JL escreveu:Considerando que o FX 2 jaz morto e que acredito que não ressuscite tão cedo como FX 3, seria também muita cara de pau do Brasil começa a novela de novo.
Considerando que os Mirage 2000 não vão durar muito mais, precisamos de outros caças, seja mais F5 jordanianos reformados ou outro caça tampão.
Então abri o tópico para discutir as idéias. Sem preconceitos, vamos evitar as "besteiras" os ufanismos ridiculos, as ofensas de chamar os outros de "favelados", tentar discutir de forma realista.
JL, não acredito no fim do FX-2; o que estamos vendo na mídia é mais uma enxurrada de especulações; no fundo vejo nas entrelinhas das matérias pessoas, intencionalmente ou não, criando mal-estar entre o ministro NJ e a presidente Dilma, além de uma campanha contrária ao reaparelhamento das FFAA. Fora isto, acredito que a morte do FX-2 agrada a muita gente, interessa ou não no processo de fornecimento de equipamentos.
Existe algo que foi apresentado rapidamente em um texto postado aqui nas Aéreas e que não foi objeto de debate no fórum (pelo menos, não vi), trata-se de algo bem importante e sutil: supondo que os EUA, com a vinda de seu presidente, nos agracie com a elevação do Brasil ao patamar de seus principais aliados, como reagiria o país?
Cabe lembrar que os principais aliados dos americanos são pau para toda obra, não dizem não a eles, vão além, se predispõem a acompanhá-los desde o primeiro minuto em suas investidas que são frutos de suas políticas internacional. O Brasil está de acordo em assumir esta postura?
Suponha que um nova proposta americana seja superior aquela que dizem ser a melhor em termos de ToTs, a francesa; suponha que eles oferecerão muito mais, tudo, 100% aberto, preços imbatíveis, etc. Seria só este o argumento que faltava para comprar o FX-2 dos americanos? Suponha mais ainda, que os americanos consigam mudar efetivamente sua legislação a ponto do Brasil ter um tratamento diferenciado, como o da Inglaterra, por exemplo. Pergunto: haveria ainda uma forma de dizer não aos americanos em relação a compra dos caças?
O Brasil não tem condições efetivas de projetar um caça de 4ªG atualmente, não em tempo recorde como um KC-390; decidiu-se aproveitar a oportunidade do FX e pedir mais do que o habitual: queremos ToTs, o máximo possível (uma forma de compensar as perdas dos investimentos em P&D e uma forma de manter os caças operacionais sempre, uma espécie de autonomia sobre o avião). Mas, talvez, esteja aí o problema: pedimos o que acreditávamos ser muito, mas tem mais gente topando do que se imaginava, logo as ToTs já não são mais o grande diferencial nas propostas. E como desempatar este jogo e apontar um vencedor?
No FX-1 tínhamos uma empresa brasileira que se associou a uma internacional e sensibilizou até um candidato a presidente, mas o presidente da época, em dúvida sobre os fatos em si, resolveu transferir a responsabilidade da indicação ao seu sucessor. E este, o que fez de imediato? Todas as suas convicções iniciais parecem ter ido por água, preferiu usar um apelo social com argumento para cancelar o natimorto. Mais adiante abriu espaço para o mesmo objetivo, chegou até a anunciar um vencedor, para poucas horas depois apresentar um "não foi bem assim". Na reta final disse que anunciaria uma decisão relativo a três pontos polêmicos, um deles os caças, porém o único anúncio é que não apontaria um vencedor, deixando para o seu sucessor. Este último puxou a responsabilidade pra si, pediu mais informações (corretíssimo), mas até agora o que se vê é outro apelo social de que cortes orçamentários não combinam com anúncio de compras vultuosas que só começam a ser paga no final de 2012 ou mais. E novamente escala-se os economistas para dar a má notícia... Coitados!
Se o presidente Lula tivesse anunciado o caça vitorioso na disputa (qualquer um que fosse) ainda no ano passado, então a presidente Dilma não teria que explicar o aparente constrangimento que diz sentir (bastaria o argumento que tomou-se uma decisão sobre um assunto que se arrasta a mais de uma década). Mas não foi o que aconteceu... Quanto mais tempo se dá mais soluções mirabolantes e inesperadas surgem por aí. E se o caça a ser escolhido não for o americano (apenas uma hipótese, ou seja, a escolha recaindo sobre o Gripen NG ou o Rafale), como dizer não a eles se aparecerem com uma proposta irrecusável, tecnicamente, em todos os sentidos? Se o caça a ser apontado for o americano, acreditem, poderia até ouvir-se algo do tipo "comecem a pagar quando receberem o primeiro caça, e com prestações suaves a perder de vista". O argumento do corte orçamentário ainda sobreviveria? Acredito que não...
E, então, por que não aceitam tomar uma decisão ainda este ano (visto que as matérias da mídia já especulam o assunto para 2012; ou mais)? Minha opinião: tem mais coisas acontecendo do que tudo aquilo que especulamos, ingenuamente, aqui no fórum. Logo, pelo menos pra mim, não faz sentido em pensar em um FX-3 com caças diferentes daqueles que estão aí, nem mesmo para entrar em projetos conjuntos de caças de 5ªG, visto que no FX-2 tivemos esta mesma oportunidade; seria um contrassenso usar deste expediente como argumento para o cancelamento. Assim sendo, entendo, o FX-2 não está cancelado (o melhor momento para se anunciar tal coisa foi nos últimos dias), pelo até segunda ordem, o FX-2 está apenas em banho-maria, até que se encontre argumentos-respostas que justifiquem minimamente a vitória de um, sem destruir as boas relações com os demais.
Os cortes orçamentário são positivos e precisam ser compreendidos, eles passam recados claros para o mercado internacional, demonstram seriedade, demonstram maturidade. Os entusiastas não se conformam, mas não é possível comprar quando o momento exige ortodoxia e austeridade. Porém o argumento dos cortes orçamentários me parece frágil no que tange aos caças, mas que existe constrangimento em relação ao anúncio do vencedor, não me resta dúvidas, porém imagino que sejam de outra natureza e envergadura (mesmo não sendo capaz, sequer, de vislumbrar o que minimamente seja).
Abração!!!