupos de direitos humanos. O desgaste não iria demorar a acontecer.
No HAITI o EB faz o trabalho de polícia, pq lá praticamente não existe polícia, e a que existe é pior que a do RJ.
No HAITI o EB faz o trabalho de polícia, pq lá praticamente não existe polícia, e a que existe é pior que a do RJ.
Mateus Dias
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- FinkenHeinle
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Mateus Dias escreveu:O EB não se mete em repressão ao crime aqui porque bem ou mal as instituições funcionam e não é necessário submeter nosso exército ao tratamento com a criminalidade. Só iria trazer problemas como corrupção e confrontos com grupos de direitos humanos. O desgaste não iria demorar a acontecer.
No HAITI o EB faz o trabalho de polícia, pq lá praticamente não existe polícia, e a que existe é pior que a do RJ.
Exato!
Apesar da grande violência, ainda não chegou num nível subversivo, onde o perigo à nação levaria o EB à agir!
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
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Amigos
Sou recem chegado neste forum, e gostaria de tecer alguns comentários a respeito:
Um pouco de história do Haiti
O Haiti é um país sui generis, foi talvez o único país que conseguiu a independencia através de uma rebelião escrava; seu líder Toussaint L'overture, não tinha capacidade administrativa e o país mergulhou desde então num governo caótico .
O ápice da desorganização foi nos anos 50 quando um médico (Duvalier) foi eleito presidente e se tornou vitalício através de uso de força, enfraquecendo o exercito, mas reforçando sua guarda pessoal( os Tonton Macoute). Através de um governo despótico e corrupto, nomeou seu filho Jean Claude como sucessor, que estava mais preocupado em curtir a sua coleção de carros esporte que possuia, e trafegava em pouquissimas ruas asfaltadas que a capital Port au Prince contava.
Diante de um governo tão inapto e corrupto, é claro que o indice de mortandade infantil é record no mundo, e o de pobreza pior ainda.Para a população de um país tão miserável embora com recursos naturais, a solução foi migrar em massa para o vizinho Republica Dominicana e para os EUA. Basta dizer que o Haiti foi referencia por muito anos de alta incidencia de aidéticos, pela absoluta falta de saneamento básico(Não existe rede de esgotos ainda no Haiti).
No campo militar, o "apogeu" se deu de 1955 a 1965, quando o ditador Duvalier(pai) contava com uma força aérea com 4 P-51s e um B-25(posteriormente foram substituidos por 4 T-28D). A preocupação de uma rebelião militar era tão preocupante para o presidente, que todas as metralhadoras .50 e .30 e respectivas munições dos aviões eram guardadas no palácio presidencial! O exercito era equipado com mosquetes mauser, e só os Toton Macoute tinham "modernas" M-1 Garand.
Quando o presidente Bertrand Aristide assumiu, ele tratou de desativar todas as forças armadas do país incluindo os temíveis Tonton Macoutes.
Porém seu caráter fraco e corrupto o fez ser derrubado, e recolocado na marra pelas forças dos EUA e da ONU. Porém o Aristide é uma personalidade muito fraca e não conseguiu evitar uma outra guerra civil, a que estamos presenciando hoje.
Hoje Jean Claude Duvalier exilado do Haiti vive confortavelmente num palácio na França.
A minha opinião sobra as forças brasileiras lá instaladas.
Acho que o Brasil ,com interesse numa cadeira no conselho da ONU deu uma tacada arriscada, pois esta crise haitiana está longe de ser resolvida, e vai ser dispendiosa, poderia até ser tão dispendiosa quanto no Iraque não fosse a falta de competencia e espirito de luta dos insurgentes haitianos. Não há tecnicamente uma solução politica no Haiti, e é muito lembra muito a situação do Sudão e de Mogadiscu.
O fato de ter uma força de paz latino americana num pais da america central, não ajuda pois a colonização haitiana foi francesa.
O custo para o Brasil desta empreitada é altissimo. Embora grande parte do custo operacional desta empreitada seja custeada pela ONU, TODOS os soldados que lá servirem terão uma POLPUDA APOSENTADORIA por conta de terem prestado serviço em área de conflito tal qual nossos veteranos que tiveram no Canal de Suez nos anos 50 e na Republica Dominicana em 1965 , aliás razão principal do elevado numero de candidatos voluntários para esta missão.Para eles basta 6 meses de serviço no Haiti para garantir o futuro.
