Fórum Defesa Brasil

Confiram o lançamento da última missão da nave Endeavour, STS-134, que passará 16 dias no espaço.
Podem assistir em HD aqui:

http://www.nasa.gov/multimedia/nasatv/ustream.html

A equipe para a missão STS-134 da Endeavour é formada pelo Comandante Mark Kelly, Piloto Gregory H Johnson e Especialistas de Missão Michael Fincke, Greg Chamitoff, Andrew Fesutel e o Astronauta da ESA - Agência Espacial Europeia - Roberto Vittori.

Durante os 16 dias da missão, a Endeavour e sua equiope entregarão o AMS - Espectômetro Magnético Alpha - e peças de reposição, incluindo antenas de comunicação S-band, um taque de gás a alta-pressão e peças de reposição adicionais para Dextre.

Para conferir todos detalhes sobre essa missão, sua programação e clips de áudio da última conferência do Comandante Mark Kelly, acesse:

http://www.nasa.gov/mission_pages/shutt ... index.html

É... com o fim da corrida espacial, um a um os chamados Onibus Espaciais estão dando baixa!!!

Alguém tem informações sobre aquele Onibus Espacial Soviético? Sabem dizer se ele chegou a ir ao espaço?

henriquejr escreveu:É... com o fim da corrida espacial, um a um os chamados Onibus Espaciais estão dando baixa!!!

Alguém tem informações sobre aquele Onibus Espacial Soviético? Sabem dizer se ele chegou a ir ao espaço?

O Buran fêz apenas um único vôo espacial não pilotado, de duas órbitas, em 1988, e pousou automaticamente sem problemas. Mas era a época do governo Gorbachev na antiga URSS, e o programa espacial como um todo não tinha apoio político (sendo um homem sem muita visão de longo alcance aparentemente Gorbachev não nutria interesse pela pesquisa espacial). Enfrentando a crise do final da URSS, o programa do Buran foi abandonado.

O Buran foi encostado em um hangar, que por falta de manutenção desabou em 2002, matando 8 trabalhadores e destruindo a nave.


Leandro G. Card

Depois dizem que o russo é ruim, não presta, não tem tecnologia...

O Buran era apenas inspirado no Unibus yanque, mas muito mais poderoso. Tinha sistema de ejeção de emergencia, e piloto automatico. Decolou e voltou sozinho, o que pra mim, não tem explicação logica

joao fernando escreveu:Depois dizem que o russo é ruim, não presta, não tem tecnologia...

O Buran era apenas inspirado no Unibus yanque, mas muito mais poderoso. Tinha sistema de ejeção de emergencia, e piloto automatico. Decolou e voltou sozinho, o que pra mim, não tem explicação logica

Não entendi.

O que é que não tem explicação lógica?


Leandro G. Card

Decolar e voltar sozinho, com sucesso, no PA. Pra mim bruxaria Czarista, não se pode fazer uma espaçonave, com tal tecnologia, sem capacidade tecnica. Dai os russos foram lá e fizeram algo muito melhor que os americanos, muito mais avançado. Como tinha um visual parecido (já que o ar e os materiais são os mesmos...) alguns diziam que era uma copia dos sistemas americanos

Alias, o Buran levava seus motores, ao contrario do Yanque. Como projeto, era muito superior...E de quebra, deu origem ao Mriya, o supercargueiro russo, para levar o Buran nas costas...

http://blogs.dasmirnov.net/media/buran225.jpg

http://www.columbiassacrifice.com/image ... _xsect.gif

Qual será o substituto imediato americano dos ônibus espaciais? Eles devem ter um cronograma a ser cumprido na ISS.

joao fernando escreveu:Decolar e voltar sozinho, com sucesso, no PA. Pra mim bruxaria Czarista, não se pode fazer uma espaçonave, com tal tecnologia, sem capacidade tecnica. Dai os russos foram lá e fizeram algo muito melhor que os americanos, muito mais avançado. Como tinha um visual parecido (já que o ar e os materiais são os mesmos...) alguns diziam que era uma copia dos sistemas americanos

De fato a capacidade de pouso autônomo do Buran era algo que os americanos não podiam fazer no início do desenvolvimento dos ônibus espaciais, cujo primeiro vôo foi em 1981. Mas isto também não era uma prioridade do projeto, já que o a idéia dos Space Shuttles era justamente ser uma nave tripulada.

Algum tempo depois (como em 1988, ano do vôo do Buran) é provável que os americanos já pudessem também incorporar a capacidade de realizar pousos automáticos com os Shuttles, só que isto teria um custo alto e não faria sentido (novamente, era uma nave para ser tripulada), então este desenvolvimento jamais foi efetuado.

Alias, o Buran levava seus motores, ao contrario do Yanque. Como projeto, era muito superior...

Aqui existe algum engano.