Acho interessante o Brasil se interessar por problemas internacionais, mas que tal resolver alguns problemas gravíssimos no Brasil, como a criminalidade no Rio de Janeiro (Também com problemática MUITO PARECIDA com o Sudão, Etiópia e Haiti?)
Um abraço a todos
hélio
Sou recem chegado neste forum, e gostaria de tecer alguns comentários a respeito:
Um pouco de história do Haiti
O Haiti é um país sui generis, foi talvez o único país que conseguiu a independencia através de uma rebelião escrava; seu líder Toussaint L'overture, não tinha capacidade administrativa e o país mergulhou desde então num governo caótico .
O ápice da desorganização foi nos anos 50 quando um médico (Duvalier) foi eleito presidente e se tornou vitalício através de uso de força, enfraquecendo o exercito, mas reforçando sua guarda pessoal( os Tonton Macoute). Através de um governo despótico e corrupto, nomeou seu filho Jean Claude como sucessor, que estava mais preocupado em curtir a sua coleção de carros esporte que possuia, e trafegava em pouquissimas ruas asfaltadas que a capital Port au Prince contava.
Diante de um governo tão inapto e corrupto, é claro que o indice de mortandade infantil é record no mundo, e o de pobreza pior ainda.Para a população de um país tão miserável embora com recursos naturais, a solução foi migrar em massa para o vizinho Republica Dominicana e para os EUA. Basta dizer que o Haiti foi referencia por muito anos de alta incidencia de aidéticos, pela absoluta falta de saneamento básico(Não existe rede de esgotos ainda no Haiti).
No campo militar, o "apogeu" se deu de 1955 a 1965, quando o ditador Duvalier(pai) contava com uma força aérea com 4 P-51s e um B-25(posteriormente foram substituidos por 4 T-28D). A preocupação de uma rebelião militar era tão preocupante para o presidente, que todas as metralhadoras .50 e .30 e respectivas munições dos aviões eram guardadas no palácio presidencial! O exercito era equipado com mosquetes mauser, e só os Toton Macoute tinham "modernas" M-1 Garand.
Quando o presidente Bertrand Aristide assumiu, ele tratou de desativar todas as forças armadas do país incluindo os temíveis Tonton Macoutes.
Porém seu caráter fraco e corrupto o fez ser derrubado, e recolocado na marra pelas forças dos EUA e da ONU. Porém o Aristide é uma personalidade muito fraca e não conseguiu evitar uma outra guerra civil, a que estamos presenciando hoje.
Hoje Jean Claude Duvalier exilado do Haiti vive confortavelmente num palácio na França.
A minha opinião sobra as forças brasileiras lá instaladas.
Acho que o Brasil ,com interesse numa cadeira no conselho da ONU deu uma tacada arriscada, pois esta crise haitiana está longe de ser resolvida, e vai ser dispendiosa, poderia até ser tão dispendiosa quanto no Iraque não fosse a falta de competencia e espirito de luta dos insurgentes haitianos. Não há tecnicamente uma solução politica no Haiti, e é muito lembra muito a situação do Sudão e de Mogadiscu.
O fato de ter uma força de paz latino americana num pais da america central, não ajuda pois a colonização haitiana foi francesa.
O custo para o Brasil desta empreitada é altissimo. Embora grande parte do custo operacional desta empreitada seja custeada pela ONU, TODOS os soldados que lá servirem terão uma POLPUDA APOSENTADORIA por conta de terem prestado serviço em área de conflito tal qual nossos veteranos que tiveram no Canal de Suez nos anos 50 e na Republica Dominicana em 1965 , aliás razão principal do elevado numero de candidatos voluntários para esta missão.Para eles basta 6 meses de serviço no Haiti para garantir o futuro.
Acho interessante o Brasil se interessar por problemas internacionais, mas que tal resolver alguns problemas gravíssimos no Brasil, como a criminalidade no Rio de Janeiro (Também com problemática MUITO PARECIDA com o Sudão, Etiópia e Haiti?)
Um abraço a todos
hélio
- rodrigo
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Realmente está tudo funcionando muito bem. Principalmente no RJ e em Vitória-ES.O EB não se mete em repressão ao crime aqui porque bem ou mal as instituições funcionam e não é necessário submeter nosso exército ao tratamento com a criminalidade.
Corrupção, no Brasil, não pode ser desculpa para deixar de se por uma idéia na prática, sob pena de não se fazer nada. Problemas com direitos humanos sempre haverão, distorcidos, mas haverão.Só iria trazer problemas como corrupção e confrontos com grupos de direitos humanos.
Apesar da grande violência, ainda não chegou num nível subversivo, onde o perigo à nação levaria o EB à agir!
Já passou há muito tempo, só falta explodir. O RJ nos últimos dias está muito pior que Bagdá.
Gostei muito do seu ponto de vista. O Brasil permanece nessa vergonhosa campanha pela cadeira no conselho de segurança na ONU, mas não dá conta nem de pôr ordem nas ruas das grandes cidades. Sob o ponto de vista da operacionalidade, as FFAA estão à beira do colapso, com sério comprometimento de suas funções primárias, e a segurança e a ordem pública já estão no patamar do incontrolável há muito tempo. Só falta um problema maior com o MST+sem-teto, aí vira guerra civil.Acho que o Brasil ,com interesse numa cadeira no conselho da ONU deu uma tacada arriscada, pois esta crise haitiana está longe de ser resolvida, e vai ser dispendiosa, poderia até ser tão dispendiosa quanto no Iraque não fosse a falta de competencia e espirito de luta dos insurgentes haitianos. Não há tecnicamente uma solução politica no Haiti, e é muito lembra muito a situação do Sudão e de Mogadiscu.
O fato de ter uma força de paz latino americana num pais da america central, não ajuda pois a colonização haitiana foi francesa.
O custo para o Brasil desta empreitada é altissimo. Embora grande parte do custo operacional desta empreitada seja custeada pela ONU, TODOS os soldados que lá servirem terão uma POLPUDA APOSENTADORIA por conta de terem prestado serviço em área de conflito tal qual nossos veteranos que tiveram no Canal de Suez nos anos 50 e na Republica Dominicana em 1965 , aliás razão principal do elevado numero de candidatos voluntários para esta missão.Para eles basta 6 meses de serviço no Haiti para garantir o futuro.
Acho interessante o Brasil se interessar por problemas internacionais, mas que tal resolver alguns problemas gravíssimos no Brasil, como a criminalidade no Rio de Janeiro (Também com problemática MUITO PARECIDA com o Sudão, Etiópia e Haiti?)
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
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João Guimarães Rosa
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- Vinicius Pimenta
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Hélio, seja muito bem-vindo. Ótima explicação histórica sobre o Haiti.
Gostaria de falar uma coisa sobre o Rio para quem defende a presença do EB no Rio e tal. Jamais a situação no Rio pode ser comparada a Bagdá ou Haiti ou qualquer outro. Por favor, Bagdá é uma cidade em guerra de verdade de grupos de resistência contra um exército, com atentados a bomba e caos urbano. A outra é uma imensa favela, carente de tudo que é possível e imaginário para a sobrevivência de um ser humano.
Vou falar sobre o Haiti, pois é pra lá que nossas tropas foram. Não é necessário dizer o que acontece lá nem o que aquilo lá é. Não há praticamente polícia não há saneamento, não há emprego, não há comida, não há coleta de lixo, enfim, não há NADA.
Rio de Janeiro no geral. Tem bom sistema de saneamento, coleta de lixo, taxa de desemprego menor ou no mesmo nível que a média nacional, comida - talvez não na quantidade necessária para todos como no resto do Brasil - POLÍCIA (depois eu falo sobre a polícia), educação pública, (não lá de nível de primeiro mundo mas tem), grande rede de saúde (problemas sérios mas explicáveis), enfim, TUDO que o Haiti não tem.