A situação era exatamente contrária, os Shuttles eram em si veículos lançadores, levando seus motores principais para a órbita e os trazendo de volta para reutilização. A única coisa descartável era o tanque de combustível ventral. Já o Buran levava apenas pequenos motores de manobra orbital (que aliás os Shuttles também possuem), e era lançado pelo enorme foguete Energia, totalmente descartado a cada missão junto com seus motores principais. Isto fazia do Buran uma espaçonave comparável à Soyuz ou à Apollo, e não um veículo lançador como os Shuttles. Mas com a capacidade adicional de trazer grandes cargas do espaço como os Shuttles (embora jamais tenha aparecido uma aplicação real para esta capacidade, em nenhum dos dois casos).

E de quebra, deu origem ao Mriya, o supercargueiro russo, para levar o Buran nas costas...

Aqui sim, um desenvolvimento interessante. O maior cargueiro do mundo foi um sub-produto do programa do Buran.


Se quiser conhecer um pouco sobre a história do desenvolvimento dos Space Shuttles pode ler meu artigo no link abaixo:

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1963615

O Buran era uma resposta dos russos a este programa com sua própria concepção. Eles não caíram da armadilha da promessa de naves reutilizáveis como os americanos, e de fato o Buran jamais fêz falta alguma para eles. Já o Energia poderia sim ter sido sim uma tremenda ferramenta na conquista do espaço, pena que a URSS tenha se esfacelado antes que seu potencial pudesse ser plenamente explorado.


Um abraço,


Leandro G. Card

Olha uma comparação entre o Buran e a Challenger:


Por enquanto, como o Projeto Constellation foi cancelado, os EUA utilizarão a nave russa Soyuz, até que seja finalizado um dos vários projetos a decorrer para substituição das Space Shuttle.

Há um Buran exposto na Alemanha:


Aqui pode-se ler uma história que encontrei sobre esse Buran em particular, o OK-GLI (Buran Analog BST-02): http://www.blogpaedia.com.br/2009/06/o- ... onave.html

E aqui sobre o sistema de ejeção: http://www.davidmetreveli.freeservers.com/photo.html

rodrigo escreveu:Qual será o substituto imediato americano dos ônibus espaciais? Eles devem ter um cronograma a ser cumprido na ISS.

Não haverá substitutos.

Os americanos já aprenderam que com a tecnologia atual dos propulsores químicos naves reutilizáveis não são práticas como lançadores (e mesmo como espaçonaves tripuladas), e não planejam desenvolver mais nenhuma no futuro previsível.

Os lançamentos americanos de cargas espaciais nas próximas décadas serão feitos basicamente por foguetes privados descartáveis, principalmente das famílias Atlas, Delta e Falcon. A Nasa ainda estuda lançadores descartáveis de grande porte usando as tecnologias dos Space Shuttles, mas nenhum desenvolvimento real está aprovado.

Com relação às naves tripuladas, a cápsula descartável Órion da NASA prossegue em seu desenvolvimento, mas em ritmo bem lento. O mais provável é que seja utilizada a cápsula também descartável Dragon, da SpaceX, mesma empresa que desenvolveu o foguete Falcon. Ambos os projetos são similares às naves do programa Apollo.

O programa da ISS é um caso à parte. Ele foi idealizado em grande parte para justificar a própria operação dos Space Shuttles, e sem estes perde grande parte do seu sentido. Os compromissos internacionais do consórcio, contudo, provavelmente o manterão em operação por mais algum tempo. Mas nos próximos anos as tripulações deverão subir até a ISS apenas em naves russas Soyuz.


Leandro G. Card

essa é a DRAGON, que provavelmente será utilizada:

Ops, correto Leandro: os motores eram 100% separados. Em caso de problemas, soltava-se o modulo habitado, e este voltava planando

Sabia que o motor ficava em apenas 1 modulo, os dois eram separados (dai veio a confusão, carquei que era junto do modulo habitado, sendo o correto o inverso)

joao fernando escreveu:Ops, correto Leandro: os motores eram 100% separados. Em caso de problemas, soltava-se o modulo habitado, e este voltava planando

Sabia que o motor ficava em apenas 1 modulo, os dois eram separados (dai veio a confusão, carquei que era junto do modulo habitado, sendo o correto o inverso)

Era mais ou menos por aí, só que não eram exatamente "módulos" habitado ou inabitado, o Buran era a carga do foguete Energia, um veículo separado que podia levar (e levou) outras cargas ao espaço além do Buran.


As imagens abaixo mostram bem o Energia carregando o Buran e o Polyus, uma espécie de estação orbital automática militar lançada antes pelo mesmo foguete Energia (e que não chegou a entrar em órbita):







O foguete Energia em princípio ainda poderia ser construído e lançado hoje, se houvesse necessidade de colocar cargas acima de 100 toneladas em órbita. Ou poderia talvez, com modificações, lançar missões tripuladas à Lua.


Leandro G. Card