Temos tudo isso inclusive na maior parte das favelas. Qual é o problema então? O problema - e isso é difícil de perceber para quem é de fora e acostumou-se a ver as cenas de tiroteios pela TV - não é necessariamente policial. Claro, há uma carência de efetivo sim, cerca de 4 mil segundo a polícia, mas já está ocorrendo o concurso para o preenchimento dessas vagas. Acontece que ainda é difícil de ser ver ações sociais nas favelas, fortalecendo assim o tráfico, que muitas vezes assume o papel do Estado brasileiro, já que esse não se faz presente. Por isso não é o EB que vai fazer a diferença.
O EB quando vem passa uma sensação de segurança. Claro, é legal ver soldados armados até os dentes na rua e tal. Mas isso não resolve o problema. Os bandidos vão continuar onde estão e mais crianças vão continuar querendo entrar para o tráfico. Digo isso porque a única parte do governo que sobre as favelas é a POLÍCIA! E polícia sozinha não resolve o problema.
Aliás, vejam as dificuldades da polícia. Todos sabemos que combates em montanhas são dificílimos para quem está subindo. Quem está no alto leva vantagem. Combate urbano também é um combate mais difícil. Agora vejam a situação vocês próprios. Os fatores estão somados: combate urbano em favelas, que estão em morros (vielas, becos, construções desordenadas...)!
Imaginem o que é para um policial entrar em um beco - que ele não conhece -, podendo ser atingido de qualquer lugar por alguém escondido sobre uma laje, buraco dentro de uma casa! Se você for pensar nisso você vai ter a impressão que a polícia do Rio é incrível. Deveriam morrer muito mais policiais em confrontos do que morrem.
Por que eu digo que é um problema social? Porque não adianta a polícia subir morros, pegar/matar 5, pois SEMPRE tem mais gente querendo entrar para o tráfico do que este pode absorver. Com a ausência do Estado, as crianças crescem tendo aqueles caras, armados de fuzis, cheios de moral dentro da comunidade como heróis! Elas não têm outra referência. No asfalto você tem sua família, você tem seus valores. Você cresce vendo seu pai policial, militar, médico, advogado e cresce - na maioria das vezes, né, pois há excessões - tendo uma estrutura familiar sólida. Você estuda em boas escolas, tem acesso a saúde, enfim, você faz parte da sociedade. E aqueles que crescem à margem? Que vêem um tênis na televisão de 700 reais e vêem o playboy da Barra usando, enquanto eles, às vezes, mal têm um par de sandálias havaianas! Como é que você espera que essa criança cresça?
Dessa maneira, fica claro que a solução para os problemas do Rio vão muito mais além do que a presença do Exército nas ruas. Aliás, assim como no Haiti! Num primeiro momento pode parecer que melhorou, mas vai tudo continuar na mesma. Eu concordaria que o EB viesse, talvez a população precise dessa sensação temporária. Mas desde que todas as esferas de governo fizessem a sua parte! Enquanto o Brasil não olhar os verdadeiros problemas do Rio e tiver vontade de encará-los de verdade, a situação só tende a piorar.
Gostaria de falar uma coisa sobre o Rio para quem defende a presença do EB no Rio e tal. Jamais a situação no Rio pode ser comparada a Bagdá ou Haiti ou qualquer outro. Por favor, Bagdá é uma cidade em guerra de verdade de grupos de resistência contra um exército, com atentados a bomba e caos urbano. A outra é uma imensa favela, carente de tudo que é possível e imaginário para a sobrevivência de um ser humano.
Vou falar sobre o Haiti, pois é pra lá que nossas tropas foram. Não é necessário dizer o que acontece lá nem o que aquilo lá é. Não há praticamente polícia não há saneamento, não há emprego, não há comida, não há coleta de lixo, enfim, não há NADA.
Rio de Janeiro no geral. Tem bom sistema de saneamento, coleta de lixo, taxa de desemprego menor ou no mesmo nível que a média nacional, comida - talvez não na quantidade necessária para todos como no resto do Brasil - POLÍCIA (depois eu falo sobre a polícia), educação pública, (não lá de nível de primeiro mundo mas tem), grande rede de saúde (problemas sérios mas explicáveis), enfim, TUDO que o Haiti não tem.
Temos tudo isso inclusive na maior parte das favelas. Qual é o problema então? O problema - e isso é difícil de perceber para quem é de fora e acostumou-se a ver as cenas de tiroteios pela TV - não é necessariamente policial. Claro, há uma carência de efetivo sim, cerca de 4 mil segundo a polícia, mas já está ocorrendo o concurso para o preenchimento dessas vagas. Acontece que ainda é difícil de ser ver ações sociais nas favelas, fortalecendo assim o tráfico, que muitas vezes assume o papel do Estado brasileiro, já que esse não se faz presente. Por isso não é o EB que vai fazer a diferença.
O EB quando vem passa uma sensação de segurança. Claro, é legal ver soldados armados até os dentes na rua e tal. Mas isso não resolve o problema. Os bandidos vão continuar onde estão e mais crianças vão continuar querendo entrar para o tráfico. Digo isso porque a única parte do governo que sobre as favelas é a POLÍCIA! E polícia sozinha não resolve o problema.
Aliás, vejam as dificuldades da polícia. Todos sabemos que combates em montanhas são dificílimos para quem está subindo. Quem está no alto leva vantagem. Combate urbano também é um combate mais difícil. Agora vejam a situação vocês próprios. Os fatores estão somados: combate urbano em favelas, que estão em morros (vielas, becos, construções desordenadas...)!
Imaginem o que é para um policial entrar em um beco - que ele não conhece -, podendo ser atingido de qualquer lugar por alguém escondido sobre uma laje, buraco dentro de uma casa! Se você for pensar nisso você vai ter a impressão que a polícia do Rio é incrível. Deveriam morrer muito mais policiais em confrontos do que morrem.
Por que eu digo que é um problema social? Porque não adianta a polícia subir morros, pegar/matar 5, pois SEMPRE tem mais gente querendo entrar para o tráfico do que este pode absorver. Com a ausência do Estado, as crianças crescem tendo aqueles caras, armados de fuzis, cheios de moral dentro da comunidade como heróis! Elas não têm outra referência. No asfalto você tem sua família, você tem seus valores. Você cresce vendo seu pai policial, militar, médico, advogado e cresce - na maioria das vezes, né, pois há excessões - tendo uma estrutura familiar sólida. Você estuda em boas escolas, tem acesso a saúde, enfim, você faz parte da sociedade. E aqueles que crescem à margem? Que vêem um tênis na televisão de 700 reais e vêem o playboy da Barra usando, enquanto eles, às vezes, mal têm um par de sandálias havaianas! Como é que você espera que essa criança cresça?
Dessa maneira, fica claro que a solução para os problemas do Rio vão muito mais além do que a presença do Exército nas ruas. Aliás, assim como no Haiti! Num primeiro momento pode parecer que melhorou, mas vai tudo continuar na mesma. Eu concordaria que o EB viesse, talvez a população precise dessa sensação temporária. Mas desde que todas as esferas de governo fizessem a sua parte! Enquanto o Brasil não olhar os verdadeiros problemas do Rio e tiver vontade de encará-los de verdade, a situação só tende a piorar.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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- Rui Elias Maltez
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Eu julgo que no mundo, e mesmo em Portugal se tem a tendência de levianamente julgar e avaliar o Brasil todo, pela propagandeada criminalidade e violência em uma ou duas cidades (RJ e SP).
E todo o páis "come" pelo que se passa nessas cidades.
E mesmo no seio dessas duas cidades, que são muito grandes, acredito que hajam zonas onde a vida é calma e segura, havendo outras zonas menos seguras (um pouco o que se passa em Lisboa e arredores, à sua escala).
A imagem que o mundo tem do Brasil é que parece um país em guerra, já que tirando futebol e samba no Cranaval, é raro haver notícias do Brasil, a não ser tiroteios nas favelas entre as polícias e os traficantes, ou a prisão do Fernandinho Beira-mar, ou ainda de revoltas nas prisões.
Quanto ao Haiti, é lógico que a situação que lá se vive começa a ser próxima da da Somália em 93, e não se compara à do Brasil que apesar de tudo é um país administrativamente estruturado.
Agora o Brasil é muito parecido com Portugal em város pontos, e um deles, é o de que lava a roupa suja em público, para gozo dos anglo-saxões e de outros.
Outros países tratam dos seus assuntos em casa.
Mas vocês poderão dar melhor opinião sobre isso.
E todo o páis "come" pelo que se passa nessas cidades.
E mesmo no seio dessas duas cidades, que são muito grandes, acredito que hajam zonas onde a vida é calma e segura, havendo outras zonas menos seguras (um pouco o que se passa em Lisboa e arredores, à sua escala).
A imagem que o mundo tem do Brasil é que parece um país em guerra, já que tirando futebol e samba no Cranaval, é raro haver notícias do Brasil, a não ser tiroteios nas favelas entre as polícias e os traficantes, ou a prisão do Fernandinho Beira-mar, ou ainda de revoltas nas prisões.
Quanto ao Haiti, é lógico que a situação que lá se vive começa a ser próxima da da Somália em 93, e não se compara à do Brasil que apesar de tudo é um país administrativamente estruturado.
Agora o Brasil é muito parecido com Portugal em város pontos, e um deles, é o de que lava a roupa suja em público, para gozo dos anglo-saxões e de outros.
Outros países tratam dos seus assuntos em casa.
Mas vocês poderão dar melhor opinião sobre isso.
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Vinicius
Voce citou com muita propriedade as diferenças básicas entre as guerras civis afora e o Rio de Janeiro.
Entretanto existem algumas semelhanças:
- as quadrilhas organizadas dominando a comunidade, tais como em Mogadiscu,Haiti e no Sudão(ou milicias civis se preferir).
- nos anos 60/70 as forças armadas conseguiram eliminar um grande desafio: o combate a guerrilha urbana no Brasil.
Este combate e vitória sob um inimigo difícil, só foi possivel através de um eficiente serviço de inteligencia e ações com contingentes treinados e fiéis ao regime( algumas exceções como Carlos Lamarca).
O grande problema do Rio de Janeiro está na falta de preparo dos policiais(não tem capacidade de criar estratégias para eliminar este foco). além de um contingente quase totalmente dominado pelo cancer da corrupção, sem contar com as mazelas de seus comandantes.
Acho que não existem estatisticas a respeito, mas o prejuizo que esta insegurança causa ao Brasil, em termos de turismo receptivo, comercio exterior, e imagem do país deve ser da casa de bilhões de dólares.
Se utilizassemos estes recursos de pagar adicionais de soldos a militares que vão para o Timor Leste,Haiti e concentrarmos esta verba para um problema interno gravíssimo, teriamos um país muito mais respeitado, e sem duvida merecedora de uma cadeira na ONU.
É sempre assim, falta vontade politica, quem sabe quando balas traçantes atingirem as confortáveis residencias dos militares na Urca, começem a pensar diferente.
Um abraço
Hélio
Voce citou com muita propriedade as diferenças básicas entre as guerras civis afora e o Rio de Janeiro.
Entretanto existem algumas semelhanças:
- as quadrilhas organizadas dominando a comunidade, tais como em Mogadiscu,Haiti e no Sudão(ou milicias civis se preferir).
- nos anos 60/70 as forças armadas conseguiram eliminar um grande desafio: o combate a guerrilha urbana no Brasil.
Este combate e vitória sob um inimigo difícil, só foi possivel através de um eficiente serviço de inteligencia e ações com contingentes treinados e fiéis ao regime( algumas exceções como Carlos Lamarca).
O grande problema do Rio de Janeiro está na falta de preparo dos policiais(não tem capacidade de criar estratégias para eliminar este foco). além de um contingente quase totalmente dominado pelo cancer da corrupção, sem contar com as mazelas de seus comandantes.
Acho que não existem estatisticas a respeito, mas o prejuizo que esta insegurança causa ao Brasil, em termos de turismo receptivo, comercio exterior, e imagem do país deve ser da casa de bilhões de dólares.
Se utilizassemos estes recursos de pagar adicionais de soldos a militares que vão para o Timor Leste,Haiti e concentrarmos esta verba para um problema interno gravíssimo, teriamos um país muito mais respeitado, e sem duvida merecedora de uma cadeira na ONU.
É sempre assim, falta vontade politica, quem sabe quando balas traçantes atingirem as confortáveis residencias dos militares na Urca, começem a pensar diferente.
Um abraço
Hélio
- Rui Elias Maltez
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Rui Elias Maltez escreveu:A propósito desta conversa, que me lembre só recentemente as FA's foram chamadas para garantir a segurança no RJ a propósito da Conferência sobre o Clima e o Ambiente, no início dos anos 90.
É verdade?
Sim, na Rio-92. Também realizaram operações nos morros do Rio em 1995, e participaram na troca da moeda pelo Real, em 1994 (na segurança do transporte de novas cédulas e moedas).
- Vinicius Pimenta
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Hélio, discordo do seguinte:
Sim, é semelhante. Porém, o problema maior não está na inefiência da polícia em si mas na ineficiência de um Estado (o brasileiro) como um todo. A polícia é reflexo da sociedade. A falta de eficiência da polícia está ligada a incapacidade do Estado de prover condições adequadas para essa polícia. Não falo de equipamentos, e sim condições favoráveis de operação.
A comparação ao meu ver não é muito válida. A guerrilha do Araguaia tinha características e objetivos completamente diferente dos traficantes. Não tinham também a fonte de recursos humanos e materiais que os traficantes possuem. Enfim, o contexto é completamente diferente. Foi o que eu disse, não basta prender/matar os que aí estão, o que se deve é EVITAR que novas pessoas ingressem nesse meio. E isso não se faz com polícia, isso se faz com políticas sociais. A polícia é apenas uma das formas de se combater o problema, não a única.
Discordo absolutamente. A polícia do Rio é uma das mais preparadas para combate urbano do mundo. E essa preparação vem não só de treinamentos, mas de experiência de combate real. A corrupção é realmente um problema sério. Mas ela é sustentada por todo um caos institucional.
Sim, existem. Os efeitos maiores acontecem com o turismo interno. O de turistas estrangeiros é muito pouco afetado.
Não creio que os recursos materiais e humanos gastos no Haiti pudessem fazer diferença. O problema do Rio precisa de um comprometimento do país.
Por que dos militares? Como se a culpa dessa situação fosse deles! Não são eles que decidem ou não. Sempre que foram chamados eles cumpriram seu dever. É vontade política, é falta de coragem de admitir que, a situação do Rio exige um comprometimento da nação. E não será com tropas militares que a situação vai melhorar.
Rui.
Como o Guilherme disse, na ECO-92. Operação Rio I e Rio II a década de 90. CIMEIRA (encontro internacional de chefes de estado) em 2000. Estiveram presentes também nas eleições de 2002, no carnaval de 2003 diante de uma onda de violência. Encontro de chefes de Estado do Grupo do Rio, mês passado, Estiveram em outras ações esse ano em busca de armas roubadas nas favelas (acho que 2 vezes).
No Brasil já estiveram em São Paulo, numa reunião também de chefes de Estado. Estiveram em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, por ocasição da greve de polícia, estiveram em Salvador (Bahia) pelo mesmo motivo. Eleições de 2002 e 2004 em centenas de municípios do Brasil. E desde a semana passada, estão em Vitória (Espírito Santo), diante de uma onde de violência.
Enfim, sempre que preciso eles foram as ruas.
- as quadrilhas organizadas dominando a comunidade, tais como em Mogadiscu,Haiti e no Sudão(ou milicias civis se preferir).
Sim, é semelhante. Porém, o problema maior não está na inefiência da polícia em si mas na ineficiência de um Estado (o brasileiro) como um todo. A polícia é reflexo da sociedade. A falta de eficiência da polícia está ligada a incapacidade do Estado de prover condições adequadas para essa polícia. Não falo de equipamentos, e sim condições favoráveis de operação.
- nos anos 60/70 as forças armadas conseguiram eliminar um grande desafio: o combate a guerrilha urbana no Brasil.
Este combate e vitória sob um inimigo difícil, só foi possivel através de um eficiente serviço de inteligencia e ações com contingentes treinados e fiéis ao regime( algumas exceções como Carlos Lamarca).
A comparação ao meu ver não é muito válida. A guerrilha do Araguaia tinha características e objetivos completamente diferente dos traficantes. Não tinham também a fonte de recursos humanos e materiais que os traficantes possuem. Enfim, o contexto é completamente diferente. Foi o que eu disse, não basta prender/matar os que aí estão, o que se deve é EVITAR que novas pessoas ingressem nesse meio. E isso não se faz com polícia, isso se faz com políticas sociais. A polícia é apenas uma das formas de se combater o problema, não a única.
O grande problema do Rio de Janeiro está na falta de preparo dos policiais(não tem capacidade de criar estratégias para eliminar este foco). além de um contingente quase totalmente dominado pelo cancer da corrupção, sem contar com as mazelas de seus comandantes.
Discordo absolutamente. A polícia do Rio é uma das mais preparadas para combate urbano do mundo. E essa preparação vem não só de treinamentos, mas de experiência de combate real. A corrupção é realmente um problema sério. Mas ela é sustentada por todo um caos institucional.
Acho que não existem estatisticas a respeito, mas o prejuizo que esta insegurança causa ao Brasil, em termos de turismo receptivo, comercio exterior, e imagem do país deve ser da casa de bilhões de dólares.
Sim, existem. Os efeitos maiores acontecem com o turismo interno. O de turistas estrangeiros é muito pouco afetado.
Se utilizassemos estes recursos de pagar adicionais de soldos a militares que vão para o Timor Leste,Haiti e concentrarmos esta verba para um problema interno gravíssimo, teriamos um país muito mais respeitado, e sem duvida merecedora de uma cadeira na ONU.
Não creio que os recursos materiais e humanos gastos no Haiti pudessem fazer diferença. O problema do Rio precisa de um comprometimento do país.
É sempre assim, falta vontade politica, quem sabe quando balas traçantes atingirem as confortáveis residencias dos militares na Urca, começem a pensar diferente.
Por que dos militares? Como se a culpa dessa situação fosse deles! Não são eles que decidem ou não. Sempre que foram chamados eles cumpriram seu dever. É vontade política, é falta de coragem de admitir que, a situação do Rio exige um comprometimento da nação. E não será com tropas militares que a situação vai melhorar.
Rui.
A propósito desta conversa, que me lembre só recentemente as FA's foram chamadas para garantir a segurança no RJ a propósito da Conferência sobre o Clima e o Ambiente, no início dos anos 90.
Como o Guilherme disse, na ECO-92. Operação Rio I e Rio II a década de 90. CIMEIRA (encontro internacional de chefes de estado) em 2000. Estiveram presentes também nas eleições de 2002, no carnaval de 2003 diante de uma onda de violência. Encontro de chefes de Estado do Grupo do Rio, mês passado, Estiveram em outras ações esse ano em busca de armas roubadas nas favelas (acho que 2 vezes).
No Brasil já estiveram em São Paulo, numa reunião também de chefes de Estado. Estiveram em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, por ocasição da greve de polícia, estiveram em Salvador (Bahia) pelo mesmo motivo. Eleições de 2002 e 2004 em centenas de municípios do Brasil. E desde a semana passada, estão em Vitória (Espírito Santo), diante de uma onde de violência.
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Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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- Rui Elias Maltez
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Vinícius:
Mas o que é que se está a passar em vitória (Espírito Santo)?
Perante esse rol de intervenções, parece que de facto o Brasil precisaria de um sistema mais integrado e mais bem armado de forças de ordem pública para deixar os militares mais nos quarteis.
É que essa lista de intervenções deixa antever que as forças policiais em certos casos são poucas ou mal preparadas.
É certo que nos EUA, aquando dos motins de Los Angeles, a Guarda Nacional da California também acabou por ser mobilizada...
Mas o que é que se está a passar em vitória (Espírito Santo)?
Perante esse rol de intervenções, parece que de facto o Brasil precisaria de um sistema mais integrado e mais bem armado de forças de ordem pública para deixar os militares mais nos quarteis.
É que essa lista de intervenções deixa antever que as forças policiais em certos casos são poucas ou mal preparadas.
É certo que nos EUA, aquando dos motins de Los Angeles, a Guarda Nacional da California também acabou por ser mobilizada...